segunda-feira, 24 de abril de 2023

O escravo preferido

Amélia Karabastos, membro primogénito da irmandade Karabastos, manteve a sua ocupação de Dominatrix em Paris apesar das constantes idas a Portugal para se envolver com as irmãs e cunhados. Ela possuía um staff de empregados para tratarem da sua moradia – e nesse staff encontrava-se Phillipe, o escravo pessoal da diva. A sua tarefa era, pura e simplesmente, manter Amélia satisfeita, satisfazendo todo e qualquer capricho que ela tivesse. Para além de ajudar nas tarefas domésticas, Phillipe era também o principal parceiro sexual de Amélia… sentindo na pele a voracidade sexual da Dominatrix, que quase todos os dias o penetrava analmente e o usava para estimular o seu clitóris – ou estimular quem ela quisesse, chegando mesmo, por exemplo, a ser emprestado uma vez à cunhada Helena1. E, apesar de nunca o demonstrar, Amélia gostava da competência, da devoção e, às vezes, até da companhia daquele homem, divorciado e pai de dois filhos, com quase mais dez anos de idade que ela e que, quando não estava sob o seu controlo, era banqueiro: já o facto de lhe permitir manter o seu nome próprio, ao invés do restante staff, era garantia de estar num outro patamar. E decidiu proporcionar-lhe uma experiência inesquecível.

Estávamos por alturas do Carnaval e Phillipe ia para casa depois de um longo dia de trabalho. A sua ideia para o resto do dia era tomar um banho, jantar e descansar, uma vez que Amélia o havia dispensado para “relaxar o corpo”, depois de uma semana em que apertara imenso com ele (inclusivamente com ajuda de uma amiga). O homem lembrou-se do que acontecera nessa sessão e sorriu.

Subitamente, Phillipe viu uma figura no meio da estrada; e à medida que se aproximou desse vulto, percebeu que se tratava de uma agente da polícia, que gesticulava para que encostasse na berma da estrada. O submisso obedeceu, ficando a olhar para a agente à medida que ela se aproximava do lugar do condutor, e abriu a janela. Tratava-se de uma mulher morena, com o cabelo preso num carrapito e envergando a habitual farda de Gendarme.

- Boa tarde, Sr. Condutor. – cumprimentou-o ela assim que chegou à beira do seu carro, batendo continência – Documentos, por favor.

- Boa tarde. Aqui estão. – respondeu Phillipe, dando-lhe a carteira com os documentos do carro e a sua identificação.

Passaram-se uns segundos algo constrangedores enquanto a polícia via o que o homem lhe havia entregue.

- Devo avisá-lo, Mr. Battiston, – continuou ela – que ali atrás passou por um radar em excesso de velocidade, pelo que terei de o autuar.

- Passei em…? Ora essa! Eu vim sempre abaixo dos 50 km/h! – protestou Phillipe.

- Há registo da sua passagem a infringir em mais de 30 km/h o limite de velocidade permitido para esta estrada.

- Não pode! O seu aparelho tem de estar avariado.

- Saia do carro, por favor. – ordenou ela, com cara de poucos amigos – Já.

Phillipe ia para abrir a boca mas acabou por se calar ao ouvir aquele tom de voz imperativo, abriu a porta e saiu do carro; no instante seguinte, tinha sido virado de frente para a viatura e encostado à mesma, enquanto as suas mãos lhe colocavam um par de algemas em redor dos pulsos.

- Mr. Battiston, considere-se detido por desrespeito à autoridade. Terei de o levar para a esquadra para tratar dos trâmites legais da sua detenção.

Aquela agente pegou em Phillipe pelo antebraço e levou-o para a parte de trás do carro de polícia que estava parado ali ao pé onde, após ela abrir a porta da mala, enfiou o seu prisioneiro indiferente aos seus protestos, fechando a porta logo em seguida para se sentar no lugar do condutor e arrancar com a viatura.

Cinco minutos depois, o carro deteve-se na berma da estrada, atrás de outro carro que já se encontrava parado. Este era um veículo civil, quase um jipe negro de vidros fumados. A Gendarme saiu do seu carro, abriu o porta-bagagens e retirou de lá Philippe, ignorando mais uma vez os seus protestos; levou-o até à traseira do jipe, abriu a porta e atirou o preso para lá, sem cerimónia, fechando-a logo de seguida e encaminhando-se para o lugar do condutor, onde uma mulher de longo cabelo ondulado preso num rabo-de-cavalo, clássico chapéu de polícia e óculos escuros à là Top Gun olhava pelo retrovisor; apesar dos óculos escuros, o rosto de Amélia era inconfundível.

- Obrigado, Christiane, devo-te uma. – disse a Dominatrix, deixando a mão de fora para que a polícia a apertasse.

- Podes ter a certeza que um dia te cobro o favor, Amélia! – e sorriu.

Amélia soltou uma gargalhada, atirou-lhe um beijo e ligou o jipe, saindo dali. Segundos depois, Christiane também se ia embora.

*

Uma hora depois, Philippe estava a ser puxado para fora do veículo pela Dominatrix. Para além do chapéu e dos óculos, Amélia vestia um casaco branco de vinil, de mangas compridas, uma mini-saia preta e botas brancas de vinil, pelo meio da perna e com umas plataformas que davam à sua dona uns 5 a 10 cm extra de altura. Essa compensação tornava o andar de Amélia um pouco estranho, mas como já era usual ter de lidar com saltos altos e solas de grossura pouco normal, ela não se atrapalhou e, sempre com o seu submisso seguro pela gola da camisa, foi encaminhando Philippe da garagem onde haviam parado para um corredor escuro e estreito. Philippe, ainda sem perceber nada do que se estava a passar, tentava fazer perguntas e estrebuchar, todavia Amélia conseguia ter mais força (apesar da altura das botas!) e continuou o seu caminho, apenas se detendo para abrir uma porta enfiada na parede esquerda do corredor; e chegando aí, atirou o seu escravo para o chão da nova divisão.

- Despe-te! – ordenou.

O submisso demorou quase trinta segundos até se aperceber da situação: estava numa divisão de cerca de cinco metros por sete, de chão de pedra e paredes nuas, iluminada apenas por uma singela lâmpada que pendia do tecto. Havia um armário de metal ao lado da única porta existente; numa das paredes havia dois X desenhados à altura da cabeça de uma pessoa e, num dos cantos mais longínquos, estava um balde de plástico sujo. Assim que o seu olhar caiu em Amélia, soltou uma exclamação gutural.

- M-Maîtresse… – começou.

Amélia não o deixou continuar e deu-lhe uma estalada com força.

- Eu disse-te para te despires.

Philippe engoliu em seco, tentando ignorar a face em brasa, e começou a tirar as roupas. Assim que ficou nu, perfilou-se no meio da divisão. Usava, como todos os servos de Amélia, uma coleira de titânio ao redor do pescoço com o nome da Dominatrix, o seu número de escravo e a data de encoleiramento gravados, e um cinto de castidade CB-6000 a envolver-lhe os genitais.

- Mãos na parede. – ordenou Amélia, enquanto se dirigia ao armário.

Philippe colocou as mãos nos X e ficou à espera, enquanto Amélia abria o armário, colocava umas luvas cirúrgicas de látex e besuntava as mãos com vaselina; de seguida dirigiu-se ao submisso:

- Vamos ver se não trazes nada escondido para a prisão…

Ao ouvir aquelas palavras, Philippe engoliu em seco, abriu as pernas e procurou relaxar ao máximo os músculos; e Amélia, sem perder muito tempo, enfiou a mão direita no ânus do seu submisso predilecto até ao pulso, sentindo o interior daquele recto que já fora por ela diversas vezes violado e abusado. Assim que se sentiu satisfeita, retirou a mão… mas introduziu a esquerda também.

- Só para ter a certeza de que não Me escapou nada. – sussurrou , quase como em modo de desculpa.

Daquela vez a “busca” foi mais demorada, com a Dominatrix a fazer com que os dedos tocassem em todos os centímetros daquele recto, enquanto Philippe tentava aguentar sem soltar um suspiro que fosse. Quando Amélia retirou a sua mão novamente, dirigiu-se de novo ao armário e tirou de lá um banquinho se madeira, um par de algemas e uma máquina de corte de cabelo.

- Senta-te, escravo nº 3. – ordenou, assim que colocou o banquinho no chão.

- Sim, Maîtresse. – Philippe respondeu, sentindo tristeza em voltar a ser tratado simplesmente pelo seu número.

Após algemar os pulsos de Philippe atrás das costas, Amélia ligou a máquina e, com uma precisão cirúrgica e a sua indiferença característica, foi rapando o cabelo do seu escravo, transformando aquela cabeça cheia de cabelo acinzentado numa careca luzidia. O submisso deixou-se ficar quieto, esperando o final de mais aquela etapa de preparação e inquieto para o que se iria seguir.

Depois de mais de meia-hora de trabalho, Amélia desligou a máquina pela última vez e passou a mão pela cabeça agora despida de cabelo de Philippe: ainda se sentiam cabelos. A Dominatrix encolheu os ombros.

- Ainda não está perfeito. Fica sentado.

Segundos depois, ela havia trocado a máquina de barbear pela gilete, pincel e taça cheia de espuma. Laboriosamente Amélia barrou a cabeça toda de Philippe com aquela textura branca e, depois dessa tarefa concluída, tratou de passar a gilete por toda aquela careca, tornando-a ainda mais lisa. Philippe foi respirando lentamente, tentando agitar a cabeça o mínimo possível para evitar algum possível corte que pudesse ser causado pelas lâminas da gilete. Só quando toda a espuma havia sido retirada é que Amélia voltou a fazer a prova, passando novamente a mão pela cabeça do escravo: desta vez, nada se sentia.

- Ah, assim sim! – aprovou ela.

Devolveu os itens de barbear ao armário metálico e regressou à beira de Philippe com um par de luvas de cabedal negro, curtas e com um botão no pulso.

- De joelhos. – ordenou, enquanto colocava as luvas.

Assim que o seu escravo favorito obedeceu, Amélia colocou as mãos nos seus ombros.

- Gostas do Meu uniforme, escravo nº 3?

- Sim, Maîtresse. – foi a resposta pronta.

- Sim? Deixa lá ver… – Amélia olhou para baixo, para o baixo-ventre de Philippe – Oh, de facto tens a Minha pilinha bem inchada! É bom sinal… se calhar vou libertar-ta.

- Obrigado, Maîtresse.

Amélia retirou uma chave pequena de um dos bolsos da farda, agachou-se à frente de Philippe e abriu o cadeado que sustinha o CB-6000 no seu lugar; um segundo depois, o órgão sexual do submisso estava livre e já se levantava.

- E gostas das Minhas luvas? – Amélia, depois de se ter erguido, colocou uma mão na face de Philippe, deixando-o cheirar o odor do cabedal.

- Sim, Maîtresse, muito…

- Eu sei que sim. Aliás, Eu sei que gostas de tudo o que é Meu, de tudo o que Eu uso…

Subitamente, a sua mão fechou-se sobre a boca de Philippe enquanto a outra mão apertava o seu nariz.

- Tu és Meu. Só vives porque Eu quero. Só fodes com a tua mulher quando Eu quero. Só fodes com quem Eu quero. – enquanto falava, Amélia deu um passo à frente, de forma a que as suas pernas ficassem com o pénis do submisso entre elas… e não hesitou em estrangulá-lo também – Só enfias esta merda onde Eu quero… e onde Eu gosto mais de o ver é enfiado dentro de cintos de castidade. Temos de arranjar um mais pequeno para ti, escravo nº 3!

Quando Philippe pensou que ia desfalecer devido à privação de oxigénio, Amélia tirou as mãos enluvada do nariz e boca dele, permitindo-o respirar novamente; e enquanto ele ia solvendo grandes golfadas de ar, ela continuou a falar:

- Aliás… esta estadia na Minha cela vai-Me mostrar se és digno de seres o Meu escravo pessoal.

Voltou a apertar a boca e nariz de Philippe, desta vez durante quase um minuto, vendo-o estrebuchar e debater-se. Isto enquanto continuava a esmagar o órgão sexual dele entre as pernas.

Sempre a sorrir, Amélia deu descanso ao seu submisso, deixando-o recuperar o fôlego enquanto ela voltava ao armário, arrumava os itens que já tinha utilizado e retirava aqueles que ia utilizar a seguir: primeiro retirou duas compridas tábuas de madeira, com três semi-círculos recortados ao longo das duas, unidas num lado por uma dobradiça de ferro e do outro por um trinco com cadeado – uma canga medieval –, e de seguida retirou outras duas tábuas de madeira, mais curtas e unidas nas pontas por porcas de orelhas. Agarrando nos dois objectos, voltou a acercar-se de Philippe, começando por lhe soltar os pulsos das algemas; de seguida, colocou a canga ao redor do pescoço e pulsos do seu escravo, trancando o cadeado para finalizar; e depois agarrou-lhe numa orelha e fê-lo ficar de bruços, pendido para a frente. Amélia desatarraxou as porcas de orelhas que mantinham as tábuas do segundo objecto no lugar, enquanto falava:

- Há muito tempo que não te colocava um humbler

Colocou as duas tábuas a apertar-lhe o topo dos testículos, voltou a apertar as porcas de orelhas e afastou-se, observando o seu escravo favorito: Philippe naquele momento estava impossibilitado de se erguer, uma vez que as tábuas do humbler eram compridas o suficiente para lhe encalharem nas pernas e manterem-lhe os testículos para trás.

- Nunca é demais relembrar-vos de como se usam certos aparelhos de servidão. – continuou Amélia.

Mais uma vez, a Dominatrix regressou ao armário e, desta feita, retirou de lá uma cana finíssima e comprida. Enquanto se aproximava do seu escravo ajoelhado no meio da divisão, ia batendo com a cana na mão enluvada, sentindo o seu peso, medindo o seu volume.

- Escravo nº 3, há quantos anos Me serves? – perguntou.

- Há onze anos… Maîtresse.

- Precisamente. Acho que devíamos marcar esse número no teu corpo. Que tal… em cada nádega? – e a cana foi de imediato encostada à nádega esquerda de Philippe.

- Adoraria esse Seu acto, Maîtresse… – foi a resposta possível.

- Eu sei.

E de repente, a cana foi afastada, para de seguida embater com toda a força naquela nádega. E outra vez. E mais outra. Foram onze as vezes que Amélia fustigou aquele local do corpo do seu escravo, conseguindo acertar todas as pancadas na mesma zona, onde ficou um vergão encarnadíssimo. Assim que as onze pancadas foram concluídas, Amélia mudou de nádega e continuou a sua obra, dando mais onze vergastadas na nádega direita de Philippe, que, apesar de procurar conter as reacções e de morder os lábios, não conseguiu  evitar alguns gemidos, principalmente na parte final.

- Muito bem, escravo nº 3, continuas a ter a mesma resistência de sempre. – aprovou Amélia, assim que deu a última pancada.

 Regressou ao armário e guardou lá a cana, fechando a porta a cadeado e dirigindo-se de seguida para a porta de saída.

- Daqui a bocado trago-te o jantar. Entretanto ficas aí para meditares em paz à vontade.

Riu-se da sua piada e saiu daquele quarto, fechando a porta à chave. A luz também se apagou e Philippe foi deixado na mais completa escuridão e sentindo o desconforto dos objectos que lhe tolhiam os movimentos e as marcas da cana da sua Dona.

*

Passaram pelo menos duas horas até a luz se voltar a acender e a porta a abrir-se. Durante esse tempo, Philippe tivera de mijar no balde que se encontrava no canto da cela, todavia a falta de iluminação não lhe permitiu conferir se acertara no sítio correcto… ele apenas esperava não ter de fazer ali o serviço, senão a experiência seria bem pior.

Eventualmente as luzes lá se acenderam e Amélia reapareceu, carregando uma bacia de esmalte nas duas mãos. Trazia a mesma farda de antes.

- Olá, olá, escravo nº 3! Pronto para a tua refeição? – cumprimentou-o ela.

- Sim, Maîtresse, muito obrigado por me permitir esse luxo…

Amélia pousou a bacia no chão, dirigiu-se ao armário e retirou de lá o mesmo banquinho de antes. Colocou-o à frente da bacia e sentou-se nele.

- Aproxima-te. – ordenou ela.

Philippe obedeceu e olhou para o conteúdo da bacia: tinha um arroz algo esbranquiçado e uma carne de frango desfiada. Parecia ter sido feita há pouco tempo, pois ainda fumegava.

- Posso, Maîtresse? – perguntou ele, debruçando-se sobre a bacia.

- Não.

E Philippe esperou. No momento seguinte, Amélia colocava as suas botas dentro da bacia, fazendo saltar bagos de arroz por todo o lado; esteve espezinhando o conteúdo durante algum tempo, depois ergueu uma bota e cruzou a perna por cima da outra, que se mantinha ainda dentro da bacia.

- Podes comer o que estiver agarrado à Minha bota. – ordenou ela, com um sorriso maldoso.

A custo, Philippe aproximou-se da bota que estava à sua frente e, laboriosamente, foi-a limpando de todos os pedaços de arroz e de frango que estavam esmagados na sola e tacão e espalhados pela superfície do cano. É claro que toda a comida que o submisso retirou da sola da bota tinha também o desagradável sabor da borracha que constituía aquela superfície. Quando aquela nota começou a ficar limpa de qualquer resto de comida, Amélia trocou a posição das pernas, voltando a mergulhar aquela bota na bacia e retirando a outra.

- Tens sede? – perguntou a Dominatrix, olhando embevecida para o trabalho do seu submisso.

- Sim, Maîtresse. – respondeu Philippe entre duas lambidelas.

Este parou de lamber e abriu a boca, enquanto Amélia esteve a agitar a língua dentro da sua boca alguns instantes, para de seguida se debruçar sobre a cara de Philippe e deixar cair uma boa dose de cuspo na sua boca aberta, que ele engoliu com sofreguidão, voltando logo depois a lamber a bota da sua Dona.

Foi precisa quase meia-hora para o submisso acabar a “pratada” que era o seu jantar – e teve de a comer toda da sola das botas da Dominatrix. Quando a bacia ficou praticamente vazia, Amélia levantou-se do banquinho e voltou a guardá-lo no armário. Inspeccionou as suas botas enquanto retirava do seu suporte mais uma vez a mesma cana de antes.

- Espero que tenhas desfrutado da tua refeição, escravo nº 3. Devo dar-te os parabéns, também, pois conseguiste deixar-Me as botas limpas.

- Obrigado, Maîtresse.

Tal como dantes, Amélia colocou-se atrás de Philippe e encostou a sua cana à nádega esquerda dele.

- Mais onze marcas?

- Por favor, Maîtresse.

Com a mesma frieza cirúrgica que a caracterizava, Amélia voltou a desferir onze pancadas com a cana na nádega esquerda de Philippe, conseguindo acertar todas as onze no mesmo local onde, horas antes, já o submisso havia sido fustigado; e a cada pancada a cara de Philippe se fechava tentando conter um grito ou alguma outra reacção. Na nádega direita, ela fez exactamente a mesma coisa, onze pancadas, após as quais Amélia recolocou a cana no local de origem. Quando a Dominatrix se voltou a sentar no banquinho à beira de Philippe, segurava na mão um maço de cigarros e um isqueiro.

- Altura da sobremesa.

Amélia não era propriamente fã de cigarros, mas ocasionalmente, em situações sociais ou mesmo durante uma sessão, não dizia que não ao consumo de nicotina. Essa era uma das tarefas em que Philippe normalmente a ajudava – todavia, devido a ter os braços presos na canga, naturalmente não lhe era possível fazê-lo; de qualquer modo Amélia fez tudo sozinha: tirou o cigarro, colocou-o entre os lábios e acendeu-o com o isqueiro. Inspirou o fumo do cigarro, travou-o e de seguida soprou-o na direcção do rosto de Philippe, que teve um ataque de tosse. Sempre em silêncio, a Dominatrix levantou a canga com a outra mão, expondo o peito e baixo-ventre do submisso, e aproximou a ponta do cigarro do mamilo desprotegido. Philippe mal ousou respirar, sentindo o calor súbito na proximidade daquele ponto extramente sensível, com medo de que o mais leve movimento o levasse a queimar-se… Sorrindo, Amélia desviou o cigarro e voltou a colocá-lo entre os lábios, desfrutando de mais uma passa e voltando a expelir o fumo na direcção da cara do seu submisso predilecto. Daquela vez, o cigarro aproximou-se do pénis de Philippe, ficando à mesma distância que dantes estivera do mamilo, porém sem nunca lhe tocar. Amélia soltou uma gargalhada e, baixando a canga, colocou o cigarro por cima da boca do submisso.

- Abre.

Assim que a ordem foi cumprida, ela agitou o cigarro com o polegar, fazendo com que a cinza queimada se precipitasse na língua de Philippe; já habituado a ser utilizado como um cinzeiro, este engoliu a cinza, fazendo uma cara feia ao sentir a mesma passar pelas goelas. Amélia não mais voltou a ameaçar queimar Philippe, limitando-se a fumar o cigarro até ao fim imersa nos seus pensamentos, quase ignorando a presença do seu submisso, apenas soprando o fumo para a cara dele ou despejando a cinza na língua dele. Assim que o cigarro chegou ao fim, Amélia limitou-se a atirá-lo ao chão e a pisá-lo com o tacão da bota… e por capricho da sorte a beata ficou lá colada. Inevitavelmente Amélia encostou o salto da bota aos lábios de Philippe, que mais não pôde fazer senão retirar de lá os restos do cigarro e engoli-los.

- Muito bem, diria que está na hora de te deixar por hoje. Tenho uma sessão com um cliente daqui a bocado e, infelizmente, neste momento não tenho o Meu escravo pessoal para Me preparar as coisas. – sorriu diabolicamente – Por isso não esperes por Mim, escravo nº 3. Até ao Meu regresso!

Levantou-se, guardou o banquinho dentro do armário, fechou-o à chave e voltou a sair da cela, fechando a porta e desligando a luz, deixando o submisso mais uma vez imerso na escuridão.

*

No exterior da cela onde Philippe se encontrava, o dia deu lugar à noite, e à noite seguiu-se um novo dia. Amélia teve a sua sessão, voltou para a sua moradia, jantou, foi servida pelo seu staff e, antes de se deitar, teve direito a uma massagem no corpo todo. Dormiu como uma pedra, sozinha na sua cama, e acordou no dia seguinte sentindo-se totalmente relaxada e pronta para mais um dia na pele de Maîtresse Amélia K.. Tomou o seu pequeno-almoço, fechou-se no seu escritório toda a manhã para tratar de assuntos relativos à sua profissão de Dominatrix profissional, só saindo de lá quando o almoço estava servido e à sua espera.

Ao invés, Philippe, fechado na escuridão, com mãos e pescoço presos a uma canga e testículos entalados num humbler, agonizou sem qualquer referência que lhe ditasse a passagem do tempo para além das suas necessidades fisiológicas: o escravo urinou por diversas vezes no balde e teve mesmo de defecar nele, o que fez com que o ambiente se tornasse nauseabundo. Sem outra alternativa, Philippe encostou-se ao canto mais afastado da sua cela e tentou pregar olho, sem nunca o conseguir.

Quando a luz do tecto se acendeu e a fechadura da porta se fez ouvir, Philippe agradeceu silenciosamente aos céus. Pouco depois, a sua Dona estava à sua frente, segurando na mão esquerda um cassetete de polícia e na direita um balde preto com restos de comida. Mais uma vez, ela vestia a mesma farda de polícia, com as mesmas botas.

- Bom dia, escravo nº 3!

- Bom dia, Maîtresse. – uma pausa – Espero que tenha dormido bem…

- Como uma Rainha. – e agitou o seu braço direito, colocando o balde e o cassetete no chão – Tenho aqui papinha para ti.

- Obrigado, Maîtresse.

- Mas primeiro temos de tirar daqui o balde das necessidades, que já percebi que utilizaste esta noite. – Amélia foi até ao canto onde se encontrava o balde onde Philippe se havia aliviado durante a noite, pegou-lhe pela asa e saiu com ele da divisão, regressando pouco depois com um rolo de papel higiénico na mão – Pronto, muito melhor o ambiente, só falta mesmo dar um jeitinho ao cu!

E, desenrolando um pouco do papel higiénico, o suficiente para lhe embrulhar a mão enluvada, Amélia tratou de limpar com cuidado o traseiro do seu submisso, introduzindo-o mesmo alguns centímetros dentro do cu dele para o deixar o mais limpo possível; depois enrolou o papel numa bola e atirou-a para o canto, agarrando novamente no cassetete.

- Bom, estávamos a falar de comida… Mas é assim: para comeres, tens de aguentar o Meu cassetete todo dentro de ti. – e Amélia percorreu com a mão direita o cassetete, quase como se o estivesse a masturbar – Todo.

O objecto teria cerca de 20 cm de comprimento até à zona do punho e uns 3 cm de diâmetro.  Philippe olhou para o objecto, engoliu em seco e baixou a cabeça.

- Assim seja, Maîtresse. Quando quiser.

A Dominatrix não disse nada, limitando-se a sorrir; foi até ao armário, tirou de lá um grande boião de vaselina e um preservativo e começou por desenrolar o preservativo à medida que lhe ia colocando lá dentro o cassetete; barrou o cassetete coberto de látex em vaselina, despejando também um pouco da substância no esfíncter anal do seu submisso, lubrificando bem aquela zona. E foi então que, num único movimento, Amélia encostou a ponta do seu cassetete àquele buraco e foi empurrando, vendo o objecto de madeira negra desaparecer até à zona do punho. Sempre a sorrir, fez uma carícia com a mão enluvada na nádega direita de Philippe.

- Muito bem, lindo menino. Sabia que eras capaz. Agora tens de o aguentar todo aí dentro, sem ele sair! – dizia enquanto ia buscar novamente o banquinho para se sentar.

A rotina do dia anterior repetiu-se: Amélia esmagou o conteúdo do balde, batatas cozidas com couve-flor, até ficar quase com uma camada de puré amarelo esverdeado a cobrir-lhe as botas brancas até à zona do tornozelo; depois cruzou as pernas e colocou o pé direito quase encostado à cara de Philippe, para que ele lambesse a comida e, ao mesmo tempo, limpasse a bota e a deixasse limpa e imaculada. Depois os pés trocaram de posição e o submisso continuou a lamber, e teve de lamber durante imenso tempo até que as botas saíam de dentro do balde com muito pouca ou nenhuma comida para ele. Assim que Amélia colocou os pés no chão, Philippe arrastou-se até eles e fez uma última limpeza para garantir que as botas da sua Dona se encontravam irrepreensíveis e a brilhar, isso sob o olhar embevecido da Dominatrix. Quando tudo terminou, ela levantou-se e regressou ao armário.

- Mais onze? – perguntou, enquanto regressava com a cana na mão.

- Sim, Maîtresse.

Amélia passeou até ao traseiro do seu submisso, começando por lhe tirar o cassetete do rabo. Fê-lo com delicadeza e lentidão, mas de uma só vez; e quando o tirou agitou-o à frente da cara do seu submisso.

- Viste o que aguentaste? Muito bem! – aprovou ela.

Depois posicionou-se atrás de Philippe, encostando a ponta da cana à marca roxa que este tinha na nádega esquerda.

- A mais onze anos, meu querido – e deu uma vergastada.

Dez pancadas depois, Amélia passou a fustigar a nádega direita; e tal como nas duas vezes anteriores, a sua cana bateu sempre na mesma zona, sempre no mesmo vergão. Quando aquela sessão terminou, apesar do seu silêncio, Philippe tinha lágrimas a escorrer-lhe aos olhos abaixo.

- Estás de parabéns. Aguentaste tudo o que te fiz durante este fim-de-semana sem reclamares ou dizeres a Palavra. Por isso, acho que mereces uma recompensa.

Amélia ajoelhou-se atrás de Philippe e, com destreza, desapertou as porcas que mantinham o humbler em posição; assim que os seus testículos ficaram livres, o submisso soltou um suspiro de alívio.

- Vamos lá ver se temos aqui algum estrago…

Ajoelhou-se por trás dele e a sua mão direita tocou ao de leve nos genitais que agora estavam livremente pendurados entre as pernas abertas de Philippe; agarrou-lhe no pénis com cuidado e, lentamente, começou a masturbá-lo, percorrendo todo o comprimento do órgão do seu submisso com a sua mão enluvada.

- Sabe bem?

- S-sim, Maîtresse… – gaguejou o submisso, sentindo o bem que aquela mão lhe estava a causar.

- Goza, sente… é teu, mereceste.

Ela continuou a massajar-lhe o pénis, sempre com cuidado, sempre com lentidão, sempre querendo que ele sentisse o cabedal das suas luvas a passar-lhe por cada centímetro dos músculos e vasos sanguíneos e pele que constituíam aquele órgão sexual… A sua mão esquerda acariciou-lhe a face, tocou-lhe nos lábios e enfiou-lhe dois dedos na boca, que Philippe prontamente começou a chupar, saboreando o gosto do cabedal.

- Sabe bem? Gostas das Minhas luvas? Das Minhas mãos?

Ele assentiu, sentindo prazer pela primeira vez em dois dias. O seu órgão estava duro como pedra e parecia que podia começar a largar sémen a qualquer altura. Amélia, todavia, foi contemporizando, abrandando o ritmo dos seus estímulos, querendo que Philippe se viesse apenas quando ela o desejasse: e melhor que ninguém, ela sabia o quanto ele aguentava…

- A Minha mão sabe melhor que uma picha, não é verdade?

Incapaz de falar, ele voltou a assentir, tentando não recordar as vezes que a sua Dona o obrigara a dar prazer oral a outros submissos e a amigos dela. A boca de Amélia encostou-se à orelha do seu escravo; todavia, em vez de falar, ela limitou-se a lamber-lhe a orelha, enfiando a língua no ouvido, penetrando-a com voracidade, como se lhe estivesse a penetrar o rabo. Os gemidos de Philippe foram aumentando de volume, à medida que Amélia também voltava a aumentar o vigor dos seus estímulos, da sua masturbação, do seu abuso da boca do homem…

- Queres-te vir? – perguntou ela, em surdina.

Ele assentiu vigorosamente a cabeça, sentindo que não conseguia aguentar mais.

- Hmm… será que mereces? Não quero que te acostumes a isso, depois só queres vida boa e esqueces-te do teu lugar!

Um grunhido desconsolado saiu da boca de Philippe, tentando aguentar o orgasmo apesar do efeito diabólico das mãos da sua Dona, que não haviam cessado nem abrandado…

- Muito bem, Meu querido, muito bem. Vem-te à vontade, larga tudo o que aí tens…

Amélia não pôde continuar: com um urro, Philippe começou a libertar o seu orgasmo, sentindo o corpo ser invadido por ondas de prazer inenarrável que partiam do seu pénis, viajavam até ao cérebro e depois se espalhavam. A Dominatrix não parou os seus estímulos, querendo deixar o seu escravo bem espremido e sem gota de sémen por libertar! Aquela mão que lhe mexia no pénis passou a acariciar-lhe apenas a cabecinha, recolhendo na palma da mão todos os fluidos que Philippe libertou durante aqueles segundos de júbilo indescritível, após os quais Amélia retirou as suas mãos do corpo do escravo e levantou-se.

- Espero que tenhas gostado desta estadia nas Minhas celas inferiores. Olhando pelo resultado final, – e mostrou a palma da mão direita, em concha, cheia de líquido esbranquiçado – diria que sim. Faltam apenas três coisas, Meu querido Philippe.

Encostou a mão à cara do submisso e este começou a lamber o sémen, o seu próprio sémen, com toda a alegria do mundo por a sua Dona o ter novamente chamado pelo nome; e ignorou o gosto algo repulsivo dos seus fluidos, lambendo até o cabedal da luva ficar completamente limpo e livre de qualquer resto de sémen. Assim que aquele trabalho ficou feito, Amélia inspeccionou a luva e assentiu aprovadoramente na direcção do seu escravo; depois tratou de retirar a canga que desde o dia anterior mantinha os braços e o pescoço de Philippe na mesma posição.

- Maîtresse… – começou ele, mas com um dedo erguido ela calou-o.

Amélia ajudou-o a levantar-se, enquanto ela se agachava e começava a tirar dos bolsos da farda as peças constituintes do cinto de castidade que ele costumava usar.

- Disse que te ia arranjar um mais apertado, mas hoje ainda levas o mesmo. Para a próxima vez, não escapas!

- Agradecido, Maîtresse. – foi a resposta de Philippe, resignada.

Cinco minutos depois, após um pequeno problema com o cadeado, Amélia ergueu-se, deixando o pénis de Philippe novamente trancado.

- Podes vestir-te. A tua saída desta prisão será mais digna que a entrada, isso posso garantir-te. – e riu-se.

O submisso sorriu e foi até ao canto da divisão onde as suas roupas permaneciam abandonadas desde o dia anterior.

Duas horas depois, o jipe de Amélia deteve-se no mesmo local onde, mais de 24h antes, ele havia sido detido por uma Gendarme. O dia era iluminado por um Sol fraco e a meia-altura. O seu carro ainda se encontrava no mesmo sítio. Philippe havia feito a viagem de regresso no banco do passageiro, todavia Amélia não abrira a boca desde a partida, pelo que o submisso respeitou a vontade da Dona e não disse uma palavra que fosse. Só quando o jipe se deteve e que Philippe abriu a porta para sair é que ousou dizer qualquer coisa:

- Muito obrigado por esta experiência, Maîtresse. Não a esperava, e não contava que fosse tão dura comigo, mas espero ter superado os Seus standards.

Ela não respondeu de imediato: deixou-o fechar a porta, abriu o vidro do passageiro e come

- Prova superada, Philippe. Mostraste porque és o Meu escravo favorito. O Meu próximo evento na moradia é no próximo fim-de-semana, por isso apenas vou precisar de ti nessa altura. Descansa o corpo como te disse… mas relaxa que o teu lugar está a salvo.

Fechou o vidro do jipe e carregou no acelerador: poucos segundos depois, Amélia e a sua viatura nada mais eram que um ponto no horizonte. Philippe sorriu e dirigiu-se para o seu carro.



1- ver "Orgia de núpcias"

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