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quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Os festejos de Carnaval

 

Pedro achou que lhe tinha saído a sorte grande quando Yulia aceitou namorar com ele. De facto não era para menos: aquela rapariga fazia voltar as cabeças. Nascida na Bielorrússia mas em Portugal havia quase vinte anos, tinha à volta de um metro e oitenta de altura (se bem que parecia sempre ser mais alta graças aos saltos altos que usava constantemente), cabelos loiros normalmente presos num altivo rabo-de-cavalo, olhos verdes e felinos, um corpo escultural com seios roliços, cintura estreita e posterior saliente, rematado com umas pernas enormes e torneadas. Ao invés, Pedro era um rapaz normal, alto e de corpo normal (não costumava ir ao ginásio, o trabalho de consultoria e as viagens nos transportes públicos não lhe davam tempo livre para isso), pelo que todos os dias este agradecia a todos os santinhos por ter sido escolhido por aquela deusa para namorar.

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Na carrinha

 

Nos arrabaldes de Paris havia um bosque que era atravessado por uma estrada de alcatrão mal-amanhado e que ia ter a uma zona industrial. Era um dos segredos mais mal guardados que esse bosque, e em especial as bermas dessa estrada, era bastante procurado por quem pretendia sexo fácil, uma vez que ao longo da tira de alcatrão era normal encontrar-se mulheres, dos mais variados tipos, cores e idades, sentadas à espera de quem as quisesse “ocupar”.

No terceiro domingo de cada mês, uma Toyota HiAce bege, do tipo comercial, apenas com lugares e janelas à frente, parava na berma dessa estrada e a condutora, uma mulher loira e de porte imperial, ficava sentada no lugar do condutor, agarrada ao telemóvel, esperando a chegada de algum cliente. E à medida que os meses passavam, aquela Toyota atraía algum movimento, com diversos homens a entrarem pela porta traseira à vez, saindo de lá pouco depois saciados e entregando à loira um molho de notas.

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Infiltrada castigada

Na década de 1920, ainda antes do golpe de estado que degenerou no Estado Novo, havia um clube em Lisboa em que o acesso era exclusivo aos homens. Era um espaço em que os homens bebiam, fumavam sem pudor nem inibições causadas pela presença das caras-metade, e onde tudo o que se passava dentro das suas quatro paredes era secreto, não podendo ser comentado com ninguém fora do clube, nem com estranhos. Obviamente que tal clube gerou alguma celeuma, com algumas mulheres a manifestarem o seu desagrado devido a, principalmente, não terem entrada naquele espaço. E houve algumas que tentaram entrar à socapa, sendo depressa descobertas e expulsas.

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Acordo fechado

(história anterior)

- Luís, chega aqui, se fizeres favor.
Assim que ouvi o intercomunicador que tinha na secretária, levantei-me e saí da minha secretária, rumo ao escritório do Daddy. Estava com o meu visual masculino mas isso não me impediu de balançar as ancas enquanto andava, como fazia quando era a Melanie – ou seja, quase sempre…

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

A dama de espadas

(história anterior)

Este talvez seja o último texto que vou escrever. A minha vida deu uma curva para pior e transformou-se num Inferno muito maior que aquele em que eu já me encontrava. A minha Dona, Lady Katarinne, traiu-me, tratou-me como um objecto desprezado e condenou-me a… bom, vocês verão.

segunda-feira, 22 de maio de 2017

A boneca anti-stress

 (história anterior)

O meu Carlos anda stressado. As coisas no futebol não lhe têm andado a correr como previsto, a saída da Champions League foi dolorosa e a forma da equipa tem sido desastrosa. Vejo a cara com que o meu marido chega a casa e só me apetece abraçá-lo durante meia-hora para o ajudar a animar. Depois do jantar brincamos com os miúdos, após eles irem para a cama vemos uma série qualquer na TV, aninhados os dois no sofá e vamos para a cama… mas mesmo lá eu sinto a sua preocupação, quase vejo as rodas dentadas da sua cabeça a girar, tentando arranjar soluções para a equipa tentar ao menos reconquistar o título. E claro que me custa vê-lo assim tão macambúzio… por isso pensei fazer algo para o animar.
Se de uma vez já me escapuli para o balneário para o seduzir e roubar-lhe as preocupações pela pila1, daquela achei que devia fazer algo em casa. E pedi a colaboração de Andreia e Helena, claro está, até para cuidarem dos nossos filhos (para treinarem como fazer, agora que a filha delas está quase a nascer). Mas não só: à parte falei com a minha irmã e pedi-lhe ajuda para concretizar a minha ideia.

segunda-feira, 24 de abril de 2017

O encontro misterioso

(história anterior)

A partir do momento que tive a minha primeira experiência com um homem, nunca mais eu desejei outra coisa. Talvez eu tenha perdido um bocadinho a cabeça depois de ter sido comida pelo homem das pizzas, mas a verdade é que aquela tarde/noite ficaram-me para sempre na memória. Eu tinha vontade de repetir a experiência!
Todavia, nada me preparara para o que me iria acontecer…

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

O General e a vira-casacas

(história anterior)

Depois de um dia estafante, cheguei ao escritório que tenho em casa e atirei-me pesadamente para cima da cadeira almofadada que estava atrás da secretária. Sentia-me cansado: as coisas no clube não estavam a correr exactamente como eu pretendia, apesar da vitória na Supertaça, pois tinha ainda algumas incertezas no plantel. Qual a lógica de o período de transferências terminar depois do início dos campeonatos?! Para além disso, o meu principal goleador tinha-se lesionado… Fiquei durante algum tempo sentado a massajar a fronte com a mão, totalmente absorto, enquanto eu começava a murmurar o meu mantra que costumava usar quando me sentia lixado da vida:
- Caralhos me fodam se eu não mando estes filhos da puta todos para a cona da mãe deles…

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Homofobia

(história anterior)

O Sr. Américo é uma pessoa idosa de 60 e muitos anos de idade, que habita na casa ao lado da nossa. Todavia, quem olhar para ele não lhe dá essa idade, pois ainda é uma pessoa cheia de vida e força. Infelizmente tem um feitio extremamente amargo: do pouco que se foi sabendo sobre ele (pois ele não é uma pessoa sociável), ele nunca casou, apesar de ter um filho algures que não lhe liga nenhuma – ou vice-versa – e isso reflecte-se nas suas interacções com a vizinhança. Nunca ninguém o ouviu dizer um bom-dia, meter conversa com alguém, nada. E ele tem ainda outro enorme defeito: é homofóbico. Por diversas vezes já me mandou bocas ou insultos a mim ou a Márcia, especialmente quando nos vê juntas. Por norma eu ignoro ou viro a cara para o lado, mas a minha marida, como não é de se ficar, acaba por responder à letra.

terça-feira, 26 de abril de 2016

Vibrações musicais

(história anterior)

A mudança na meteorologia foi uma bênção: estava a ficar farta e enjoada de tanto tempo com nada mais que chuva e frio. Havia coisas que eu gostava de poder fazer, mas que, enquanto o Sol não aparecesse e viesse acompanhado de alguma dose de calor, teriam de ficar na gaveta. Naquele dia, todavia, era o primeiro em que os termómetros chegariam aos 20 °C, acompanhando um Sol radioso; e, como forma de celebrar, o meu Dono havia caprichado, em relação ao meu look para o dia: estava totalmente coberta por borracha. Tinha um catsuit amarelo, em que apenas tinha a cara descoberta – mas em que Ele me havia colocado um hood transparente a envolver-me a cabeça, apenas deixando os meus olhos, narinas e boca descobertos. Ele havia-me vestido umas cuecas de látex pretas com uns suspensórios, de forma a mantê-las bem apertadinhas na zona do baixo-ventre, para além de luvas compridas e meias, tudo em látex preto. Finalmente, tinha nos pés sandálias de salto alto pretas.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

O play privado

(história anterior)

Depois do meu play com Andreia, Carlos, depois de uma breve conversa com a minha irmã (após a qual ela e Helena desapareceram), levou-me com ele, passeando-me pelas diversas divisões da mansão de Miss Silva, vendo quem lá estava e cumprimentando alguns nossos conhecidos, enquanto eu apenas me limitava a olhar para eles de cabeça baixa após lhes dirigir um cumprimento. O nosso passeio continuou até Carlos soltar um grunhido e virar-se para mim.

segunda-feira, 7 de março de 2016

Conquistada

A princesa Shehzadi bint Mhalhāl al-Kholtī era uma das raparigas mais desejadas da cidade de Xelb1, situada no sudoeste da Península Ibérica e um dos últimos bastiões árabes naquela região. Shehzadi, já com cerca de vinte anos de idade, deixava muitos dos habitantes da cidade embasbacados com o seu rosto de traços suaves, olhos amendoados e tez morena, pelo seu corpo esguio apesar de um pouco magro e pela sua farta cabeleira negra, sempre entrançada. Todavia o seu pai, o rei Abū al-Mhalhāl Affan bin Yahyā al-Khalti (o Alamafom das crónicas portuguesas), não autorizaria quaisquer avanços dos seus conterrâneos pela princesa: o monarca tentava estabelecer uma aliança com os Merínidas, do outro lado do Mediterrâneo, com vista ao auxílio contra a cada vez maior e mais próxima ameaça cristã, e Shehzadi estava a ser incluída nas negociações como parte do acordo.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Memórias da família Karabastos: Alyx Karabastos

Texto encontrado nas ruínas de uma casa situado na cidade de Glyfáda, nos subúrbios de Atenas, traduzido e adaptado à linguagem corrente.

Sou Alyx Karabastos. Não quero que a minha história se perca e seja esquecida. Quero que, mesmo que seja daqui a cem ou duzentos anos, mesmo que seja já depois de os vermes terem reduzido a minha carne e os meus ossos a pó, mesmo que que as minhas filhas já cá não estejam para saber o que aconteceu à sua mãe, todo o mundo saiba o que me aconteceu. Fui uma vítima dos otomanos, esses filhos de uma cadela sarnenta. Assassinaram o meu Mikhael, o homem mais amável e justo que alguma vez colocou pé no mundo, simplesmente por um desses tinhosos me desejar para ele e me querer violar diariamente.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Prenda de Natal

(história anterior)

Bom, comecemos por onde costumo começar: pelas novidades da nossa cada vez maior irmandade, aquela parte enfadonha que ninguém gosta de ler mas que eu gosto de contar. A primeira prende-se com o mais recente casal (que já existia há algum tempo mas que só nos últimos meses se oficializou): Andreia e Helena andam numa espécie de “guerra” para decidirem quem vai “usar as calças” na relação, especialmente desde que a minha irmã reavivou o lado dominante da hermafrodita. Não tem havido discussões nem nada do género, mas tem sido uma “guerra” muito erótica, que se calhar até valia a pena ser relatada – tenho de desafiar uma delas para falar disso, sei que vocês deliram com essas coisas.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Peddy-paper

(história anterior)

A empresa de confecção de que o meu Dono era o director passou por um mau bocado por causa da crise. Durante esses longos meses, Ele chegava a casa distante e preocupado, com pouco tempo para mim e, enquanto eu tratava da lida da casa ou da loiça, fechava-Se muitas vezes no escritório fazendo contas à vida e tentando descobrir uma forma de manter a empresa aberta sem despedir ninguém mas ao mesmo tempo fazendo face às despesas e à falta de encomendas. Apesar da Sua falta de tempo para mim, todas as noites eu me entregava a Ele numa tentativa de O animar, para O relaxar, para Ele aliviar a Sua tensão e os Seus problemas em mim; e, modéstia à parte, parecia-me que Ele Se deixava dormir todas as noites um bocadinho mais animado por minha causa.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Enfermeira Isabel

(história anterior)

- Aaaaatchissssssssss!!!
- Santinho! – disse, entregando-Lhe mais um lenço.
Ele assoou-Se, entregando-me de volta o quadrado de papel ensopado em ranho. Depois, com um gemido, deixou-Se cair novamente na cama.
Estávamos na Primavera, época das alergias, e Ele havia sido atacado pelo pólen das árvores que rodeavam a nossa casa. Para agravar ainda mais a situação, nós havíamos feito uma sessão de bondage ao ar livre, com Ele a amarrar-me ao tronco de uma árvore e a fazer-me tudo o que quis – e, enquanto eu estive sempre debaixo de sombra, Ele fartou-Se de andar de cabeça ao Sol. Depois de três ou quatro dias constantemente a espirrar, as crises alérgicas e o Sol na cabeça degeneraram numa constipação severa, de tal forma que Ele havia tido de meter baixa e meter-Se na cama. E, como seria de esperar, eu estava a tentar ajudá-l’O a recuperar. Levava-Lhe as refeições à cama, trazia-Lhe os seus medicamentos às horas previstas e fazia-Lhe companhia durante o resto do tempo, não O querendo deixar sozinho ou sem vigilância – não porque a constipação pudesse degenerar em algo mais sério, mas porque odiava vê-l’O assim tão debilitado…

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Orgia de despedida (parte 2)


continuação...

Quando a porta se fechou atrás de nós, comecei a sentir arrepios pela espinha abaixo. Não sabia o que me esperava, e tive alguma vontade de fugir dali, confesso… mas o braço de Belita impediu-me; e senti logo uma mão nas costas a empurrar-me para a frente. Então detivemo-nos todas, aparentemente sem motivo. Logo a seguir, Ana virou-se para mim, com um sorriso velhaco no rosto. No momento a seguir, algo foi-me preso à volta dos olhos, impedindo-me de ver o que quer que fosse, e senti algo metálico a fechar-se ao redor dos meus pulsos, ficando eu algemada com as mãos atrás das costas. E depois disso recomeçámos a caminhada.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Avaliação de performance

O som dos seus passos ia ecoando pelo corredor do Hospital. Não havia muita gente por ali, e os poucos que havia afastaram-se para a deixar passar. A Enfermeira M era das Enfermeiras de topo daquela instituição, conhecida por ser dura, implacável… e por ter o melhor índice de casos de sucesso, reflectindo-se isso na qualidade dos escravos provenientes das suas “terapias”, que atingiam os preços mais altos. Naquela altura, a Enfermeira loira e de pose altiva dirigia-se para o quarto de um dos pacientes ao seu cuidado, trazendo na mão uma pasta com documentos.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

O salvamento

 (história anterior)

Desliguei o telemóvel e entrei no carro. A morada que me haviam dado era relativamente perto da nossa casa, mas de carro a viagem fazia-se em menos tempo – para além de não ter de ir a coxear com dores todo o caminho.
Menos de cinco minutos depois, parei o carro no exterior de uma pequena vivenda – se compararmos com o tamanho normal das casas da Verdizela. Saí da minha viatura, puxei um molho de chaves do bolso e fui coxeando até ao portão de entrada, sempre agarrado à minha bengala; abri-o e, mais uns passos depois, cheguei à porta principal daquela casa. Escolhi outra chave, meti-a naquela fechadura e abri mais aquela barreira.