segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Problema de nutrição

(história anterior)

- Andi, abre a boca.
- Amor, não quero, por favor… – gemi.
Márcia suspirou, sentando-se a meu lado e colocando o prato de caldo verde em cima da mesa.
- Deixa-te de merdas. Tu estás com uma cara pavorosa, andas a alimentar-te que é uma desgraça.
- Tu sabes porquê, Márcia.

Desde que Márcia me oferecera trabalho como sua ajudante, e depois de uns primeiros meses de bonança, em que inclusivamente deu para “brincarmos” um bocadinho, eu comecei a entrar num enorme stress, principalmente porque não queria desapontar a minha marida e fazê-la passar má figura face aos seus chefes. Mas a “meia-dúzia de merdas que eles lhe estavam a atirar para cima”, como ela dissera quando me propôs o trabalho, era na realidade uma autêntica montanha de tarefas, de facto impossíveis só para uma pessoa – e para duas já estava a ser bastante complicado… e como roubava tempo às minhas pausas para almoço para dar algum avanço ao trabalho, comecei a comer pouco e sempre à pressa, o que teve como resultado eu começar a emagrecer a um nível que, de facto, não era saudável. Por isso, naquela tarde, após termos chegado a casa e de eu me ter despido para ir tomar banho, Márcia pegou em mim, arrastou-me para a cozinha, atirou-me para uma cadeira de madeira que nós ali temos, com braços, prendeu-me os pulsos a estes e os tornozelos às pernas da mesma com abraçadeiras de plástico bem apertadas. E enquanto eu ali fiquei, a sentir-me excitada com a perspectiva da minha marida ir abusar de mim, Márcia esteve de roda dos tachos e panelas, fazendo qualquer coisa para eu comer.
- Sim, sei, Andrea. Mas isso não é desculpa. Estás a caminho de arranjares uma úlcera… e eu nunca me perdoaria se isso acontecesse. Eu arranjei-te trabalho não foi para te matares a trabalhar, totó, foi para te ajudar e me ajudares!
- Mas eu quero ajudar-te…
- Se me queres ajudar, tens de te alimentar, senão um dia destes cais para o lado, aterras no hospital e aí… – Márcia voltou a pegar no prato e na colher, tirou um bocado de caldo verde e encaminhou-mo para a boca – Vá, olha o aviãozinho…
- Amor, sabes perfeitamente que eu não gosto de caldo verde! – gritei, virando a cabeça na direcção oposta à da colher.
- Não interessa, Andi. Precisas de comer. Se não conseguisses comer, era uma coisa; agora isso de “não gostar”… precisas de nutrientes, totó! E não me faças imobilizar-te o pescoço e fazer-te ficar de boca aberta… a não ser que seja isso que queiras. – e pareceu-me vê-la sorrir maliciosamente.
Desde que nos juntámos que eu adorava que Márcia me forçasse a fazer qualquer coisa – e devo confessar que pensar em ser obrigada a comer costumava-me fazer cruzar as pernas. Só que ela tinha de ter escolhido um caldo verde, das coisas que mais odeio na vida… Contrafeita, virei-me para ela e abri a boca. Sem perder tempo, ela enfiou-me a colher de caldo verde na boca e eu fiz uma careta assim que engoli.
- Argh! – protestei – Podias ter feito uma canja, ao menos… sabes que eu disso gosto…
- Pois, mas cá em casa só tinha coisas para fazer caldo verde. – Márcia declarou, enquanto enchia outra colher – Vá, este pratinho é para ir todo, Andrea, por isso não resistas.
Fechei os olhos e permiti que a minha marida me metesse mais aquela colherada de caldo verde na boca. Até dava ideia que as folhas de couve que ela tinha utilizado para confeccionar aquilo eram do mais amargo possível…
Após uma dúzia de colheradas, cerrei a boca e virei a cara.
- Chega, Márcia, não consigo mais.
- Oh, vamos… – a mulher da minha vida parecia desanimada – Não me vais dizer que estás cheia?!
- Por favor. Tira-me daqui e eu como. Prometo. – implorei.
Mas a ruiva abanou a cabeça.
- Tsc tsc, Andrea Semedo, achas que eu não te conheço? Tiro-te daqui e vais comer um hambúrguer, ou uma pizza, e tu precisas de comida de jeito, nutritiva, nada de plástico… Bom, de certeza que não queres comer mais caldo verde?
- Nãããããão!
Márcia pareceu levantar os braços, aparentemente derrotada. Depois ela pousou o prato em cima da mesa e desapareceu do meu campo de visão, aparentemente saindo da cozinha.
Assim que deixei de a ver, tentei libertar um dos meus pulsos, fazer com que a abraçadeira saísse do braço da cadeira de alguma forma… sem êxito. Márcia havia-me prendido bem.
De súbito, uma mão agarrou-me no maxilar e forçou-mo a estar aberto enquanto algo de borracha me era colocado na boca, algo comprido.
- Obrigas-me a isto, Andrea… – ouvi a voz triste de Márcia perto do meu ouvido.
Deixei que ela acabasse o que estava a fazer e, quando dei por mim, tinha uma mangueira metida na boca, com um funil na outra ponta; aquela que me estava enfiada na boca tinha uma espécie de tiras de borracha que me haviam sido presas por trás da cabeça, mantendo aquilo fixo na mesma posição. Será errado admitir que me senti levemente excitada enquanto Márcia me colocava aquilo?
- Tu não percebes que isto é para o teu próprio bem, amor. Tu tens de te alimentar convenientemente.
Enquanto falava, voltou a pegar no prato de caldo verde e na ponta da mangueira com o funil; depois começou a despejar os conteúdos do prato para dentro deste e a erguer a mangueira, permitindo que a sopa começasse a deslizar por esta abaixo até me começar a entrar na boca. Sem qualquer alternativa, comecei a engolir aquilo, sentindo um arrepio com o primeiro golo: eu realmente não gostava mesmo nada de caldo verde…
Assim que o prato ficou vazio e que as últimas gotas de caldo verde me entraram na boca, suspirei de alívio pelo fim daquele martírio. Todavia, senti-me gelar quando vi Márcia aproximar-se da panela que estava no fogão, pegar numa concha e retirar mais uma boa quantidade de caldo verde para o prato. Quando se voltou para mim, ela tinha um sorriso nos lábios.
- Nem penses que te livras assim tão rapidamente de mim… já te disse que precisas de te alimentar. Quer queiras quer não.
Abanei a cabeça negativamente: não queria que ela me desse mais daquilo! Mas eu não estava em posição de a contrariar… e acabei por fechar os olhos assim que ela voltou a despejar caldo verde no funil da mangueira, sentindo os meus olhos humedecerem-se.
- Não chores, Andi, tu precisas disto, precisas de alimento. Mentira?
Não reagi assim que mais uma remessa de caldo verde me chegou à boca. Mas as lágrimas começaram a cair-me pela cara abaixo… À medida que a minha boca foi sendo invadida pelo caldo verde, fui-o sempre engolindo, não querendo chatear Márcia – e não tendo outra opção.
Assim que deixei de sentir aquela mistela a invadir-me a boca, abri os olhos. Márcia ainda agarrava a mangueira, mas olhava para mim com um ar algo desapontado.
- Tu às vezes desiludes-me, Andi… eu aqui preocupada contigo, a querer que tu andes bem, que tu recuperes, e fazes birra. Às vezes devia mesmo cagar para ti…
Abanei a cabeça, sentindo um arrepio gelado pela espinha abaixo. Não queria que ela se sentisse desapontada comigo, só que… aquilo custava-me a engolir.
- Se eu barrasse natas ou chocolate num dildo, ou assim, tu nem pestanejavas e abrias logo a boca. – continuou ela – Assim, como é algo nutritivo e bom para ti, negas-te…
Olhei para ela, sentindo as lágrimas a brotarem. A coisa que eu mais odiava fazer era fazer Márcia sentir-se triste ou desiludida comigo. Só que era mais forte que eu…
- Eu amo-te mais que a minha própria vida e se ficares doente por falta de alimentação, acabas comigo. Preciso de ti bem, preciso de ti mais do que tu pensas, caralho! Por isso não podes adoecer! – ela parecia querer começar a chorar; ainda assim, despejou o resto do caldo verde no funil. Fiz um esforço para conseguir engolir tudo, sentia-me quase a rebentar!
Márcia passou o prato e a colher por água, meteu ambos na máquina de lavar loiça e depois sentou-se a meu lado, olhando para mim com um olhar inexpressivo: era-me impossível perceber qual o seu estado de espírito. Eventualmente ela retirou-me aquela coisa da boca.
- Amor, desculpa-me… – comentei assim que a minha boca ficou livre – Eu prometo-te que, daqui para diante, vou fazer um esforço para me alimentar convenientemente. Não quero que fiques triste comigo…
A sua mão acariciou-me o rosto e eu dei-lhe um beijinho na mão. Depois virou-se e regressou ao frigorífico, retirando de lá uma latinha de chantilly.
- A tua sorte é eu amar-te tanto, Andi. Por isso vou dar-te o que queres.
Então ela levantou a blusa, mostrando o seu peito formoso e coberto por um soutien rendado, que prontamente retirou; fiquei a olhar para os seus mamilos arrebitados e espetados na minha direcção, enquanto ela apontava a lata na direcção deles e começava a encher o seu peito de uma camada branca. Assim que ela achou que estava na conta, deu um ou dois passos na minha direcção e agarrou-me no cabelo.
- Eu sei que era isto que tinhas em mente quando te amarrei à cadeira, que eu barrasse coisas no corpo e tas obrigasse a “comer”. Enfim, vamos à sobremesa, Andi!
Bruscamente Márcia apertou-me contra o seu peito, fazendo-me abocanhar o seu mamilo; sofregamente comecei a lambê-lo, saboreando a camada branca que o cobria mas, principalmente, aquele biquinho arrebitado que eu conhecia tão bem e adorava ter na boca. Assim que a minha língua tocou no seu mamilo, a minha marida soltou um uivo de prazer. Ela sentou-se ao meu colo e continuou com o seu seio enfiado na minha boca, enquanto eu continuava a passar-lhe a língua por aquele ponto sensível do seu corpo: queria compensá-la por a ter arreliado tanto com o caldo verde… Quando os seus gemidos aumentaram ainda mais de volume, passei para o seu outro seio, ainda cheio de chantilly. Lambi a substância ao mesmo tempo que lhe chupava o mamilo e o sentia enrijecer. Márcia tinha ainda a lata na mão e besuntou o seu seio agora livre com mais chantilly, depois olhou para mim; pelo canto do olho, pude ver o seu olhar embevecido enquanto eu devorava aquela maminha deliciosa. De súbito, a sua mão agarrou-me pelos cabelos e puxou-me a cabeça para trás, enquanto eu soltava um gemido por ter sido apanhada de surpresa.
- Vais-me fazer vir, Andrea, e rapidinho! Tenho mais que fazer! – vociferou ela ao pé dos meus ouvidos.
Da mesma forma que ela me agarrara, assim me soltou. Então Márcia tombou a minha cadeira no chão, enquanto eu olhava para ela espantada e curiosa com o que tinha planeado. Ela despiu as calças de fato de treino que tinha vestidas e a tanguinha transparente, ficando com a sua vulva rosadinha à mostra. Num ápice Márcia ajoelhou-se com a minha cabeça entre as suas pernas e encostou-me o seu baixo-ventre à cara.
- Lambe! – ordenou.
Mas quando ela falou já eu havia começado a passar-lhe a língua pelo clitóris. Márcia soltou imediatamente um uivo prolongado, silvando à medida que eu lhe ia lambendo aquela área sensível. A sua mão agarrou-me no cabelo e puxou-me contra ela, contra o seu baixo-ventre, fazendo-me ficar com a cara encostadinha à sua ratinha, quase cortando por complexo o fluxo de ar para as minhas vias respiratórias. Comecei a debater-me, tentando mostrar à minha marida que estava a sufocar, mas ela não me largou. E, com aquilo, eu parara de lamber-lhe o clitóris…
- Não pares, foda-se! Quero-te em mim, Andrea, quero vir-me em ti! – gritou ela, sem nunca me largar.
Eventualmente ela lá cedeu um bocadinho, fazendo com que eu conseguisse voltar a respirar normalmente. Após uns instantes a sorver enormes golfadas de ar, a minha língua voltou a tocar na sua rosinha, passando depois para os seus lábios genitais. Voltei a ouvir Márcia gemer e arfar; levantei os olhos e pude vê-la de cabeça caída e com a outra mão debaixo da camisola, a apalpar o seu peito. Após uns beijinhos suaves no seu clitóris, comecei a penetrá-la com a minha língua, enfiando-lha o mais fundo possível, o que resultou no aumentar de volume dos seus gemidos. Eu sabia que ela adorava sexo oral e eu queria compensá-la pela minha relutância em aceitar os seus cuidados, por isso lambi-lhe a ratinha sem piedade, sem parar. Os uivos de Márcia deviam ouvir-se por toda a casa: sabia bem senti-la à minha mercê, apesar de ser eu a estar amarrada e apertada debaixo dela…
Como Márcia gritava, dava a entender que não seria preciso muito para a fazer vir: e assim foi. Instantes depois ela começou a gritar ainda mais alto (o que parecia quase impossível) e comecei a sentir o seu sabor adocicado na boca. Apesar disso eu continuei a lamber-lhe a ratinha, querendo-a deixar vazia: queria sugar-lhe todos os seus fluidos! E a minha língua não parou de lhe lamber o interior e de lhe acariciar os lábios e o clitóris até Márcia se levantar de rompante, cambaleando um pouco após erguer-se.
- Raios, Andrea… – murmurou ela, passando a mão pela cabeça enquanto se acalmava.
- Gostaste, amor? – perguntei.
Ela não respondeu mas assentiu com a cabeça, olhando para mim e sorrindo. Depois, antes que eu tivesse tempo de sair dali, saiu da cozinha.
Enquanto ela não regressava, fiquei a pensar que teria ido ela fazer. Iria buscar algo grande e grosso com que me comer? Duvidava que Márcia me deixasse sem me montar e me violar ou comer. Por isso estranhei quando a vi aparecer nos mesmos trajes com que saíra, sem dildo à cintura. Só quando ela se voltou a ajoelhar, desta feita a meu lado, pude ver que ela tinha algo metálico na mão que se assemelhava a um cinto.
- Ergue o corpo, deixa-me colocar-te isto. – disse Márcia, delicadamente.
Da maneira como eu estava deitada não conseguia ver o que era, mas obedeci, metendo na cabeça que Márcia me estaria a meter um strap-on a mim para ela depois se empalar e gozar à vontade. Fechei os olhos e encostei a cabeça no chão, à espera de ficar tudo pronto. Senti algo frio a ser-me colocado entre as pernas, por cima das partes íntimas, e fiquei à espera de ficar com um dildo dentro da minha ratinha para ter prazer… todavia não senti nada, ouvindo apenas alguns clicks metálicos. E só quando o meu corpo começou a ser solto da cadeira, quando ela cortou as braçadeiras que me mantinham em posição, é que eu levantei a cabeça e olhei para o meu baixo-ventre. Márcia havia-me colocado um cinto de castidade!
- Amor…? – olhei para ela, de boca aberta.
- Desculpa, querida, mas vai ter de ser. – declarou ela, peremptória – Como já vi que só com o sexo é que te consigo controlar e forçar a ter juízo, vamos fazer a coisa assim. Se, de hoje para diante, começares a alimentar-te como deve ser e nos horários certos, vou-te tirando o teu cinto e vou-te dando prazer. Caso contrário, ficas fechada até começares a ganhar juízo.
- Amor, tudo menos isso, por favor… faço tudo o que quiseres, como tudo o que quiseres, mas por favor não me proíbas de fazer amor contigo… – e comecei a chorar. Todavia Márcia manteve-se implacável na sua resolução:
- Oh vamos fazer amor, Andrea. Nada vai mudar a esse respeito. A diferença é que vais deixar de ter prazer, eu o meu vou continuar a sentir! Não te esqueças de quem veste as calças na nossa relação, Andrea Semedo! – e ela deu ênfase ao apelido, quase como que a mostrar-me quem mandava na relação.
- Mas… mas… – eu não conseguia dizer mais nada. Compreendia os motivos pelos quais ela havia tomado aquela decisão, mas isso não deixava de magoar à mesma. Apesar da sua dureza, Márcia abraçou-me com força.
- Pensa assim: se te portares bem, fores uma boa menina e começares a ficar com melhor aspecto, sais daí de dentro e voltas a ser comida por mim sempre que eu quiser, volta tudo como dantes. Que dizes?
Não respondi, limitando-me a assentir enquanto continuava nos braços da minha marida, sentindo as lágrimas escorrerem-me pela cara abaixo.

(história seguinte)

1 comentário:

  1. Vês bem o que escreveste? obedecer sempre e calar... E comer o que eu quero. ahahaha senão também te meto um funil. Beijinhos

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