domingo, 16 de dezembro de 2012

O novo espaço

(Por forma a desculpar-me desta ausência tão grande de histórias, segue aqui um conto gigantesco, começado em Agosto e só agora finalizado)

Quando o relógio pouco passava das 15 horas, cheguei ao ponto de encontro combinado por Lady Anna, à sombra duma azinheira, como a canção de Zeca. Afinal de contas, estávamos no meio do Alentejo, sob um calor abrasador – ainda não tínhamos tido muitos, neste Verão atípico. Lady Anna não Se demorou muito a chegar, também; sem sair do Seu pequeno carro, Ela disse-me para A seguir até me fazer sinal.
Percorremos quilómetros, por boa estrada de alcatrão, algo movimentada, até que a Sua viatura enveredou para dentro duma povoaçãozita e se deteve num parquezito com meia-dúzia de carros lá parados. O movimento era mínimo: estávamos a meio da tarde dum domingo, e, àquela hora, imaginei que os locais estivessem ou de passeio ou a dormir a sesta.
Saímos dos nossos carros e reparei que Lady Anna estava "à civil", com uma t-shirt verde, jeans e ténis brancos. A minha Dona não era muito alta de estatura, e parecia bastante fofa (se eu pudesse tê-La nos meus braços horas a fio, seria a maior alegria da minha vida), mas era dura e sabia impor-Se. Ajoelhei-me a Seus pés, agarrei-Lhe na mão e beijei-A, recebendo uma carícia na cabeça, como um cachorro bem-comportado a receber uma festa do seu dono. De seguida, Ela disse-me para me colocar atrás do Seu carro, algemou-me os pulsos atrás das costas e prendeu uma trela de metal à coleira que eu sempre usava ao pescoço. Para finalizar, colocou-me um saco preto, de pano, na cabeça e fez-me entrar na bagageira, fechando a porta atrás de mim. Segundos depois, ouvi o motor arrancar.


Seguiu-se uma viagem de, pareceu-me, pouco mais de meia-hora, por estradas que, a princípio, eram boas, mas que foram piorando, pelos tombos que eu ia dando na bagageira do carro. Houve uma altura em que me pareceu, pelo som das rodas e pela velocidade, que havíamos entrado numa estrada de terra batida. E então, parámos.
Quando a bagageira se abriu, o cheiro a terra e a pó entranhou-se pelas minhas narinas. Estive quase a perguntar a Lady Anna onde estávamos, mas não o fiz por duas razões: porque eu só podia falar se Ela falasse comigo primeiro e porque, se a minha Dona quisesse dizer-me onde estávamos, não me teria feito viajar na bagageira! Segui, então, sem dizer palavra, por onde a trela me ia guiando. Lady Anna ia-me avisando dos sítios em que o solo era mais irregular. Após ter tropeçado algumas vezes, Ela disse-me para parar, após o que ouvi uma fechadura a destrancar-se e uma porta a ranger e a raspar em chão de pedra ao ser aberta. Demos dois passos e parámos: mais uma chave entrou numa fechadura, com mais uma porta a abrir-se, sendo fechada após a nossa passagem. A pouca luminosidade que, dantes, entrava no saco que me limitava a visão estava, agora, reduzida a nada: a divisão onde estávamos devia mesmo estar às escuras. Voltámos a parar depois de um par de passadas. Teríamos mais uma porta à nossa frente, mas desta feita sem fechadura. Parecia que estávamos numa estrebaria, ou parecido, não só pelo cheiro, mas por parecermos estar a andar em cima de palha. Lady Anna disse-me para parar, tirando-me o capuz da cabeça.
Não me havia enganado muito: estávamos num curral, ou numa divisão cujo uso havia sido, durante anos, acolher animais, e teria uns quatro metros de comprimento por uns três de largura. Três das paredes eram de adobe, lisas e sem janelas (apesar de uma ter um buraquinho circular por onde entrava a luz do Sol), onde haviam sido espetadas, mais recentemente (via-se a presença do cimento naquelas paredes arcaicas) meia-dúzia de argolas metálicas, algumas delas ferrugentas: a quarta havia sido por onde nós tínhamos entrado, e era feita de réguas de madeira, distanciadas entre si uns cinco - dez centímetros, e com uma porta numa das pontas, também com o mesmo estilo. Para além daquelas ripas de madeira, não se via muito, pois todo aquele espaço estava envolto numa luz algo ténue; porém, era perceptível uma porta para o exterior. O telhado era inclinado, talvez com mais de dois metros na parte mais alta e mais de um metro na mais baixa, assente em vigas e barrotes de madeira, de telha vã – e era pelas telhas e pelas aberturas que entrava a pouca luz que iluminava aquele curral. Como tinha dado a perceber, o chão estava forrado a palha, e havia uma meia-dúzia de fardos num dos cantos. Via-se ainda algumas sacas penduradas, pedaços de cortiça e mais algumas coisas que não consegui identificar. De um ou outro barrote pendiam alguns pedaços de arame, com as telhas a estarem decoradas com muitas teias de aranha.
Parei de olhar para onde estávamos quando as mãos de Lady Anna retiraram as algemas que prendiam os meus pulsos e agarraram o meu cinto.
- Lavaste-te? – perguntou-me, naquela Sua pronúncia do Norte, que eu adorava. Uma nortenha a viver o Alentejo… achei engraçado.
- Sim, minha Senhora, como Vós me dissestes. – assenti, orgulhoso.
- Óptimo. – senti a Sua mão acariciar-me na face por um breve instante; de seguida, as minhas calças caíram no chão, seguidas dos meus boxers. Lady Anna admirou o meu órgão, eternamente fechado num cinto de castidade; tirou a chave que estava presa num fio ao Seu pescoço e abriu os cadeados do cinto. Então as Suas mãos abandonaram o meu corpo, e eu continuei a despir-me, ficando completamente nu e olhando para os Seus ténis, de mãos atrás das costas. A Senhora foi buscar uma corrente brilhante e prendeu-me novamente os pulsos, com a outra ponta da corrente a ser presa a uma das argolas da parede com um cadeado. Ela ajudou-me a sentar no chão, sentindo logo as palhas do chão a picarem-me nas nádegas e nos músculos das pernas; não era doloroso, mas era, enfim, "chato". Quando me sentei, as algemas, que, até então, me haviam prendido os pulsos, foram-me colocadas nos tornozelos.
- Abre a boca.
Assim que o fiz, Lady Anna colocou-me algo metálico entre os dentes, que me forçava a ter a boca sempre aberta.
- Agora ficas aí um bocadinho à Minha espera, sim? Tenho de ir tratar de uns assuntos, mas depois logo Me ocupo de ti.
Assenti, com um grunhido, e vi-A virar costas, passando pelas portas e fechando-as, trancando-as à Sua passagem.

O tempo passou-se, sem que eu me pudesse aperceber de quanto. Devíamos estar num lugar bastante isolado: nem por uma vez havia ouvido um carro, nem uma mota, nem qualquer outro motor. De vez em quando ouvia-se um ou outro passarinho a chilrear, mas também em pouca quantidade. Ouvia-se, isso sim em alguma quantidade, um “trr-trr-trr” proveniente do telhado, quebrando a monotonia da minha espera: havia bicheza nos barrotes daquele curral. Enquanto ia ouvindo esses sons, ia constantemente mudando de posição, na medida do possível, pois as palhas que cobriam o chão estavam a magoar-me no traseiro. Imaginei a minha pele a ficar toda marcada… mas o pior problema era mesmo o calor. A luz solar batia nas telhas e, passando por elas, transformava aquela espécie de curral num forno, onde eu cozia, literalmente. Para além da baba que me escorria pela boca aberta, o suor encharcava o meu corpo, com as gotinhas que escorriam a provocarem-me comichões sucessivas. O que seria que estava a ocupar o tempo de Lady Anna? Confesso que estava a começar a ficar um pouco impaciente…
Ainda tive de esperar mais um pouco até ouvir uma chave a abrir uma porta; depois abriu-se a segunda porta, e a luz que entrou pela abertura encandeou-me. Todavia, foi durante pouco tempo, pois ambas acabariam por ser novamente aferrolhadas. Vi um vulto escuro dirigir-se para a porta de ripas de madeira e abri-la, encostando-a à sua passagem. Aproximou-se de mim, os Seus passos a serem abafados pela palha.
- Já desesperavas por Mim, não? – ouvi a voz de Lady Anna.
Assenti, culposamente, enquanto admirava a Sua alteração de visual: os jeans e t-shirt haviam dado lugar a um vestido preto, longo, pelos pés, com um underbust a apertar-Lhe a cintura e a elevar o Seu peito. As Suas mãos estavam cobertas por luvas de renda, pelo cotovelo (e uma delas segurava uma chibata), e ao Seu pescoço estava uma gargantilha preta, de algo que parecia ser veludo, com um camafeu branco e preto pendurado. Vi o Seu cabelo, escuro e ondulado, apanhado atrás da cabeça, e as Suas orelhas, de onde pendia um par de brincos de filigrana. Do Seu rosto, não vale a pena falar: estava belo, belo como sempre, e sem muita maquilhagem, apenas um baton não muito claro e umas sombras nas pálpebras. Não me sentia merecedor de ser a causa da minha Dona e Senhora arranjar-Se tão bonita... À primeira vista, parecia uma Senhora gótica.
- Espero que gostes do espaço. – continuou – Foi uma aquisição recente, mas acho que valeu a pena, não te parece?
Assenti.
- Ainda bem que o achas. És o primeiro sub que trago a este espaço, por isso, podes-te sentir honrado.
Baixei os olhos, enquanto me sentia corar. Só esperava poder compensar Lady Anna por aquela honra…
A Sua chibata encostou-se ao meu queixo e fez-me levantar a cabeça.
- E então, que faremos hoje?
Não reagi – não sabia como reagir. O que eu mais queria era poder-Lhe dar prazer… Lady Anna agarrou-me nos pulsos e soltou-mos das correntes, tirando-me também os arames que tinha na boca. O meu primeiro instinto foi ajoelhar-me a Seus pés, ainda de tornozelos algemados, e beijar a ponta dos Seus sapatos de salto alto pretos. Fui subindo pelas Suas belas pernas acima, humedecendo com os meus beijos e a minha saliva o nylon escuro que As cobria. Então, Lady Anna afastou-Se de mim, mas apenas por breves instantes: foi buscar uma cadeira meio torta que estava naquela espécie de hall que antecedia o curral, colocando-a perto de mim e sentando-Se nela. Então, colocou um pé no meu ombro, quase espetando o salto do Seu sapato na minha pele.
- Dá lá um bocadinho de atenção aos meus pézinhos… – disse, levantando a saia até meio da perna, desprendendo as meias do Seu cinto de ligas e baixando-as um pouco.
- Sim, Senhora. – assenti.
Peguei no Seu sapato esquerdo, beijei o tacão e lambi-o, retirando-Lho do pé em seguida; as minhas mãos agarraram na borracha da outra ponta da meia e puxaram-na delicadamente para baixo, com os meus lábios a acompanharem o movimento e a beijarem cada centímetro daquela pele macia. Quando o Seu pé ficou descoberto, acariciei-O e comecei a lamber os Seus dedos, um por um, beijando as Suas unhas pintadas de encarnado. Olhei de relance para Lady Anna e o Seu olhar indicava-me que Ela estava a gostar do meu tratamento. Enquanto a minha boca se ocupava da parte superior do pé, as minhas mãos massajavam delicadamente a planta do Seu pé, tentando aliviar a minha Dona de tensões que A pudessem estar a apoquentar. Parei quando a Sua chibata me bateu no ombro.
- O Meu outro pé também precisa, não te parece?
- Sim, Senhora. – ia para me agarrar logo a ele, mas mais um toque da chibata deteve-me.
- Primeiro, vestes-Me essa meia e calças-Me o sapato outra vez; depois é que podes ir a ele.
- Claro, Senhora.
Com um último beijo naquele pé formoso, peguei na meia, abandonada ao pé de mim, arregacei-a e comecei a calçar a Sua perna, lentamente, tentando que a meia não ficasse torcida. Assim que cheguei a meio da perna, levei uma chibatada nas mãos.
- Chega. Daqui para cima trato eu.
- Sim, Senhora.
Enquanto Lady Anna prendia a meia ao cinto de ligas novamente, eu ocupava-me da perna direita, lambendo-A por cima do nylon até a minha boca chegar à borracha; agarrando-a com os dentes, fui despindo a Sua perna, massajando-A com as mãos e descalçando o Seu sapato. Assim que aquele membro ficou nu, beijei-O novamente, desta vez sem nada a proteger aquela pele que eu adorava. Era tão bom ter o privilégio de poder beijar aquelas pernas, aqueles pés, poder-Lhes tocar e dar-Lhes carinho, relaxar a minha Dona do que A apoquentava…
Estivemos assim uns bons cinco a dez minutos, até que Lady Anna ordenou-me para parar e levantou o pé, afastando-me com o Seu outro pé, enquanto Ela reajustava a Sua meia e o Seu sapato. Assim que ficou pronta, a minha Dona levantou-Se da cadeira e tirou-a dali. Voltou uns instantes depois, segurando nas Suas mãos uns quantos rolos de papel transparente adesivo e fita preta.
- Deita-te no chão.
- Sim, Senhora.
Deitei-me de barriga para cima no chão, a custo (movermo-nos com os tornozelos algemados não é nada prático) e sentindo a palha a picar-me nas nádegas. Ela ajoelhou-Se perto da minha cabeça, pousando os rolos de papel transparente e ficando com um de fita escura nas mãos; desenrolando uma ponta e segurando numa faca para cortar tiras do adesivo escuro, cobriu-me a boca com uma delas e, em seguida, ocupou-Se das minhas pálpebras, fechando-mas também.
- Levanta as pernas.
Quando o fiz, ouvi papel a ser desenrolado, e comecei a sentir os meus pés e tornozelos a serem envolvidos por aquela película aderente; quando a película chegou às minhas nádegas, Lady Anna foi-me rolando pelo chão, à medida que aquele adesivo ia sendo enrolado em redor do meu corpo – todavia, a minha Dona deixou o meu órgão livre. Ela agarrou-me gentilmente no pescoço e ajudou-me a levantar o tronco, ficando agora sentado à medida que a minha mumificação continuava; os meus braços foram apertados contra o meu tronco, enquanto eu me ia sentindo como um insecto numa teia, sendo envolvido naquela espécie de casulo transparente, em que apenas o meu pénis estava livre.
Quando Lady Anna ficou satisfeita com a minha mumificação, pousou-me lentamente no chão; através da camada de plástico, conseguia ouvi-La a passear-se à minha volta; subitamente, a Sua mão agarrou no meu órgão e começou a acariciá-la e a masturbá-la. E, apesar da minha imobilidade, de me sentir apertado e cheio de calor, eu comecei a gemer de prazer. Pareceu-me ouvir a Sua voz a dizer algo, mas não consegui perceber o que era. Só me conseguia ouvir a mim mesmo a gemer, sentindo a mão enluvada de Lady Anna a agarrar no meu órgão, a massajá-lo, comigo a senti-lo a crescer… Subitamente, a Sua mão parou, abandonando o meu pénis, enquanto eu gemi de desânimo. E os meus lamentos passaram a protestos doloridos quando sento algo a ser apertado à volta dos meus órgãos genitais. A sensação de desconforto que sentia foi aumentando, à medida que os senti a serem mais apertados com algo fino (fios de nylon, talvez). Só que, após cada aumento da dor que sentia, a mão de Lady Anna voltava a acariciar os meus órgãos sexuais, e, parecendo que não, isso ajudava a mitigar um pouco a dor que sentia – e mesmo a fazer-me sentir prazer.
Assim que o meu pénis e os meus testículos se passaram a assemelhar a um paio (ou, pelo menos, imaginei que deveriam ter um aspecto remotamente parecido), Ela parou de mos atar. As Suas mãos, todavia, continuavam a massajá-lo, e, apesar das amarras, apesar do desconforto que aqueles fios me faziam sentir, eu estava a delirar com aquelas carícias. Pensei que, depois de tanto tempo, Lady Anna me fosse deixar atingir o clímax… até que as Suas mãos abandonaram-no, deixando-me à beirinha do orgasmo, gemendo de mágoa por estar tão perto e tão longe ao mesmo tempo. Depois de uns momentos de inactividade, Lady Anna voltou a excitar-me, masturbando o meu torturado pénis, trazendo-me novamente ao limiar da loucura; porém, mais uma vez, não me deixou vir-me. Dei por mim a pensar o que seria preciso para que Lady Anna me deixasse atingir o clímax, visto que, desde que me havia tornado Seu submisso, uns meses antes, Ela me havia colocado um cinto de castidade, e nos nossos encontros, quando mo tirava, ainda não me havia autorizado a chegar ao clímax. Se tivesse a minha boca livre, pedir-Lhe-ia por tudo para me deixar vir – eu ansiava por esse dia, mesmo! Mas, por mais que gemesse, era inútil: Lady Anna continuava a brincar comigo, a provocar-me sem me dar alívio. Perdi conta às vezes que estive quase a sentir o alívio e o prazer do orgasmo e em que não o pude disfrutar.
Depois da última “tentativa”, comecei a sentir algo, pesado e de superfície direita, a apertar-me os meus testículos e o meu pénis; quando a pressão passou a ser demasiada, comecei a gemer. Imaginei os meus testículos a ficarem roxos após serem apertados daquela forma – para além de estarem atados. Então, a pressão aliviou, sendo substituída, depois de instantes de pausa, por algo coberto por nylon: calculei logo que fossem os Seus pés sem sapatos. Depois de Eles me pisarem os órgãos genitais, prenderam o meu pénis e começaram a massajá-lo, assim como as Suas mãos o haviam feito anteriormente. Todavia, Lady Anna nunca se alargava muito: assim que me sentia a disfrutar do contacto com os Seus delicados pés, Ela assentava-me um calcanhar com alguma rispidez em cima das minhas partes baixas, parecendo-me ouvi-La rir-Se sempre que o fazia. E continuámos nisto até que as Suas carícias não pararam, não sentindo, como tinha sido hábito até então, o peso do Seu calcanhar: pouco depois, Ela fez-me ficar deitado de lado, com os Seus pezinhos a darem lugar, mais uma vez, às Suas mãos. Estas agarraram no meu torturado pénis e afagaram-no, acariciaram-no, masturbaram-no a Seu bel-prazer. Sentia-me deliciado por estar a ser masturbado mais uma vez, mas desconfiado que aquilo seria sol de pouca dura… só que as Suas mãos não me abandonaram, estiveram sempre a excitar-me. Seria possível que iria ser desta vez? Iria Lady Anna, depois de tanto tempo, de tanta provocação, deixar-me atingir o clímax? Quando senti algo do género dum recipiente a ser encostado ao meu pénis, pensei que estaria na hora da minha libertação, do meu êxtase: debaixo de todas as camadas de plástico e de fita adesiva, a minha boca contorceu-se um sorriso…
… e não pude deixar de soltar um rugido quando, pela primeira vez em meses, o orgasmo que tinha dentro de mim foi autorizado a ser libertado. A mão de Lady Anna não parou de me masturbar (diria que “ordenhar” seria uma palavra mais adequada), com o meu sémen, calculei, a ser todo recolhido dentro daquele recipiente desconhecido. Abençoei a minha Dona e Senhora por aquele momento de prazer, sentindo-me tão afortunado por Ela me ter encontrado e abrigado sob a Sua chibata.
Quando o meu orgasmo finalmente parou, Lady Anna voltou a deitar-me de barriga para cima, rasgando o meu casulo e deixando a minha cabeça a descoberto. Arrancando cautelosamente as tiras de fita que me silenciavam e cegavam, o meu primeiro vislumbre depois de tanto tempo foi o rosto delicado de Lady Anna, debruçado sobre mim: numa das Suas mãos segurava o copo, de vidro e cheio de líquido esbranquiçado. Derramou-me algum dele sob a cara e sob os lábios, e só depois falou:
- Abre a boca.
Fi-lo, e foi então que Ela foi entornando o conteúdo do copo para dentro da minha boca - o meu próprio sémen. Tinha um sabor algo metálico, mas não o cuspi. Então, fiquei encandeado com os flashes da máquina fotográfica que Lady Anna segurava na outra mão, retratando a minha cara cheia de fluidos – dos meus próprios fluidos. E engoli-os, orgulhoso de ter feito algo que fora digno de registo para memória futura da minha Dona.

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