quarta-feira, 9 de outubro de 2013

O treino (parte 3)

continuação...

Como seria de esperar, não consegui dormir nada. Os meus lábios estavam ressequidos: toda eu me sentia a desesperar por uma gota de água, e o chão tormentoso em que e encontrava deitada não me deixava encontrar posição para descansar.
Não sabia quanto tempo havia passado desde a minha captura. Eu nunca fora muito boa a medir o tempo, e estando sem ajuda da luz natural, pior ainda. Talvez ainda só tivesse passado um dia… talvez já houvesse pessoas à minha procura. Não que isso me descansasse sobremaneira: duvidava seriamente que aquela maníaca não tivesse preparado tudo de forma a não deixar pistas em relação ao seu paradeiro. Aliás, tinha uma ideia de que ela já era experiente naquele tipo de coisas.

 
Senti novamente vontade de urinar. Já me havia acontecido algumas vezes durante as horas anteriores sentir a bexiga cheia, e tive de repetir o acto ignominioso de ir o mais longe que a trela me deixava e mijar ali mesmo, para o chão, sem me limpar quando acabasse. Juntando o cheiro daquele canto ao meu “perfume” a suor e mijo e obtinha-se uma pessoa com a auto-estima a baixar cada vez mais.
Foi então que ouvi uma chave na porta da minha cela. Sem esperar que a porta se abrisse, gritei:
- Olhe, por favor… Senhora… Preciso de ajuda…
Quando a porta se abriu, ouvi uma gargalhada.
- Precisas de ajuda, é isso? Que se passa?
- Es-estou a morrer de sede… – gemi.
Ela aproximou-se de mim, e vi que trazia, mais uma vez, roupas similares. Deixou-a no chão quando se agachou ao pé da minha cara e me deu mais duas estaladas.
- Antes de mais, cumprimenta-se as pessoas. – pareceu sorrir, para depois me agarrar no cabelo e me erguer a cara para cima.
- Bo-om dia, Senhora… – respondi, ainda abalada.
- Ah bom! Bom dia, escrava. A ver se aprendes boas maneiras…
Então, colocou-se por cima da minha cara e cuspiu-me na boca. Por estranho que pareça, aquela cuspidela soube-me bem, pois permitiu-me molhar os meus lábios secos…
- Gostaste, puta? – interrogou-me, sempre de sorriso trocista.
- Por favor… Preciso de água, senhora…
- Pois, deves precisar. Mas vais ter de a merecer, ou achas que eu dou coisas assim ao desbarato? – e riu-se. Mesmo comigo a desesperar, ela só pensava em torturar-me…
- Eu… Por favor…
- Levanta-te e vira-te de costas.
Fiz menção de me levantar, apenas para rebolar no chão – os problemas de quem se tem de levantar tendo os pulsos algemados atrás das costas. Para piorar as coisas, arranhei-me toda naquele chão áspero. Eventualmente e depois de alguns minutos de luta, lá consegui colocar-me de pé.
No momento seguinte, arrependi-me de o ter feito. Em primeiro lugar, porque os meus pés se ressentiram imediatamente, trazendo-me novamente as lágrimas aos olhos; e, em segundo, porque comecei a levar chicotadas vigorosas nas costas. Tive de morder os lábios para não desatar a chorar…
- Queres que eu te ajude, não é assim? Mas o que é que tu podes fazer por mim, escrava? O que ganho eu em te ajudar? – dizia ela, à medida que me chicoteava.
Quando ela parou, virei-me para ela. Os meus olhos estavam cheios de lágrimas.
- Senhora, eu… por favor, faço qualquer coisa, ajude-me…
Parei quando vi o seu rosto abrir-se ainda mais, como se eu tivesse dito o que ela queria ouvir.
- Qualquer coisa, hein? Fazes qualquer coisa para eu te dar o que precisas?
Sentia a boca tão seca que mal conseguia falar. Ainda assim, acabei por dizer que sim, que faria o que ela me pedisse. Ela aproximou-se de mim, agarrou na trela e tirou-a do anel em que estava presa, arrastando-me para a parte da cela com chão de terra batida. Para os meus pés, aquela mudança foi como que um bálsamo.
- Ajoelha-te.
Fiz o que ela ordenou, vendo-a baixar as calças mais uma vez, mostrando-me a sua rata depilada.
- Vamos ver se a tua sede melhora o teu desempenho no minete… – e puxou-me a trela – Vem.
Fui-me aproximando das suas partes baixas, lentamente – porque, apesar do chão ser mais macio, os meus joelhos sempre estavam feridos. Acabei por me colocar debaixo dela, entre as suas pernas abertas. Beijei a sua rata e comecei a lamber-lhe os lábios, o clitóris, o espaçozinho até ao ânus, para depois começar a enfiar-lhe a língua pela vulva dentro.
- Mmmm, está bem melhor, escrava.
Eu beijava-a e lambia-a não porque lhe quisesse agradar, apenas desejava que ela me permitisse saciar a sede. Cada vez mais me apercebia que teria de começar a ser mais submissa se pretendia melhorar a minha situação… As minhas costas doíam-me como tudo, aquelas últimas chicotadas tinham-me reavivado as feridas na pele. Senti mais uma cuspidela da mulher na minha testa.
- Está quase, minha puta, quase! Continua a chupar-me…
Fiz o que me ordenou, com a minha língua a não parar de lhe lamber a rata. E, pouco tempo depois, tinha o prémio de receber na minha boca o seu orgasmo, os seus fluidos vaginais que tanto me enojavam mas que, naquele momento, me permitiam saciar alguma da minha sede. Desta vez, ela deixou que eles escorressem todos para a minha boca, e eu consumi-os na sua totalidade. Dei por mim a engolir o meu orgulho e a rebaixar-me ainda mais, apenas e só para que a minha sede pudesse ser saciada… senti que a mulher estava a ter sucesso em me conseguir dobrar com a sua tortura.
- Muito bem, puta, muito bem… – disse ela, quando saiu de cima de mim – Muito melhor que ontem. E, como tal, tens direito à tua paga.
Ela saiu da cela, ainda sem calças, para regressar, segundos depois, com uma tigela metálica, que colocou no chão (agarrando em vez disso no chicote que estava no chão), e uma ponta de uma mangueira que provinha lá de fora e que parecia semelhante às dos bombeiros. Abrindo a torneira da mangueira um bocadinho, ela encheu a tigela. Sem esperar, agachei-me em frente à dita e ia começar a beber… quando fui violentamente chicoteada nas costas. Fui de tal forma apanhada de surpresa que soltei um berro de dor.
- Já te disse que podias beber, cabra de merda? Que mania que tu tens de achar que podes fazer tudo! – recebi mais uma chicotada, desta vez no rabo – Claramente acho que tenho de mudar de estratégia… ou então de tortura.
- Não! – gritei – Senhora, por favor, não, peço desculpa, foi um erro… Posso beber?
Ela olhou para mim. Depois, largou o chicote outra vez, agarrou-me na trela e trouxe-me de volta ao meu cantinho da tortura, prendendo a trela ao mesmo aro metálico de antes.
- Se fosse a ti, – declarou, depois de me ter agarrado nos mamilos e de os ter torcido – encostava-me à parede. Cheiras a casa de banho, porca de merda… Altura de uma limpeza.
- Senhora, eu preciso…
Não consegui ir mais além. Quando ela abriu a torneira da mangueira, o jacto de água de alta pressão fez-me ir contra a parede, cortando-me o fôlego. Sentia-me como se me estivessem a espetar facas na pele…
- Lava-te, puta!
A água magoava-me e cortava-me a respiração. É verdade que eu estava realmente a precisar de um banho, mas o modo desumano de como o estava a receber era mais uma mostra de como aquela cabra adorava atormentar-me e humilhar-me. Ao menos alguns dos respingos húmidos chegavam-me à boca e permitiam-me humedecer os meus lábios secos… Ainda tentei beber alguma daquela água, mas a pressão era demasiada.
A água começou a diminuir de força, até parar por completo; abrindo os olhos, vi-a a aproximar-se mais de mim.
- Temos de acabar a tua limpeza, escrava… Ao menos aproveitaste para te saciar?
Baixei o olhar.
- Não consegui, senhora…
- Já tratamos disso então. Antes… – e saiu da cela, indo buscar mais uma mangueira para atarraxar no bocal da outra. A nova mangueira era mais estreita e tinha um bocal metálico. Entretanto, as gotas de água que me iam escorrendo à cara abaixo davam para ir molhando os lábios.
- Ora bem, vamos lá tratar da limpeza dos teus buracos.
Então, ela agarrou-me pela cintura e, sem cerimónia, enfiou-me o bocal da mangueira no meu ânus! Estava demasiado aparvalhada para reagir… mas reagi quando senti água a invadir o meu recto. Espalmei-me o máximo possível contra a parede, tentando escapar àquele jacto.
- Não! Não! Por favor, não! – implorei.
- Cala-te, puta! – gritou ela, arranhando-me as costas – Isto é para o teu bem.
Depois, retirou a mangueira e deixou a água sair-me do corpo. O meu alívio foi momentâneo, porque a víbora voltou a colocar-me a mangueira no cu e a encher-me os intestinos com água… Estava a sentir-me ainda mais humilhada: nunca havia feito sexo anal nem havia colocado nada no meu ânus (nem mesmo supositórios!), e estava a ser limpa de uma forma tão brusca e fria…
Ela continuou naquela limpeza durante alguns minutos, até se certificar que a água que saía de dentro de mim estava razoavelmente limpa. A luta contra a pressão da água havia-me deixado exausta e esfomeada, o que, juntando à minha tremenda sede e às dores que eu sentia, me fazia sentir numa espécie de Inferno onde eu não desejaria ver o meu pior inimigo. Só me apetecia deitar no chão e morrer… mas porque será que nem isso podia fazer?
Não reagi quando ela me colocou a mangueira na rata e procedeu da mesma forma que antes com aquela zona.
- Muito bem, escrava, muito bem! – disse ela, quando deu por concluída a “limpeza” – Agora mete-te de joelhos no chão. – e, dito isto, deixou cair a mangueira no chão e soltou-me do aro de metal na parede.
Obedeci, maltratando ainda mais os meus joelhos. Deixei que ela me guiasse rumo à tigela metálica, parando mesmo à beirinha. Joguei-me para beber quando me recordei do que acontecera da primeira vez, ainda me detendo a tempo. Olhando para os pés da minha captora e para os seus saltos-agulha, perguntei-lhe:
- Posso beber?
Ela riu-se.
- Ah bom, sempre vais aprendendo qualquer coisinha… Não, puta, ainda não podes. Aguenta mais um bocadinho. – e, dito isto, saiu da cela mais uma vez.
Assim que a porta se fechou, deparei-me com um dilema: deveria arriscar e beber qualquer coisa enquanto ela não estava ali? De certeza que ela não iria notar se o nível de água na tigela descesse… mas e se ela me apanhasse em flagrante? E se ela reparasse em alguns sinais em mim que me denunciassem? O que me aconteceria depois? Era demasiado arriscado…
Então a porta abriu-se mais uma vez, e ela apareceu com mais uma tigela na mão, que colocou perto da que tinha à minha frente. A nova vasilha continha cubos acastanhados de algo que cheirava bem: comida! Apenas esperava que não estivesse salgada como a da refeição anterior…
- Presumo que estejas com fome, escrava.
- Sim, senhora… Muita… – assenti, lutando contra a vontade de me atirar àquelas duas taças e banquetear-me com o seu conteúdo.
- Bom, por ora não te vou torturar mais. Podes comer e beber, regala-te.
Assim que ela acabou a frase, atirei-me à água como se a minha vida dependesse disso. Mesmo sem ter acesso às mãos, bebi o melhor que consegui, mergulhando a boca e a cara no recipiente – e foi num instante que a esvaziei. Depois passei para a comida. Os pedaços acastanhados eram de carne, tinham molho e estavam deliciosos – ou então era a fome a falar mais alto. Comi como se fosse uma cadela, e só depois o meu pensamento processou essa ideia, de que estava a descer ainda mais baixo e a comer como um mero animal… Enquanto comia, comecei a chorar por estar a afundar a minha dignidade ainda mais apenas para poder ter direito a alguma comida.
Assim que acabei de comer, a mulher ajoelhou-se à minha beira.
- Estás satisfeita, escrava? – não pareceu ligar às minhas lágrimas.
Assenti em silêncio.
- Óptimo. Altura de ver se é desta que descansas.
Pegou-me na cara, e por instantes pensei que me fosse limpar o rosto, ainda cheio de gordura do molho da carne. Em vez disso, ela tirou algo dos bolsos e colocou-mo na boca: um anel de borracha, ou plástico, com tiras de cabedal. Assim que me apercebi que aquilo era uma mordaça, reagi e tentei impedir que ela me colocasse aquilo, mas já não fui a tempo – e ainda ganhei um apertão no nariz que me trouxe mais uma vez as lágrimas aos olhos. De seguida, senti uns ganchos de metal a serem-me colocados nas narinas, com a tira de cabedal que os segurava a ser passada por cima da minha cabeça, sendo depois presa à parte traseira da minha coleira. Quando se deu por satisfeita, fez-me levantar, puxando-me o cabelo, e arrastou-me para o “canto da dor”, o do chão impiedoso. Ela prendeu-me lá a trela e fez-me cair no chão. Não satisfeita, ajoelhou-se ao pé dos meus pés, meteu uma mão nos bolsos outra vez e tirou de lá umas mini-algemas, com as quais prendeu os dedos grandes dos meus pés. Senti algo apertar-me um dos lábios vaginais, como se fosse uma mola, para se seguirem mais uma dúzia delas (mais ou menos); sempre que uma era colocada nos meus lábios, eu berrava a plenos pulmões. E, para finalizar, ouvi-a colocar luvas de látex e a fazer algo que não consegui descortinar. Subitamente, senti dois dedos nas bordas do meu ânus, desviando-as, e um dedo (o indicador, talvez) a entrar-me no rabo… Gemi incessantemente ao sentir aquele dedo envolto em borracha e húmido a esfregar-se dentro de mim, a entrar e sair do meu recto; tentei-me debater, protestar, mas apercebi-me de que tal era fútil quando ela se limitou a bater-me nas nádegas com a sua outra mão, precisamente na mesma área que já havia sido chicoteada – trazendo-me ainda mais lágrimas aos olhos. Quando acabou o seu trabalho no meu rabo, ela retirou o dedo.
- Agora, a pièce de résistance.
Os dois dedos da mão esquerda voltaram a desviar as bordas do meu ânus para deixarem entrar algo macio, rugoso e comprido pelo meu recto dentro, algo que foi entrando com algum vigor. Gemi o mais que pude pelo buraco da mordaça, tentei impedir que aquele dildo (pois era o que aparentava ser) me fosse enfiado no cu, mas, obviamente, não fui bem-sucedida. Sentia-o avançar dentro de mim, a magoar-me… Ela enfiou-mo até ao fim, e acabou com uma gargalhada. Ergueu-se e ficou a contemplar-me, satisfeita com a sua obra.
- Adoro esse plug, sabias? Podias sentir-te privilegiada por isso.
Deu uma enorme gargalhada, enquanto eu gemia baixinho.
- Dorme bem, puta. Amanhã é um longo dia. – disse, cuspindo-me nas costas; de seguida, saiu da cela. Ouvi-a fechar as trancas da porta; no momento seguinte, comecei a sentir um fio de baba escorrer-me pela boca, que se juntou às lágrimas que me caíam dos olhos. Mais tarde, também comecei a ter ranho a escorrer-me pelo nariz.
Não sabia o que iria ser de mim.

continua...

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