quinta-feira, 27 de novembro de 2014

O despedimento (parte 2)

(continuação...)

 Saímos do restaurante já depois das 14h, ambas bem fartas de peixe. Depois de uma refeição daquelas, pensei que fôssemos dar um passeio para abater (ou então irmos para casa e fazermos algum “exercício físico”). Todavia, assim que me sentei no banco do pendura, Márcia colocou-me uma venda nos olhos.
- Amor, o que estás a fazer? – perguntei-lhe.
- A tua surpresa começa agora. E não quero que vejas para onde vamos.
Pensei em bombardeá-la com perguntas mas sabia que ela nunca responderia. Por isso deixei-me ir.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

O despedimento (parte 1)


A porta da rua abriu-se, sinal de que Márcia havia chegado. Todavia, não consegui arranjar ânimo para me levantar, correr para ela e abraçá-la fortemente – algo de que eu estava desesperadamente necessitada, depois daquele dia de merda. Só de pensar nisso outra vez comecei a sentir mais lágrimas a aparecer… Fiz um esforço e compus-me, tentando disfarçar; no momento seguinte, Márcia aparecia-me à frente.
- Olá, querida!
- Olá, amor… – respondi, num murmúrio.
 O sorriso que lhe iluminava a cara desapareceu imediatamente, assim que ela reparou na minha cara tristonha e nas lágrimas que a inundavam. Logo a seguir, ela sentou-se a meu lado, com preocupação na cara.