segunda-feira, 25 de março de 2024

Quatro décadas, quatro festas (parte 4)

 

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Renovação de votos

Foi já dentro do avião que me pus a pensar nos acontecimentos dos dias anteriores. Tudo o que se havia passado havia sido de uma intensidade que, de facto, eu poderia considerar digna de um marco como são os 40 anos (mesmo que festejados com um ano de atraso). Mas enquanto eu fechava os olhos e deixava a mente reviver essas sensações, não pude deixar de recordar a cerimónia de renovação de votos com o meu marido.

segunda-feira, 18 de março de 2024

Quatro décadas, quatro festas (parte 3)

 

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O labirinto

O meu vôo, contudo, não me ia levar a Portugal: havia recebido uma mensagem de Amélia, a minha irmã mais velha, a dizer-me para aparecer por casa dela para festejamos o meu aniversário. Sorri com ironia: isso significava que a festa de família iria acontecer em territórios franceses; e como a minha irmã mais velha tinha acesso a mundos e fundos e meios, significava que a coisa iria ser em grande!

Assim que cheguei a Paris e depois de tratar das bagagens, saí para a rua e apanhei um táxi rumo a casa de Amélia. Assim que começámos a andar, agarrei no meu telemóvel, mandei mensagens a Lucy e ao meu marido, a avisar que havia chegado e que havia corrido tudo bem. Abri logo de seguida o Instagram, entretendo-me a ver as publicações mais recentes; recebi, entretanto, um vídeo no WhatsApp de Carlos, em que o mostrava a ele mais aos nossos meninos a fazerem salame de chocolate. Ri-me e mandei um “portem-se bem e continuem assim, a mamã não demora a voltar para junto de vocês”.

E foi então que comecei a sentir-me sonolenta. Era verdade que os dias anteriores haviam sido desgastantes e o sono nunca era de muitas horas, pois a paixão era mais forte… e só então reparei que havia uma separação de acrílico entre mim e o condutor – o que até era normal, por causa da pandemia – e que as portas do táxi estavam trancadas. “Pronto, assim começa a festa…” pensei, antes de tombar sobre o banco, sem sentidos.

segunda-feira, 11 de março de 2024

Quatro décadas, quatro festas (parte 2)

 

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Ladies inglesas

Não me iria demorar muito em Portugal, porém; dois dias depois da minha chegada, estava novamente no aeroporto a apanhar mais um avião, desta feita para Inglaterra. Porquê? Porque Lucy, a modelo loira que também estava apaixonada por mim, mandara-me um mail a dizer que eu estava há demasiado tempo sem estar com ela e que me queria fazer uma festa de aniversário, enviando uma fotografia da tanga encharcada “das saudades que tenho tuas e da vontade que tenho de te ver”. Não tive outra hipótese senão deixar o meu marido e os meus filhos e ir ver o que tinha aprontado aquela louca.

segunda-feira, 4 de março de 2024

Quatro décadas, quatro festas (parte 1)

 

(história anterior)

O aproximar da data do meu aniversário começou a deixar-me algo ansiosa: como iria eu fazer a festa naquele ano? Tinha de ser algo grandioso, uma vez que era o meu quadragésimo aniversário, a entrada nos “entas”, mas não queria que fosse algo sobre o qual eu não tivesse o completo controlo, para evitar o que havia acontecido no ano anterior1. Comecei a fazer planos para algo absolutamente “Karabástico” e estava a começar a fazer os primeiros contactos quando a pandemia do coronavírus rebentou em Portugal. Fiquei assustada, claro, por mim, pelo meu marido e pelos meus filhos, e coloquei tudo em pausa, respeitando o confinamento e saindo de casa apenas o mínimo indispensável. Quando as coisas pareciam estar a melhorar novamente, um mês antes da data do meu aniversário, voltámos a entrar em novo confinamento. Todavia, Carlos não deixou que a data passasse impune: uma semana antes, ajoelhou-se à minha frente, entregou-me mais uma aliança e perguntou-me se queria renovar os votos de matrimónio com ele, numa cerimónia restrita apenas a meia-dúzia de familiares. Claro que aceitei! E no dia 19 de Fevereiro, no meio dos campos do Alentejo, fizemos a nossa renovação de votos – no meio do maior secretismo devido à questão do confinamento – e terminámos a noite no nosso quarto, numa sessão de amor, não só sexo, mas puro e verdadeiro amor entre duas pessoas, que durou horas e nos deixou ainda mais apaixonados.

Mas apesar da magnífica cerimónia, sentia que ainda faltava algo… portanto, assim que a pandemia deu mostras de ceder, voltei aos meus planos e contactos para a festa de anos, desta vez, para o meu 41º aniversário. Comecei a preparar as coisas para celebrar com as minhas irmãs; todavia as coisas tomaram uma tal proporção que tive de fazer várias festas para conseguir estar com toda a gente que pretendia celebrar comigo! Este é o relato dessas ocasiões.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Os festejos de Carnaval

 

Pedro achou que lhe tinha saído a sorte grande quando Yulia aceitou namorar com ele. De facto não era para menos: aquela rapariga fazia voltar as cabeças. Nascida na Bielorrússia mas em Portugal havia quase vinte anos, tinha à volta de um metro e oitenta de altura (se bem que parecia sempre ser mais alta graças aos saltos altos que usava constantemente), cabelos loiros normalmente presos num altivo rabo-de-cavalo, olhos verdes e felinos, um corpo escultural com seios roliços, cintura estreita e posterior saliente, rematado com umas pernas enormes e torneadas. Ao invés, Pedro era um rapaz normal, alto e de corpo normal (não costumava ir ao ginásio, o trabalho de consultoria e as viagens nos transportes públicos não lhe davam tempo livre para isso), pelo que todos os dias este agradecia a todos os santinhos por ter sido escolhido por aquela deusa para namorar.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Marido humilhado

 

(história anterior)

O meu último texto começou com uma expressão: “o poder vicia”. E é verdade. Desde que o meu marido Humberto passou a ser membro do meu harém de submissos, comecei a fazer-lhe a vida num inferno, humilhando-o sempre que estávamos no quarto, abanando-lhe à frente dos olhos a chave do cadeado que mantinha em posição o seu cinto de castidade, contando-lhe as minhas peripécias sexuais com o meu restante harém e em como qualquer um deles era melhor que Humberto… Não o conseguia evitar: só a ideia de o emascular me fazia jogar as mãos ao baixo-ventre, que querem? E passaram a ser cada vez mais frequentes os fins-de-semana em que íamos deixar os miúdos em casa dos meus pais ou dos meus sogros (o que, obviamente, gerou entre eles o consenso de que eu e Humberto nos tínhamos voltado a entender… se eles soubessem!) e… digamos que aconteciam coisas. Continuámos a reunir-nos no apartamento do meu Vasquinho; porém, com a casa livre, resolvi também franquear as portas da nossa casa aos meus meninos.