quinta-feira, 1 de maio de 2014

Traída (parte 3)

continuação...

Algum tempo depois, voltei a ouvir a porta abrir-se, e deu-me a impressão que havia entrado um grupo de pessoas, pelo menos julgando pelos passos.
- Ola, olá, Vanessa! – ouvi a voz da Enfermeira-Chefe N – Bom, minha querida, do relatório que a minha colega  fez a teu respeito, e das análises que efectuámos aos teus fluidos corporais, posso afirmar que és um espécime perfeito para o nosso trabalho. O que, claro está, significa que vais ficar aqui connosco.
Ouvi-a e ao resto das pessoas que ali estavam rir-se – parecia-me que eram mais duas pessoas – enquanto os meus piores receios eram confirmados.


- Infelizmente, – continuou a Enfermeira-Chefe N – a Enfermeira R vai deixar de estar encarregue de ti. Afinal de contas, ela é uma das Enfermeiras mais requisitadas do nosso Hospital. Para a segunda parte da tua adaptação, vou designar para o teu caso a Enfermeira S.
- Vai ser um prazer vergar esta puta e transformá-la numa escrava submissa.
Aquela voz… parecia-me demasiadamente familiar. Decerto que não poderia ser…
- Bom, vamos-vos deixar trabalhar. – continuou a Enfermeira-Chefe N – Vou ficar à espera do teu próprio relatório sobre os dados desta escrava.
- Com certeza, Senhora.
Então, o quarto pareceu ficar deserto – com excepção de uma pessoa, que se aproximou de mim.
- Olá, olá, Vanessa. Vou-me divertir tanto contigo…
O meu coração acelerou quando finalmente reconheci aquela voz. Salima! Ela havia-me mentido! Ela havia-me enganado para que eu fosse até ali e fosse raptada e torturada! Mas… porquê?! Eu sempre confiara nela, ela sempre fora minha amiga!
Ela esvaziou o bocal do meu hood e retirou-mo por completo; quando, finalmente, pude ver, confirmei que, de facto, se tratava de Salima, a minha amiga de origem indiana, morena, que estava agora à minha frente envergando um fato preto de enfermeira, de vinil, com luvas de látex vermelhas e botas de plataforma da mesma cor, pelo joelho. Ela olhava divertida para mim com os seus olhos negros.
- Eu não posso acreditar que tu acabaste por engolir a minha peta, Vanessa. – disse ela, com um tom escarninho – Para te ser sincera, eu estava a pensar em elaborar um plano para te raptar e trazer-te para cá. Tenho de te agradecer por me teres poupado o trabalho.
Enquanto Salima ia falando, ela ia-me soltando os tornozelos dos ferros da cama, permitindo que as minhas costas descansassem, depois de horas numa posição absolutamente horrorosa; ela acabou por me voltar a prender as pernas nos suportes da cama.
- O meu ordenado este mês vai ser mais gordinho por tua causa… finalmente tu serves para alguma coisa, sua puta. – continuou ela.
As suas palavras duras fizeram-me protestar, mas o anel metálico que tinha na boca transformou as minhas palavras em grunhidos incoerentes.
- Cala-te, puta. Desde que te conheço que te tenho achado uma cabra de merda, fútil e inútil. Apenas me tenho dado contigo porque, secretamente, tinha a ambição de te conseguir atrair até aqui…
Não conseguia acreditar no que estava a ouvir. Nós duas havíamo-nos dado tão bem desde o início! Ela havia-me apoiado após o meu fim de namoro com o meu último ex, ela havia-me convidado para sua casa tantas vezes… não fazia sentido!
- Bom, cabra, altura da tua primeira refeição por aqui. – disse Salima, aproximando-se de mim.
Com um pulo, ela colocou-se em cima da cama, pondo-se de joelhos comigo entre as suas pernas, e sentando-se no meu peito.
- Como entrada – e único item – do menu, tu vais comer a minha rata.
Olhei para ela com cara de “deves estar a gozar comigo” enquanto ela colocava o seu baixo-ventre em cima da minha cara – ela não tinha cuecas. Quando ela percebeu que a minha vontade de lhe obedecer não era muita, ela esbofeteou-me e puxou-me o cabelo.
- Desculpa lá, mas eu falei em hindi? Mete a merda da língua de fora e começa a lamber, vaca!
Lutando contra a vontade de chorar após o puxão de cabelos que ela me deu, e com a sua traição sempre presente na ideia, acabei por lhe obedecer e começar a passar a ponta da língua pelos seus lábios e clitóris.
- Hmmmm, nada mau, cabra, mas podes fazer melhor que isso… fode-me com a tua língua, sua cabra de merda!
Eu nunca o fizera, mas, à medida que ia tomando contacto com a verdadeira Salima, fui ficando com medo a chatear mais, de fazer algo que a pudesse deixar ainda mais irada – ou de não fazer o que ela queria. A minha língua começou a agir da maneira que ela desejava, passando pelos seus lábios e entrando na sua ratinha. Salima gemia e suspirava sempre que a ponta da minha língua entrava dentro dela. Ela não perdeu tempo a voltar a provocar-me e a rebaixar-me:
- Quando eu acabar de tratar de ti, o teu único pensamento vai ser em como dar prazer sexual a toda a gente que te rodeia!
- Sempre agiste como uma puta, altura de passares a ser uma verdadeira puta!
- Eu fodi todos os teus ex-namorados, todos eles me confessaram que tu eras muita parra e pouca uva, que nunca quiseste foder com eles porque não sabias foder! Bem, minha querida, não te preocupes, aqui vais-te tornar uma expert!
- Tenho de te confessar uma coisa, puta: algumas das coisas que eles me contaram fizeram-me ter pena de ti…
- Todos eles disseram que não sabias fazer uma mamada nem que a tua vida dependesse disso… adivinha, porca: aqui vais ter muitos caralhos para te exercitares e treinares!
- O Pedro não acabou contigo por precisar de tempo para perceber o que queria da vida: ele acabou contigo porque eu lhe dei o melhor broche que ele alguma vez vai ter na vida!
- Daqui por uns aninhos, vais pedir para ter três gajos a comerem-te a cona ao mesmo tempo! Vou fazer de ti uma debochada que precisa de foder para viver!
 Meu Deus, mas ela nunca mais se calava? Eu estava a obedecer-lhe, porque tinha Salima a humilhar-me daquela forma?! E, se o que ela dizia era verdade, então ela havia sido a principal responsável pela minha fraca vida amorosa… e ela havia voltado a lixar-me.
Então, misericordiosamente, a sua boca parou de me insultar – apenas para começar a gritar de prazer, ao atingir o orgasmo. Os meus lábios começaram a ficar ainda mais húmidos ao sentir os seus fluidos a escorrerem-me para a boca… Se eu pudesse cuspir tudo aquilo! Então ela tirou-me a sua rata da boca, esfregando-ma na cara, no cabelo…
- Oh, oh, oh, olha para isto, a minha puta está encharcadinha nos meus fluidos… tens de acabar a tua refeição, puta.
Salima saiu de cima de mim e foi à procura de algo: quando o encontrou, ela sorriu e voltou para a cama; na sua mão, estava uma colher de metal.
- Vá, vamos lá a tratar de te alimentar… não podemos deixar que a minha nhanha se desperdice! Tens de comer tudinho, senão não matas a fome! – enquanto ela falava, ia-me passando a colher pela cara, raspando os seus fluidos da minha cara e fazendo-os pingar para dentro da minha boca aberta. Toda a situação era revoltante, humilhante… especialmente sabendo que estávamos a ser filmadas e que tudo aquilo estava ou iria ser visto por outras pessoas.
Quando Salima achou que eu estava limpa o suficiente, ela esbofeteou-me.
- Pronto, tão limpa como uma puta deve ser.
Mais uma vez ela foi à procura de algo, retirando de um armário metálico uma máscara de gás de aspecto antigo, daquelas que envolvia toda a cabeça, e colocou-a em cima da cama, perto da minha cabeça.
- Bem, estou farta de olhar para a tua cara de puta. Altura de a taparmos.
Com aquilo, ela começou a colocar-me a máscara. Nem tentei lutar contra ela… sabia que era perfeitamente inútil. A máscara tinha um par de pequeninas aberturas de plástico para os olhos e um tubo para respirar, e era bastante quente: depois de alguns minutos, sentia a pele da minha cara a ficar encharcada com suor.
Todavia, esse era o menor dos meus problemas: através da visão muito limitada que eu tinha através das aberturas, pude ver Salima a enroscar a outra ponta do meu tubo de respiração a uma garrafa pressurizada qualquer… com uma manivela no topo, que ela prontamente abriu.
- Não te preocupes, puta, não te vou matar, nem envenenar, ou nada do género. Isto – e ela apontou para a garrafa – é oxigénio. Nada de suspeito lá dentro, apenas ar puro e saudável para os teus pulmões. Agora… se te portares bem, isto mantém-se como está e tu vais respirando normalmente. Agora, se me começares a desobedecer… – a sua mão agarrou na manivela e girou-a para o outro lado… e, no instante a seguir, comecei a sentir-me sufocar, debatendo-me por ar. Poucos segundos depois, voltei a sentir o oxigénio a chegar-me aos pulmões, comigo a respirar grandes golfadas de ar engarrafado.
- Fiz-me entender?
Acenei veementemente.
- Perfeito! Os nossos treinos começaram bem, estou a ver.
Vi-a voltar ao armário e ir à procura de mais qualquer coisa. Quando ela voltou à minha beira, a fraca qualidade das viseiras de plástico não me deixou perceber o que Salima tinha na mão. A primeira coisa que consegui ver com alguma definição seria também a última: duas tiras de fita adesiva preta que foram colocadas sobre aquelas aberturas, deixando-me mais uma vez sem poder ver nada.
- A partir de agora não precisas da tua visão para nada, sua puta. – disse Salima, alegremente.
Fiquei à espera, a tremer, a ver o que ela ir-me-ia fazer de seguida. Senti as suas mãos a agarrarem-me nas sandálias e a tirarem-mas, trocando-as por outros sapatos, também com tiras de cabedal. Então, do nada, algo – aparentemente, uma mola – foi-me colocada no meu lábio vaginal direito, puxando-o para o lado, com a mola a ser-me colada à perna com fita adesiva; o mesmo procedimento foi feito do lado esquerdo. Ignorando os meus gemidos, Salima riu-se.
- Bem, olha para isto. A puta tem o seu buraco todo aberto e disponível para ser fodido…
A dor nos meus lábios era insuportável. Ela estava a esticar-me os lábios até ao limite, e cheguei mesmo a pensar que aquelas molas mos iam rasgar.
- Bom, altora de ver o que os Doutores acham dos teus buracos.
Salima calou-se durante alguns instantes, um silêncio quebrado quando a porta se voltou a abrir e uma nova pessoa entrou na sala.
- Chamaste? – ouvi uma voz masculina.
- Sim, Doutor. Gostava que avaliasse esta paciente. A Enfermeira R já fez os testes…
- Ah, estou a ver. – pude ouvir a restolhada de papéis a serem virados – Bons valores… bom, em teoria ela tem um bom potencial.
- Foi o que pensei, senhor.
- Portanto, fazes tu o teste geral, ou…
- Esteja à vontade, Doutor. Eu já experimentei a boca, ela portou-se muito bem.
Ouvi um cinto a ser desapertado enquanto eu voltava a tremer; e quando aquele Doutor entrou em mim, quase voltei a irromper num pranto. Senti-me tão imunda, tão porca ao ser penetrada por um tipo que não conhecia de lado nenhum… o que, somando à dor horrenda que já sentia com as molas a repuxarem a minha vulva e abrindo-a por completo… Mesmo assim, pareceu-me que ele estava a tentar ser gentil; só que, após ter uma mão dentro de mim, após ter os meus lábios vaginais esticados quase até ao limite, e não esquecendo que eu tinha um dildo enfiado no cu, eu já não conseguia sentir nada senão dor – obviamente o efeito daquela coisa com que a Enfermeira R me havia injectado já se havia desvanecido. Eu não conseguia aguentar mais… mas não tinha outra opção. Já nem sequer conseguia gritar, estava demasiado exausta e deprimida para isso.
Algum tempo depois, ele saiu de dentro de mim; pude ouvi-lo a gemer, como se estivesse atingido o orgasmo.
- Bom, Enfermeira, posso dizer-te que ela é uma boa foda. – pude ouvir algo a ser escrevinhado em papel – Continua o bom trabalho.
- Obrigado, senhor. Estou certa de que esta escrava vai ser uma grande adição ao nosso corpo de servas. – Salima declarou, com ênfase.
- Assim esperamos. Continua, Enfermeira S.
Ouvi a porta a abrir e fechar-se logo de seguida.
- Olha, olha, olha… quem diria, puta, até os Doutores gostam de ti. Vamos brincar muito uma com a outra, daqui por diante. E agora… é tempo da dormida. – declarou ela enquanto me desapertava as pernas dos suportes.
Salima também soltou os meus braços dos ferros da cama e forçou-me a levantar-me puxando a argola da minha coleira; logo a seguir pareceu que ela havia ali prendido alguma outra coisa – uma trela?. Ela proporcionou-me algum alívio ao desprender as molas dos meus lábios vaginais – todavia deixou-as ainda coladas às minhas pernas. Algemou as minhas mãos atrás das costas para depois, com um puxão da minha trela, ela fez-me levantar e sair da cama… comigo quase a cair assim que tentei assentar um pé no chão, por via dos sapatos estranhos que eu tinha então calçados: pareciam sapatos de bailarina mas com saltos, que me faziam andar em bicos de pés… Indiferente, Salima continuou a puxar-me a trela.
- Vá ver, sua puta, vamos a mexer! Eu não tenho o dia todo para isto! Mexe-te!!
Cambaleei e tropecei inúmeras vezes, mas consegui miraculosamente ir andando sem cair uma única vez. Não fazia a mais pequena ideia de onde estávamos a ir, mas, aqui e ali, conseguia ir ouvindo vozes, gritos e gemidos. E então parámos.
Os meus braços foram presos e unidos ao meu corpo por algumas correntes, com os meus tornozelos a serem algemados também. Duas ou três pessoas – julgando pelo número de mãos que sentia no meu corpo – forçaram-me a deitar no chão frio, para depois agarrarem em mim e mergulharem-me debaixo de água.
Quando senti a água fria, eu, que até então estivera quietinha, pareci acordar e desatei a estrebuchar – até que alguém apertou a mangueira da minha máscara, cortando o fornecimento de ar que me chegava à máscara. Parei imediatamente, lutando por respirar, mas ninguém estava com vontade de largar o tubo… eventualmente, quando eu senti que podia desmaiar a qualquer momento, largaram-na, restaurando a circulação de oxigénio. Enquanto eu tentava recuperar o fôlego, senti o nível da água subir, cobrindo-me por completo.
- Agora vais ficar aí durante a noite… pelo menos, claro está. – ouvi Salima dizer, mesmo com a água a distorcer-lhe a voz – Vamos fechar-te aí na banheira, e talvez amanhã vamos começar por te apresentar a arte de chupares inúmeras pilas… e conhecendo-te como te conheço, tu vais adorar isso. – e enquanto ela ia falando, consegui perceber que algo estava a ser aparafusado.
- Esta grade vai garantir que não sais da banheira durante a noite. Mesmo que a consigas virar, vais continuar aí fechadinha… dorme bem, sua puta.
Pude ouvir passos a afastarem-se dali, e fui deixada sozinha. Pude finalmente chorar tudo o que me apetecia, depois da tremenda volta que a minha vida havia dado – provocada por uma pessoa que eu considerara amiga até então. Dei por mim a desejar incontáveis vezes para que a garrafa de oxigénio se esvaziasse… ao menos aí eu poderia voltar a ser livre.

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