(História narrada por Carlos Lourenço - texto normal - e Ana Karabastou - texto itálico. O texto está diferenciado para se perceber quem narra o quê)
Acho que já disse uma vez que demasiadas histórias da minha vida começam da mesma maneira: comigo a perder a consciência e a acordar num lugar qualquer escuro, amarrado e amordaçado e à mercê daquela irmandade que faz parte da minha vida. E esta não vai ser excepção: estava eu no meu escritório no estádio do clube onde estou a treinar esta temporada, a organizar alguns dados estatísticos sobre o nosso próximo adversário, quando começo a sentir uma imensa sonolência a apoderar-se de mim. Penso em levantar-me e em ir beber um café (o quarto do dia, afinal de contas estávamos a meio da tarde)… mas não passei do “pensar”, pois dei por mim a tombar em cima do teclado do portátil; ainda me lembro de pensar, antes de adormecer por completo, “que será que aquelas putas já prepararam para mim hoje…”.