segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Duas lésbicas

 (história anterior)

- Senhora, por favor, isso não… – supliquei, fazendo olhos de cachorrinho para a minha Dona.
- É a Minha vontade, é a Minha ordem. Por acaso estás com vontade de Me desobedecer? – Ela olhou-me de soslaio.
- Não, mas… Senhora, sabe que eu odeio aquelas coisas…
- Pois sei. Por isso mesmo vais usá-las. E se reclamares muito, faço-te usá-las todos os dias.
Estarreci. Se eu já me sentia desolado por ter de andar com algo que eu odiava durante uma tarde, fazê-lo todos os dias era demasiado. Assim, engoli o meu orgulho, peguei em mim e regressei ao meu quarto.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

A caçada

Encostei-me a uma parede para ganhar fôlego e olhei em redor. Aquela zona tinha bastantes esconderijos, mas nenhum me pareceu ideal para tentar arriscar e ficar quieto à espera que o tempo passasse. Assim, quando me senti ligeiramente mais descansado, voltei à fuga.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Memórias da família Karabastos: Alyx Karabastos

Texto encontrado nas ruínas de uma casa situado na cidade de Glyfáda, nos subúrbios de Atenas, traduzido e adaptado à linguagem corrente.

Sou Alyx Karabastos. Não quero que a minha história se perca e seja esquecida. Quero que, mesmo que seja daqui a cem ou duzentos anos, mesmo que seja já depois de os vermes terem reduzido a minha carne e os meus ossos a pó, mesmo que que as minhas filhas já cá não estejam para saber o que aconteceu à sua mãe, todo o mundo saiba o que me aconteceu. Fui uma vítima dos otomanos, esses filhos de uma cadela sarnenta. Assassinaram o meu Mikhael, o homem mais amável e justo que alguma vez colocou pé no mundo, simplesmente por um desses tinhosos me desejar para ele e me querer violar diariamente.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Bonecas

(história anterior)

Um estrondo sobressaltou-me, acordando-me do sonho que estava a ter (que agora nem me recordo qual era). Abri os olhos tentando ver o que se passava mas um foco de luz potente iluminou-me a cara, deixando-me cego.
- Hey! Que se passa aqui?! – gritei, ainda a sentir-me sob a influência do sono.
Os lençóis que me cobriam foram levantados bruscamente e dois pares de mãos agarraram-me pelos braços, arrancando-me da cama com brusquidão. Tentei olhar à minha volta – algo inútil, visto ainda estar encandeado.