quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Marido humilhado

 

(história anterior)

O meu último texto começou com uma expressão: “o poder vicia”. E é verdade. Desde que o meu marido Humberto passou a ser membro do meu harém de submissos, comecei a fazer-lhe a vida num inferno, humilhando-o sempre que estávamos no quarto, abanando-lhe à frente dos olhos a chave do cadeado que mantinha em posição o seu cinto de castidade, contando-lhe as minhas peripécias sexuais com o meu restante harém e em como qualquer um deles era melhor que Humberto… Não o conseguia evitar: só a ideia de o emascular me fazia jogar as mãos ao baixo-ventre, que querem? E passaram a ser cada vez mais frequentes os fins-de-semana em que íamos deixar os miúdos em casa dos meus pais ou dos meus sogros (o que, obviamente, gerou entre eles o consenso de que eu e Humberto nos tínhamos voltado a entender… se eles soubessem!) e… digamos que aconteciam coisas. Continuámos a reunir-nos no apartamento do meu Vasquinho; porém, com a casa livre, resolvi também franquear as portas da nossa casa aos meus meninos.

Uma coisa que eu fiz desde logo foi arranjar uma fotografia em ponto grande de um modelo nu “artístico”, torneado e musculado, para pendurar numa das paredes do nosso quarto; quando Humberto me perguntou quem era, respondi apenas “o meu homem de sonho” (na realidade, não fazia a mais pálida ideia de quem era e também não interessava). Todas as manhãs, assim que saíamos da cama, tínhamos a “cerimónia de despertar”, que implicava eu e ele fazermos vénias ao “Deus Alfa” que estava naquela fotografia… claro que podem imaginar a resistência que Humberto levantou a esta minha exigência! Foi necessário eu mostrar-lhe a chavinha do cadeado para ele ceder e se juntar a mim. Mal ele sabia que eu tinha outra cerimónia idealizada para a noite…

Foi numa sexta-feira, depois de jantar. Eu tinha-me retirado mais cedo para o nosso quarto porque me quis preparar em grande para a coisa. Os miúdos, entretanto, tinham ido ao cinema com amigos enquanto Humberto ficou a lavar a loiça do jantar (as vantagens de se controlar os genitais de um homem!). Quando ele veio para o quarto, já eu estava sentada de pernas cruzadas – enfiadas dentro de umas botas de vinil encarnadas, pelo meio da perna (como é óbvio) – , numa cadeira, à sua espera.

- Loiça toda lavada? Lindo menino! – aplaudi.

Havia vestido um macacão de látex preto de manga cava e sem pernas, com um corpete encarnado a adelgaçar-me ainda mais a figura, e tinha enfiado os braços dentro de luvas compridas de vinil, pretas. Na mão, segurava uma chibata comprida, com ponta de cabedal que estava pousada no bico da minha bota direita. Deixei Humberto absorver o meu visual completo, as minhas pestanas compridas, as minhas pálpebras sombreadas, os meus lábios escuros, e limitei-me a dizer:

- Despe-te.

O meu marido soltou um grunhido de dor, previsivelmente por a sua pila ter inchado e fixado apertada no cinto de castidade, depois tratou de tirar as roupas todas, ficando absolutamente nu e com a dita jaula de acrílico.

- Quando quiseres. – declarei.

Ajoelhou-se a meus pés e, sem palavra, começou a beijar a minha bota, primeiro o bico, depois o salto e continuou pelo cano. Quando me senti satisfeita, voltei a cruzar as pernas mas com a esquerda por cima – e Humberto, sem que lhe dissesse nada, tratou de a beijar e lamber por completo.

- Sim senhora, quem te viu e quem te vê! O homem que mais resmungava quando o mandava fazer alguma coisa agora já toma a iniciativa! – ri-me.

Enquanto lambia, ele olhou para mim:

- Não me dás outra opção… D. Joana.

Não consegui suster uma gargalhada. De facto, era bom ver aquela evolução. Mas, claro está, para mim não era suficiente… passei a língua pelos lábios.

- Muito bem. Estás a melhorar a cada dia. Mas hoje… vamos instituir mais uma cerimónia de glorificação ao Deus Alfa.

E levantei a minha chibata, apontando para a parede em que estava afixado o retrato. O olhar de Humberto rolou.

- Não…

- Tem de ser! Vocês, seus betas, devem louvar o chão que os Alfas pisam e, ainda por cima, agradecer que nós, mulheres, ainda percamos tempo convosco! Por isso, vamos!

Levantei-me e dirigi-me para a parede do retrato… que, à altura da cintura, tinha lá colado (por mim, obviamente) um dildo que retractava de forma relativamente realista um órgão sexual com uns 20 cm de comprimento. Assim que Humberto o viu, arregalou os olhos e fez tenções de se levantar.

- Desculpa?! Que queres que eu faça aí?! – protestou ele.

- De joelhos. Não te mandei levantar!

- Estás a abusar, Joana! Tenho alinhado nas tuas maluquices porque quero manter o nosso casamento…

A partir daí, deixei de o ouvir: voltei a acercar-me dele e dei-lhe duas chapadas que ecoaram por todo o quarto.

- Vais fazê-lo porque eu to ordeno. Porque EU QUERO. Se não estiveres satisfeito, podes sempre ir-te embora. Sabes perfeitamente que há anos que pouco interesse me tens suscitado e que esta foi uma maneira de te dar uma última oportunidade de entrares na minha intimidade. Mas ficas sabendo que, se saíres, não voltas a entrar neste quarto. E que, amanhã, começo a tratar dos papéis do divórcio.

Eu odiava ter de usar a “bomba D”: aliás, não a queria utilizar, de todo. Porém, sabia que Humberto tinha um horror pânico a isso, ele que provinha de uma família conservadora e que achava que o matrimónio devia durar para sempre (se ainda estávamos casados, era um bocado por isso), por isso sabia que estava a pisar terreno seguro. E, de facto, fosse pelas chapadas ou fosse pelo meu discurso, Humberto agachou-se e começou a andar de gatas até ficar a uma mão travessa da ponta do dildo.

- Muito melhor, estás a ver? Considera esta uma preparação para quando tiveres realmente de dar prazer a um Deus Alfa real! – dei-lhe uns toquezinhos com a chibata na parte de trás da cabeça, como que a incentivá-lo a avançar – Se o teu desempenho agora for bom, prometo-te tirar a jaula e proporcionar-te sexo oral.

Ele olhou para mim, quase não acreditando no que estava a ouvir.

- Estás a falar a sério?

- Eu não minto ao meu harém. Mas primeiro, trabalha.

Humberto engoliu em seco, olhou para a figura retractada, depois fechou os olhos, teve um arrepio de nojo, abriu a boca e engoliu o falo até ao máximo que conseguiu. Deixei-o chupar a pila por duas ou três vezes, lentamente, depois agarrei-lhe pelo cabelo e fi-lo executar a tarefa com mais velocidade.

- Mais depressa! O Deus Alfa merece sentir prazer, merece sentir que estás extasiado por teres o seu membro pulsante e cheio de vida na tua boca ridícula!

Humberto começou a chupar ligeiramente mais depressa; e enquanto ele se debatia com a adoração ao “pénis do Deus Alfa”, eu afastei-me da acção para ir buscar um boião de vaselina e o meu strap-on de borracha violeta (infelizmente aquele macacão não tinha abertura para eu me excitar!); prendi-o à volta do meu baixo-ventre e regressei ao pé de Humberto, ainda e sempre a chupar. Humedeci os meus dedos enluvados no boião de vaselina e comecei a mexer no ânus desprotegido que tinha à minha frente.

- Grhmnh… – protestou ele, um protesto ininteligível devido à pila artificial que lhe ocupava a boca.

- Shhh, Humberto, também tens de treinar este teu buraco! Nós, as Fêmeas Alfa, adoramos utilizá-lo para vos reduzir à vossa insignificância e manter-vos submissos. – enquanto falava, enfiava dois dedos no cu de Humberto, humedecendo aquele buraco fechado com vaselina – Mentaliza-te: a boca de vocês betas serve para os Machos Alfa extraírem prazer, enquanto o vosso cu serve para o deleite das Fêmeas Alfa. É a ordem natural das coisas!

Assim que achei que o cu de Humberto estava preparado, tirei os dedos e encostei o meu strap-on ao esfíncter anal: era um dildo ainda pouco avantajado, pois ainda não havia enrabado Humberto muitas vezes. Com um gritinho de triunfo, empurrei a cintura para a frente e comecei a penetrar o rabo de Humberto. Este soltou outro protesto estrangulado, mas bati-lhe com a chibata na omoplata.

- Cala-te e chupa! Estás a dar prazer a dois Alfas, não há maior glória para um beta como tu! Pensa bem… um dia, estarás a fazê-lo na realidade, a dar prazer a um verdadeiro Macho Alfa enquanto a tua Fêmea Alfa te possui por trás!

Enquanto falava, sentia-me ir excitando, imaginando na minha cabeça a cena que estava a descrever. A minha mão livre (a outra ainda segurava a chibata) enveredou por baixo do macacão e começou a tocar-me no meu mamilo esquerdo, o que me fez morder o canto do lábio.

- Se soubesses o quanto me excita ver-te chupar essa pila… enquanto te possuo por trás… ai, Humberto, se soubesses como isto sabe bem! Como isto ME sabe bem!

Continuei a penetrar Humberto ao mesmo ritmo que me ia acariciando e excitando: admito que, quando comecei, não tinha em mente atingir o orgasmo daquela maneira… mas o que é certo é que ele apareceu, quase de repente; e quanto o senti percorrer o meu corpo de ponta a ponta, perdi a cabeça e comecei a gritar de prazer, isto enquanto a minha pila artificial continuava a perfurar o rabo de Humberto – e valha a verdade, nem por uma vez ele parou de “dar prazer ao Deus Alfa”, ou seja, de chupar o dildo que tinha na boca.

Assim que me acalmou, dei dois passos atrás e saí do rabo de Humberto.

- Podes parar. O Deus Alfa deverá estar satisfeito com a tua prestação. Pelo menos eu fiquei! – e não pude deixar de soltar uma gargalhada.

Ainda de gatas no chão. Humberto voltou-se para mim e encarou-me:

- Estás satisfeita, D. Joana?

Ignorei o seu tom de voz carregado de raiva e respondi da forma mais cínica que consegui:

- Estou bastante satisfeita contigo. E como tal, vou cumprir o que te prometi. Deita-te na cama de barriga para cima.

A princípio, Humberto não se mexeu, talvez achando que eu estava a brincar; depois apontei para a cama com a chibata que ainda segurava e ele não se fez rogado em se colocar na posição que eu havia ordenado. Enquanto isso, abri a mesa de cabeceira e tirei quatro pares de algemas, para de seguida prender os pulsos e tornozelos de Humberto a cada um dos suportes da cama. Ele soltou um grunhido de dor: imaginei que a ideia de ser preso assim o estivesse a excitar… e a inchar o seu pénis dentro da jaula.

Assim que ele ficou seguro, retirei do pescoço o fio onde continha as chaves dos cintos de castidade de todo o meu harém, escolhi a do de Humberto e apressei-me a retirar a jaula de acrílico transparente que, durante semanas, mantivera cativo e submisso o meu marido – e imediatamente aquele órgão se começou a entesar… Soltei mais uma gargalhada.

- Com que então, só um simples toquezinho é suficiente para ficares de pau teso? És mesmo beta! – e dei uma ligeira palmada nos seus testículos – Vocês devem estar tão cheiinhos de nhanha!

- Caralho, Joana, que estás a fazer? – protestou Humberto.

Dei-lhe mais uma palmada nos testículos.

- Já te disse que é “D. Joana”. E não me trates por tu, não sou do teu calibre. Não estamos ao mesmo nível, já te disse.

Ele engoliu em seco e pareceu-me ver uma lágrima no canto do olho.

- Peço desculpa, Senhora D. Joana. Será que pode cumprir a sua promessa a um merdas como eu? – rosnou ele.

- “D. Joana” chega. E podes ser um bocadinho mais manso no tom de voz. Mas acredita que cumpro tudo o que prometo.

A minha mão esquerda agarrou-lhe no pénis (que, depois das minhas chapadas nos testículos, havia começado a murchar) e começou a masturbá-lo um bocadinho, enquanto eu me debruçava sobre o seu baixo-ventre, dava um beijinho ao de leve na cabecinha do órgão e cuspia nele para o lubrificar… e imediatamente Humberto soltou um grunhido, desta feita de prazer.

 - Vês? Quando obedeces, eu faço-te sentir bem! – declarei, antes de o masturbar mais uns segundos. O pénis dele já estava bem duro…

De repente, larguei-o, levantei-me e pus-me de joelhos ao pé da cama, de forma a tirar algo que eu tinha escondido lá previamente. Agarrei no objecto e mostrei-o a Humberto.

- Mas que raio… – começou ele.

- Esta é a Marlene. – ri-me – É quem te vai fazer sexo oral.

Como podem imaginar, o “objecto” que eu tinha tirado de baixo da cama era uma boneca insuflável, daquelas mais baratuchas, já cheia. Tinha meia-dúzia de cabelos loiros presos em totós e a boca aberta (como aliás é tradição de qualquer boneca insuflável).

- Como assim… – continuou Humberto, naquele tom incrédulo, enquanto eu agarrava na cabeça de “Marlene” e a fazia engolir o pénis dele.

- Prometi-te sexo oral, não te prometi?

- Sim, mas…

- “Mas” nada! Se eu fosse a ti, aproveitava os lábios de Marlene para sentir prazer. Até te deixo esporrar a boca dela.

Sempre a agarrar na cabeça da boneca, fi-la abocanhar (se é que se pode dizer que uma boneca o consegue fazer) o pénis de Humberto, durante perto de uns cinco minutos, cada vez com mais velocidade, enquanto ele ia grunhindo e impando.

- Demoras muito? É que tenho mais para fazer! – protestei, olhando para ele com cara de enfado.

Mas a coisa estava mesmo por instantes: não demorou muito até que ele soltou um grunhido mais alto, para de seguida começar a gemer como se se estivesse a vir.

- Quem diria, Humberto? A Marlene chupa bem, hein?

 Deixei-o acalmar-se dentro da boca dela, com o sémen dele a escorrer-lhe para a zona dos genitais (a Marlene podia chupar bem mas não engolia, era um facto), e fui buscar um pacote de toalhitas. Retirei a boneca do seu lugar (e “por acaso” ficou com a boca encostada à boca de Humberto, pingando sémen para a cara dele) e pus-me a limpar-lhe a zona púbica com as toalhitas, certificando-me que aquilo ficava bem limpo, antes de me preparar para voltar a fechar-lhe a pila no cinto de castidade. Humberto, ainda a tentar impedir que as gotas de sémen de Marlene lhe caíssem em cima, só se apercebeu da minha intenção quando coloquei a peça principal de novo a cobrir-lhe o pénis flácido.

- Mas… que vais…

- Volta para a jaula, pilinha do Humberto! – sussurrei, colocando o cadeado e apertando-o definitivamente – Já te vieste, tiveste sexo oral como te prometi, agora toca a ficares quietinho até à próxima vez que precise de ti. – e voltei a dar-lhe mais uma bofetada nos testículos – E já te avisei para não me tratares por “tu”: seres meu marido não te dá privilégio nenhum em relação ao meu restante harém.

Pareceu-me que Humberto tinha vontade de gritar comigo, ou então de chorar. Não me importei: fui buscar as chaves das algemas e, uma a uma, libertei-o da cama.

- Joana… D. Joana… por amor de Deus… pára… pare com esta palhaçada…

- Chega, Humberto. Veste-te e sai. Quero passar a noite sozinha. – sem me dignar a olhar para ele, estalei os dedos e apontei para a porta do quarto.

Chorando de raiva, Humberto agarrou nas suas roupas e saiu porta fora sem dizer mais nada.  Fui até à porta do quarto e fechei-a à chave; depois, despi-me, ficando completamente nua, e arrumei todas as peças nos meus roupeiros. O meu olhar quedou-se no “Deus Alfa” e no dildo que ainda estava colado à parede; com um sorriso, fui até lá, agarrei no dildo, levei-o para a cama e usei-o em mim até me vir, imaginando que, de facto, aquele “Deus Alfa” me estava a possuir.

Quem sabe, um dia…

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