segunda-feira, 10 de outubro de 2022

A primeira sessão

Pedro sempre tivera um amor por nylon, pela sensação de o sentir contra a pele, de se esfregar nele, desde os tempos de adolescente, em que admirava as pernas de sua mãe sempre que vestia collants. Não demorou muito até o rapaz começar a surripiar meias e collants da corda do estendal para vestir, à noite, quando ia dormir. Quando a mãe descobriu, deu-lhe uma chapada por lhe roubar a roupa do estendal – porém o fascínio manteve-se ao longo do tempo…

Após concluir o 12º ano, Pedro foi para Coimbra tirar Engenharia Civil. Longe do controlo dos pais, continuou a explorar o seu fétiche por nylon, por collants, comprando imensos pares para, à noite, as calçar e se sentir como que dentro de um casulo, pois não só as usava nas pernas, mas também no torso e braços, aos dois e três pares, não esquecendo a própria cabeça. E todas as noites Pedro vestia as suas collants e meias, passeava no seu quarto, via-se ao espelho, passava as mãos pelo corpo e, finalmente, masturbava-se até atingir o orgasmo.

Com o tempo, o fétiche de Pedro foi evoluindo. Arranjou uma cabeleira negra (que dizia bem com o seu cabelo escuro) e algumas roupas femininas e passou a usar tudo nas suas “noites de prazer”. O passo seguinte foi adquirir um par de sapatos de salto alto, cremes, e passear pelo quarto ouvindo o clic-clic-clic dos saltos contra o chão – e mesmo com dois pares de collants vestidos, era impossível não se notar a erecção com que Pedro ficava… Todavia este não se considerava homossexual: a sua maior fantasia era a de ter uma mulher a vesti-lo de mulher, a maquilhá-lo de uma forma sexy e usá-lo conforme lhe apetecesse. E foi assim que Pedro começou a sua busca por uma Senhora.

Após algumas semanas de busca, ele entrou em contacto com uma Dominadora intitulada “Rainha Raíssa”. O perfil adequava-se ao que Pedro procurava: Raíssa procurava um homem submisso para inversão de papéis, feminização e humilhação, avisando desde logo que quem aceitasse ser seu escravo teria de ser casto e ter estômago para aguentar todos os seus comandos. Todavia, o que mais fascinara o rapaz fora o aspecto da Dominadora, uma mulher à beira dos quarenta anos de idade, alta, de longo cabelo negro ondulado, luso-brasileira, porte atlético e guarda-roupa exótico – em todas as fotos do perfil ela aparecia vestida de cabedal ou látex, exibindo a sua panóplia de chicotes e adereços de dominação. Depois de dias de conversa, em que Pedro procurara ser sempre o mais cortês e humilde possível, foi marcado um café na baixa de Coimbra, com a ressalva que o submisso deveria aparecer com o seu visual feminino. Este engoliu em seco assim que viu a exigência: nunca ele pensara em andar em espaços públicos vestido de mulher, mas a verdade é que, se ele queria mesmo ser submisso de Raíssa, tinha de o demonstrar…

Uma hora depois, Pedro sentava-se na esplanada do café combinado, esperando a chegada da Dominadora. Estávamos em Outubro, num dia em que a temperatura estava amena e soprava um vento fresco. O crossdresser envergava um vestido de malha bordeaux, de manga curta e que chegava ao meio da perna, collants pretos e sapatos de salto alto cremes. Enquanto esperava por Raíssa, Pedro ia lendo um livro, que tinha também a função de lhe ocultar o rosto para quem estivesse à beira.

Meia-hora depois da hora marcada, Raíssa sentou-se ao lado de Pedro, quase surpreendendo a crossdresser.

- Oi, querida, tudo bem? – cumprimentou a Dominadora, alto e bom som, com uma pronúncia carregada de sotaque brasileiro.

Pedro sentiu-se corar vivamente ao ver que toda a gente estava a olhar para eles; todavia engoliu em seco, levantou-se e cumprimentou Raíssa com um beijo na mão. A recém-chegada trazia um look muito motard, de casaco de cabedal, jeans rasgados, um capacete enfiado no braço, mochila pequena, do tipo desportivo, ao ombro, e botas pretas, rasas, pelo tornozelo. Fez logo sinal ao empregado e pediu um café longo.

- Me desculpa pelo atraso, linda, mas o trabalho Me fez ficar depois da hora… só agora consegui sair. – acrescentou enquanto se sentava.

- Não tem problema, Senhora. – Pedro afundou-se na sua própria cadeira, sentindo-se o alvo dos olhares de toda a gente na esplanada.

Raíssa tomou então as rédeas da conversa, interrogando Pedro sobre tudo da sua vida, inclusivamente dos seus fétiches e fantasias, enquanto o rapaz ficava de todas as cores ao ver-se exposto daquela maneira: por muito baixo que ele respondesse, a Dominadora falava alto e parecia fazer questão de que toda a gente na esplanada ouvisse o teor da conversa.

- Muito bem. – Raíssa declarou assim que se sentiu satisfeita – Tenho que assumir que tu Me agradas como submisso. Se o sentimento for igual da tua parte, vamos até Minha casa para falar do que Eu espero de ti. Fala!

- Bom… Senhora, se eu não estivesse interessado em ser Seu, não estaria aqui…

- Beleza! Então Me espera aqui, enquanto Eu vou pagar a despesa.

Pouco depois, Raíssa guiava Pedro até uma mota de alta cilindrada estacionada num parque ali perto, sentou-se nela e fê-la soltar um ronco, enquanto o crossdresser fazia tenções de agarrar no capacete que estava seguro no suporte traseiro. Assim que se aprontou, a luso-brasileira virou-se para Pedro, bateu no banco da mota como que convidando o rapaz a ocupar aquele lugar; quando ele o fez, fê-lo agarrar-se ao seu corpo, deu uma aceleradela e começaram a descer a rua.


Meia-hora depois, Pedro encontrava-se de joelhos à frente de um sofá na sala de Raíssa, com as mãos atrás das costas, à espera da Dominadora que se havia retirado sem dar explicações, apenas dizendo ao crossdresser para se ir preparando para a “tomada de posse”.

Quando Raíssa chegou, e contra as expectativas de Pedro, ela envergava exactamente a mesma roupa com que tinha saído à rua. Trazia na mão, todavia, duas folhas com escritos de ponta a ponta.

- Muito bem! – começou ela, sentando-se no sofá – Tenho aqui o contrato que vamos celebrar no qual tu cedes toda a propriedade em relação a ti, ao teu ser e às tuas coisas, para Mim. Gosto de ter as coisas formalizadas com Meus escravos.

- S-seus escravos, Senhora? – Pedro gaguejou – Tem mais algum…?

- E se tivesse, qual seria seu problema, moça? – retorquiu Raíssa, interrompendo bruscamente – Em seu contrato você verá que é perfeitamente possível que te faça interagir com outros escravos! Mas não, neste momento não tenho mais nenhum. – acrescentou, com um sorriso.

- Peço desculpa, minha Rainha. – e Pedro baixou a cabeça, beijando a biqueira da bota esquerda da Dominadora.

- Muito bem! Gosto dessa sua atitude. Outra coisa: temos de arranjar um nome mais condizente com seu aspecto: não vou passar todo tempo chamando você de Pedro, viu? Por isso, te vou baptizar de Paula, OK? Gosto do nome… Paula… visto que meu nome é Raíssa de Oliveira, acho que faz sentido que você passe a ser “Paula de Oliveira”. Entendeu?

- “Paula de Oliveira”? Assim se fará, minha Rainha.

- É melhor você ler o contrato e depois assinar, para depois passarmos a assuntos mais… concretos. – continuou Raíssa, entregando uma das folhas a Pedro.

O crossdresser gastou cinco minutos a ler todo o texto do contrato, onde basicamente ele abdicava de todo o livre arbítrio a respeito da sua vida. Teria de obedecer inquestionavelmente à sua Dona, usar tudo aquilo que a sua Dona lhe exigisse e fazer tudo aquilo que Ela ordenasse, sem qualquer direito a dúvida ou hesitação. Qualquer falha seria punida com castigos, que poderiam ir desde a punição corporal até à humilhação pública. Reincidências poderiam resultar na cessação unilateral do contrato. Pedro leu todo aquele texto, depois agarrou na caneta que Raíssa lhe cedera e assinou na linha destinada ao submisso, no final da folha; depois assinou também o exemplar que ficaria na posse da Dominadora e voltou a ajoelhar-se no chão.

- Muito bem. – aprovou ela – Depois Eu te dou tua cópia para você guardar. Vamos iniciar uma viagem de descoberta mútua que nos irá levar ao infinito e mais além. E para isso…

Raíssa levantou-se do sofá e saiu daquela sala; retornou instantes depois com alguns objectos na mão, que colocou à beira da crossdresser.

- Levanta. Mas fica de joelhos à mesma.

Assim que Pedro cumpriu a ordem, Raíssa colocou a coleira que tinha na mão em redor do pescoço dele. Era uma coleira simples, que mais parecia uma gargantilha de brilhantes mas que tinha embutido um fecho à chave na parte de trás. Gravado ao lado do fecho, estavam as palavras “Propriedade de Rainha Raíssa” de forma algo discreta.

- De pé. E levanta seu vestido.

Pedro voltou a obedecer e Raíssa ficou a olhar para o baixo-ventre do crossdresser, coberto pelos collants pretos e por uma espécie de cinta cor-de-rosa com folhos, onde se via já a aparecer um alto. A Dominadora baixou ambas as peças de roupa e pôde ver pela primeira vez o pénis de Pedro, excitado e inchado por ter uma mulher a descobri-lo; ao invés, aquela emitiu um ruído de desapontamento, como se lhe desagradasse o que estava a ver.

- Puta merda, não há rapariga nenhuma que não fique com sua pinta inchada quando Eu a quero ver… Vou ter de tratar disso.

Raíssa ausentou-se durante algum tempo, retornando com um balde na mão que Pedro pôde ver que estava cheio de pedras de gelo.

- Minha Rainha, o que vai… – começou ele.

- O que Eu quiser. – cortou Raíssa.

Ela agarrou numa mão-cheia de gelo e encostou-as ao órgão sexual da crossdresser, que soltou um grito de surpresa e dor.

- Aguenta, Paula! Você tem que desinchar sua pinta! Escrava Minha tem que ter pinta controlada por Mim!

Pedro engoliu em seco e foi aguentando a contínua aplicação de gelo no seu baixo-ventre; e quando o pénis do crossdresser não passava de um pedacito de tecido de meia-polegada de comprimento, Raíssa apressou-se a cobri-lo com um disco de metal brilhante, que apertou em redor dos testículos por meio de uma argola metálica segura na sua posição por meio de um pequeno cadeado. Assim que tudo ficou pronto, Raíssa demorou-se a admirar o seu trabalho: era impossível para Pedro ter uma erecção que fosse com aquela parafernália de metal a apertar-lhe o pénis!

- Minha Rainha, quanto tempo vou ter de usar isto? – e apontou para o baixo-ventre.

- Vejamos… – a Dominadora fingiu pensar afincadamente durante algum tempo – Enquanto Eu quiser. Eu deixei bem claro em Meu perfil, onde você me abordou, que Eu sou seguidora da castidade e de CBT, não deixei?

- S-sim, minha Rainha… – gemeu Pedro, apercebendo-se apenas então do sarilho em que se metera.

- Então pronto, Paula! Se você se comportar bem e Me obedecer, de vez em quando Eu libertarei tua pinta.  Cada desobediência aumentará mais uma semana o tempo que você irá usar Meu cinto de castidade. Para já… diria que, para começar, você pode ficar presa um mês. Que dizes?

Pedro engoliu em seco. A perspectiva de ter de passar um mês com aquele dispositivo metálico a apertar-lhe os genitais não lhe agradava, mas não tinha opção… tinha-se sujeitado aos comandos de uma Dominadora, apenas lhe restava obedecer.

- Agradeço a Sua gentileza e procurarei não A decepcionar, minha Rainha.

- Perfeito! – aplaudiu Raíssa enquanto colocava a chave para o cadeado dos genitais da sua nova aquisição num fio de prata que trazia à volta do pescoço, levantando-se de seguida – Só falta uma coisa para concluirmos a primeira sessão por hoje, submissa Paula de Oliveira. De joelhos à minha frente.

Pensando no que mais lhe poderia vir a acontecer, Pedro obedeceu, enquanto Raíssa agarrava na fivela do cinto e abriu-a, deixando que os jeans que lhe cobriam o torso inferior e as pernas caíssem no chão. O crossdresser ficou aterrado quando viu surgirem umas cuecas cor-de-rosa, de seda… e com um alto enorme! O sorriso de Raíssa era tudo menos benévolo; e quando esta baixou a peça de lingerie e exibiu ao seu novo submisso o seu órgão sexual masculino, erecto e de tamanho superior ao que havia acabado de colocar num cinto de castidade, transformou-se numa gargalhada maquiavélica.

- Que foi, Paula, nunca viu mulher de pau, é? Pois é, Eu nasci homem mas fiz a transição faz vinte anos; mas nunca quis cortar meu órgão, pois fantasiava poder usar ele em meninas tipo você… O gozo que sinto em virar homens, e principalmente aqueles que gostam de se vestir de mulher, é quase orgásmico! Por isso abre a boca, Paula, que Rainha Raíssa tem chupeta para você!

Enquanto falava, Raíssa ia aproximando o seu pénis, pulsante e erecto, da boca do seu novo submisso, que estava absolutamente aterrorizado ante a perspectiva de ter ser obrigado a ter de chupar uma pila verdadeira! A Dominadora agarrou no cabelo do crossdresser, arrancando a peruca que este havia colocado, e passou a segurar Pedro pelos seus verdadeiros cabelos.

- Teu primeiro comando, Paula de Oliveira: chupar o Meu pau até Eu gozar em sua boca. Vai obedecer… ou vou somar mais uma semana ao seu tempo de clausura?!

Pedro olhava estarrecido para a cabeça do órgão que estava a escassos centímetros da sua boca, absorveu as palavras da sua nova Dona… fechou os olhos e acabou por abrir os lábios e fazer com que o pénis lhe entrasse na boca.

- Muito bem, Paula! Agora quero ver de que você é capaz! Quero gozar bem gostoso, viu?

O rapaz fechou os lábios em torno daquele órgão sexual e fez com que ele fosse entrando lentamente dentro da boca até não conseguir mais e sentir a cabeça a embater na garganta. Começou a fazer o movimento inverso, fazendo Raíssa sair da boca, mas a Dominadora olhou para ele algo desapontada.

- Paula, você nunca foi chupada por ninguém? Responde apenas abanando a cabeça!

Abanar positivo.

- E foi assim tão lento como você está fazendo?

Abanar desta vez negativo.

- Então acelera, Minha puta! Já disse que quero gozar bem gostoso, e a esse ritmo vamos estar aqui até para a semana! Vamos, Paula! Ou tenho de te guiar nisso também?!

Mas Raíssa nem deixou Pedro pensar: as mãos dela, que agarravam os cabelos do submisso, fizeram-no não ter outra opção senão aumentar a velocidade com que o órgão da shemale lhe entrava e saía da boca. Esta fechou os olhos, deixou cair a cabeça para trás e mordeu o lábio inferior, sentindo o efeito daquela boca, deixando-a cada vez mais louca e mais próxima do clímax.

- Vai… é isso… Paula, chupa bem fundo…!

O crossdresser, sem outra opção, continuou a dar prazer oral à sua nova Dona até que, finalmente e com um grito de júbilo, a Dominadora se sentiu atingir o orgasmo, inundando a boca de Pedro com o seu sémen enquanto o seu corpo era inundado pelas ondas de prazer que provinham do seu baixo-ventre.

- Estou gozando… puta merda, estou gozando em sua boca… sua boca gostosa, sua gostosa… hmm… delícia…

Não demorou muito até o líquido esbranquiçado começar a escorrer da boca de Pedro, sem qualquer reacção ao sentir o gosto da semente de Raíssa. De súbito, o crossdresser atirou-se ao chão e começou a vomitar, não conseguindo assimilar a ideia de que fora o depósito de um orgasmo daquele pénis que ainda pulsava e largava líquido esbranquiçado, embora com menos frequência e volume que antes. Raíssa, a Rainha Raíssa, olhou para o corpo amarfanhado no chão e acabou por cuspir para a cara dele.

- Para uma primeira vez não foi nada mau, não! Mas você tem que melhorar sua reacção ao Meu gozo, não quero que você desperdice Minha semente desse jeito, viu?! Se voltar a acontecer, soma mais um mês ao seu período de castidade.

Pedro ajoelhou-se, limpando a boca com as costas das mãos e tentando controlar as lágrimas que queriam irromper em fúria.

- Eu… eu peço desculpa, minha Rainha… vou… vou ter de me habituar ao Seu… Seu templo não ser o que eu pensava…

Raíssa ajeitou a sua roupa e voltou a sentar-se no sofá, cruzando as pernas e estendendo a mão; o seu submisso aproximou-se e beijou-a.

- Eu te perdoo, Paula. Mas apenas porque foi a primeira vez. E é por isso que te autorizo a ir embora assim, sem ter de limpar a borrada que você fez. Mas um aviso te vou fazer…

O crossdresser levantou os olhos e ficou a cara da shemale.

- … comece a treinar seu cu. Daqui a seis meses, a única forma que você terá para gozar será quando Eu enfiar Meu zizi em teu cu, por isso comece a ir enfiando plugs e vibradores e o que muito bem quiser para se preparar para Mim! Percebeu, Paula?!

- S-sim, minha Rainha…

- Óptimo. Então some da Minha frente e assim que chegar a casa espero seu contacto no WhatsApp.

Pedro ergueu-se em silêncio, tentando assimilar as palavras que Raíssa lhe havia dito; fez uma vénia, despediu-se com um “Adeus, Rainha Raíssa” e saiu disparado pela porta fora o mais rápido que os seus sapatos lho permitiam, agarrando na peruca e tentando não chorar ao perceber o inferno em que se encontrava, percebendo que estava sob o controlo de uma Dominadora shemale que iria, mais cedo ou mais tarde, tirar-lhe a virgindade anal e usá-lo como se fosse uma vulgar prostituta de rua…

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