segunda-feira, 20 de julho de 2020

Confinada



Fechei a porta, entrei no hall de entrada da nossa casa e pousei a mala do portátil e o saco com documentos do trabalho no chão. A empresa onde eu e Márcia trabalhávamos havia aderido às medidas de contenção do coronavírus, pelo que tínhamos sido aconselhadas a levar as ferramentas de trabalho para nossas casas, com vista a podermos fazer algum trabalho por lá. Suspirei de cansaço, despi o casaco do meu fato e pendurei-o no bengaleiro de entrada; depois, descalcei as sabrinas e troquei-as pelos meus chinelos cor-de-rosa. Depois dirigi-me para a porta de acesso ao interior da casa e quedei-me ao ver o papel colado nela e a mensagem escrita:

“DEVIDO À EPIDEMIA DO NOVO CORONAVÍRUS, A PARTIR DESTE PONTO TODOS OS VISITANTES TERÃO DE ENVERGAR UM FATO HAZMAT. OBRIGADO, FAMÍLIA SEMEDO”