segunda-feira, 9 de maio de 2016

Amanda (parte 2)


Uma meia-hora depois, o meu novo corpo feminino já estava tapado. Como, pelos vistos, eu agora era “irmã” daquelas duas malucas, pensei que tivesse de vestir uma farda semelhante às delas; e, naquele momento envergava um vestido verde-marinho e branco a simular uma farda de enfermeira, de manga curta e que me chegava a meio da perna, mas apenas isso. Elas haviam-me calçado daqueles sapatos para andar em pontas, com salto-agulha, e entregaram-me umas canadianas para conseguir andar sem cair; e mesmo assim fui andando apoiado por Ana, enquanto Andreia seguia à nossa frente. 


À medida que íamos andando e eu podia olhar à minha volta, pude reparar que não sabia onde estava. Havíamos passado por uma porta e estávamos num corredor com muitas portas de um lado e de outro, e podia-se ouvir gemidos proveniente de algumas. Pensava em perguntar-lhes o que se passava quando Andreia abriu uma das portas e a deixou aberta para que eu e Ana passássemos.
A primeira coisa que notei ao entrar na nova divisão foi que aquilo parecia um quarto de hospital; e só depois de olhar muito tempo à volta é que me apercebi de que havia uma rapariga num dos cantos da divisão. Ela estava ajoelhada na direcção da parede, de costas para nós, mas olhava na nossa direcção com terror estampado no rosto. Aquela menina de cabelos morenos pelos ombros tinha luvas longas de vinil preto e botas pelo meio da perna do mesmo estilo; todavia tinha os braços amarrados atrás das costas, os tornozelos atados da mesma maneira, uma mordaça na boca e os genitais masculinos – sim, porque aquela rapariga tinha pila – presos a um peso no chão. Só podia ser Helena, o saco de pancadas predilecto da irmandade Karabastos – quando não é Ana a assumir esse papel.
- Olha, olha, mais uma menina para nós brincarmos… – miou Ana, com um sorriso estampado na sua cara falsa.
- Pois, já temos uma connosco, agora vamos poder estar com duas! – retorquiu Andreia enquanto lambia os lábios.
Soltei um grito de surpresa. Que queriam elas dizer com aquilo? Andreia soltou uma enorme gargalhada.
- O quê, pensavas que ias ser tu a comer a minha puta? Com o quê, se já não tens nada aí para foder quem quer que seja?
Soltei imediatamente um berro:
- Como assim, não tenho nada?!
Imediatamente levantei o meu vestido, exibindo o meu baixo-ventre coberto de linho, e retirei todas as tiras de linho e pensos que encontrei. Assim que o meu baixo-ventre ficou descoberto, senti um enorme arrepio gelado percorrer-me a espinha: a minha pila havia desaparecido e, em vez dela, deparei-me com uns lábios vaginais sintéticos! Para piorar ainda mais a minha situação, ao tocar-lhes com os meus dedos, descobri que aquela área tinha sensibilidade – senti um ligeiro espasmo de dor quando o meu dedo lá tocou.
Enquanto eu fazia tudo aquilo, Andreia observou-me com gosto. Assim que eu toquei lá em baixo, ela soltou uma gargalhada.
- Oh Amanda, achavas que te íamos apenas mudar partes do corpo e deixávamos o teu pirilau a destoar? Para anormais já basta a Helena… Agora tens uma ratinha como nós, como uma Karabastos deve ter, maninha!
- Vocês… vocês são loucas!! – berrei, enquanto Ana se aproximava de mim com uma camisa-de-forças branca na mão – Mudem-me de volta!!
- Amanda, Amanda, Amanda, meu amor… depois de tanto trabalho que tivemos para te mudar, achas que agora te vamos voltar a transformar? OK, admito que vou ter saudades do teu pau, mas o de Helena, amorzinho… um dia vais saber como é uma delícia! E vou poder lamber-te a ratinha… vais ver que vais adorar. Mas agora…
Não sei como Ana fez aquilo, ou se teve ajuda de Andreia; o que sei é que, enquanto o Diabo esfrega um olho, o meu torso foi enfiado dentro daquela camisa, com a minha cunhada a apertar as fivelas e as mangas atrás, e fui atirado sem cerimónia para cima da cama. Nem sequer tentei estrebuchar – era inútil fazê-lo. Durante alguns instantes ambas as raparigas deixaram-me em paz e eu deixei-me ficar quieto a tentar convencer-me de que nada daquilo era real, não passava de um sonho e que eu iria acordar na minha cama; depois, umas mãos viraram-me de barriga para cima e vi Ana e Andreia a olharem para mim com sorrisos pouco amigáveis na cara e vestidos levantados… revelando os strap-ons que ambas traziam. O de Andreia era um autêntico monstro em ponto grande: era mais comprido e grosso que o meu antebraço! E havia de ser pesado também, pois tinha, para além das tiras habituais para prender às ancas, uma outra à volta da cintura. O de Ana era mais normal, provavelmente do tamanho da minha pila quando está erecta. Devo ter feito uma cara de horror, pois Andreia voltou a rir-se.
- Calma contigo, gulosa! Estes não são todos para ti! Quer dizer, deviam ser, para ver se começas a ganhar quilometragem, mas não, o “Bacamarte” está reservado para o cu da Helena. Para ti, a menina Ana pediu para se encarregar de ti a sós. Diverte-te, Amanda.
Assim que Andreia se afastou na direcção da hermafrodita e Ana se ajoelhou entre as minhas pernas, gaguejei:
- Amor… A-Ana… o q-que vais fa-fazer?
- Calma, paixão… vais ver que vais adorar. Vamos unir-nos como sempre fizemos, vamos ser um só… – e ela começou a masturbar a sua pila, sempre a sorrir mas desta feita era um sorriso de desejo, de ânsia.
 Ela abriu-me as pernas, ignorando os meus esforços para a impedir enquanto me começava a preparar para sentir aquela pila artificial entrar-me no cu; todavia não foi isso que aconteceu. Quase soltei um salto de espanto quando o dildo de Ana me entrou entre as pernas, no sítio onde me tinha nascido aquela ratinha!
- Calma, amorzinho, sei que te dói mas é bom, estou a tirar-te os três. – sussurrou ela, lambendo os lábios.
Casualmente, levantei o olhar e vi Andreia, que naquela altura se entretinha a enfiar o braço direito no cu de Helena. A pobre hermafrodita já tinha uma mão e meio antebraço dentro de si e, para além disso, tinha a outra mão a apertar-lhe impiedosamente os genitais masculinos (que já estavam bastante torturados). Obviamente que ela berrava como um bebé.
- Sente, minha irmã… – continuou Ana, enquanto entrava e saía de mim – sente o meu caralho a foder-te a tua coninha novinha e a estrear… sente o que eu sinto quando me fodes, sente o prazer que eu sinto quando fazes de mim a tua puta… ohhhh…
Aquilo era algo esquisito, devo admitir. Não vou negar que os actos de Ana me estavam a dar prazer (bastante, até!), mas o facto de ela me estar a penetrar a minha “rata” sem que eu percebesse como raio tinha eu ficado com uma fez com que não disfrutasse como a minha esposa desejaria. Todavia, ela deu o máximo de si, nunca parando de me enfiar aquela sua pila artificial, de me apertar nos seus braços e de beijar os meus lábios de borracha com a sua boca de igual feitio. Vê-la assim fez-me perder a cabeça: com as pernas, apertei-a contra mim, impedindo-a de sair dali enquanto eu não quisesse. Pude vê-la sorrir.
- Vês, Amanda… tu gostas… estás a gostar… não queres que eu te largue… que pare de te foder… de te arregaçar as entranhas…
Calei-a com mais um beijo. Mais que tudo, queria agradar à minha esposa, queria fazê-la sentir-se bem: e se o facto de me estar a, enfim, “comer” contribuísse para isso, não a iria contrariar. O meu olhar desviou-se momentaneamente para o outro “casal”, onde Andreia estava autenticamente a rebentar com o traseiro de Helena.
- Oh, meu amor, tu como menina ficas tão bonita, tão apetitosa… tão gostosa… comia-te para sempre… hmmmmmmm…
Ana começou a gemer e a gritar como quando atinge um orgasmo. Continuei a apertá-la contra mim, querendo que ela me penetrasse sem parar: eu adorava ver a minha mulher louca, possuída, não o vou negar… e também queria atingir o clímax, apesar de estar algo desconfortável por estar com o corpo apertado – isto sem esquecer a questão de eu me ter transformado numa mulher por artes mágicas…
- Ai, minha paixão… – continuou ela, de voz entrecortada – Fodia-te toda a vida… até ao final dos meus dias… sem parar… se eu fosse o teu homem… e tu a minha puta… ia-te fazer valer a pena… ia-te esporrar a cara todos os dias… e beijava-te a seguir… Ahhhh…
A minha esposa voltou a gritar mais uma vez e apertou-me com toda a força nos seus braços, enfiando o seu strap-on dentro de mim com toda a força. Sem saber como, dei por mim à beira de me vir e, após mais algumas penetrações, atingi o clímax. Eu próprio comecei a gritar, imitando Ana; mas o facto de eu estar a experienciar o prazer supremo não a deteve: ela continuou a comer-me a “rata”, sempre com aquela força toda, enquanto teve forças – e ainda foi algum tempito.
Assim que se cansou, a minha esposa deixou-se cair em cima de mim, respirando pesadamente. Eu próprio me sentia um bocado desgastado e deixei-me ficar quieto, com ideia de ver qual a ideia seguinte daquela louca. E ela voltou a aproximar os seus lábios dos meus e beijou-me, comigo a responder. Aqueles beijos eram esquisitos… e bastante insatisfatórios, devo admitir: tendo em conta que cada um de nós tinha uma máscara colocada, não havia contacto real das bocas, só as línguas se tocavam.
Assim que aquele beijo acabou, Ana recomeçou a falar, já mais calma:
- Temos de fazer isto mais vezes, meu anjo… é tão bom ser eu a penetrar-te, para variar. 
- Amor… – retorqui – Não percebo nada… como raio tenho eu uma vagina? E uma vagina que me dá prazer?
Mas Ana ignorou-me e levantou-se, caminhando na direcção de Andreia e Helena, onde a primeira continuava a “dar rodagem” à hermafrodita.
- Já está bom? – perguntou.
A irmã parou de enfiar o “Bacamarte” na rata de Helena e retirou-lho de dentro dela, com mais delicadeza que o que eu esperava.
- Acho que sim, também não posso rebentá-la. Se estou a pensar metê-la a render, não posso dar cabo da mercadoria, não achas? – e Andreia dirigiu-se para a frente de Helena, fazendo-lhe uma carícia no rosto.
- Estás mesmo com vontade de a prostituir? – Ana parecia estar entusiasmada com a ideia.
- Acho uma belíssima ideia. Maquilho-a como se fosse uma crossdresser, de maneira que ela se pareça um homem disfarçado e pimba!, a nossa conta recheia-se mais um bocado.
- Confesso que ainda não consegui perceber essa tua ideia, mas OK.
- E a Amanda, não queres fazer-lhe o mesmo? – foi a vez de Andreia se mostrar entusiasmada.
- Nem pensar! – exclamou a minha esposa peremptoriamente – Não quero que mais ninguém faça ao meu homem o que eu acabei de fazer… é só para mim.
A irmã riu-se.
- Tu é que sabes…
Ana aproximou-se de mim novamente, com um sorrisinho sacana nos lábios, e quando chegou à minha beira, antes que eu pudesse perguntar alguma coisa, pegou em algo que me colocou sobre a boca e nariz.
- Respira fundo, amor da minha vida…
Sem outra alternativa, fi-lo, ficando quase imediatamente inconsciente.

Um arrepio de frio fez-me despertar. O raio das mantas que me cobriam não eram suficientes para me fazer sentir confortável: por causa das promessas de bom tempo, Ana tirara o edredão grande que costumava ficar na cama todo o Inverno. Olhei para o despertador que estava ao lado na cama e assinalava 4h35, respirei fundo, hesitei sobre se devia ir à casa de banho e acabei por me levantar, pegando na bengala que estava ao lado da cama para me ajudar a andar e tentando fazer o mínimo de barulho possível para não acordar as nossas filhas recém-nascidas, que dormiam no nosso quarto.
Baixei os boxers do pijama, sentei-me na sanita e só depois de meia mijadela é que me caiu a ficha. Apalpei entre as pernas e senti a minha pila, como se ali tivesse estado desde sempre, toquei na minha cara, no meu corpo, nas minhas mãos, no meu tornozelo danificado: estava tudo normal, como se nada se tivesse passado. Mas afinal de contas, o que raio se havia passado? Não sentia o cu assado, não tinha nenhuma abertura esquisita entre as pernas… então o onde raio havia Ana enfiado aquele strap-on? E porque sentira eu prazer derivado disso?
Acabei de mijar, puxei o autoclismo e regressei à cama, deitando-me ao lado da minha mulher, que dormia a sono solto. Eu não queria, mas tive de ser mau com ela: abanei-a até que ela soltou um grunhido.
- Amor, posso fazer-te uma pergunta? – comecei, em voz baixa.
- Hmm?
- Isto vai-te soar estúpido, já sei; mas tu e a tua irmã mascararam-me de mulher e foderam-me, não foi?
- Hein? – Ana nem conseguia abrir os olhos.
- Sim, tu e Andreia, vestidas de enfermeiras, a chamarem-me de irmã vossa, de “Amanda”, e tu comeste-me uma rata que apareceu em mim e me dava prazer, enquanto Andreia fodia a namorada com um “Bacamarte” para a treinar a ser puta…
- A sério, Carlos?! – retorquiu ela – Mas não achas que tenho mais que fazer, eu e ela, que fazer de ti mulher? É verdade que a tua cunhada quer meter a esposa a foder com gajos e a cobrar-lhes dinheiro, mas o resto é sonho teu. E agora dorme, senão as meninas despertam e não vou ser eu a tratar de as adormecer outra vez!
- OK, OK. Tudo bem. Desculpa. – dei-lhe um beijo nos lábios, abracei-a e fechei os olhos.
Todavia…
Não me sentia nada convencido.

“Ele continua na dúvida. Perfeito.” pensou Ana, antes de fechar os olhos e voltar a dormir.

(história seguinte)

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