segunda-feira, 11 de julho de 2016

Homofobia

(história anterior)

O Sr. Américo é uma pessoa idosa de 60 e muitos anos de idade, que habita na casa ao lado da nossa. Todavia, quem olhar para ele não lhe dá essa idade, pois ainda é uma pessoa cheia de vida e força. Infelizmente tem um feitio extremamente amargo: do pouco que se foi sabendo sobre ele (pois ele não é uma pessoa sociável), ele nunca casou, apesar de ter um filho algures que não lhe liga nenhuma – ou vice-versa – e isso reflecte-se nas suas interacções com a vizinhança. Nunca ninguém o ouviu dizer um bom-dia, meter conversa com alguém, nada. E ele tem ainda outro enorme defeito: é homofóbico. Por diversas vezes já me mandou bocas ou insultos a mim ou a Márcia, especialmente quando nos vê juntas. Por norma eu ignoro ou viro a cara para o lado, mas a minha marida, como não é de se ficar, acaba por responder à letra.
Vou dar um exemplo: numa tarde de sábado, quando nós duas íamos para sair de casa para beber café e dar uma volta, começámos logo a ouvir os berros dele, do outro lado do muro que separa os nossos jardins:
- Fufas de merda!
Eu engoli em seco. Odiava aquele tipo de situações e apenas queria que nos deixassem em paz, pois nós não fazíamos mal nenhum a ninguém. Só que, como não obteve resposta, ele continuou:
- Cabras! Vocês têm é falta de pila, de um homem que vos tape os buracos com chicha!
- Que é que tu queres, velhadas?! – rugiu logo Márcia, a meu lado, deixando cair a mala no chão e aproximando-se das grades do muro – Andas com falta de cona, é?!
- Márcia, não faças isso. – implorei, aproximando-me dela – Deixa-o…
- Vocês fufas estão aqui a mais, andam a contaminar o bairro com as vossas poucas-vergonhas! – continuou ele.
- Queres poucas-vergonhas?! – foi a resposta. Nem tive tempo de reagir antes de ela me agarrar pelo braço, puxar-me para ela e dar-me um enorme linguado. Assim que os nossos lábios se separaram, e assim que recuperei da surpresa, vi que o rosto do Sr. Américo era um esgar de nojo.
- Alguém devia de vos dar uma lição e mostrar-vos para que serve uma mulher…
- O quê, tu? Tu não conseguias comigo, sabes lá tu o que é uma mulher, nenhuma te deve ter tocado nessa merda que tens entre as pernas desde que farmácia se escrevia com ‘ph’!
O velho levantou um dedo.
- Um dia… um dia vocês fufas vão aprender a comportar-se a sério.
Márcia soltou uma gargalhada, agarrou na blusa que lhe cobria o busto e levantou-a, mostrando-lhe os seios descobertos, pois ela não tinha vestido soutien.
- Não tens kit de unhas para isto, velhadas. Nem para mim. Reduz-te à tua insignificância e livra-te de voltares a meter-te connosco.
Ele começou a resmungar novamente mas aí já Márcia me havia pegado na mão novamente e levado para o carro.

Esta foi apenas uma amostra que tínhamos de suportar quase numa base diária. Aquele homem estava decidido em transformar a nossa vida num Inferno: chegámos a vir do trabalho e darmos com a frase “morte às fufas” pintada com spray no muro da nossa casa. Por diversas vezes fomos à Polícia fazer queixa, de todas as vezes as coisas não deram em nada por falta de provas. Cheguei a falar com Márcia para sairmos dali para outro lado onde não tivéssemos um ser tão odioso como vizinho, mas ela respondeu, quase colérica, que preferia levar porrada a ter de sair da sua casa de sonho por causa de um “Neandertal homofóbico” e que, se ele se sentia incomodado, ele é que devia sair, uma vez que ele tinha ido para ali pouco mais de dois anos depois de eu e Márcia nos mudarmos para a Verdizela. E assim os dias foram passando, connosco a sermos constantemente provocadas até que…

Depois de me ter castigado por causa de eu andar a alimentar-me mal, Márcia começou a fazer-me sair mais cedo que ela, numa tentativa de me fazer despreocupar dos problemas do trabalho. Sendo sincera, essa medida apenas fez com que as minhas preocupações aumentassem, pois sabia que ela ficava mais sobrecarregada de trabalho, especialmente quando eu estava ali precisamente para evitar isso… o que resultava em eu ficar sozinha e preocupada até que a minha marida chegasse a casa. Mesmo assim, para não me deixar só, ela nunca apareceu depois das 19h e proibia determinantemente conversas sobre o trabalho em casa, para termos aquelas horinhas de descanso sem pensar nos problemas laborais até ao dia seguinte.
Este era o nosso dia-a-dia entre o trabalho e a hora de jantar. Todavia, uma tarde, eu estava em casa sentada no sofá, a descontrair daquele dia e a ver um bocadinho de TV (“a passar pelas brasas” talvez seja a designação mais correcta) antes de começar a preparar o jantar para nós duas.
Não sei o que se passou, nem sequer dei por nada: a primeira coisa que me lembro foi  de eu ser atirada para o chão sem qualquer cerimónia e de os meus pulsos serem-me imediatamente presos atrás das costas. Quis gritar mas algo de tecido foi-me enfiado na boca, preenchendo-a por completo, tendo esta sido selada por um pedaço de fita adesiva. Sorri para mim mesmo ao pensar que Márcia me estava a fazer uma surpresa; só que, quando fui virada de barriga para cima, a cara que me olhava não era da ruiva dominante que eu amava mais que tudo na vida mas sim do Sr. Américo!
- Olá, fufa. Pronta para a tua lição?
Soltei um gemido de horror (abafado pela mordaça) e tentei fugir de perto dele, sendo impedida quando ele me agarrou pelo tornozelo.
- Nem penses que te livras da chicha, sua puta. Esta noite vais saber o que é um homem a sério e verás que não mais queres outra coisa!
E riu-se, agarrando-me na camisa e rasgando-ma de alto a baixo, expondo-me o peito coberto por um soutien de renda preto (oferta da minha marida). Ele não se deteve aí e baixou-me a peça de lingerie com brusquidão.
- Tens umas boas mamas. Um desperdício apenas a entregares a fufas.
Os seus dedos apertaram-me os mamilos e fizeram-me gemer: ele estava a ser bruto! Não foi preciso muito para as lágrimas me surgirem nos olhos. Ele deitou-se sobre mim e encostou a cara ao meu peito, começando a dar-me dentadas no outro seio. As suas mãos agarraram-me nas pernas e tentaram abrir-mas, mas eu fiz força e não deixei que ele conseguisse os seus intentos; como paga, recebi mais uma dentada, desta feita no mamilo, e uma bofetada na cara.
- Não vale a pena lutares, fufa, o que vai acontecer esta noite é inevitável. Quer queiras quer não.
Rezei uma prece silenciosa para que Márcia chegasse a casa o mais depressa possível e me salvasse de ser violada por aquele facínora; todavia, enquanto o fazia, ele saiu de cima de mim, agarrou num rolo de corda e atou uma ponta ao meu tornozelo direito, passou-a pelo ferro da cama e puxou até ao máximo, atando-a depois à cama, e fez o mesmo ao meu tornozelo esquerdo. Quando ele acabou, eu estava de pernas abertas e impossibilitada de as fechar.
- Agora que já temos a fufa segura, altura de lhe mostrarmos o que é bom…
Num ápice, aquele homem despiu as calças e as cuecas e encavalitou-se em cima de mim, colocando a pila entre os meus seios. Não sei se ele tinha tomado alguma coisa, mas a verdade é que estava de pau feito… e devia ser do tamanho da minha mão estendida! OK, Márcia tinha strap-ons bem maiores que aquilo, mas não queria que ele me tocasse com a sua pila… Ele agarrou-me nos seios com as mãos e apertou-mos enquanto ia “comendo” as minhas mamas.
- Isso, belas mamocas… são um espectáculo para a punheta! Ai…
Ele foi-me usando para se estimular, soltando grunhidos de prazer enquanto eu tentava fazer-me de forte e não desatar a chorar. Eventualmente ele fartou-se daquilo e recuou por cima de mim, ficando de caras para o meu baixo-ventre. Com a mesma sofreguidão com que me rasgara a camisa, ele levantou-me a saia, abriu-me um buraco nos collants e baixou-me as cuecas… e soltou um grunhido de surpresa:
- Mas que raio de merda é esta?!
Soltei um suspiro de alívio. Com a agitação provocada por aquele homem maléfico, eu até me esquecera do cinto de castidade que Márcia me colocara meses antes para me forçar a alimentar convenientemente! Sorri apesar da mordaça, enquanto o Sr. Américo ia mexendo naquilo, tentando encontrar uma forma de me retirar aquele objecto.
- Isso de andarem aos beijos umas às outras fode-vos a cabeça… quem é que pensa em andar com umas cuecas de ferro?!
Ainda esteve de roda daquilo mais algum tempo mas acabou por desistir.
- Bom, já que tens dois buracos fechados, sobra um…
A sua mão aproximou-se da minha cara e, num ápice, arrancou a fita que me fechava a boca: escusado será dizer que as lágrimas voltaram em força aos meus olhos. E assim que fiquei com a boca livre, ele meteu-me os dedos entre os dentes e aproximou a pila da minha cara.
- Se me morderes ou aleijares, rebento contigo, fufa de merda. Levas com um pau na cabeça que te fodo.
Daquilo que conhecia daquele animal sabia que ele era capaz de cumprir aquela promessa, por isso não reagi quando ele me enfiou o órgão na boca; e, com a mão que tinha livre, ele apertou-me o maxilar, fazendo com que eu fechasse a boca em redor dele. Assim que fiquei na posição desejada, ele começou a enfiar-me a pila na boca, como se eu lhe estivesse a fazer sexo oral. E, logicamente, ele começou a gemer:
- Ohhh, isso, realmente és desperdiçada em seres fufa… que pena eu não te poder mostrar o quão bom é teres uma pila na cona, uma pila como deve ser! Nunca mais tinhas vontade de lamber uma rata na vida!
Ele retirou as mãos da minha boca mas não parou de me enfiar a pila nela; e, quando eu começava mesmo a pensar em cravar-lhe uma mordidela ali, abri os olhos e vi-o a segurar mais um rolo de corda. Ele parou de se mover na minha boca mas aproveitou aquela paragem para atar aquela corda ao meu pescoço, de forma que, se ele puxasse pela ponta, eu ficava estrangulada.
- Assim é mais simples, fufa: se te lembrares de te portar mal, começas a ficar sem ar. E abres logo a boca e eu tenho mais margem para te enfiar o caralho na boca. Só vantagens! Queres que exemplifique?
Mas antes que eu pudesse reagir, ele fez força na corda e cortou-me o ar; comecei a debater-me para me tentar libertar mas a única coisa que obtive foi o seu órgão, bem fundo na minha garganta. Foi nesse momento que eu comecei a temer pela minha vida… Subitamente senti algo húmido a preencher-me a boca.
- Ohhhhhh… sim… toma, puta, tão bom… leitinho para a fufa provar e chorar por mais…
De facto eu comecei a chorar mas não era por mais, de todo! Queria que tudo aquilo acabasse em bem mas a corda apertada que tinha ao pescoço a impedir-me a entrada de ar nos pulmões fazia-me achar que estava tudo acabado para mim… Senti um fio de qualquer coisa a escorrer-me à cara abaixo (Sémen? Baba?) e pareceu-me ouvir alguém aos berros enquanto qualquer coisa se movia na nossa direcção. Todavia, antes de me aperceber o que estava a acontecer, a falta de oxigénio fez-me desmaiar.

- Andi?! Andi!!
Aquela voz… Márcia! Assim que consegui abrir os olhos e pude ver o rosto da minha marida, debruçada sobre mim, senti uma enorme onda de alívio invadir-me. Eu estava ainda deitada na cama mas livre das cordas que o velho me havia colocado. Levantei a cabeça, olhando em volta, e vi-o deitado no chão, amarrado e amordaçado, olhando para nós com um olhar assassino.
- A-amor…? – balbuciei, erguendo-me do colchão – Porque demoraste tanto?
- Desculpa, Andi, a merda do trabalho está a dar cabo de mim… tenho de dar uma volta àquilo. E se eu soubesse o que se estava a passar aqui, claro que já tinha chegado… não é, grande cabrão?! – ela deu umas passadas na direcção do velho e desferiu-lhe um pontapé com força nas costelas – Atreveste-te a tentar violar a minha princesa, vais ver como elas te mordem.
- Que vais fazer? – perguntei, temerosa. Márcia tinha o costume de magoar todas as pessoas que me fizessem mal de alguma forma.
- Não interessa. Fica na cama e não te mexas.
Obedeci enquanto Márcia agarrou nas cordas que estavam soltas no chão e se ajoelhou à beira do velho. Ouvi-o grunhir e resfolegar e soltar uivos de dor; quando a minha ruiva adorada se voltou a erguer, tinha atado uma ponta da corda aos seus testículos, que estavam de tal forma apertados que até começavam a ficar roxos. Ela passou a outra ponta da corda por entre os ferros da cama e atou-a a um enfeite na outra ponta da mesma, o que o fez ficar com os testículos quase no ar, virado de barriga para cima e aos pés da cama: era quase como se estivesse pendurado pelos tomates!
- Devia arrancar-te essa merda, filho da puta. Manter-te os colhões só faz com que continues com esses comportamentos de merda.
Enquanto falava, ia espetando o indicador com força nos testículos do meu violador, que soltava berros de dor. Mas eu não tinha pena: ainda me doía o pescoço de onde a corda dele me havia sufocado!
- Na minha terra, eles capam os porcos a partir de uma certa idade. – olhei para Márcia: ela tinha nas mãos a sua faca de feitio militar! – Ajuda a melhorar o sabor da carne para a matança, meses depois. Cortam-lhe os tomates a sangue-frio, sabes como é? Devias saber, eu devia mostrar-te como é.
Vi-a encostar a lâmina às partes baixas do velho e um suor frio invadiu-me a fronte. Aquilo talvez fosse demais… mas ela soltou uma gargalhada.
- Mas a tua sorte é a minha Andi estar aqui, senão era mesmo isso que iria acontecer. Assim… – e levantou-se.
Ela andou à volta pelo quarto, recolheu alguns utensílios e regressou à beira do velho que permanecia quieto, sempre na mesma posição, tentando não se magoar ainda mais. O primeiro objecto que vi na mão dela foi uma roda dentada com picos. Lentamente, Márcia começou a passear aquele objecto pelos testículos do velho. Nunca imaginei que ele pudesse urrar tanto de dor!
- Posso não tos cortar mas vou torturá-los ao máximo, até desejares que eu tos cortasse a sério! – e a minha marida soltou uma gargalhada.
Márcia divertiu-se durante largo tempo a passear aquela rodinha dentada pelos testículos cada vez mais arroxeados do velho, ignorando por completo os seus gemidos e gritos. Uma ou outra vez, ela apertou-os com a outra mão, largando-os logo de seguida e continuando com o instrumento. Quando se fartou, ela largou o objecto metálico e ficou a passar a ponta da unha pintada de vermelho-sangue do dedo indicador pelos testículos. Vou ser sincera: fiquei à espera que começassem a surgir gotas de sangue, pois Márcia parecia autenticamente uma sanguinária; todavia não teria pena nenhuma se isso acontecesse!
- Bom… há algo que posso fazer para garantir que não voltas a tentar repetir a gracinha e que não envolve cortar genitais nem nada que se pareça.
Ela levantou uma das mãos que segurava um objecto translúcido que, à primeira vista, me parecia uma conquilha: só depois entendi que se tratava de um cinto de castidade para homem. Márcia desatou os testículos do Sr. Américo, com este a cair no chão suspirando de alívio, e tratou logo de lhe colocar aquele dispositivo a envolver os genitais, mais uma vez desprezando os seus uivos e gritos de dor por ela lhe estar a tocar numa área bastante magoada. Quando acabou, Márcia olhou para mim.
- Anda cá ver, princesa.
Aproximei-me dele e agachei-me perto do seu corpo, olhando para o que ela havia feito. Depois ergui-me, recordando-me de tudo o que aquele homem me havia feito, os insultos, a sua tentativa de violação, e dei-lhe um pontapé com força nas costelas. Depois, Márcia começou a desamarrá-lo.
- O que estás a fazer?! – gritei.
- Achas que o ia manter aqui para o resto da vida? Nah, vou deixá-lo ir à vida dele. Mas fica o aviso. – aqui virou-se para ele – Vou-te deixar ir embora, sim. Mas vais embora com a pila fechada a cadeado. E quem fica com a chave sou eu. Se quiseres algum dia que eu te tire o cinto de castidade, vais passar a piar fino e a deixar de nos chatear. Senão – e ergueu a mão onde segurava um molhinho de chaves pequeninas – estas chaves todas vão pela sanita abaixo. Estamos entendidos?
Quase podia ouvir os dentes do Sr. Américo a ranger; todavia ele acabou por assentir com a cabeça. Márcia acabou de o soltar.
- Agora pega nas tuas roupas e desaparece daqui.
Sem uma palavra, ele agarrou a roupa que atirara ao chão quando me tentou violar e saiu num ápice.
Assim que ficámos sozinhas e ouvimos a porta da rua a bater com estrondo, Márcia correu para mim e abraçou-me com força, enquanto a minha resistência desaparecia e eu começava a chorar baba e ranho.
- Estás bem, amorzinho? – perguntou-me ela.
Mas eu apenas pude abanar a cabeça negativamente. A minha marida fez-me deitar na cama com suavidade e continuou abraçada a mim.
- Esta noite quero mimar-te, meu anjo, para te compensar por aquele filho da puta.
- Sim? Como? – perguntei, ainda chorosa.
- Bom, primeiro muitos abraços e beijinhos. E depois… – ela mexeu-se e pareceu erguer uma mão; quando olhei para ela, segurava um molho de chaves minúsculas. Sorri perante o que aquilo significava: Márcia ia tirar-me o cinto de castidade!
Abracei-a mais uma vez com força e beijei-a apaixonadamente.

(história seguinte)

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