segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Emprestado

 (história anterior)

A minha Dona tem uma Amiga. Uma amiga especial, que sempre A tem apoiado nos momentos difíceis. A Amiga não é muito dada a BDSM, só a umas brincadeiras light: a sua onda não é essa. Mas isso não significa que não goste de se divertir, conseguindo até vestir-se de forma bastante provocante e dando beijos a homens e mulheres. Apesar disso, ela tem uma relação estável (depois de ter saído de um relacionamento volátil que a desgastou). No seu aniversário, como prenda de anos, a minha Dona decidiu “emprestar-me” à Sua Amiga para lhe fazer uma massagem aos pés – algo que ela adora – mesmo sendo Ela tremendamente ciumenta e odiando a ideia de ver outras pessoas comigo… o que me colocou sob enorme pressão: se a minha Dona confiava nela o suficiente para me ceder durante algum tempo (mesmo sob a Sua supervisão), era sinal que aquela pessoa era extremamente importante para Ela. Por isso, eu tinha de fazer um trabalho bem feito.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

La Mère Noël

(história anterior)

Acordei sentado em cima de algo, com a cabeça a latejar, sentindo-a com um peso enorme e a boca a saber a papel de música. Agitei a cabeça, tentando sacudir os restos do torpor, resistindo à enxaqueca e tentando recordar-me do que acontecera antes. Lembrava-me que, depois de termos passado o dia de Natal com a minha família e de os meus pais terem ficado com o Miguel até ao dia de Ano Novo (avós babados e essas coisas todas), Ana havia-me levado a almoçar a um restaurante no Seixal e bebera mais que a conta… ou não? Havia detalhes que não estavam claros, até porque eu recordava-me de ter bebido dois copos de vinho tinto e já me ter sentido zonzo… Levantei a mão e tentei esfregar a cabeça, mas demorei algum tempo a perceber que tinha os pulsos amarrados atrás das costas. Foi preciso ainda mais tempo para descobrir que estava completamente nu, de tornozelos atados aos pés da cadeira, num local escuro e apenas iluminado por uma lâmpada que pendia do tecto – espaço que, cada vez mais, me parecia a “salinha de interrogatórios” da cave da nossa casa.