Pedro sempre tivera um amor por nylon, pela sensação de o sentir contra a pele, de se esfregar nele, desde os tempos de adolescente, em que admirava as pernas de sua mãe sempre que vestia collants. Não demorou muito até o rapaz começar a surripiar meias e collants da corda do estendal para vestir, à noite, quando ia dormir. Quando a mãe descobriu, deu-lhe uma chapada por lhe roubar a roupa do estendal – porém o fascínio manteve-se ao longo do tempo…
Após concluir o 12º ano, Pedro foi para Coimbra tirar Engenharia Civil. Longe do controlo dos pais, continuou a explorar o seu fétiche por nylon, por collants, comprando imensos pares para, à noite, as calçar e se sentir como que dentro de um casulo, pois não só as usava nas pernas, mas também no torso e braços, aos dois e três pares, não esquecendo a própria cabeça. E todas as noites Pedro vestia as suas collants e meias, passeava no seu quarto, via-se ao espelho, passava as mãos pelo corpo e, finalmente, masturbava-se até atingir o orgasmo.
Com o tempo, o fétiche de Pedro foi evoluindo. Arranjou uma cabeleira negra (que dizia bem com o seu cabelo escuro) e algumas roupas femininas e passou a usar tudo nas suas “noites de prazer”. O passo seguinte foi adquirir um par de sapatos de salto alto, cremes, e passear pelo quarto ouvindo o clic-clic-clic dos saltos contra o chão – e mesmo com dois pares de collants vestidos, era impossível não se notar a erecção com que Pedro ficava… Todavia este não se considerava homossexual: a sua maior fantasia era a de ter uma mulher a vesti-lo de mulher, a maquilhá-lo de uma forma sexy e usá-lo conforme lhe apetecesse. E foi assim que Pedro começou a sua busca por uma Senhora.