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segunda-feira, 5 de setembro de 2016

O General e a vira-casacas

(história anterior)

Depois de um dia estafante, cheguei ao escritório que tenho em casa e atirei-me pesadamente para cima da cadeira almofadada que estava atrás da secretária. Sentia-me cansado: as coisas no clube não estavam a correr exactamente como eu pretendia, apesar da vitória na Supertaça, pois tinha ainda algumas incertezas no plantel. Qual a lógica de o período de transferências terminar depois do início dos campeonatos?! Para além disso, o meu principal goleador tinha-se lesionado… Fiquei durante algum tempo sentado a massajar a fronte com a mão, totalmente absorto, enquanto eu começava a murmurar o meu mantra que costumava usar quando me sentia lixado da vida:
- Caralhos me fodam se eu não mando estes filhos da puta todos para a cona da mãe deles…

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Amanda (parte 2)


Uma meia-hora depois, o meu novo corpo feminino já estava tapado. Como, pelos vistos, eu agora era “irmã” daquelas duas malucas, pensei que tivesse de vestir uma farda semelhante às delas; e, naquele momento envergava um vestido verde-marinho e branco a simular uma farda de enfermeira, de manga curta e que me chegava a meio da perna, mas apenas isso. Elas haviam-me calçado daqueles sapatos para andar em pontas, com salto-agulha, e entregaram-me umas canadianas para conseguir andar sem cair; e mesmo assim fui andando apoiado por Ana, enquanto Andreia seguia à nossa frente. 

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Amanda (parte 1)

(história anterior)

Demasiadas destas histórias começam sempre da mesma maneira: com o sujeito a ser colocado inconsciente e a acordar preso a algum lado e à mercê dos seus captores (ou suas captoras), que irão submetê-lo a toda a espécie de torturas e abusos maioritariamente sexuais. Por isso mesmo, vós deveis estar à espera que este seja diferente.

segunda-feira, 21 de março de 2016

Nas mãos das SS (parte 1)

John Mullin, oficial de voo do esquadrão nº 540 da britânica Royal Air Force1, estava numa situação bastante complicada. Ele havia sido escolhido para uma operação de reconhecimento pela zona noroeste da Alemanha nazi com vista ao possível lançamento de uma missão mais pesada, de bombardeamento; o objectivo era tentar abrir um espaço para as forças aliadas tentarem entrar em território inimigo. Já nessa altura John havia sentido um nó na garganta, por compreender que aquela era basicamente uma missão suicida: apesar de ele pilotar um dos rapidíssimos aviões “Mosquito” da RAF, aquela zona estava minada de aviões da Luftwaffe2 e navios da Kriegsmarine3, e o facto de o seu voo ter sido agendado para a noite não havia feito nada para ajudar a diminuir aquela sensação. De facto, o “Mosquito” que John e o seu co-piloto tripulavam nem sequer conseguiu iniciar a sua operação de reconhecimento, tendo sido avistado assim que chegou a terra; minutos depois, meia-dúzia de caças Messerschmitt Bf 109E apareceram no ângulo de visão de John e este amaldiçoou imediatamente a falta de armas daquele aparelho. Temendo pela vida (e pela do colega), John dera meia-volta ao seu avião, tentando utilizar a superior velocidade de ponta do “Mosquito” para fugir aos seus atacantes – todavia o avião fora apanhado pelos Bf 109E após ter completado a manobra. Sem qualquer arma e sem tempo de se colocar em fuga, o “Mosquito” fora presa fácil para os caças nazis, que o fizeram despenhar-se. John e o co-piloto haviam conseguido saltar do avião a tempo, mas haviam-se separado durante a queda, ficando cada um por si.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

No meio de nenhures

 (história anterior)

- Márcia, ainda aqui está?
- Sim, Sr. Monteiro, estou a ver se despacho este projecto. Calhava entregá-lo quanto antes, os clientes estão algo chatos…
- Ah, percebo. – uma pausa – Que é feito da Andrea?
- Já saiu, disse-lhe para ir para casa, isto não é nada com que ela me possa ajudar de qualquer maneira…
- Ah, OK. Tente não queimar muitas pestanas, sim, Márcia? Não queira ter uma vida como a minha, cheia de úlceras e divórcios… nenhum trabalho é mais importante que a nossa vida.
Márcia riu-se.
- Não se preocupe, Sr. Monteiro, daqui a bocadinho já me vou embora.
- OK, OK. Bom fim-de-semana, Márcia.
- Bom fim-de-semana, senhor.
Ouviu-se uma porta a bater; após uns segundos de espera, Márcia baixou a cabeça e olhou para os pés da secretária.
- Pronto, querida, estamos a sós.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Enfermeira Isabel

(história anterior)

- Aaaaatchissssssssss!!!
- Santinho! – disse, entregando-Lhe mais um lenço.
Ele assoou-Se, entregando-me de volta o quadrado de papel ensopado em ranho. Depois, com um gemido, deixou-Se cair novamente na cama.
Estávamos na Primavera, época das alergias, e Ele havia sido atacado pelo pólen das árvores que rodeavam a nossa casa. Para agravar ainda mais a situação, nós havíamos feito uma sessão de bondage ao ar livre, com Ele a amarrar-me ao tronco de uma árvore e a fazer-me tudo o que quis – e, enquanto eu estive sempre debaixo de sombra, Ele fartou-Se de andar de cabeça ao Sol. Depois de três ou quatro dias constantemente a espirrar, as crises alérgicas e o Sol na cabeça degeneraram numa constipação severa, de tal forma que Ele havia tido de meter baixa e meter-Se na cama. E, como seria de esperar, eu estava a tentar ajudá-l’O a recuperar. Levava-Lhe as refeições à cama, trazia-Lhe os seus medicamentos às horas previstas e fazia-Lhe companhia durante o resto do tempo, não O querendo deixar sozinho ou sem vigilância – não porque a constipação pudesse degenerar em algo mais sério, mas porque odiava vê-l’O assim tão debilitado…

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Distracções

Nunca fui muito fã de fazer análises ao sangue. Sempre que o médico me diz que está na altura do ano para as fazer, fico logo a engolir em seco. Não tenho nada contra fazê-las, atenção… o meu problema é com as agulhas. Sempre que penso na ideia de me deitar na marquesa e entregar o meu braço ao enfermeiro ou à enfermeira para me espetarem a agulha da seringa e me tirarem um bocadinho de sangue, sinto-me logo com tonturas; e na altura em que realmente tenho de o fazer, fico da cor da parede… e se só acontecer isso, já é bastante bom: houve alturas em que desmaiei, tendo voltado a mim de pernas para cima.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Prisioneiras de guerra (parte 2)

continuação...

Enquanto isso, Nadja arrastava a sua presa pelo convento fora, sempre por aquele corredor claustrofóbico, com aberturas para outras divisões, corredor esse que deu para um outro, mais amplo e a céu aberto, com uns degraus à frente; elas subiram aquela escadaria composta por lajes grandes e encontraram-se em mais um espaço onde se podia ver o céu encoberto por cima e sentir-se uma aragem gelada. Nadja e a rapariga entraram num outro corredor, este mais curto e que levou a mais um lanço de escadas, que, no topo tinha uma porta larga, de carvalho e com duas fechaduras. A agente da Gestapo puxou do seu molho de chaves, abriu as duas fechaduras e empurrou a prisioneira para dentro da nova divisão, entrando logo a seguir e voltando a trancar a porta.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Prisioneiras de guerra (parte 1)

França, 1942. Aquela noite, numa aldeia situada não muito longe de Paris, no departamento de Yvelines, era de retribuição. No dia anterior, um comboio que transportava víveres para as tropas do III Reich fora dinamitado para fora da linha à passagem da estação que servia a aldeia, provocando a morte do maquinista e do fogueiro que operavam a locomotiva. Quando a notícia se soube, os soldados alemães invadiram a povoação, de armas em punho, controlando tudo e todos. Estranhamente, não se disparou um tiro, não se ouviu um grito: os soldados limitaram-se a ficar nas suas posições, atentos a todo o movimento, de armas engatilhadas. Assim que a escuridão caiu sobre aquela zona, começou a acção: os soldados irromperam por todas as casas, de uma ponta à outra da povoação, retirando à força todas as mulheres, novas ou velhas, e alinharam-nas na praça central, de mãos amarradas atrás das costas e a olharem para o chão, a maioria delas com olhos cheios de lágrimas e a tremer de medo. Os homens foram fechados em casa, com as suas lutas contra os captores a serem detidas à coronhada e bastonada – os soldados haviam recebido ordens de não dispararem um tiro, excepto em casos excepcionais.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

A terceira pessoa

(história anterior)

Fui até à casa de banho e lavei os dentes. Ana já estava deitada, de lingerie vestida (ela adorava dormir com roupas sexy vestidas, às vezes mesmo com sapatos ou botas, que se há-de fazer?) e à minha espera. O relógio marcava “22h53” – não era tarde como de costume, mas tínhamos pensado em entretermo-nos um bocadito antes de dormir. Por isso mesmo, despachei-me a lavar os dentes, pensando já no que iria acontecer naquela noite; algumas ideias, confesso, fizeram-me ficar “de pau feito”…

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

La Mère Noël

(história anterior)

Acordei sentado em cima de algo, com a cabeça a latejar, sentindo-a com um peso enorme e a boca a saber a papel de música. Agitei a cabeça, tentando sacudir os restos do torpor, resistindo à enxaqueca e tentando recordar-me do que acontecera antes. Lembrava-me que, depois de termos passado o dia de Natal com a minha família e de os meus pais terem ficado com o Miguel até ao dia de Ano Novo (avós babados e essas coisas todas), Ana havia-me levado a almoçar a um restaurante no Seixal e bebera mais que a conta… ou não? Havia detalhes que não estavam claros, até porque eu recordava-me de ter bebido dois copos de vinho tinto e já me ter sentido zonzo… Levantei a mão e tentei esfregar a cabeça, mas demorei algum tempo a perceber que tinha os pulsos amarrados atrás das costas. Foi preciso ainda mais tempo para descobrir que estava completamente nu, de tornozelos atados aos pés da cadeira, num local escuro e apenas iluminado por uma lâmpada que pendia do tecto – espaço que, cada vez mais, me parecia a “salinha de interrogatórios” da cave da nossa casa.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Escravas em celas (parte 2)

continuação...

Um par de horas mais tarde (penso eu), ouvi uma porta a ser fechada. Abri os olhos e vi Andreia a aproximar-se das nossas celas, com duas taças de metal nas mãos. Ela colocou-as no chão, abriu a porta da minha cela e entrou, colocando-me as taças perto de mim.
- Vá ver, come. – disse ela, saindo e, aparentemente, indo buscar as taças para Ellen. Aproximei-me das minhas e olhei para lá. Água e, aparentemente, comida para chão… sempre o mesmo cliché.
- Porra, por uma vez podiam dar-me algo diferente… – resmunguei. Quando levantei o meu olhar, vi Andreia e Ellen a olharem para mim. Ellen estava chocada, enquanto a minha irmã estava desagradada.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Escravas em celas (parte 1)

(história anterior)

- Glasgow, hein? – perguntou Andreia.
- Sim… o Desportivo vai lá jogar amanhã para a Liga dos Campeões. – respondi, colocando mais roupa dentro a mala de viagem.
Como de costume, quando a equipa de Carlos ia jogar fora de casa, eu acompanhava-o, na condição de “mulher de futebolista” – políticas do clube (mesmo sendo o meu homem o treinador da equipa); a única altura que as mulheres e namoradas não podiam acompanhar os seus respectivos era durante o estágio de pré-temporada. E como, tal como dissera à minha irmã, íamos até à Escócia para defrontar o Glasgow Rangers, era perfeitamente lógico que eu também os acompanhasse. E, para além disso, Tommy – a minha agente – não entrava em contacto comigo a respeito de novos trabalhos havia meses, portanto eu tinha imenso tempo livre…

quarta-feira, 2 de junho de 2010

O interrogatório

Estava assustada. Não conseguia ver nada, o sítio onde eu havia sido fechada não possuía iluminação decente. Podia sentir a humidade daquele sítio na minha pele, e isso fez-me arrepiar. Ou seria por causa do medo?
Umas horas antes, depois de sair de casa para ir às compras no mercado, senti uns braços fortes rodearem-me e um pano húmido ser encostado à minha cara. Tentando debater-me contra o estranho que me prendia, perdi a consciência, e havia acordado naquele lugar escuro, com os meus pulsos acorrentados por cima da cabeça. E, por muito que eu olhasse ao redor, não conseguia descortinar o que se estava a passar, ou quem me havia raptado.