segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Bonecas

(história anterior)

Um estrondo sobressaltou-me, acordando-me do sonho que estava a ter (que agora nem me recordo qual era). Abri os olhos tentando ver o que se passava mas um foco de luz potente iluminou-me a cara, deixando-me cego.
- Hey! Que se passa aqui?! – gritei, ainda a sentir-me sob a influência do sono.
Os lençóis que me cobriam foram levantados bruscamente e dois pares de mãos agarraram-me pelos braços, arrancando-me da cama com brusquidão. Tentei olhar à minha volta – algo inútil, visto ainda estar encandeado.

 
- Cuidado com o tornozelo! – voltei a gritar, fechando e abrindo os olhos sem parar para ver se conseguia voltar a ver.
As duas pessoas que me arrastavam levaram-me do quarto, fizeram-me descer as escadas que conduziam ao rés-do-chão da casa e conduziram-me à porta que dava para a cave (mesmo sem conseguir ver o caminho, conheço bem os cantos da minha casa). À medida que avançávamos pela parte subterrânea, fui começando a ver qualquer coisita e comecei a conseguir vislumbrar as formas femininas das minhas captoras. Nem eu estava à espera que fosse diferente, calculando eu que aquelas duas pessoas só podiam ser a minha mulher e a minha cunhada/ex-mulher…
Uma delas abriu uma das portas e todos três entrámos numa das salas da cave, onde fui atirado com pouca cerimónia para cima de um colchão. Os meus ouvidos captaram gemidos ali ao pé e um zumbido algo ténue. Então, ambas as mulheres pareceram começar a falar entre si num idioma esquisito; parecia grego e ao mesmo tempo não parecia. À medida que os meus olhos começaram a recuperar da prévia explosão de luz e se foram adaptando à fraca iluminação, pude ver as minhas captoras, ambas envoltas em catsuits de látex pretos e encarnados, corpetes pretos a cobrirem-lhe o peito e ostentando strap-ons negros presos à cintura. Tinham botas pretas pelo joelho, com uma compensação jeitosa que lhes dava uma altura considerável, e luvas pretas curtas de látex. O que saltava à vista era o seu visual do pescoço para cima: ambas tinham máscaras de bonecas a envolver-lhes a cabeça por completo, coroadas com longas cabeleiras louras. Não sei como conseguiam elas ver com aquilo, os olhos pareciam não ter qualquer movimento, tal qual os olhos das bonecas.
Olhei à volta e pude ver de onde vinham os gemidos que se iam ouvindo naquela divisão: no centro da divisão estava o cavalo de tortura, e em cima dele estava um corpo preso, com os seus genitais virados na minha direcção – e foram eles que me permitiram identificar a pessoa que ali estava: Helena. Ela tinha o corpo brilhante, como se tivesse sido coberta por uma camada de óleo, tinha um fiozinho eléctrico a sair-lhe da ratinha e toda ela tremia e gemia. Levantei-me e, sempre coxeando, circulei à volta do corpo da esposa de Andreia e reparei que lhe haviam rapado o cabelo a máquina zero e alguém lhe havia tatuado um enorme ‘K’ no couro cabeludo. Olhei para ambas as “bonecas”, de cenho franzido, depois abanei a cabeça e continuei a observar Helena, reparando nos ferros que mantinham a sua boca aberta, nos fios de baba que pingavam dali e na coleira metálica que ela tinha no pescoço e que não lhe dava muito espaço para mexer a cabeça.
Uma das nossas captoras aproximou-se de mim e de Helena, apontou para mim com uma mão e depois para a cabeça de Helena, dizendo algo naquele idioma incompreensível. Abanei a cabeça.
- Fala comigo com um idioma de gente, faz favor, assim não te entendo…
Ela repetiu os gestos; quando viu que eu não a iria entender, ela aproximou-se da cativa, agarrou-lhe na cabeça com as duas mãos e enfiou-lhe o strap-on na boca aberta, penetrando-a algumas vezes, para depois a deixar e voltar a apontar para mim e para ela. Encolhi os ombros.
- Bom, OK, OK, acho que já percebi…
Passei a cabeça da minha pila pelos lábios babados de Helena, humedecendo-a, para depois a enfiar pela sua boca escancarada, por onde saíam os seus gemidos incessantes. Obviamente que o meu órgão se entesou logo nos primeiros instantes; mesmo assim fazia-me impressão mexer na cabeça desprovida de qualquer cabelo da hermafrodita. Que raio de ideia havia sido aquela, para além da tatuagem? Seria a forma de Andreia marcar a sua posição na relação com ela? Todavia procurei não perder muito tempo a pensar nessa questão, não fosse aquele duo de bonecas decidir fazer-me algo semelhante... e ambas estavam já a ladear-me, observando-me com aqueles seus olhos sem vida e que me causavam alguma impressão. A minha pila continuou a entrar e sair da boca de Helena enquanto elas quiseram; quando acharam que ela estava dura e lubrificada o suficiente, tocaram-me no ombro e chamaram-me com um dedo, dirigindo-se para o outro lado do cavalo. Obviamente segui-as.
Do outro lado, uma delas agarrou em algo que estava escondido debaixo do corpo de Helena, algo ligado ao fio que saía da ratinha dela: um mini-comando, que me fez ver que aquilo devia ser o controlo do vibrador que ela tinha dentro de si. O zumbido passou a ouvir-se mais claramente e os gemidos da cativa aumentaram de volume. Enquanto isso, a outra “boneca” apontava para o rabo de Helena e para o meu pénis. Daquela vez, não precisei de exemplo para perceber o que queria. Avancei até encostar a ponta do meu órgão ao esfíncter de Helena e avancei dentro dela, ouvindo-a soltar um gemido. Veio-me logo à cabeça que Ana tem o cu mais apertado que o de Helena, pois senti pouca resistência à minha penetração… Comecei a sair e entrar do seu traseiro, ouvindo gemer e sentindo-me ficar mais excitado; todavia fiquei à espera de alguma surpresa, pois as “bonecas” estavam atrás de nós e duvidava que elas não tivessem algo mais na manga… E, efectivamente, senti uma delas a abraçar-me por trás, tocando-me com os seus braços envoltos em látex, passando-me as mãos pelo peito, pela barriga, enfiando-me um dedo na boca. Senti o seu dildo ser-me encostado ao rego do rabo mas aquela não pareceu fazer tenções de mo querer enfiar (e se isso acontecesse, era capaz de a coisa correr mal). Quanto à outra, vi-a dirigir-se rumo à cabeça de Helena, agarrar-lhe nela com ambas as mãos, com força, e começar a penetrar-lhe a boca repetida e vigorosamente. Senti a cabeça de Ana – só podia ser ela a abraçar-me, pelo seu toque cheio de meiguice e carinho, e por não me estar a tentar comer o rabo – colocar-se sobre o meu ombro; a minha reacção foi beijar aqueles lábios de plástico, recordando-me de uma situação idêntica quando o estágio em Castro Verde fora invadido por uma espécie de cyborg (situação que eu ainda não tinha conseguido deslindar, diga-se)1; mesmo assim, beijei-a apaixonadamente, tudo enquanto continuava a comer o posterior de Helena e ouvindo-a gemer desalmadamente.
Subitamente, saí do rabo da hermafrodita e dei uns passos atrás, empurrando Ana comigo. Não queria saber de Helena, preferia muito mais atirar-me à minha esposa e comê-la! Olhei à volta e atirei-a para cima de um colchão que estava por ali, jogando-me de seguida sobre o seu corpo e agarrando-lhe no strap-on para lho tirar, encontrando pouca oposição por parte da minha mulher; assim que aquela tarefa foi bem-sucedida, puxei-lhe o fecho inferior do catsuit para cima, revelando-lhe a ratinha. Sem perder tempo, enfiei a minha pila nela enquanto lhe agarrava nos pulsos, querendo impedir que ela começasse a estrebuchar; e, de facto, ela começou a querer medir forças comigo, mas eu sou mais forte que Ana apesar da lesão – e, de qualquer forma, pareceu-me que aquela “luta” era só para manter aparências. Seja como for, depois da resistência inicial, Ana envolveu-me nos seus braços e enrolou as suas pernas nas minhas, “trancando-se” a mim com força enquanto eu começava a entrar e sair dela, e “beijou-me” com os lábios da sua máscara. Ela e Andreia aparentavam ter dialogado durante a nossa luta corporal, mas agora aquela estava unicamente focada em mim. Pelo rabo do olho, pude ver que Andreia havia tomado o meu lugar no posterior da hermafrodita e se divertia a acabar com o que restava do cu dela. Ignorei-as e dei antes atenção à “boneca” que tinha enroscada à volta do meu corpo; e os seus gemidos desalmados enquanto eu a ia montando e penetrando soavam-me a música; era giro ouvi-la e observar aquele rosto impassível e imóvel…
Ouvi berros atrás de mim mas nenhum de nós dois lhes ligou: continuei embrenhado nos braços de Ana, a fazer amor com ela, e ela continuou agarrada a mim, a encostar os seus lábios de boneca aos meus, sempre a gemer. Sentia uma vontade louca de lhe arrancar a cabeleira e a máscara, meter-lhe a pila na boca e fazê-la engasgar no meu sémen, mas por algum motivo continuei no mesmo registo, apenas a comer a ratinha de Ana, a sentir-me ficar cada vez mais excitado e sentindo-a à beira do clímax…
Os nossos orgasmos não nos fizeram abrandar: continuei a devorar Ana, a comê-la como se não houvesse amanhã, e ela continuou a mexer-se com o mesmo vigor, a mesma paixão, o mesmo desejo. Não queria parar, sair dela, apesar de começar a sentir algum cansaço, mas a minha mulher tratou de resolver a situação: fez-nos rolar, ficando ela por cima e passando ela a controlar a velocidade dos nossos movimentos. E ela não abrandou, parecia ter uma reserva de energia inesgotável, queria mais! E até me parece que acelerou ainda mais o vigor dos seus movimentos, fez-me entrar e sair dela ainda mais depressa que antes… Houve uma altura em que senti que não conseguia continuar mais pois tinha o pénis extremamente sensível e os testículos “vazios” – só que isso não fez com que Ana abrandasse ou parasse. Ela teve não-sei-quantos orgasmos sem parar, sempre enrolada no meu corpo a apertar-me contra ela, sempre a gemer e a gritar.

Ficámos deitados na mesma posição assim que Ana lá se deteve e caiu sobre o meu peito, enquanto os urros de Helena continuavam a ecoar por toda a divisão. As minhas mãos imediatamente agarraram na cabeleira loira que ela tinha e arrancaram-na, tratando logo de seguida de desapertar os atilhos que prendiam a máscara: queria ver a cara de satisfação da minha esposa! Assim que o seu rosto formoso apareceu, não pude deixar de sorrir: ela tinha um ar de satisfação enorme, quase como se tivesse atingido o nirvana.
- Vocês têm sempre umas ideias muito malucas para terem sexo… – comentei, olhando-a nos olhos.
- Oh… a ideia até nem era essa, sabes disso. – retorquiu Ana, sorrindo – A Andreia queria que tu violasses a Helena e depois disso, não sei… quando ficássemos excitadas, se calhar íamos devorar-vos aos dois. Mas tu tiveste de “estragar” tudo… da próxima vez amarro-te também como ela.
- E tu queres-me comer?  
Ana deu uma risada e encarou-me com ar divertido.
- Sei lá, sei que não gostas, mas… numa noite muito maluca, quem sabe, acho que gostava de mostrar-te como o anal é tão bom…
Fitei-a com ar sério, mas acabei por sorrir também, um sorriso amarelo. As fantasias dela e da irmã às vezes passavam dos limites, e eu sabia que, mais cedo ou mais tarde, elas iriam tentar novamente… enquanto pensava nisso, Ana ergueu-se e fez-me sair de dentro dela, voltando a aninhar-se nos meus braços em posição de observar Andreia a destruir o rabo de Helena.

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1- ver “A Pleasuretrix

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