segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Jogos de reconciliação (parte 1)

 

(história anterior)

(Nota: este texto é feito a meias por mim – Andreia Karabastou  e pela minha chefe Isabela “Belinha” Valadares, falando também do seu ponto de vista. Para diferenciar o seu texto do meu, a escrita de Belinha está em itálico.)

Senti um enorme peso na consciência depois de ter ajudado a minha amiga e patroa Belinha a desmascarar Paulo. Como seria de esperar de uma mulher de forte personalidade como ela, desde aquela tarde a relação entre os dois não mais foi a mesma: as intimidades terminaram, deixei de ver carinhos entre eles e uma vez ela até me confidenciou que estava a pensar separar-se do marido. Tudo isto, claro está, enquanto ela saía à noite comigo e com Helena, regressando nós duas enquanto Belinha ia para casa de um tipo qualquer que a conseguisse engatar.

Claro que esta situação ​me deixou transtornada: como já referi, sou amiga da família e odiava ver aqueles dois assim… especialmente porque eu tinha uma grande parte de culpa no cartório. E comecei a ver o que poderia eu fazer para tentar remendar a situação. Desta vez, falei com Helena, ao contrário do que é habitual (normalmente obrigo-a a entrar nos meus planos… talvez tenha sido a maternidade a amolecer-me!), debatemos algumas ideias até que chegámos a um consenso. E depois disso, comecei a fazer os meus preparativos.

 


Depois de já ter tudo pronto, convidei Belinha para vir a minha casa, deixando no ar a possibilidade de um possível amasso. Era quarta-feira e, apesar de ser dia de trabalho, eu estava de folga; enquanto ela, como dona do franchise, tinha o horário que lhe apetecia.

Dez minutos depois da chamada, ouvi um toque à campainha. Fui abrir a porta, deixando a minha chefe entrar em casa. Estava, como sempre, toda giraça, com uma camisa branca, calções encarnados-brilhantes, pernas cobertas por collants escuros que davam ilusão de terem umas meias ainda mais escuras acima do joelho, e uns sapatos pretos fechados de tacão alto. Ela trazia o seu cabelo loiro solto e pintara os lábios do mesmo tom de encarnado que tinha nas unhas compridas. Engoli em seco: ia ser difícil conseguir resistir-lhe e fazer o que tinha pensado… e ela também não me deu tempo para fazer grande coisa, pois assim que a porta se fechou ela aproximou-se de mim, abraçou-me e deu-me um enorme beijo na boca. Acabei por pensar “hah, posso sempre apanhá-la depois” e devolvi-lhe o linguado.

Acabei por a conduzir para a salinha de minha casa, onde a atirei para cima do sofá enquanto eu tirava a minha t-shirt, revelando o meu busto coberto por um corpete de cabedal negro sob o olhar curioso da minha chefe, que se sentara.

- Andas assim vestida em casa, Andreia?

Pisquei-lhe o olho.

- Vesti-me assim para ti, querida.

Baixei as calças de fato de treino, mostrando-lhe as minhas pernas envoltas em meias cremes presas às ligas do corpete e os meus pêlos púbicos cortados em forma de triângulo – para quê vestir cuecas, se para o que queria fazer elas só atrapalhavam? Vi Belinha lamber os lábios em expectativa. Ajoelhei-me entre as suas pernas e com as mãos fui apalpando o seu peito por cima da camisa, sempre a olhá-la nos olhos, vendo a luxúria arder no seu olhar. Desapertei-lhe o cinto e baixei-lhe os calções, lentamente, vendo que por baixo dos collants a minha patroa também não trazia lingerie nenhuma. Com as unhas fiz-lhes um buraco na zona púbica.

- Ohhh, eu adorava estes collants… – lamentou-se Belinha, parecendo fazer beicinho.

Ignorei-a e enfiei a minha cara no seu baixo-ventre, fazendo-a encostar as costas contra o sofá para me facilitar o acesso; e imediatamente lhe beijei o clitóris, passando-lhe a língua repetidamente por aquela zona. A minha chefe começou imediatamente a gemer e desabotoou a camisa, mostrando-me os seus seios arrebitados de mamilos já entesados – ela também não se preocupara com o soutien – e acariciando-os com as mãos.

- Não pares, querida…

Fui alternando entre beijos e lambidelas naquele clitóris; foi até eu me erguer, empurrá-la gentilmente até ficar deitada de barriga para cima e pernas abertas, autenticamente a convidar-me para voltar ali – precisamente a minha ideia! Deitei-me entre as suas pernas e lambi-lhe logo os lábios vaginais enquanto a ouvia gemer e suspirar e a via a acariciar os seios apetitosos. Raios… Comecei a penetrá-la com a minha língua, lambendo-lhe o interior da vulva, sentindo-a ficar cada vez mais húmida a cada penetração. Assim que os seus gemidos começaram a aumentar de volume, parei e saí dali, avançando sobre o corpo de Belinha.

- Não é justo… – reclamou ela.

Ignorando o seu comentário, beijei-lhe o mamilo direito e acariciei-lhe o esquerdo com uma das mãos, enquanto com a outra eu massajava o clitóris da minha amante. Queria tê-la a vir-se nas minhas mãos.

- E… e tu, amor? Deixa-me… deixa-me dar-te… miminhos…

Continuei a ignorá-la, chupando naquele mamilo suculento e arrebitado enquanto não parava de lhe estimular os pontos erógenos. Adorava ver Belinha assim, completamente subjugada pelo seu desejo, totalmente irracional e suplicante para que eu a fizesse chegar ao clímax…

Voltei a levantar-me, a sorrir, e olhei para Belinha: ela estava digna de uma fotografia! De peitos à mostra, vestindo apenas os collants rasgados e os sapatos, estando de pernas abertas a mostrar-me a ratinha, de olhos semicerrados e lábios abertos… Ajoelhei-me sobre a sua cabeça e encostei-lhe o meu baixo-ventre à boca, enquanto eu me deitava sobre Belinha e lhe dava mais um beijo no clitóris. Não foi preciso dizer nada: imediatamente senti uma língua dentro de mim…

Partilhámos um orgasmo delicioso graças àquele ‘69’, após o qual eu me levantei e fui à casa de banho para retocar a maquilhagem – e colocar o meu baton especial. Após o ter passado pelos lábios, voltei ao sofá e deitei-me novamente com Belinha, frente a frente, abraçando-a e ficando aos beijos com aquela bomba loira. Depois de alguns beijos, os olhos da minha chefe começaram a querer fechar-se; esperei mais um pouco e, quando dei por ela, Belinha estava a dormir.

Desprendi-me dos braços da minha chefe, vesti-me e agarrei no telemóvel, ligando para Helena.

- Sim? – ouvi a sua voz.

- A pássara já dorme.

- Só agora?! Porra, que andaste tu a fazer? Já tenho o parzinho engaiolado há séculos…

- Desculpa, querida, não me consegui despachar mais cedo, ela estava activa… vou já para aí.

- OK.

Desliguei e agarrei em Belinha por baixo dos braços. O efeito do meu baton especial dava para ela dormir durante um par de horas, pelo que eu tinha boa margem de manobra. Enfiei-lhe um saco de pano escuro na cabeça, para prevenir que ela acordasse e pudesse ver à sua volta, amarrei-lhe as mãos atrás das costas e arrastei-a na direcção da garagem, para a meter na bagageira do meu carro. Depois abri as portas, meti-me nele e abalei rumo a uma casa que já havia preparado para a ocasião.

 

Quando acordei, tinha a boca a saber a papel, quase como se tivesse tido uma noitada de borga com as minhas manas. Abanei a cabeça para tentar libertar-me daquele efeito e, quando comecei  a sentir-me melhor, fui avaliando a minha situação. Estava num espaço escuro e de luz fraca, mas ainda assim podia ver as grades que me rodeavam, quase como se eu estivesse numa cela, com uma caixa de madeira grande numa das pontas. Vi que estava completamente nua mas tinha uma espécie de coleira ao pescoço, possivelmente metálica.

- Aquela filha da puta da Andreia! – gritei – Quando eu a apanhar…

- Hein? – ouvi uma voz conhecida.

Esforcei o olhar na direcção de onde ouvira aquele queixume e vi que ao lado esquerdo da minha cela havia mais uma, onde uma rapariga morena, nua como eu e de coleira ao pescoço também, se encontrava agarrada às grades, quase tentando entortá-las ou passar entre elas. Encostei-lhe às grades daquele lado.

- Andreia? És tu?

- Sim, Belinha… não sei que se passou, adormeci e acordei aqui…

- Hmm. – não me sentia convencida com aquela desculpa dela: sabia que Andreia era capaz dos mais elaborados esquemas, pois ela era uma verdadeira manipuladora.

- Quem… quem está aí? – ouviu-se uma terceira voz do meu lado direito, também conhecida.

Olhei para ali e vi mais uma rapariga morena, também agarrada às grades mas a olhar na nossa direcção. Estava tal como nós nua e de coleira, mostrando o seu caralho enfiado dentro de qualquer coisa metálica. Só podia ser Helena, a esposa de Andreia. Aproximei-me dela e toquei-lhe na mão.

- Sou eu, querida, é a Belinha. Não me estás a ver?

- Não… não consigo ver nada… não sei que têm os meus olhos…

Aproximei a minha cara da dela, esforcei os olhos apesar da escuridão daquela zona e vi que os olhos de Helena pareciam estar brancos, com as meninas da vista muito desmaiadas. Alguém a havia cegado!

- Filhos da puta! – gritei – Quem te fez isto?!

- N-não sei, Belinha… saí de casa e fui raptada… acordei aqui e tenho estado a ser torturada…

- Por quem?

- Não sei… – e começou a chorar; de súbito ela soltou um berro e caiu de joelhos, agarrada ao pescoço – Não… por favor… mais não!

Fiquei estarrecida a olhar para Helena. Ela havia deslizado para o chão, torcendo-se toda enquanto continuava com as mãos em volta do pescoço. De súbito, tão depressa como começaram, os seus espasmos pararam.

- Helena, querida, que se passa? – perguntei, ansiosa.

- A outra… choques… – foi o que consegui perceber.

Virei-me para trás e encarei Andreia. Ela estava agarrada às grades que nos separavam, em lágrimas. Ia para lhe perguntar o que se passava ali quando foi a vez dela começar a gritar e cair de joelhos no chão, agarrada à coleira que tinha ao pescoço.

- Amor… que se passa? – gemeu Helena, que se havia levantado a custo e encostara-se às grades da cela, tentando perceber o que se passava com a sua cônjuge.

Fiquei à espera que o mesmo sucedesse comigo: era apenas uma questão de tempo. E, de facto, assim que Andreia parou de gritar, foi a vez de o meu corpo ser atravessado por uma corrente eléctrica proveniente da coleira metálica que tinha ao pescoço. Senti-me a tremer toda e só me lembro de dar por mim estatelada no chão, após o fim do choque.

- Mais calminhas, as meninas? – ouviu-se uma voz em toda a divisão. Era uma voz esquisita, não dava para perceber se era masculina ou feminina.

Acenderam-se luzes potentes, que pelo menos a mim tiveram o condão de me cegarem durante algum tempo, já que os meus olhos se haviam habituado à escuridão. Quando consegui voltar a ver, reparei que aquele complexo de celas era bem mais extenso que as três onde nós encontrávamos: diria que eram dezenas delas! E em algumas delas havia caixas de madeira, talvez caixões… No meio da parede abriu-se um buraco que não era mais do que uma porta disfarçada e, por ela, passou um ser montado num triciclo. Digo um “ser” porque, apesar de a sua fisionomia ser feminina, tinha um aspecto muito bizarro. Tinha longos cabelos negros, lisos e penteados com risca ao meio, olhar negro (não só os olhos, parecia que todo o olho era escuro!) e as maçãs-do-rosto bem encarnadas (quase como se tivesse uns alvos desenhados nelas). Os seus lábios eram encarnados-sangue (da mesma tonalidade das unhas longas e afiadas), e os cantos da boca tinham riscos negros verticais para baixo, assemelhando o seu queixo ao de uma marioneta. Vestia um fato-casaco de saia escuro, com uma camisa branca por baixo do casaco e um lacinho encarnado ao pescoço. De resto, calçava uns sapatos de salto-agulha de um encarnado idêntico ao dos lábios e unhas e… precisei esforçar os olhos para ver, mas pude depois confirmar que, de facto, a sua pele era de uma palidez extrema. Toda aquela pessoa parecia inspirada no Jigsaw, o boneco dos puzzles da saga de filmes de terror “Saw”, o que denotava uma falta de originalidade da nossa captora – e que ela não estaria ali para brincar connosco…

Ela ergueu um braço e apontou para nós; no instante a seguir, todas três estávamos no chão a rebolar em agonia enquanto as nossas coleiras nos electrocutavam.

- Um cheirinho apenas para vocês ficarem mais dóceis. – comentou aquela figura após o (misericordiosamente curto) choque. Ela deu mais umas pedaladas naquele triciclo e ficou de frente para a minha cela, a olhar intensamente para mim, depois para as outras; mas o seu olhar acabava sempre por se demorar mais tempo em mim. E fazia-me uma impressão tremenda olhar para aqueles olhos totalmente negros!

- Eu quero jogar um jogo. Todas vocês têm sido uns meninos muito marotos, sempre envolvidos em deboche. Por isso precisam de levar um correctivo. Principalmente tu – e apontou para mim – que tens andado a foder indiscriminadamente com qualquer homem que te apareça à frente.

Ela levantou um dedo; e assim que ele apontou para mim, senti mais uma fortíssima descarga eléctrica percorrer-me o corpo, de tal forma intensa que caí no chão inconsciente.

 

Recuperei os sentidos mais tarde (não sei o quão mais tarde) e olhei em volta – ou tentei. Quando tentei rodar a cabeça, apenas a consegui fazer mexer-se alguns milímetros; e o mesmo aconteceu quando procurei mexer o corpo. Pensei que fosse o meu corpo que não respondia e fiquei com medo de estar tetraplégica, mas à medida que o meu cérebro ia recuperando por completo, percebi que não era nada disso, que era “apenas” a coleira que tinha ao pescoço e possivelmente outras amarras semelhantes que haviam sido presas a uma superfície ou estrutura qualquer que estava fora do meu ângulo de visão. Estava deitada de barriga para baixo, tinha algo a preencher-me e a cobrir-me a boca e apenas podia olhar em frente e ver paredes e tectos brancos; tinha qualquer coisa na cabeça com palas que me impedia de ver o que existia dos lados – quase como que umas palas de burro – mas à minha frente tinha o que parecia ser um ecrã de TV. Tinha o meu punho direito fechado e, pelo que pude perceber, em redor de um corpo cilíndrico com um botão na ponta, mesmo a jeito de carregar nele com o polegar. À minha beira comecei a ouvir gemidos de outras pessoas que, pelo que me parecia, também iam acordando e descobrindo a situação em que se encontravam.

- Ainda bem que já acordaram todos! – ouvi a voz da nossa captora – Agora podemos começar o nosso jogo.

De súbito comecei a ouvir um mecanismo começar a trabalhar; e no instante a seguir senti coisas compridas e grossas entrarem-me no cu e cona alternadamente, quase como se fosse a fucking machine que Andreia já me havia mostrado uma vez e utilizado em Helena, onde podiam ser colocados dois dildos para violarem em simultâneo os buracos da vítima. Soltei um gemido assim que o primeiro entrou em mim, no meu cu, saindo e sendo substituído por outro que me entrou na cona. A velocidade de ambos era relativamente rápida…

- Todos vocês estão a ser violados por uma fucking machine. A velocidade a que estão a ser fodidos depende do vosso parceiro… ou, melhor dizendo, da sua pulsação. Sempre que as pulsações do vosso companheiro aumentarem, também irá aumentar a velocidade das fucking machines; o que, imagino eu, fará com que a vossa pulsação aumente e faça com que eles sejam penetrados de uma forma mais rápida. Percebem o efeito de “pescadinha de rabo na boca”? É o mesmo.

De súbito, o monitor que eu tinha à minha frente acendeu-se, e pude ver um corpo de um homem, deitado de barriga para cima numa marquesa, preso de pernas abertas e cujo rabo estava a ser penetrado por uma daquelas máquinas demoníacas – o seu pénis parecia estar enfiado numa máquina de ordenha de bovinos, ou similar. Quase soltei um berro ao reconhecer quem havia sido designado como meu parceiro: Paulo, o canalha do meu marido traidor!

- Por acaso sempre me interroguei sobre se seria possível morrer-se de orgasmos. – continuou a nossa captora, sempre fora do meu ângulo de visão – Eu tenho muito tempo livre para descobrir… e vejam a coisa pelo lado positivo: se um de vocês morrer, o outro fica salvo porque as suas máquinas de penetração param… – e soltou uma gargalhada.

Comecei a ouvir gemidos femininos e imaginei que tanto Andreia e Helena estivessem na mesma situação que eu. Mas porque raio havia aquela puta ido buscar o cabrão do meu marido?! Desde que o descobrira a trair-me que as coisas nunca mais haviam sido as mesmas entre nós e eu ainda estava hesitante sobre se iria pedir o divórcio ou não… e agora tinha-o ligado a mim, a ser fodido à mesma velocidade da minha pulsação, comigo a ser fodida e enrabada sob a sua pulsação. Que merda!

- Porém, – continuou – vou-vos dar uma oportunidade de saírem do jogo. Decerto já repararam que seguram na vossa mão direita um dispositivo com um botão. Se carregarem no botão, a experiência pára e vocês deixam de ser estimulados. Claro que existe o efeito secundário de electrocutarem fatalmente o vosso parceiro de jogo, mas não deixem que isso vos detenha, se se virem muito aflitos!

Gelei ao ouvir aquilo. Aquilo era de uma crueldade atroz: ou era penetrada até à exaustão, ou matava o (ainda) meu marido e pai do meu filho… isto se ele não mo fizesse primeiro. O que fazer? Aguentar aqueles malditos dildos? Matar Paulo antes que ele me matasse a mim? Engoli em seco e continuei a aguentar aquela fucking machine infernal, rezando para que o amor do meu marido por mim fosse maior que a sua mágoa pelo forma como o tratara nos últimos tempos (e à dor que ele próprio estivesse a sentir)…

continua...

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