sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Limpezas de hotel

Não posso dizer que goste muito do meu trabalho. Gostava de poder ter seguido algo na minha área de formação, mas esta crise fez com que tivesse de enveredar por uma vida como empregada de hotel. Se bem que “hotel” talvez seja uma denominação algo pomposa para a espelunca onde acabei por arranjar trabalho… Situado numa zona algo decrépita da cidade, aquele era uma espécie de local procurado por pessoas que precisassem de uma cama para darem umas quecas. E escusado será dizer que, no dia a seguir, o estado em que muitos deles deixavam os quartos era de molde a provocar dores de cabeça às desgraçadas que tinham de os limpar e deixar prontos para os próximos clientes – com a agravante de uma dessas desgraçadas ser eu.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

A tortura de Tiago

Sábado à noite é sempre uma boa altura para a diversão.
Pelo menos era essa a minha moral, assim que entrei no bar. Na minha mente, apenas um pensamento: meter-me com o máximo possível de raparigas, com vista a uma boa noite de sexo. E quem sabe… até podia ter realmente sorte e trazer duas raparigas até minha casa. Assim que essa ideia me surgiu na mente, sorri; aproximei-me do barman e pedi-lhe um vodka Martini. Após receber a minha bebida, virei-me de costas para o balcão e comecei a inspeccionar o ambiente.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Contra a parede

- Experimenta este. – disse-me Ela, entregando-me um frasquinho pequeno.
- Sim, Senhora. – assenti, sentando-me na cadeirinha de vime e colocando o pé direito em cima do banco que estava à frente. Suspirei ao sentir as minhas nádegas nuas em contacto com o assento, e aquele movimento fez mexer o plug anal que tinha dentro de mim. Respirei fundo.
Desenrosquei a tampa daquele frasco de verniz, verificando que era o preto; mergulhando o pincel dentro do frasco, dobrei-me e comecei a pintar as minhas unhas do pé direito, lentamente, tentando que ficassem decentes. Não que as minhas precisassem de ficar perfeitas, mas dava-me jeito a prática… Assim que as do pé direito ficaram prontas, passei para o outro pé, colocando-o em cima do banco e tirando o outro lá de cima.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Pornocracia chinesa

Rui corria pela rua fora, tentando chegar ao trabalho o mais depressa possível. O autocarro havia-se atrasado demasiado, as ruas estavam cheias de carros, estava-se em plena hora de ponta – em suma, as leis de Murphy estavam em vigor. Assim, ele acabou por se apear umas paragens antes do previsto para fazer o resto do caminho a correr; não se tratava só de tentar ser pontual, outra chegada fora de horas poderia significar despedimento.
Ele estava com tanta pressa que nem reparou nas duas raparigas orientais, encostadas à parede numa esquina para uma travessa uns quantos metros à sua frente, perto do trabalho de Rui. Quando ele se preparava para passar por elas, uma das raparigas chamou-o e perguntou-lhe, num português bastante aceitável, se sabia o caminho dali para o aeroporto.
- Peço imensa desculpa, estou cheio de pressa… – começou ele.
- Por favor, é urgente. – continuou ela.
Rui agarrou-a gentilmente pelo braço, tentando desviá-la do caminho: faltavam poucos minutos para as 9h. Foi então que a outra rapariga, após olhar em volta, agarrou-o pelo braço com uma força insuspeita e arrastou-o para a travessa, forçando-o a estar imóvel; a outra rapariga, a que havia falado, agarrou num paninho branco, aparentemente encharcado em algo, e encostou-o à cara de Rui. Assim que ele sentiu o aroma de clorofórmio, ficou inconsciente.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Vigésimo

(história anterior)

Algumas coisas mudaram desde a última vez que me foi permitido escrever alguma coisa. Neste momento, eu sou, por completo, posse de Lady Katarinne, e continuo totalmente devoto ao Seu ser, por muito que Ela me humilhe e insulte: continuo loucamente apaixonado por Ela como desde a primeira vez que A vi. Ela pagou-me a depilação total e definitiva do meu corpo (salvo da cabeça e dum triângulozinho no meu baixo-ventre), fez-me deixar crescer o meu cabelo até ficar bem abaixo dos ombros, dizendo-me para o pintar consoante os Seus desejos, e, de vez em quando, solta-me da cama onde eu passo maior parte do tempo e veste-me com roupas femininas, para me humilhar ainda mais. Hoje em dia, para além dos insultos, Ela chama-me de ‘Xana’ e trata-me como uma gaja. E, finalmente, pendurou uma ardósia na parede do meu quarto, com um cabeçalho simples de “Orgasmos”, e, na parte inferior, estava escrito “20 = 1”. Nos últimos tempos, Ela havia instituído uma nova regra: depois de vinte orgasmos que eu A fizesse ter, Ela deixava-me ter um. E assim, dia após dia, Ela sentava-Se em cima da minha cara, para que eu Lhe lambesse a Sua vulva ou o Seu ânus, quer fosse antes dos Seus encontros românticos (para A lubrificar), ou depois destes (para A limpar). Depois de A fazer vir, Ela colocava-me sempre as Suas cuecas na minha cabeça, para me deixar louco com o cheiro dos Seus fluidos. E assim chegávamos àquela tarde, em que estava a um orgasmo do meu prazer…
Olhei mais uma vez para o quadro e para os dezanove risquinhos que preenchiam grande parte da ardósia. Mentalmente, fiz uma prece para que a minha Dona viesse depressa ter comigo, para que eu pudesse dar-Lhe prazer mais uma vez. Estava, como sempre, preso à cama, em X, nu, com o meu cinto de castidade sempre posto e bem apertado, uma coleira de cão no pescoço e uma mordaça na boca.
Estava quase a começar mais uma prece quando ouvi a Sua voz:
- Então, a dormir, sua merda?!
Baixei logo o olhar e vi-A, olhando para mim com cara de poucos amigos. A Sua chibata bateu-me na perna e soltei um gemido de dor, abafado pela minha mordaça. Envergava um underbust de cabedal preto, que Lhe realçava ainda mais os seios volumosos e os mamilos furados, uma tanga preta, também, com abertura sobre o baixo-ventre, umas luvas de vinil pretas, longas, umas botas altas, pelo meio da perna, pretas e com tacões-agulha metálicos. Ao pescoço, Ela ostentava uma coleira preta, com picos.
- Estás a olhar para o quadro, não estás? Estás a sonhar com o teu presente de bom comportamento, não é?
Baixei o olhar, culposamente. Era o que eu mais ansiava… que a minha Dona me desse prazer.
Gelei, todavia, ao ver o que Ela trazia nas mãos. Para além da chibata, Ela trazia também o Seu maior strap-on, com o qual Ela já me havia enrabado inúmeras vezes. E, sempre que o fazia, eu acabava sempre com o meu rabo em chamas… O dildo era longo (uns vinte centímetros) e largo (cerca de cinco centímetros) – muito maior que o meu próprio órgão.
Ela seguiu o meu olhar de preocupação e riu-Se:
- Não te preocupes, Xana, não te vou enrabar esta noite. Este dildo hoje vai ser para Mim… para o Meu vigésimo. – e, dito isto, Ela aproximou-se de mim, os Seus saltos ressoando contra o chão a cada passada Sua, e atirou-me o dildo para cima; em seguida, Ela prendeu-me a armação à cintura, apertando-a bem e ficando eu com o dildo bem espetado no ar.
- Hmm, que delícia… – suspirou a minha Dona – Aposto que desejavas que a tua pilinha fosse do tamanho desse pau, não desejavas?
Ainda sorrindo, ajoelhou-Se entre as minhas pernas e meteu aquele falo na Sua boca, chupando-o e molhando-o; recostei a cabeça contra a cama, a tremer por A ter tão perto de mim, a chupar uma pila presa a mim mas que não era a minha…
Quando viu que o dildo estava húmido o suficiente, a minha Senhora ajoelhou-Se comigo entre as Suas pernas, abrindo o buraco da Sua tanga com dois dedos da Sua mão enluvada o suficiente para que aquele falo entrasse na Sua vulva.
- Agora mexe-te, cabra! – e deu-me uma vergastada na perna com a Sua chibata.
Gemi, e comecei a mover a minha pélvis para cima e para baixo, fazendo aquele dildo entrar no Seu Templo, enquanto eu fechava os olhos e imaginava que era o meu pénis a entrar dentro d'Ela, a dar-Lhe prazer… Gemi mais uma vez quando senti outra chibatada na minha perna.
- Mais depressa, puta!
Acelerei os meus movimentos, penetrando-A com mais vigor, ouvindo-A gemer enquanto as Suas mãos apalpavam os Seus seios, brincando com os Seus piercings como A vira fazer tantas vezes dantes, de olhos fechados.
- É isso… Mais força, cabra… Continua...
Continuei a empurrar aquele falo com força e rapidez para o Templo da minha Senhora, querendo-A fazer atingir o clímax o mais rapidamente possível. Comecei a sentir uma dor nos músculos da perna, pela força que fazia para me levantar e empurrar aquele dildo para dentro da minha Senhora; mas isso não me fez abrandar, pois Ela queria vir-Se – e eu queria fazê-La vir-Se… A Sua chibata começou a fustigar o meu peito, uma e outra vez, para me fazer penetrá-La ainda mais rapidamente.
Então, os Seus suspiros foram substituídos por um gemido forte, mas isso não me fez abrandar: queria agradar-Lhe, queria que o vigésimo fosse ainda mais especial! E continuei a empurrar o dildo para dentro d'Ela, deliciando-me com os Seus gemidos de prazer, à medida que o Seu orgasmo espalhava fluidos pelo strap-on, à medida que estes escorriam às Suas pernas abaixo. Como adoraria poder saborear aquele sumo maravilhoso!
Quando se sentiu satisfeita, a minha Dona levantou-se do meu colo.
- Hmm, que delícia… Às vezes, gostava mesmo que tivesses um pauzinho assim, Xana… – suspirou Ela, enquanto passava as mãos pelos Seus lábios vaginais, encharcando-os com os Seus fluidos e chupando-os; ao ver o meu olhar desesperado, Ela sorriu, voltou a mergulhar os dedos, para, desta vez, os passar pelo meu peito nu, espalhando a Sua essência pela minha pele, fazendo desenhos com ela.
Sempre sorrindo, Ela levantou-se da cama, desapertou-me o cinto do strap-on e tirou-mo, dirigindo-Se de seguida para o quadro. Pegando no giz, olhou para mim.
- Bom, parece que temos o vigésimo risquinho no quadro.
Ansiei por o ver aparecer no quadro… mas a minha Dona não o chegou a desenhar: pousando o pedaço de giz, em vez disso cruzou os braços e virou-Se para mim, levantando um dedo acusadoramente:
- Mas se calhar não… Afinal de contas, este orgasmo não foste tu que o deste. Foi o Meu strap-on. E, assim sendo, continuas com dezanove, Xana...
Olhei para Ela e devo ter uma cara feia, pois o Seu olhar carregou-Se:
- Não estou a gostar do teu olhar, puta! Não concordas comigo, é?!
Engoli em seco: se continuasse a protestar, as consequências podiam ser bem piores… assim, engoli em seco, fechei os olhos e assenti.
- Ah, julgava… Mas hoje sinto-Me generosa, sabes, Xana? E preciso de Me limpar…
As Suas mãos enluvadas agarraram na tanga e puxaram-na para baixo, expondo o Seu baixo-ventre, a Sua tirinha de pêlos púbicos, muito estreitinha… e o Seu Templo, onde eu ansiava poder entrar. Pegou no molho de chaves, sempre pousado em cima da mesa-de-cabeceira, e abriu as chaves que trancavam a minha mordaça. Como sempre, não ousei proferir qualquer palavra, enquanto Ela Se ajoelhava com o Seu baixo-ventre virado para mim e, praticamente, Se sentou na minha cara.
Nem foi preciso a minha Senhora dizer nada: sabia o que tinha a fazer. Abri a boca e enfiei a minha língua na Sua vulva, lambendo-A toda, provando os Seus maravilhosos fluidos. A fragrância daquela essência encheu-me as narinas e acordou o meu pénis, trancado no cinto. Ouvi-A suspirar, com uma mão a agarrar-me no cinto de castidade e a outra a pousar em cima do meu rabo: dois dos Seus dedos não perderam tempo a entrar-me pelo cu dentro. Sobressaltei-me e por pouco não soltei um grito de surpresa; voltei a lamber o Templo da minha Dona, mas não fui rápido o suficiente a retomar o meu trabalho, recebendo, como paga, uma mordidela numa coxa.
- Lambe-Me, puta!
Tentando combater a dor na coxa, onde Ela me havia mordido, voltei a beijar os Seus lábios, a lambê-Los de uma ponta à outra, a beijar a Sua rosinha. Ao mesmo tempo, o meu pénis parecia ganhar mais vida, com a sua prisão a causar-me dores absurdas, em conjunto com os dois dedos que me violavam o rabo. No entanto, não parei de Lhe lamber a Sua vulva, o mais rápido que conseguia…
… e, no momento seguinte, senti a boca molhada, com a minha Dona a atingir mais um orgasmo – esperando que, desta vez, Ela o considerasse válido para a contagem. No Seu êxtase, Ela voltou a morder-me nas coxas, uma e outra vez, enquanto gemia e me enchia com a Sua essência maravilhosa. Fechei os olhos com a dor das Suas dentadas, com a dor do meu órgão na sua prisão, mas era inegável, também, a minha sensação de júbilo por ter conduzido a minha Dona ao prazer supremo, mais uma vez.
Quando as ondas de prazer pararam de percorrer o Seu corpo, Ela levantou-Se de cima de mim, mais uma vez, deixando-me a lamber os meus lábios; voltou a aproximar-Se do quadro de contagem e a pegar no giz, olhando para mim com um sorriso maquiavélico. Esperou um momento, mais outro… e acabou por fazer o vigésimo traço.
- Pronto, puta, podes ficar descansada. Vais ter o teu prémio.
Suspirei de alívio, ao ver a Sua mão agarrar no molho de chaves e tirar, um a um, os cadeados que seguravam aquele aparelho de tortura que havia aprisionado a minha masculinidade durante meses a fio. Sorri quando, finalmente, o meu pénis ficou livre.
- Agora está na altura de te dar a tua oportunidade de teres um orgasmo, também. Se não conseguires…
No entanto, antes de Se ocupar de mim, a minha Dona apressou-Se a colocar-me uma venda nos olhos, para além de me recolocar a mordaça, trancando-a a cadeado.
- Nem penses que te vou deixar ver o que tenho preparado para ti!
Ouvi-A afastar-Se e sair do quarto, regressando uns momentos mais tarde; pareceu-me ouvir um saco de plástico a ser atirado para o chão e a ser aberto. Então, pareceu-me que Ela estava novamente deitada na cama, e não pude deixar de gemer ao sentir um beijo no meu órgão.
- Vá, vamos lá a ver se isto cresce… – e senti a Sua mão e a Sua luva a agarrarem-no com dois dedos.
Comecei a gemer, à medida que aqueles dedos mágicos me masturbavam e me excitavam, e senti o meu pénis a aumentar, de forma que Ela passou a agarrá-lo com a mão toda; e a Sua boca começou a beijá-lo e a Sua língua a lambê-lo… Meu Deus, a minha Dona estava a dar-me prazer como nunca dantes o fizera! Ouvi-A rir-Se novamente:
- Olha, olha… Quem diria que ele sempre cresce qualquer coisinha?!
Estava a sentir-me cheio de desejo, de vontade de poder entrar dentro do Seu Templo e mostrar-Lhe que eu também A podia satisfazer como os homens com quem Ela Se encontrava… Ela chupava o meu órgão com uma mestria fantástica, levando-me quase ao limiar da loucura. Sentia que, a qualquer momento, iria atingir o meu orgasmo, ganho depois de tantos dias a dar prazer à minha Dona e Senhora… Mal ouvi uma restolhada proveniente do tal saco de plástico: estava demasiado absorvido pelo prazer que sentia.
Subitamente, senti algo a ser esfregado na pele da minha barriga… e não consegui evitar de começar a gemer desalmadamente ao perceber o que era. A comichão não enganava: a minha Dona estava a esfregar-me o corpo com urtigas! A sensação era horrível, sentia urticária nas zonas em que Ela havia passado as folhas… e, todavia, a Sua outra mão continuava a masturbar-me, a Sua boca continuava a chupar o meu órgão! Apesar dos meus esforços, de me concentrar o máximo que conseguia no prazer que Ela me dava, o que é facto é que aquelas urtigas não me estavam a ajudar em absolutamente nada – muito pelo contrário! Senti que o orgasmo ficava longe, cada vez mais longe, à medida que a comichão atingia níveis quase insuportáveis: os meus braços lutavam contra as correias que os prendiam à cama, tentando arranjar uma hipótese de me coçar e apaziguar aquela urticária… acabei a soluçar, impotente, incapaz de atingir o clímax, incapaz de aliviar a comichão que havia o meu peito – por influência da minha Dona… Ela ria-Se.
- Então, a Xaninha não se conseguiu vir? Oooh, enfim, tens outra oportunidade daqui por mais vinte…
Não A deixei continuar: gemi, esperneei, completamente fora de mim, frustrado por não ter conseguido atingir o meu orgasmo – afinal de contas, havia conquistado o direito a tê-lo! – por ter tido o meu peito esfregado com urtigas, que me davam uma comichão horrível…
- Estás chateadinha, é?! Então toma! – e senti uma chibatada com força na parte exterior da perna – Toma! Toma! – mais uma chibatada, seguida de outra e mais outra, e ainda mais outra… perdi a conta às vezes que os músculos das minhas pernas foram agredidos, mas, quando, finalmente, Ela parou com a Sua chibata, elas estavam quase como se tivessem levado com um ferro em brasa. Tentei conter-me, mas acabei por soluçar, com lágrimas a escorrerem-me pelos olhos abaixo.
Após o fim daquela sessão de espancamento, a minha Dona tirou-me a venda, não reparando nos meus olhos molhados – ou, se reparou, não fez caso. Em vez disso, aproximou-se do quadro.
- Vou-te ser sincera: as urtigas tinham como finalidade ver se o teu desejo por Mim, pela tua Dona, era tão grande que até era capaz de ultrapassar uma tortura destas. – enquanto ia falando, Ela ia apagando os tracinhos da ardósia escura – Como, aparentemente, não é… temos de fazer algo quando a isso, não te parece, Minha puta?
O meu coração gelou quando a ponta do Seu dedo apagou o ‘2’ do ‘20’ que assinalava o limite de orgasmos; e vi a Sua careta de regozijo quando a Sua mão pegou novamente no giz e desenhou um ‘5’ naquele lugar.
- Pois é, sua vaca. A partir de agora só vais ter direito a liberdade quando me proporcionares cinquenta orgasmos. A ver se, da próxima vez, essa salsichinha sempre se consegue vir…
Recomecei a soluçar, quando Ela me voltou a prender o meu pénis dentro do cinto de castidade. Rindo-se da minha infelicidade, Ela deu meia-volta, agarrando no saco de plástico com o resto das urtigas e saiu do meu quarto, enquanto a comichão que sentia no peito parecia querer desaparecer.

(história seguinte)

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Tease & denial

Sobressaltei-me com o som da porta da frente de casa a abrir-se. Ouvi saltos contra o chão, a percorrerem a casa; então, a porta do meu quarto abriu-se e Ela apareceu, sorrindo como sempre. O Seu longo cabelo dourado embelezava a Sua cara oval, com os Seus olhos verdes a mirarem-me como se fosse uma qualquer espécie de animal. O Seu vestido azul, longo, pelos Seus lindos joelhos, mostrando as Suas pernas lascivas e os Seus sapatos de salto-agulha pretos. Na mão direita, trazia um saco pequeno, cheio de qualquer coisa, que colocou no chão.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

A vingança

Cheguei a casa dele em pulgas. Havia adiado aquele momento até mais não, e naquela altura não aguentara mais. Toquei à sua campainha, e uma voz ensonada soou pelo intercomunicador:
- Quem é?
- Miss Leyla. Abre-Me a porta.
Pareceu-Me ouvir um engasgar, antes da porta do prédio se abrir. O som dos saltos das Minhas botas contra o chão ecoava pelo hall do prédio, enquanto Me dirigia ao elevador e o chamava. Sentia-Me impaciente: o tempo que aquela caixa metálica demorou a chegar ao rés-do-chão para Mim foi uma eternidade. Quando, finalmente, a porta se abriu, fiquei ligeiramente surpreendida por ele não Me ter vindo cumprimentar, como de costume. Melhor assim, dava-Me tempo para organizar as ideias. Carreguei no botão redondo com o algarismo ‘7’ e esperei.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

O treino (parte 8)

continuação...

Essa noite foi a última vez que vi Um. Nenhuma de nós soube o que lhe aconteceu, e as corajosas o suficiente para perguntarem a Lady Jewel qual o seu destino, apenas recebiam de volta um olhar gelado, sinónimo de que o melhor era mudar de assunto. Umas semanas depois, foi-nos apresentada uma rapariga ruiva, que usava um vestido do mesmo tom do de Um e com o mesmo número na bandolete. Foi-nos apresentada como a “Um”, a nossa nova companheira, Sete (uma rapariga – essa era-o de facto – loira e bem bonita, de vestido violeta) foi promovida à condição de "empregada pessoal" da Lady, e foi tudo. Umas comentavam em surdina que a castigada ainda estaria na jaula, dentro da sala de castigos, outras diziam que ela havia sido transferida para a cela novamente… nunca nenhuma de nós soube.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

O treino (parte 7)

continuação...

O dia seguinte surgiu, e depois desse surgiu outro. Comecei a perder a noção da quantidade de dias passada desde a minha saída da cela onde havia sido vergada. Misericordiosamente, nos primeiros dias foi-me permitido recuperar das chicotadas e feridas infligidas durante a minha reclusão solitária, sendo bem tratada à noite por Seis, após a conclusão das nossas tarefas. Nesses primeiros dias fui também chamada algumas vezes por Lady Jewel aos seus aposentos, onde, sob o olhar de Um (acorrentada a um dos postes da cama) ela me fez dar-lhe prazer oral. Com o passar dos dias, após a habitual sessão com Lady Jewel, tive também de dar prazer oral a Um, enquanto a nossa Dona sorria e nos fotografava. Até que chegou mais uma noite de jantar.

domingo, 13 de outubro de 2013

O treino (parte 6)

continuação...

Depois da limpeza dos pratos, Seis pegou em mim e levou-me a conhecer o resto da mansão – ou, pelo menos, das áreas onde a nossa permanência era autorizada. Fiquei assim a saber que aquela casa era absolutamente gigantesca! Dir-se-ia que “palácio” era uma designação mais apropriada. À medida que fui andando pela casa, a minha companheira apresentou-me às minhas restantes colegas. No total éramos 31, entre mulheres e homens feminizados, divididos em grupos de dimensão variável. Numa semana um grupo estava afecto à limpeza da casa, outro às tarefas da cozinha, outro à lavagem da roupa de Lady Jewel – e ainda havia uma empregada com o papel de ser a criada pessoal da nossa dona. Na semana seguinte, havia rotação de tarefas. Todos os dias, acordávamos, comíamos qualquer coisa e tomávamos conta das nossas tarefas, apenas parando para o almoço; à tarde, retomávamos os nossos afazeres – com excepção de um grupo, chamado ao quarto de Lady Jewel para a servir nas suas fantasias sexuais; e, depois de jantar, dois dias por semana, enquanto as encarregadas da cozinha tratavam da lavagem da roupa, as restantes teriam de ir para o salão principal, onde Lady Jewel e alguns amigos as esperavam para se deliciarem com as empregadas. Confesso que fiquei estarrecida quando Seis me falou neste último ponto: ela referia-se a orgias! Apesar de tudo, naquele momento senti-me aliviada, pois, afinal de contas, Lady Jewel havia-me deixado na cozinha, o que, aparentemente, indiciava que eu estaria de serviço lá durante a semana. Ou assim pensava eu…

sábado, 12 de outubro de 2013

O treino (parte 5)

continuação...

Acabei por me deitar no chão, indiferente às arestas que me magoavam. Sentia vontade de urinar; acabei por fazer assim mesmo, como estava, naquela mesma posição, indiferente ao ficar com as pernas a cheirar a mijo.
A verdade é que eu estava a sentir pena de mim mesma. Havia percebido do quanto pode a dor ser uma forma de se controlar alguém, de se vergar uma pessoa à vontade alheia. Por isso desde a Idade Média se utilizava a tortura para se fazer pessoas confessar fosse o que fosse – porque resultava. E resultara comigo.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

O treino (parte 4)

continuação...

Como se pode calcular, passei umas horas absolutamente horrorosas. Para além de estar numa posição terrível e de não arranjar jeito de me colocar confortável, o chão rugoso cheio de arestas feria impiedosamente a minha pele; e tinha ainda as molas nos lábios da rata a causarem-me uma dor insuportável. Durante largas horas limitei-me a soluçar desalmadamente e a pedir a Deus que me ajudasse a salvar daquela situação.
Apesar de ter levado aquele banho de mangueira, ainda me sentia suja em algumas partes. A cara ainda continha vestígios de gordura do jantar, e, para piorar a situação, os ferros que tinha na boca faziam-me babar descontroladamente.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

O treino (parte 3)

continuação...

Como seria de esperar, não consegui dormir nada. Os meus lábios estavam ressequidos: toda eu me sentia a desesperar por uma gota de água, e o chão tormentoso em que e encontrava deitada não me deixava encontrar posição para descansar.
Não sabia quanto tempo havia passado desde a minha captura. Eu nunca fora muito boa a medir o tempo, e estando sem ajuda da luz natural, pior ainda. Talvez ainda só tivesse passado um dia… talvez já houvesse pessoas à minha procura. Não que isso me descansasse sobremaneira: duvidava seriamente que aquela maníaca não tivesse preparado tudo de forma a não deixar pistas em relação ao seu paradeiro. Aliás, tinha uma ideia de que ela já era experiente naquele tipo de coisas.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

O treino (parte 2)

continuação...

Passei umas horas horríveis. Era suposto tentar dormir mas o meu desconforto era demasiado. O meu cabelo estava ensopado em urina e exalava aquele cheiro a casa de banho mal lavada que me enojava e causava vómitos (e tive-os abundantemente), e a sensação das minhas cuecas húmidas no mesmo líquido fazia-me ter nojo de mim própria. Talvez fosse esse o objectivo daquela megera, humilhar-me até ao infinito… mas porquê? Que ganhava ela com isso? Afinal de contas porque havia sido raptada por aquela mulher – supondo que trabalhava sozinha? Tentei libertar-me, debati-me largo tempo, mas as minhas amarras não cederam um milímetro. E foi então que começaram os ataques de choro. O que seria de mim? Quanto tempo demoraria o meu marido a ir à polícia participar o meu desaparecimento?

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O treino (parte 1)

Aquele havia sido um dia demasiado cansativo. Fiz votos de não haver fila na estrada, pois todo o meu corpo suspirava por descanso. Receber chamadas, tratar da logística da distribuição do hipermercado, ter de aturar os colegas… Sentia-me estoirada e farta. Só que… tinha de continuar ali, pois precisava de dinheiro para conseguir sobreviver. As contas não se pagam sozinhas...
Cheguei a casa quase uma meia-hora depois de ter picado o ponto no escritório. Atirei as minhas coisas para cima de um sofá, olhei para o espelho do corredor e pensei ‘Bolas, como me sabia bem um mês ou dois de férias.’ O Paulo ainda não devia ter chegado, ele saía do trabalho mais tarde que eu. Atirei-me também para cima de outro sofá e comecei a sentir o sono a invadir-me...
Um barulho acordou-me. Olhei para o meu relógio de pulso dourado, oferta dele, e vi que tinha dormido quase duas horas. Abanei a cabeça e olhei para o estado catastrófico em que o sofá havia deixado as minhas roupas. Sentia o estômago a dar horas: havia passado demasiado tempo desde a última vez que havia comido. Tirei o casaco e fui até à cozinha, peguei numa fatia de pão e comecei a comer. Então o barulho voltou a ouvir-se: era a campainha da porta, que desta vez tocou durante mais tempo. Gritei um “Já vou! Já vou!” e regressei ao corredor, tentando adivinhar quem podia ser. Até podia ser o Paulo que se tinha esquecido das chaves de casa...
Sorrindo perante a ideia, abri a porta.
Um saco preto envolveu-me a cabeça.
E, a seguir, perdi os sentidos.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Preto e amarelo

(história anterior)

Muitas coisas mudaram em pouco tempo. Para começar, a nossa família tem um novo membro: sem estar nada à espera, dei à luz um bebé – tal como a minha primeira gravidez, totalmente despercebida até ao aborto – a que demos o nome de Miguel. Tivemos de adaptar um pouco a nossa vida, pois nenhum de nós estava minimamente preparado para ser pai tão cedo (apesar de estarmos ambos na casa dos trintas), mas ter um filho acabou por não modificar muito a nossa vida por aí além. OK, dormimos menos e precisamos de o deixar com alguém quando queremos fazer algo mais privado, mas é isso.
Profissionalmente, depois de quase nove anos a treinar o Desportivo de Seixal, o meu Carlos decidiu embarcar numa nova aventura. Os milhões e as estrelas do Barcelona seduziram-no – especialmente depois das eleições do Desportivo, em que foi eleita como presidente a anterior vice da área do futebol, com quem o meu marido tinha uma rivalidade titânica. Assim sendo, tivemos de, com muita tristeza, deixar amigos e familiares (do lado dele) para trás, mudando-nos de armas e bagagens para a cidade condal. Todavia, não fomos sozinhos: Andreia e Ellen seguir-nos-iam algumas semanas depois, assim que elas encontraram trabalho na capital catalã – aliás, nem eu nem Carlos achávamos jeito a estarmos algures sem a presença de ambas connosco. Andreia conseguiu encontrar um trabalho num cabeleireiro dum centro comercial, enquanto Ellen começou a tirar fotos para um site de fétiches espanhol.