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segunda-feira, 25 de agosto de 2025

De Filipe a Pipinha

 

(história anterior)

Filipe era consultor numa empresa de marketing. Licenciado após um curso de quatro anos tirado a muito custo, aproveitara a primeira proposta de emprego que lhe aparecera; e, após três anos de trabalho, e apesar de alguns contratempos, ele estava satisfeito com o seu trabalho.

Filipe tinha um segredo, descoberto durante os seus anos de faculdade: adorava vestir roupas femininas íntimas. Por diversas vezes ia às lojas chinesas e comprava lingerie, meias e collants de nylon opacas, com sapatos de salto alto de diversas cores. E em muitas noites, ele envergava o que lhe apetecia, olhava-se ao espelho, apalpava-se e deixava as mãos tocarem nos tecidos delicados da lingerie e masturbava-se. Contudo, Filipe não se considerava crossdresser, uma vez que não se sentia uma menina assim que a vontade surgia e ele abria a gaveta cheia de roupa e lingerie: ele apenas se sentia excitado com o envergar daquele tipo de roupagens. E, claro, essa faceta fetichista de Filipe nunca havia sido compreendida pelas suas namoradas, pelo que o pobre rapaz continuava solteiro.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

A picada da Vespa Negra

 


Florbela era uma mulher de meia-idade, de bem com a vida e muito bem resolvida com a sua idade e com o que a vida lhe havia trazido. Era uma mulher não muito alta, de cabelo castanho ondulado, pelos ombros, olhos castanhos amendoados e boca pequena. Trabalhava no posto de combustível que existia na aldeia, o único existente num raio de 30 km à volta, o que fazia com que muitos homens, trabalhadores rurais e das florestas de eucaliptos que existiam à volta, passassem por lá e se metessem com ela, alguns tentando mesmo a sua sorte – ainda por cima havendo um café mesmo encostado à bomba. Contudo, Florbela não os deixava alargar-se muito com a conversa: apesar de ser divorciada e de já ter os filhos maiores de idade e bem na vida, não sentia necessidade de andar a “saltar de cama em cama”. Era porém uma ávida utilizadora do Facebook, e todos os dias colocava uma ou duas fotos dela vestida antes de sair de casa, fosse para o trabalho ou para qualquer passeio que fosse dar, sempre bem arranjada mas sem ser ousada. Logicamente essas fotografias geravam algum frisson, com muitas reacções, “gostos”, “adoros” e comentários de “linda”, “estás muito gira”; uma vez por outra apareciam alguns mais atrevidos que lhe mandavam mensagem privada mas Florbela, sempre fiel ao seu registo, nunca alimentou muito as conversas de quem a queria “conhecer noutro nível”: gostava de se mostrar na Internet mas, em público, era bastante recatada.