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segunda-feira, 18 de março de 2024

Quatro décadas, quatro festas (parte 3)

 

continuação...

O labirinto

O meu vôo, contudo, não me ia levar a Portugal: havia recebido uma mensagem de Amélia, a minha irmã mais velha, a dizer-me para aparecer por casa dela para festejamos o meu aniversário. Sorri com ironia: isso significava que a festa de família iria acontecer em territórios franceses; e como a minha irmã mais velha tinha acesso a mundos e fundos e meios, significava que a coisa iria ser em grande!

Assim que cheguei a Paris e depois de tratar das bagagens, saí para a rua e apanhei um táxi rumo a casa de Amélia. Assim que começámos a andar, agarrei no meu telemóvel, mandei mensagens a Lucy e ao meu marido, a avisar que havia chegado e que havia corrido tudo bem. Abri logo de seguida o Instagram, entretendo-me a ver as publicações mais recentes; recebi, entretanto, um vídeo no WhatsApp de Carlos, em que o mostrava a ele mais aos nossos meninos a fazerem salame de chocolate. Ri-me e mandei um “portem-se bem e continuem assim, a mamã não demora a voltar para junto de vocês”.

E foi então que comecei a sentir-me sonolenta. Era verdade que os dias anteriores haviam sido desgastantes e o sono nunca era de muitas horas, pois a paixão era mais forte… e só então reparei que havia uma separação de acrílico entre mim e o condutor – o que até era normal, por causa da pandemia – e que as portas do táxi estavam trancadas. “Pronto, assim começa a festa…” pensei, antes de tombar sobre o banco, sem sentidos.

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Memórias da família Karabastos: Aella Karabastos

Texto retirado das memórias de Erzebeth Báthory, escritas pelo punho da duquesa.

Aella – jovem grega de nome completo Aella Karabastos, trazida ao meu castelo de Csejte1 pela minha querida Dorka2 sob promessas de uma vida livre de pobreza (relembrá-la para mudar de estratégia, este pretexto começa a estar muito usado). Uma beldade oriunda do Sul, de longos cabelos negros e rosto agradável com dois olhos castanhos lindíssimos, bom corpo, busto firme e longas pernas. Uma boa escolha.
Introduzi-a no meu staff de criadas e nos primeiros tempos desenvencilhou-se bem nas tarefas a seu encargo. Esperei pacientemente que ela cometesse um erro para eu a punir e passá-la para a parte da casa em que eu trato das meninas; todavia Aella conseguiu sempre frustrar esse meu plano, fazendo sempre o que eu lhe pedia, por mais absurdo que fosse.
Finalmente tive de me socorrer da comida, acusando-a de ter deixado a sopa salgada em demasia. Ela barafustou e disse que eu estava errada, o que foi suficiente para eu a acusar de me ter chamado “mentirosa”. Apesar dos seus protestos, foi arrastada para os calabouços onde pude enfim ocupar-me dela.