quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Reavaliada

(história anterior)

Aquele dia havia começado como tantos outros. O meu marido saiu de casa de manhã para ir para o trabalho (mas não sem antes me ter dado um amasso), depois deixei os meus meninos com Helena para ir depois ao ginásio puxar pelo corpo e ao Almada Fórum às compras.
E foi precisamente quando saí do centro comercial que tudo se deu. Dirigi-me para o parque subterrâneo onde havia estacionado o carro, de mala e saco ao ombro enquanto procurava as chaves do carro, quando levantei os olhos e, não muito longe de mim, me pareceu ver duas raparigas asiáticas encostadas a uma das colunas a olharem para mim. Estaquei imediatamente enquanto tentava perceber se poderiam ser as duas capangas daquela doutora maluca e shemale que me havia raptado uns meses antes (e que quase me haviam assassinado a sangue frio, é bom não esquecer!)1; não consegui chegar a uma conclusão definitiva mas, nunca fiando, acabei por virar costas e acelerar o passo, afastando-me do carro – podia e devia ter-me metido nele e arrancado dali para fora, mas o pânico fez-me tomar uma má decisão.

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Infiltrada castigada

Na década de 1920, ainda antes do golpe de estado que degenerou no Estado Novo, havia um clube em Lisboa em que o acesso era exclusivo aos homens. Era um espaço em que os homens bebiam, fumavam sem pudor nem inibições causadas pela presença das caras-metade, e onde tudo o que se passava dentro das suas quatro paredes era secreto, não podendo ser comentado com ninguém fora do clube, nem com estranhos. Obviamente que tal clube gerou alguma celeuma, com algumas mulheres a manifestarem o seu desagrado devido a, principalmente, não terem entrada naquele espaço. E houve algumas que tentaram entrar à socapa, sendo depressa descobertas e expulsas.

segunda-feira, 22 de abril de 2019

A caçadora e a presa


Não demorei muito a casar-me com Rossana. Fosse lá por que motivo fosse, eu não conseguia deixar de pensar nela quando não a tinha a meu lado, fazia sempre o possível para a ter sempre comigo… Como acho que já tinha dito, estava viciado naquela deusa de pele cor de ébano. Nem por um momento o facto de ela ter nascido homem me causava qualquer confusão: a única coisa que me importava era quem ela era naquele momento. Quanto às outras partes da nossa relação, as mais kinky… estava completamente subjugado à Ma Babanco, adorava estar ajoelhado a seus pés, suportar os seus abusos verbais e físicos – e adorava que ela me comesse com a sua pila enorme. Talvez esteja a soar muito enamorado e fofinho, mas a verdade é que fiquei totalmente arrebatado com a perspectiva de ficar unido àquela mulher para sempre.
Como disse, casámos, numa cerimónia civil, algo muito simples e protocolar. Em contraste, decidimos passar a lua-de-mel em Cabo Verde, terra natal de Rossana, e ficar por lá um mês. Obviamente que não vou aqui descrever tudo o que fizemos durante esse mês: isso seria moroso demais, para além de vocês nãos estarem interessados em grandes textos. Todavia, quero relatar-vos uma das coisas que fizemos, lá para meados da nossa estadia em África…