quarta-feira, 17 de junho de 2015

Dia de humilhação

(história anterior)

Apesar de as coisas com Carlos estarem melhor que nunca, ele tivera razão numa coisa: por muito que eu pudesse tentar esconder a minha quebra do sigilo de família, a verdade é que nunca fui grande actriz – só mesmo em casos muito especiais. E Andreia conhecia-me demasiado bem, sabia todos os meus tiques e sinais. Ou talvez fosse o meu sentimento de culpa por ter traído o sigilo a respeito dos segredos da família Karabastos… mas o meu marido encostara-me entre a espada e a parede, não me dando escolha senão confessar tudo. O que é certo é que, a partir de uma certa altura, comecei a sentir algum retraimento por parte de Andreia quando falava comigo, alguma frieza no seu trato comigo. Por mais que eu tentasse falar com ela casualmente, ela respondia-me de uma forma fria, indiferente, monossilábica. Uma tarde acabei por abraçá-la e dizer-lhe que a adorava, mas Andreia, a minha irmã mais chegada, acabou por me afastar aos repelões, dizendo que estava com dor de cabeça. Falei nisso a Carlos e ele abraçou-me, enquanto eu não conseguia aguentar as lágrimas, dizendo que falaria com ela a este respeito no dia seguinte. Não sei no que resultou essa conversa. Todavia, por essa altura, Andreia e Ellen estiveram uns tempos sem aparecerem lá em casa. Mesmo assim eu não descansei, porque sabia que Andreia devia estar a preparar alguma…

 
Após mais uma noite mal dormida, levantei-me da cama, com ideias de tratar da higiene. Vesti um robe por cima do meu corpo nu (mas com as minhas partes delicadas cobertas pela armação metálica que Carlos me colocara) e dirigi-me até à casa de banho, onde me meti no poliban, abri as torneiras da água e tomei banho o melhor que consegui. Aquelas alturas eram as que me chateavam mais quando usava cinto de castidade por longos períodos de tempo, tinha de fazer sempre uma ginástica tremenda para conseguir minimamente lavar as áreas protegidas. Assim que acabei de me lavar, fechei a água, saí do poliban, sequei-me com a toalha e enrolei uma outra, mais pequena, à volta da cabeça, para secar o cabelo mais tarde, calcei os chinelos e saí da casa de banho.
Então, aconteceu algo que eu já esperava e receava desde aquele interrogatório: uns braços agarraram-me por trás e um pano encharcado em algo foi-me encostado à cara e nariz, forçando-me a respirar através dele – e de sentir o cheiro a clorofórmio nas narinas. Tentei lutar, mas era inútil: pouco tempo depois, deixei de estrebuchar, perdendo a consciência.

Fui acordando lentamente; tentei agitar a cabeça, para afastar os efeitos do clorofórmio, mas tinha algo ao redor do pescoço que me impedia de fazer movimentos. Abri os olhos e olhei em redor, não vendo absolutamente nada… e tinha uma sensação estranha neles, mas não conseguia definir a sua causa. Fiquei com a ideia que o quarto estava às escuras. Aparentava estar sentada de pernas abertas, sentindo algo de látex a cobri-las e algo na zona das coxas a prender os seus movimentos, e tinha algo vestido que me obrigava a ter os braços cruzados à frente. Estranhamente, não estava a sentir a armação de castidade que Carlos me havia colocado…
- Ah, com que então a princesa já acordou… – ouvi a familiar voz de Andreia.
- Mana, o que se passa? – queixei-me tentando olhar na direcção dela e tentando perceber o que se passava, e porque não a conseguia ver – Onde estou? Que me…
Subitamente, recebi uma chapada com força na cara, logo seguida da resposta, com as costas da sua mão. Raios, ela batera com força!
- Tu andas-te a esticar como o caralho… já não bastou teres andado a chibar-te ao teu maridinho, agora já reclamas assim à papo-seco… – a sua mão agarrou-me com força no maxilar, quase sentindo os seus dedos cobertos por luvas de borracha a enterrarem-se-me na pele.
Pisquei os olhos. E voltei a piscá-los. Fi-lo durante imenso tempo, tentando ver alguma coisa… era impossível que o quarto estivesse na escuridão e Andreia pudesse ver-me de alguma maneira! Ouvi a sua gargalhada.
- Então, traidora, não consegues ver? Aqui há dias vi algo à venda e decidi mandar vir: lentes de contacto opacas. Perfeito para quando te quiser deixar cega mas me aborrecer andar com vendas… e ficas com um ar delicioso! Parece que não tens meninas na vista…
Isso explicava a sensação que eu tinha nos olhos, assim como a escuridão que me rodeava: Andreia havia-me “cegado”!
- Foda-se, Andreia, estás louca da cabeça?! – gritei – E depois como vou tirar esta merda dos olhos?! Tira-me isto e tira-me daqui!!
A mão da minha irmã, que já me havia largado, voltou a agarrar-me na cara, e senti uma cuspidela sua acertar-me na cara.
- Tu já andaste melhor treinada que isto… eras tão dócil e meiga. Agora andas armada em fera, claro que por causa daquele deficiente, andas a aprender umas lindas coisas com ele… e depois vais-lhe contar os nossos segredos!
- Mas…
Ela não me deixou voltar a falar: com a mão abriu-me a boca e colocou-me nela uns ferros que me forçavam a mantê-la aberta, apertando umas tiras por trás da minha cabeça.
- Em primeiro lugar, cala-te, puta de merda. – e escarrou-me na cara novamente, ao mesmo tempo que eu começava a sentir a minha saliva escorrer-me pela boca aberta – Estás cheia de sorte por eu não saber o que fiz aos tampões para os ouvidos que eu tinha comprado para ti, porque queria ter-te aqui cega, surda e muda, completamente alheada do que se passa à tua volta… completamente à minha mercê. Depois, está na altura de as pagares pela tua traição à família Karabastos. Para isso, a restante irmandade, aqui presente na sua totalidade, já decidiu qual vai ser a tua punição. 
Só naquela altura é que ouvi ruídos e me apercebi que não estávamos ali sozinhas.
- Mal posso esperar para meter o meu termómetro na cona sidosa dessa traidora… – ouvi a voz da minha irmã mais nova.
- Paciência, Ângela, terás a tua oportunidade. Antes disso… vou ser eu a dar-lhe cabo da cabeça.
Senti uma mão a meter-me na zona do baixo-ventre e ouvi um fecho a ser aberto; assim que senti os seus dedos a tocarem-me na ratinha, gemi, surpreendida, confirmando os meus receios: de alguma forma elas haviam-me tirado o cinto de castidade! A única barreira que poderia impedir que as minhas irmãs abusassem de mim havia misteriosamente desaparecido!
- Olhem só para isto, a menina já está molhadinha só de expectativa com o que lhe pode acontecer… – miou Andreia, metendo um dedo dentro de mim e retirando-o logo a seguir – Estava mesmo a pedir um bacamarte gigantesco dentro deste buraco, isso estava. Ainda maior que o da Ellen… um com o dobro da grossura, um que te desse um andar novo! – fez um pausa, depois soltou uma gargalhada – Esperavas que ainda tivesses o teu cintozinho de castidade colocado? Querias! Foi uma verdadeira tourada, mas lá consegui sacar as chaves dos cadeados ao teu maridinho e tirar-te essa sucata toda. Devias mesmo achar que isso seria o suficiente para me parar…
Quando ela acabou de falar, comecei a ouvir um ruído de algo a vibrar: um vibrador, aparentemente. Só mais tarde, quando aquela coisa me foi encostada ao baixo-ventre e à abertura que expunha a minha ratinha, percebi que era algo diferente: uma magic wand.
- Gostas da minha varinha de condão, puta? – perguntou Andreia, notando-se um indício de gozo na sua voz.
A minha primeira reacção, assim que a cabeça daquela coisa começou a rodar sobre os meus lábios vaginais, foi gemer; depois, comecei a agitar-me toda à medida que o toque daquele utensílio ia fazendo efeito sobre mim e me ia excitando. Tentei agitar a cabeça e dizer-lhe que não queria que ela me fizesse aquilo, mas a coleira que tinha presa ao pescoço limitou-me os movimentos e aquela mordaça impediu-me de me conseguir fazer entender. De qualquer maneira, duvido que a minha irmã me fizesse a vontade.
Chegado a um certo ponto, inclinei a cabeça para trás (era um dos poucos movimentos que conseguia fazer), sentindo-me aproximar cada vez mais do orgasmo. Todavia, eu conhecia Andreia demasiadamente bem, sabia que ela não me ia deixar ter prazer assim às primeiras. Efectivamente, quando eu já estava mesmo quase a atingir o clímax, ela deixou de me excitar, tirando-me a wand do baixo-ventre.
- Não estavas à espera que eu te deixasse vir assim tão facilmente, pois não? – foi o seu comentário, sendo seguido de uma gargalhada.
- Admira-me é não lhe bateres mais, maninha, não lhe dares uma carga de porrada. – comentou Amélia. Era a primeira vez que eu lhe ouvia a voz…
- Para quê, se posso torturá-la mais assim?
Senti novamente a cabeça da magic wand a ser-me encostada aos lábios vaginais, voltando a excitar-me até à beira do orgasmo – algo que eu já não tinha há mais de um mês, desde que Carlos me colocara o cinto de castidade. E mais uma vez, tal como eu já esperava, Andreia não me deixou sentir o clímax, levando-me à beirinha para depois mo negar.
- Espero que não estejas à espera que eu te deixe vir… – ouvi-a dizer – Era o que faltava se eu agora perdia tempo contigo só para te dar prazer!
Por muito que eu tentasse disfarçar, Andreia conhecia-me bem em demasia: sabia ver o quão próxima eu estava do prazer máximo. Voltei a sentir a magic wand ser-me encostada à ratinha e ali ficar durante algum tempo, fazendo-me impar e gemer, aproximando-me novamente do orgasmo… e negando-mo mais uma vez. Estivemos naquele jogo do gato e do rato durante um longo bocado, com Andreia a ser bem-sucedida na sua missão de evitar que eu me viesse.
Não sei quanto tempo passou até que ouvi Andreia dizer:
- Olha para ela… se pudesses ver a tua cara, puta, pareces uma cachorrinha abandonada! E tudo porque não te vieste… e, se depender de mim, não te vais vir!
Ela havia parado de me provocar com a wand, o que me fez recear sobre qual seria o seu castigo seguinte. Ouvi passos à minha volta (de saltos altos) e senti um puxão no cabelo.
- Estás mesmo toda aberta… mesmo à puta. – comentou Ângela, próxima de mim. Senti uma mão envolta em látex apalpar-me a vulva – E toda molhada, bem lubrificadinha… mesmo assim não sei se chega para mim!
Subitamente, senti algo grosso ser-me encostado aos lábios vaginais, entrando com alguma brusquidão na minha ratinha. Gemi como pude e inclinei a cabeça para trás, sentindo aquele objecto entrar totalmente em mim, começando a sair logo depois. Aquilo conseguia ser maior e mais grosso que o órgão de Ellen, e causava-me alguma dor…
- Gostas do meu bacamarte? – gritou Ângela – É mesmo bom para ti, para uma vaca como tu… Se isto fosse uma pila a sério, tinha de ter metido dois preservativos, com a quantidade de malta que te come o cu e a cona, a ver se não apanhava nenhuma doença!
Fechei os olhos, tentando ignorar a dor, e sentindo as primeiras lágrimas a escorrerem-me à cara abaixo. Aquilo era uma violação… Uma mão agarrou-me no cabelo e forçou-me a inclinar a cabeça para trás, para começar a receber cuspidelas na cara e na boca aberta. Ao mesmo tempo, ia sendo insultada pelas minhas irmãs:
- Puta!
- Cabra!
- Vaca!
- Traidora!
- Rameira!
- Nojenta!
Elas estavam a fazer um trabalho bastante bom e humilharem-me tanto física como psicologicamente… Ângela continuava a penetrar-me com aquele “bacamarte”, como ela lhe havia chamado, e elas continuaram a repetir os mesmos insultos e a cuspirem-me na face, no cabelo, nos lábios, na boca. Pareceu-me ouvir os clicks de uma máquina fotográfica.
- Estas fotos vão valer ouro, o teu aspecto agora é lindo! – riu-se Amélia – Tens exactamente o aspecto que uma puta rafeira como tu deve ter… só falta seres acorrentada a uma casa-de-banho masculina para eles te mijarem e te esporrarem a cara toda!
- Por falar nisso… – acrescentou Andreia.
Fiquei à espera que algo mudasse ali: aquela frase fora algo enigmática. E, realmente, pareceu-me ouvir os sons de alguém a masturbar-se ao pé da minha cara… e um ‘alguém’ masculino. Ou munido de um órgão sexual masculino.
Ellen.
Ouvi alguém gemer, como se tivessem colocado uma mordaça na boca dessa pessoa, e apenas reparei nisso porque as minhas irmãs se haviam calado. Enquanto isso, o “bacamarte” ia-me penetrando com mais força. Aqueles gemidos foram aumentando de cadência até que comecei a sentir uma substância líquida, mais espessa que saliva, atingir-me no rosto e cabelo. Ouvi uma gargalhada.
- Assim é que estás linda, puta! Quilos de cuspo e agora um montão de esporra! – riu-se Andreia, enquanto voltei a sentir mais escarradelas a atingirem-me na cara ao mesmo tempo que aquela torrente de sémen, ouvindo novamente a máquina a tirar-me fotografias. Elas estavam mesmo apostadas em humilharem-me, rebaixarem-me por completo, a tratarem-me pior que lixo. E Ângela continuava sem qualquer piedade por mim, praticamente arrombando-me a ratinha, fazendo-o enquanto não se cansou.

Eventualmente, todas elas se fartaram de me torturar. Até mesmo Ângela, que tirou o “bacamarte” de dentro de mim e soltou uma gargalhada.
- Sim senhora, a tua cona está perfeita! Pelo menos durante alguns dias não hás-de levar nada aí, vaca!
- Ângela! – gritou Andreia.
- Que foi? – pareceu-me notar indícios de confusão na sua voz.
Ouvi passos a afastarem-se de mim e vozes baixas. Tentei apurar o ouvido mas não valia a pena, não dava para se perceber nada. Aproveitei aquele momento para avaliar a minha situação.
A dor na ratinha era bastante difícil de suportar: Ângela fora muito bruta comigo. Sentia a minha cara cheia de fluidos que me iam escorrendo para o peito: saliva, sémen e sei lá se mais alguma coisa. E, animicamente… não sabia como me sentia. O facto de ter sido abusada e humilhada pelas minhas irmãs deveria ser motivo suficiente eu me sentir pior que merda; só que, por algum motivo, isso não acontecia.
Fui interrompida quando ouvi passos, seguidos de uma porta a abrir e fechar. Pensei que havia ficado sozinha naquele lugar, quando ouvi uma voz:
- A tua punição acabou. – era Andreia, que se aproximava de mim enquanto falava – Depois da tua traição, de teres envolvido estranhos nos segredos da nossa família, mereceste ser castigada por todas nós de uma forma que te faça sentir arrependida e te faça pensar duas vezes antes de o voltares a fazer.
Ela fez uma pausa, durante a qual a ouvi mexer em qualquer coisa.
- Claro que poderás dizer que esse estranho é o teu marido e que ele tem todo o direito de saber. Na realidade, quem sabe se as nossas antepassadas contavam aos seus maridos sobre os nossos segredos… mas o meu papel, um dos meus papéis, era castigar-te pela tua indiscrição. Se fomos brutas demais, desculpa-nos… mas foi necessário.
Ela tirou-me então a armação que mantinha a minha boca aberta e depois sentou-se no meu colo, apoiando os seus braços nos meus ombros.
- Apesar de tudo isto, assim que recuperes desta sessão, espero que não fiques muito sentida comigo. O meu papel era punir-te, porque quero que a nossa família continue a existir, não quero que as Karabastos acabem na nossa geração. Se calhar abusei um bocado… se calhar a Ângela abusou um bocado. Mas foi necessário. Para te mentalizares do que tens de fazer por nós. Não percebes o quão importante és na nossa família, pois não, Ana? Raios… quem me dera ser eu a ter a Marca da Deusa no meu corpo e poder dar continuidade à nossa família!
Ouvi aquela algaraviada de Andreia e fiquei a pensar se ela não teria fumado alguma coisa esquisita ou tomado algum produto. Claro, eu sabia que a nossa família era antiquíssima e que a sua continuidade passava por mim, mas daí até ser a coisa mais importante do mundo… ainda assim, ela era minha irmã – A minha irmã, a minha cúmplice, a minha companheira, e eu continuava a amá-la, mesmo depois de tudo aquilo, mesmo depois de toda a dor e humilhação que ela me havia infligido… serei parva?
Joguei a cabeça para a frente, às cegas, e tentei beijar os seus lábios. Incrivelmente, acertei neles; e, mais incrível ainda, Andreia não fugiu: mesmo com a minha cara cheia de fluidos, ela respondeu ao meu beijo, abraçando-me com força e trocando um longo linguado comigo. E ali ficámos.

(história seguinte)

1 comentário:

  1. Saga Karabastos no seu melhor... Cada conto é sempre uma surpresa.. Boa

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