segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Duas lésbicas

 (história anterior)

- Senhora, por favor, isso não… – supliquei, fazendo olhos de cachorrinho para a minha Dona.
- É a Minha vontade, é a Minha ordem. Por acaso estás com vontade de Me desobedecer? – Ela olhou-me de soslaio.
- Não, mas… Senhora, sabe que eu odeio aquelas coisas…
- Pois sei. Por isso mesmo vais usá-las. E se reclamares muito, faço-te usá-las todos os dias.
Estarreci. Se eu já me sentia desolado por ter de andar com algo que eu odiava durante uma tarde, fazê-lo todos os dias era demasiado. Assim, engoli o meu orgulho, peguei em mim e regressei ao meu quarto.

Meia-hora depois, estávamos sentados num sofá. Ambos vestíamos roupas casuais: a minha Dona tinha uma camisola de alças (sempre me fez confusão Ela andar tão descapotável com este tempo frio), umas calças de fato-de-treino pretas e uns ténis; eu tinha um casaco de ganga sobre a minha camisola, uma saia larga e meias de nylon, tudo em preto. E nos pés… um par de sabrinas.
É altura de eu fazer uma confissão: odeio sabrinas – ou “sapatos de fada”, como eu lhes chamava quando apareceram. Acho-as o calçado mais inestético, mais feio e mais sem-graça que alguma vez podia ter sido criado. São confortáveis e não causam dores nos pés e nas pernas por andarmos horas em cima deles como os sapatos de salto alto, é uma verdade; só que sente-se qualquer pedrinha, qualquer altinho no chão que se pise com aquilo. Nem sequer gosto de as ver nas montras tão-pouco. A minha Dona sabe disso e está-me sempre a mandar piadas a esse respeito e, ocasionalmente, usa-as na minha presença por “não ter calçado mais confortável ali à mão”. Todavia nunca pensei que Ela me fizesse usar uns exemplares até àquela tarde quando, enquanto eu mudava de roupa para irmos à rua, Ela me colocou um par de sabrinas para eu calçar…
A minha Dona havia convidado a nossa amiga Cross para passar a tarde connosco. Como havia algum tempo que não estávamos com ela, fomos buscá-la a casa. Quase como se tivéssemos combinado, ela também apareceu com um par daqueles sapatos horrorosos nos pés; de resto, estava também com um visual casual, com uma camisola de lã grossa e umas calças de fato de treino não muito diferentes das da minha Dona.
Estivemos durante bastante tempo a conversar, a ouvir os desabafos da Cross sobre a sua situação em casa, a comentar como tinham sido os últimos meses da nossa relação, enfim, conversas típicas de quem está imenso tempo sem se ver. Eventualmente tive de ir à casa de banho e, quando olhei para trás, vi a minha Dona e a Cross aparentemente a segredar algo entre si. Assim que me aliviei, puxei o autoclismo, lavei as mãos e ia para me juntar a elas quando um gesto da minha Senhora me fez estacar: Ela disse-me para esperar… acabei por encolher os ombros e olhar-me ao espelho, a ver se a maquilhagem ainda estava no ponto.
Quando voltei a sair, já ambas me esperavam: aparentemente a sua conversa secreta já tinha acabado. Voltei a sentar-me ao lado d’Ela mas com a pulga atrás da orelha com a situação. Que estaria a minha Dona a preparar? E qual o motivo daquele secretismo todo? Então, Ela abraçou-me.
- Esta tarde apetece-Me ver-te bastante puta. Vamos para o quarto.
Levantámo-nos, eu e Ela, ficando eu a pensar porque teria a minha Dona convidado a Cross para estar connosco se o plano era aquele, e dirigimo-nos para o quarto. Mal entrámos, Ela atirou-me logo para cima da cama e dirigiu-Se ao armário dos brinquedos, retirando de lá o boião de vaselina e o saco dos vibradores. Ela abriu ambos, escolheu o dildo que costumava usar em mim, embebeu-o em vaselina e esfregou a ponta no meu ânus, fazendo depois o mesmo com os Seus dedos. O facto de ter a minha Dona a mexer-me no posterior fez-me logo sentir um calor dentro de mim…
Fiquei deitado de barriga para cima, como costume, e abri as pernas, erguendo um pouco o corpo para que a minha Dona pudesse trabalhar à vontade; de facto, não demorou muito até Ela começar a enfiar-me o vibrador, que era razoavelmente comprido. Assim que o senti a entrar em mim, fechei os olhos e comecei a gemer de prazer.
- Gostas, não gostas, puta?
Assenti, sentindo que não conseguia falar. Assim que aquela pila de plástico entrou totalmente em mim, Ela ligou-a, começando a zumbir e a tremer dentro do meu rabo; e eu senti-me ficar duro e excitado… especialmente quando a mão da minha Dona me agarrou no meu pénis.
- Nota-se que gostas… – declarou, masturbando-me e acariciando-me ao de leve o órgão.
Deixei cair o corpo na cama, lambendo os beiços pintados, que logo a seguir foram violados por mais um dildo, semelhante ao que tinha no cu. Sem perder tempo, a minha Dona enfiou mais aquela pila até ao máximo, quase obstruindo a minha garganta. As minhas mãos começaram a acariciar o meu corpo por debaixo da camisola e do soutien, friccionando os meus mamilos, enquanto eu apertava as nádegas ao máximo: queria que aquele vibrador entrasse ainda mais, queria que me começasse a penetrar como se fosse uma pila a sério! Só então percebi que tinha chegado ao meu estado de “puta debochada”, em que eu era capaz de fazer tudo – e é mesmo tudo – para atingir o prazer supremo. A minha Dona notou e retirou-me o dildo da boca.
- O que queres, puta? – perguntou.
- Quero ser fodida, Senhora, quero ser comida, quero chupar… – ouvi alguém dizer; só depois me apercebi que era eu – O que quiser que eu faça… Tudo…
- Tudo o que Eu quiser?
- Siiiiiiiiim!
Ela riu-Se; depois abriu a porta e chamou a Cross. Assim que ela apareceu, olhando para nós, a minha Dona voltou a falar:
- A Minha puta está no ponto. Agora quero ver-vos às duas enroladas. Já. – e levantou-Se da cama, deixando-me sozinho.
A Cross sorriu e olhou para mim, com ar intrigado, provavelmente por nunca ter visto aquela minha faceta, mas deitou-se a meu lado, enquanto eu abria os braços, convidando-a a deitar-se comigo. Assim que ela o fez, os meus lábios procuraram os dela e beijámo-nos durante algum tempo; a Cross pareceu hesitar assim que a minha língua entrou na sua boca, mas logo respondeu, abraçando-me de volta e devolvendo-me o beijo. Pude ver a minha Dona a ajoelhar-Se atrás da Cross; pouco depois, foi a vez de a minha companheira começar a gemer, começando a ouvir-se mais um zumbido. Sorri ao perceber que ela estava igual a mim, tinha um vibrador metido no rabo. E, tal como a mim, isso fê-la libertar-se mais, tornar-se mais ousada nos seus actos. A sua mão foi descendo pelo meu corpo até me levantar a saia, baixar a tanga que me cobria o baixo-ventre e agarrar-me no órgão com delicadeza, para o começar a acariciar. Afastei a minha cara da da Cross, olhando-a nos olhos, vendo-os inundados de desejo e imaginando que ela estaria a ver o mesmo nos meus.
Rodei na cama e comecei a gatinhar por cima do corpo da Cross, até ficar de frente para o seu baixo-ventre e ficar com o meu sobre a cara da minha amante. As suas calças de fato de treino haviam sido baixadas, presumivelmente quando a minha Dona lhe colocou o vibrador, e já tinha o seu órgão com um inchaço bastante razoável. Agarrei-o delicadamente com a minha mão e comecei a afagá-lo, enquanto eu sentia uma mão a tocar nos meus genitais e a mexer-me no vibrador, ao mesmo tempo que uns lábios encharcados me deram um beijinho no órgão. Aquilo teve o condão de me fazer ficar ainda mais possuído… ou possuída?
Os meus instintos de “puta debochada” fizeram-me abrir a boca e começar a dar prazer oral àquele órgão, sentindo a Cross a fazer o mesmo ao dar-me beijos nos meus genitais. Ela continuou a mexer-me no vibrador, penetrando-me ligeiramente com ele, gemendo por via dos carinhos orais que eu lhe estava a fazer. Mas eu queria mais, precisava de mais… queria tê-la em mim! Fi-la crescer mais um bocadinho e depois tirei-lhe o órgão da minha boca, vendo-o cheio da minha saliva; com um sorriso, afastei-me da Cross, cuja cara reflectia alguma confusão. Voltei a gatinhar pela cama até ficar com o meu rabo na direcção da Cross; olhei à volta e pude ver a minha Dona, olhando embevecida para o espectáculo que tinha à Sua frente, depois o meu olhar focou a minha amante.
- Amor, posso ter-te em mim? – perguntei-lhe, com voz sufocada pelo desejo.
Ela não respondeu mas vi-a corar e lamber os lábios, talvez pensando no que eu acabara de dizer. Ou se seria uma boa ideia. Não sei ao certo o que pensou, mas o que é um facto é que ela se levantou e gatinhou até ficar encostada a mim; a sua mão tratou de mexer no meu vibrador, retirando-o lentamente, até sair por completo. Mordi o lábio inferior, preparando-me para o que se iria suceder…
Assim que senti o seu órgão envolto em látex entrar em mim, comecei a gemer – não sei se de dor ou de prazer. A Cross foi meiga na penetração, avançando lentamente dentro de mim até o seu órgão entrar na totalidade, iniciando depois a jornada de regresso. Senti uma mão a acariciar-me o rosto; abri os olhos e vi que era a minha Dona.
- Estás bem?
Engoli em seco e assenti.
- Muito bem, Senhora…
- De certeza? – insistiu Ela.
Assenti veementemente: a minha vertente de “puta debochada” estava a saciar-se comigo a ser comido (ou comida?) por uma crossdresser e estava a adorar! Quanto a mim, depois logo se veria… mas até então estava a sentir-me nas nuvens. A minha Dona sorriu e beijou-me, enquanto a Cross voltava a entrar em mim, sempre devagar. Olhei para trás e atirei-lhe um olhar sedutor e uma piscadela.
- Amor, não pares, sabe tão bem… – ronronei, sentindo-me a fervilhar de desejo.
A Cross sorriu e continuou a penetrar-me com o seu órgão, sempre com delicadeza mas acelerando um pouco os seus movimentos rotativos. As suas mãos tocaram-me no baixo-ventre e acariciaram o meu próprio órgão, fazendo-me largar um uivo; logo a seguir aquelas mãos começaram a masturbar-me, o que me fez voltar a gemer com mais força.
- Ai, amiga…
Ela não disse nada, mas ouvi também os seus gemidos de prazer à medida que me penetrava e me comia. Todavia, os meus gemidos eram mais altos e ecoavam por toda a casa, sentindo o seu órgão avançar e recuar dentro de mim, sentindo a sua mão a acariciar-me o meu próprio órgão, sentindo-me cada vez mais próximo do orgasmo…
Apesar de tudo, a Cross foi a primeira a vir-se, atingindo o clímax dentro do meu rabo apesar do preservativo; e eu fui logo a seguir, sujando a mão da minha amante com o meu sémen. Olhei em frente enquanto me vinha e vi a minha Dona a masturbar-Se com uma mão e a acariciar o Seu belo peito com a outra mão. Ela não demorou muito a começar a gritar também, sendo também dominada pelo prazer supremo.
Assim que deixei de sentir o orgasmo, a Cross saiu de dentro de mim e retirou o preservativo do seu órgão, dando-lhe um nó e atirando-o para o chão, para depois agarrar numa toalhita e começar a limpar a mão (onde eu me tinha vindo) e os seus genitais. A minha Dona levantou-Se e aproximou-Se da cama, passando-me a mão pelo cabelo e perguntando:
- Estás bem?
Mas eu não respondi: não sabia a resposta. O orgasmo tinha feito desaparecer o meu estado de “puta debochada” e agora era eu mesmo que estava ali, estava novamente no controlo das minhas acções. E eu tinha tido uma experiência homossexual, algo que nunca pensara fazer… só que ninguém me obrigara àquilo: eu fizera-o porque quisera, porque, bem lá no fundo, eu tinha aquele desejo, aquela fantasia, o de fazer amor com uma “gaja de pila”, fosse crossdresser ou transsexual. 
Assenti.
- Estou, sim.
Abracei a minha Dona com força, sob o olhar conciliador da Cross.

(história seguinte)

1 comentário:

  1. Mais um conto,que gostei muito... espero que também tenhas gostado ao escrever. Beijinhos

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