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segunda-feira, 8 de agosto de 2016

A gata e a rata

 (história anterior)

Vou ter de confessar algo: ter sido forçada a andar de cinto de castidade não me fez bem nenhum. Pode parecer algo ridículo, mas ter passado semanas em abstinência sexual começou a fazer-me sentir desesperada e algo sedenta de sexo, coisa que eu nunca fora na vida. Mas eu tornara-me dependente de Márcia e de tudo o que ela me fazia, e ver-me privada disso, dos seus estímulos, das suas “torturas”, dos seus abusos, para mim era demais. Todavia, ela havia-me imposto aquela abstinência com um motivo, o de me obrigar a alimentar-me decentemente, e eu eventualmente acabei por o cumprir a ver se voltava a ser a sua puta.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Demasiado tempo na Internet

(história anterior)

“ola bonita”
Sorri ao ler a mensagem de Sanjeev. Rapidamente os meus dedos teclaram um “olá, querido”. Então, a minha atenção regressou à minha quinta online.
Sim, eu estava viciada no Farmville. Era uma boa maneira de passar o tempo depois do trabalho, enquanto eu aguardava que Márcia chegasse do seu emprego. Achava divertido tomar conta daquela quinta virtual enquanto interagia com outra malta, de outros continentes, pessoas de quem eu nunca havia antes ouvido falar. Com o tempo, comecei a falar com alguns dos meus “vizinhos” a respeito de coisas corriqueiras, do dia-a-dia. Um deles chamou-me a atenção, principalmente porque a primeira coisa que me disse foi “és bonita” – sim, eu fraquejo sempre que me elogiam. O seu nome era Sanjeev Sidhu e era da India. Ele trabalhava como fotógrafo, e mais de uma vez ele dissera que gostava de se encontrar comigo e fazer uma sessão fotográfica comigo. Fiquei lisonjeada (quem não ficaria?) mas, mais de uma vez, eu lhe falei da minha relação com Márcia – e, claro está, mencionei a disposição azeda da minha marida em relação a mim e outras pessoas. Obviamente, ele nunca me levou a sério.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

A gata

Tudo estava estudado até à exaustão: a planta do banco, as rotações dos guardas, as horas em que, previsivelmente, haveria mais dinheiro em caixa, tudo. Escolhido o dia para levar a cabo o roubo, foi só esperar.
E o assalto correu às mil maravilhas: entrei no banco, sabendo de cor onde estavam as câmaras, e inutilizei-as com um tiro em cada uma. Apontei de seguida a arma a um dos funcionários, ameacei que o matava se ele não me desse todo o dinheiro da caixa, mantive os restantes (poucos) clientes sob vigilância, e, assim que os sacos ficaram cheios de notas, peguei neles e saí da instituição bancária. No total, devo ter demorado uns dois minutos. Corri para o meu carro, meti-me dentro dele e fugi dali, antes que os carros da Polícia chegassem.
Depois de ter passado os limites da cidade, não resisti a dar uma gargalhada e removi a máscara. Tudo corria sobre rodas, até bem melhor do que eu havia planeado. Liguei o rádio para tentar ouvir as notícias e saber o que a Polícia poderia já saber sobre o “ladrão”…
…e quando voltei a olhar para a estrada, estava um gato no meio da faixa de rodagem.
Instintivamente, dei uma guinada no volante para o tentar evitar, saí da estrada e fui embater contra uma árvore com um estrondo ensurdecedor; o airbag rebentou-me na cara, quase me sufocando.
Abri a porta do carro e saí, agarrado ao peito – o cinto de segurança magoara-me, com a força que fez para me agarrar ao banco. Olhei para a estrada, em busca do gato… mas não o vi.
- Filho da puta!! – gritei.
Subitamente, ouvi uma voz por detrás de mim.
- Isso não são modos de falares dos meus meninos… – e admirei-me, porque a voz era feminina – e algo sensual.
Voltei-me para trás, para a árvore, e vi uma mancha escura encoberta pela folhagem. Parecia estar poisada em cima dum dos ramos mais fortes. Então, essa mancha desceu da árvore, com um salto mortal, ficando à minha frente…
A mulher que estava à minha frente estava coberta por vinil dos pés à cabeça. O seu fato aparentava ter sido cosido de inúmeras partes, mas o resultado final revelava e acentuava as suas curvas lascivas. No seu gorro, haviam sido acrescentadas duas pregas que se assemelhavam a orelhas de gato, e o seu olhar felino olhava-me de alto a baixo. Tinha um cinto de metal, onde se encontrava preso um chicote de cabedal enrolado.
Estremeci, lembrando-me dos rumores que havia ouvido: aquela só podia ser a Catwoman, uma das mais estranhas personagens a aparecer nos últimos tempos – uma espécie de justiceira, a tentar corrigir as injustiças do mundo – e, especialmente, a tentar travar as injustiças contra mulheres. Dizia-se que ela era bastante instável…
- E então, não dizes nada? – ela continuou – A gata comeu-te a língua?
E, na verdade, eu não conseguia dizer palavra – estava a tentar descobrir uma maneira de me livrar daquela situação. Não sabia bem o quão perigosa podia ser aquela adversária, mas o meu sexto sentido avisava-me que não seria pêra doce.
- Escuta… – disse, finalmente – eu sou alguém inofensivo, e estou com alguma pressa de sair do estado. Eu tenho ali um saco com algum dinheiro, tu ficas com metade e deixas-me ir embora em paz… pode ser?
Pareceu-me ver um lampejar no seu olhar.
- Dinheiro…? Hmm… – o seu olhar caiu sobre um gato preto que estava perto da sua perna – Ena, Miss Kitty, eu diria que este senhor é o que acabou de roubar o Banco Central…
Naquela altura, vi-a distraída, e fui dominado pelo instinto; senti que me tinha de livrar dela. Num ápice, a minha mão agarrou a pistola que trazia enfiada nas calças… e, no momento em que começava a apontá-la na direcção daquela aberração, já o seu chicote se enrolava no meu braço; com um grito de dor, abri a mão, e deixei o revólver cair no chão.
- Tsc, tsc, tsc… não é assim tão fácil dares cabo desta gata. O que dizes, Miss Kitty, levamo-lo para casa? – e voltou a olhar para a gatinha que estava sentada à sua beira, como se nada fosse.
A gata deu um miado.
- Bom, também concordo. – e começou a aproximar-se de mim, enquanto eu comecei a sentir os cabelos da nuca a levantarem-se.
A partir daí, não me recordo de mais nada.

Quando recuperei a consciência, estava num espaço apertadíssimo – uma espécie de jaula, aparentemente. Agarrei as grades e tentei forçá-las, mas nada – eram demasiado fortes. E então constatei outra coisa: que a minha mão estava diferente: possuía pêlo preto e unhas grandes… gritei, horrorizado, mas a única coisa que ouvi foi um miado abafado. Apalpei a zona da cabeça, e senti que tinha uma espécie de capacete colocado.
Então, ouvi o som das botas de Catwoman a ressoarem no chão, e então, ela apareceu no meu campo de visão.
- Ora bom dia, minha gatinha!! – abriu uma das portas da jaula, agarrando numa corrente que estava presa a algo no meu pescoço; puxou-a, e fez-me sair, gatinhando, de dentro da jaula – Bem-vinda ao meu espaço de brincadeira!
Era um lugar lúgubre e escuro, com muitas correntes à vista. Dir-se-ia mesmo uma espécie de masmorra… havia jaulas como a minha, espalhadas um pouco por todo o lado, algumas penduradas ao tecto, outras mais estreitas ou mais baixas; viam-se, aqui e ali, algumas cadeiras com algemas, chicotes, camisas-de-forças…
Olhei para a mulher vestida de vinil que estava à minha frente e me segurava pela “trela”. Tentei perguntar-lhe o que havia ela feito, mas, mais uma vez, só saiu um miado aflitivo.
- Ah, minha querida… realmente, o fato que fiz para ti fica-te a matar. – pareceu sorrir – Arranjei-te um belíssimo catsuit de veludo, com unhas incluídas – mas, claro, daquelas que não magoam – e uma máscara que se assemelha à cabeça de um gato… e que te faz falar como um manso gatinho. Está já preparada para te alimentares, portanto não vai ser preciso retirar-ta quando for horas da refeição.
Enquanto falava, puxava pela corrente presa ao meu pescoço, até me fazer deitar numa cama – ou num cavalo – estreita. Prendeu os meus pulsos às algemas que possuía de lado, e de seguida colocou-se à minha frente. Acariciou a minha cabeça felina, e deu uma gargalhada:
- Fica-te mesmo bem, minha gatinha… Agora, altura de copular contigo.
Ainda não havia percebido porque me apelidava ela de “gatinha”… e creio que terá sido por aquela altura que vi o gigantesco falo preso ao seu baixo-ventre. A tremer de medo, vi-a a desaparecer do meu ângulo de visão, e senti as suas mãos – com as suas garras a tocarem-me na pele – a agarrarem-me pela cintura.
- Ronrona para mim, minha bichinha…
A dor que senti no meu ânus foi imensa, e gritei de dor – mas da minha boca (ou focinho) apenas saiu um ronronar, à medida que era penetrado pelo dildo daquela megera. Ela sorriu, deu uma gargalhada e continuou a furar-me a seu bel-prazer.
- Vais ser o meu animalzinho de estimação mais querido, minha bichaninha… Miau. – e passou-me a língua pela espinha, voltando a penetrar-me fortemente.