quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Reavaliada

(história anterior)

Aquele dia havia começado como tantos outros. O meu marido saiu de casa de manhã para ir para o trabalho (mas não sem antes me ter dado um amasso), depois deixei os meus meninos com Helena para ir depois ao ginásio puxar pelo corpo e ao Almada Fórum às compras.
E foi precisamente quando saí do centro comercial que tudo se deu. Dirigi-me para o parque subterrâneo onde havia estacionado o carro, de mala e saco ao ombro enquanto procurava as chaves do carro, quando levantei os olhos e, não muito longe de mim, me pareceu ver duas raparigas asiáticas encostadas a uma das colunas a olharem para mim. Estaquei imediatamente enquanto tentava perceber se poderiam ser as duas capangas daquela doutora maluca e shemale que me havia raptado uns meses antes (e que quase me haviam assassinado a sangue frio, é bom não esquecer!)1; não consegui chegar a uma conclusão definitiva mas, nunca fiando, acabei por virar costas e acelerar o passo, afastando-me do carro – podia e devia ter-me metido nele e arrancado dali para fora, mas o pânico fez-me tomar uma má decisão.