segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

O casamento (parte 1)

- Andrea, não devias ter lá ido! – gritou Márcia – É pedir-te demasiado que te comportes como deve ser?!
- Amor, já te pedi desculpa. – respondi, de voz embargada – É que… é que simplesmente aconteceu.
- “Simplesmente aconteceu”… como raio é que tu “simplesmente” beijas um gajo?
Baixei os olhos. Sabia que ela estava certa, mas isso não me fazia sentir melhor. Eu havia-a traído, apesar de ter sido apenas um beijo. Claro que Márcia iria dizer “nunca é apenas um beijo!”… e dei por mim a achar que ela tinha razão.
Eu nem sabia porque tinha saído sem a minha namorada. Ela teve de ficar a dormir naquela noite, e eu podia ter ficado a descansar com ela, mas estava com tanta vontade de sair e divertir-me que desafiei alguns amigos a irmos a uma discoteca não muito longe de Corroios. Assim que falei nisso à Márcia, reparei que ela ficou chateada, mas tentou escondê-lo de mim… mesmo assim fui lá, bebi demais e acabei a dançar com um gajo qualquer, a roçar-me nele, e, eventualmente, a dar-lhe um enorme linguado, até que os meus amigos repararam que eu não estava nos meus melhores dias e me levaram até casa.
- Tens razão, Márcia. – disse, com uma lágrima a escorrer-me à cara abaixo – Eu… eu não sei o que me passou pela cabeça, eu… eu estava bêbada, fui estúpida…
- Pois foste. – ela interrompeu-me.
- Mas eu prometo-te, amor… não volta a acontecer.
- Tens toda a razão. Não vai voltar a acontecer.
Levantei o meu olhar para a encarar. O seu tom de voz tinha sido estranho.
- O que queres dizer?
Ela agarrou-me pelo antebraço com força, de tal forma que senti os seus dedos a enterrarem-se na minha carne; depois, arrastou-me para o nosso quarto e atirou-me para cima da cama.
- Porque, agora, minha namoradinha, eu vou-te violar; e, no deste sábado a oito, vais-te casar comigo.
O meu coração pareceu parar.
- Casar…?



Não me consigo recordar quando foi a primeira vez que vi Márcia; creio que a conheci toda a minha vida. Os meus pais, gregos fugidos à ditadura militar que tomou conta do país, acabariam, após alguns anos de nomadismo, por assentar em Portugal, no mesmo bairro onde moravam os pais de Márcia, e acabámos eu e ela por começar a brincar juntas. Entrámos na pré-primária juntas, ficámos na mesma turma na primária e do 2º ciclo; a partir daí separámo-nos… mas apenas academicamente, pois por essa altura já éramos melhores amigas.
Lembro-me que, na escola, toda a gente lhe chamava “Márcia Infernal”, não só por causa do seu cabelo (ela sempre teve longo cabelo ruivo) mas também por causa da sua personalidade: ela não aturava merdas a ninguém, e recordo-me das vezes em que me confessou as discussões que tinha em casa com o pai. Ela também teve problemas com as suas relações, por causa do seu feitio ciumento e dominante, e os rapazes que namorava não gostavam de estar ligados a uma controladora como ela. Todavia, por detrás daquele seu feitio intempestivo e quase doentio, encontrava-se uma rapariga apaixonada com um coração de ouro: muitas vezes, ela costumava trazer-me o pequeno-almoço à cama, e quando eu tive pneumonia, ela tirou dias de férias do seu trabalho para me ajudar a restabelecer.
Esses momentos, acho eu, foram os que me capturaram. Ou talvez fossem mesmo os outros, aqueles em que ela era dura, dominante. A verdade é que a minha personalidade não poderia ser mais oposta da dela. Enquanto ela é dominante, eu sou submissa; enquanto ela é exuberante, eu sou tímida; e enquanto ela é um rochedo, eu sou sensível. Tenho de me admitir que nunca tive tanta sorte com relacionamentos como a Márcia, especialmente por causa da minha timidez e de ficar sempre encavacada quando tinha a impressão que algum rapaz gostava de mim; apesar de algumas “curtes”, a minha primeira paixão a sério foi, precisamente, Márcia, que se transformou numa relação a sério quando, após ambas termos acabado o 11º ano, ela me agarrou pelo braço, me puxou na sua direcção e me deu um daqueles beijos que se vêem nos filmes e que ficam na nossa cabeça para sempre. E a verdade é que éramos o par perfeito uma da outra: ela precisava de uma pessoa que pudesse controlar e dominar; eu procurava alguém que não tivesse problemas em guiar-me e controlar-me. Éramos perfeitas uma para a outra.
Quando acabei a faculdade, Márcia perguntou-me se queria ir viver com ela para sua casa (ela tinha um apartamentozito perto de Almada, onde tinha planeado ficar a morar até conseguir dinheiro para comprar uma vivenda na Verdizela ou na Aroeira); não sei se os meus pais já sabiam exactamente o tipo de relação que eu e ela tínhamos então, mas quando falámos com eles a respeito da minha mudança, eles ficaram definitivamente a saber. Especialmente quando Mamá me disse que “estamos sempre contigo, faças o que fizeres, estejas com quem estiveres, importa é seres feliz”. Pareceu-me vê-los algo desiludidos, mas os abraços que nos deram quando nos despedimos (a mim e a Márcia) fizeram-nos sentir abençoadas e aceites.
E foi assim que vivemos durante quatro anos, até àquela manhã…

- Casar…?
- O que foi? Não queres? – disparou ela.
- É que… não é isso, é que… – estava ainda demasiado espantada para conseguir falar – Estás… estás a pedir-me em casamento? É que é tudo tão súbito, e… porquê tão pouco tempo?
- Já tratei de tudo, minha cara, os pormenores estão todos arrumados; a única coisa que falta é mesmo escolheres o teu vestido de casamento.
- Mas… mas porquê dez dias?
- Bom… – Márcia sorriu, abrindo os braços – Surpresa!
Fiquei um pouco sentida; claro que gostava de viver com ela o resto dos meus dias, mas aquilo era tão repentino, e, como sempre, as coisas haviam sido feitas à sua maneira, não à minha. Não que eu seja contra isso, muito pelo contrário!
Ela não me deu mais tempo para pensar; começou a despir-me, tirando-me a lingerie e deixando-me nua.
- Lembro-me de ter dito algo sobre violar-te, não foi?
Continuava em estado de choque, e isso explica que não tenha reagido enquanto ela ia buscar um rolo de corda e começou a amarrar-me à cama, com o meu rabo para cima, para de seguida me colocar uma mordaça na boca.
- Não queremos incomodar os vizinhos, não achas, Andi?
Tentando sair do meu estado de surpresa, abanei a cabeça. Vi-a apertar as cintas de um dos seus strap-ons à cintura para depois se atirar para a cama, a meu lado. A sua mão agarrou-me numa das nádegas e chegou à minha rata, que começou logo a ficar algo húmida; dois dos seus dedos entraram dentro de mim, enquanto o seu polegar, embebido em lubrificante, me entrava no rabo, fazendo-me gemer. A sua outra mão agarrou-me na mama esquerda e começou a brincar com o meu mamilo, com Márcia a mordiscar-me a orelha.
Os meus gemidos abafados tornaram-se incessantes, enquanto ela continuava a penetrar-me com os seus dedos e brincava com os meus seios: ela realmente sabia o que me fazia ficar doida. Por via de ser uma pessoa sensível, um simples e inocente beijo por vezes tinha o condão de me deixar logo algo excitada, e eu acabava por atingir o orgasmo cedo demais; todavia, Márcia havia aprendido a controlar-me, a guiar-me como ela queria que eu me comportasse, a vir-me apenas quando ela queria…
Então, as suas mãos abandonaram-me, e, assim que as senti depois a agarrarem-me os braços, o meu rabo foi invadido pelo seu pénis de borracha. Comecei a relaxar, tentando abrir-me ainda mais para ela; não me lembro se estava a gritar; apenas estava concentrada na sua invasão do meu rabo, enquanto Márcia começava a comer-me com mais velocidade. Ela desapertou as tiras de cabedal da minha mordaça e tirou-ma da boca, deixando-a pendurada no meu pescoço.
- Agora, quero ouvir-te pedir desculpa. – disse Márcia.
Era extremamente difícil concentrar-me nas suas palavras enquanto eu estava a ser enrabada daquela forma; todavia, dei o meu melhor:
- Eu… perdoa-me, Márcia, fui… fui estúpida, fui cabra, não devia ter-te atraiçoado daquela forma, perdoa-me, por favor, meu amor, minha princesa, eu…
Subitamente senti-me atingir o clímax, a minha cabeça nublou-se à medida que eu explodia em êxtase. E, como de costume quando atinjo o orgasmo, a minha boca ganha vida própria:
 - Oh, meu Deus, fode-me, Márcia, eu mereço, fode-me toda, magoa-me, sou uma cabra, uma puta, não te mereço, eu…
Fui calada quando Márcia colocou a mão na minha boca:
- Shhh, amorzinho, está tudo bem, eu perdoo-te.
Voltou a colocar-me a mordaça na boca, transformando a minha mantra pervertida num longo gemido. Ela voltou a agarrar novamente as minhas mamas, enquanto a outra mão brincava com o meu piercing do umbigo, para depois se aproximar da minha rata. Quando os seus dedos entraram novamente dentro de mim, ela perguntou-me:
- Quantos queres dentro de ti? Três, quanto…?
Respirei fundo quando senti a sua mão entrar dentro da minha rata encharcada; ela riu-se.
- Oh, tu adoras isto, não é verdade, minha menina marota? És… – subitamente, senti o seu corpo tremer ao atingir o clímax, enquanto eu estava quase a atingir mais um. Gritámos ao mesmo tempo, num orgasmo simultâneo.
Quando as nossas ratinhas se acalmaram, a invasão do meu cu abrandou, até parar por completo, ficando o dildo dentro de mim. Márcia abraçou-me por detrás e beijou-me o pescoço, lentamente, apaixonadamente, enquanto acariciava as minhas mamas. Eu gemia, baixinho, pensando no quão boa era a minha vida sempre que aquela ruiva estava a meu lado…
- Andrea Dounia, – ela sussurrou-me ao meu ouvido – queres casar comigo?
Sentia-me tão contente naquele momento! Acenei afirmativamente quase de imediato, recebendo de volta um beijo no pescoço que me causou um arrepiozinho na espinha.
- Dou-te o teu anel depois, minha noivinha… mas antes, acho que precisas de ser mais “castigada”.
Ao sentir o strap-on recomeçar a mexer-se dentro de mim, soltei um suspiro de felicidade.

Desde os meus tempos de adolescente, imaginei o meu casamento de sonho na minha terra natal, Mitilene, na ilha de Lesbos, encostadinha à Turquia mas ainda território helénico; com o mar como testemunha, eu e o meu noivo trocaríamos as nossas alianças e beijar-nos-íamos como marido e mulher.
Todavia, eu e Márcia teríamos de nos contentar com a Margem Sul do Tejo. Para além de em Portugal já ser permitido a pessoas do mesmo sexo casarem-se, a zona da Verdizela era a sua zona preferida, onde ela adoraria morar. Ela surpreendeu-me mais uma vez ao revelar-me que tinha conseguido comprar lá uma casa, apenas para nós as duas. A minha família foi toda trazida da Grécia – eles mudaram-se para lá após eu acabar a minha licenciatura e ir viver com a Márcia, depois de haverem conseguido amealhar dinheiro para regressar à nossa terra e viver confortavelmente a sua reforma – e alojados num hotel na Costa da Caparica, tudo às custas de Márcia. Fiquei espantadíssima com ela: ela nunca me contara exactamente quanto estava a ganhar no seu trabalho de arquitecta, mas para pagar pelo casamento por completo, trazer a minha família inteira da Grécia e dar-lhes tratamento de luxo e, ainda por cima, comprar sozinha uma casa numa zona caríssima como a Verdizela… dei comigo a pensar “vou casar-me com um anjo”. Pedi-lhe para me levar até à nossa nova casa, mas Márcia recusou, dizendo-me que era uma surpresa para depois do casamento; antes disso, também, nós teríamos de cumprir o “uso da minha família”.
As minhas gentes têm uma tradição de que os noivos não se poderão ver durante cinco dias inteiros até à cerimónia do casamento. Confesso que não tinha grande vontade de seguir aquele uso, mas Márcia acabou por me persuadir a fazê-lo, dizendo que, mais tarde, eu ir-me-ia odiar por não seguir a tradição da minha família.
- Para além disso, – disse ela, ao chegarmos à Costa da Caparica – se os teus pais já não estiverem muito de acordo com a ideia de a sua filhota casar com uma rapariga, se não cumprires a tradição, eles odiar-te-ão para sempre.
- Eu sei, mas… – lágrimas apareceram-me nos olhos – não consigo viver sem ti, amor, cinco dias são… são como cinco anos, quando não te tenho a meu lado…
Márcia agarrou-me na mão, beijando-a; depois acariciou a sua face com ela.
- Andi… eu vou estar sempre contigo, estejas onde estiveres. E não te esqueças, vai estar com amigos, a tua família, pessoas que te amam…
- Mas, amor, eles não são tu! – gritei, desolada.
- Vamos ter todo o tempo do mundo, a partir de sábado.
Olhei para Márcia. Ela estava certa, claro, mas a minha vida era tão vazia sem ela a meu lado, aquilo seria um dos maiores sacrifícios que teria de fazer… e talvez fosse aquele o motivo daquela tradição: ter saudades da pessoa que amamos, antes de passarmos o resto da vida ao lado daquela pessoa… acenei, de olhos húmidos.
- OK… OK. Eu fá-lo-ei.
- Linda menina. – Márcia sorriu.
Ela parou o carro em frente do hotel onde os meus pais estavam alojados. Quase que lhe pedi para dar mais uma volta à Costa, mas isso tornaria a minha dor ainda maior… em vez disso, fiquei ali, atirando-me para os braços de Márcia, tentando não chorar.
- Vais ser uma menina forte, não vais? – perguntou ela.
- Eu… eu vou tentar, princesa.
- Sim, vais… e sabes porquê? Porque, quando estivermos casadas, vou dar-te a melhor noite da tua vida.
- A… a sério? O que… que vais tu… – ela calou-me colocando um dedo sobre os lábios.
- É uma surpresa, amor.
Vi alguém a aproximar-se do carro, que reconheci como sendo a minha irmã Evelina.
- Bom… acho que está na hora. – disse eu.
- É. – ela agarrou-me, mais uma vez, antes de me dar um longo, longo beijo. Quando nos separámos, as lágrimas haviam regressado à minha cara.
- Vou ter saudades tuas! – chorei.
- Vejo-te no sábado, bonequinha.
- Até sábado… – toquei na sua mão uma última vez – Amo-te!
- Também te amo.
Abri a porta e saí do carro, abraçando a minha irmã que já não via há um par de anos. Quando olhei uma última vez para Márcia, podia jurar que ela tinha lágrimas nos olhos.

Sou a terceira filha de uma irmandade de quatro, e todas elas lá estavam à minha espera, para além dos meus pais, claro, e de alguns meus tios e primos. E, obviamente, à maneira helénica, estão sempre alegres, a cantar, a dançar, a rir-se… e foi assim que os encontrei assim que cheguei aos quartos deles: na galhofa. Depois de os beijar e abraçar (já não os via há bastante tempo), fui-me trancar no quarto destinado a mim e às minhas irmãs.
A verdade é que não conseguia partilhar a alegria delas. Sentia-me triste e solitária, mesmo rodeada de tanta gente… mas faltava-me uma pessoa. ‘A’ pessoa. Acabei por não sair no quarto, algumas vezes a chorar, outras a olhar para o tecto, a pensar no que estaria Márcia a fazer… parecia uma piegas, eu.
Levantei a cabeça quando ouvi alguém a abrir a porta do meu quarto. Era Mamá. Quase nos seus sessenta anos de idade, ela vestia-se como as mulheres da sua ilha, e ostentava um sorriso nos lábios. Assim que ela olhou para mim, percebeu que algo se passava.
- O que se passa, moró mu? – perguntou ela, em grego – Porque estás aqui sozinha, enquanto toda a gente está lá fora?
- Oh, Mamá, – suspirei – como conseguiu aguentar antes de se casar com o Babás?
Ela deu uma gargalhada e sentou-se a meu lado, perto da janela.
- Andrea, tens saudades do teu amor, não é? – ela agarrou-me a mão e apertou-a entre as suas – Eu também tive imensas saudades do teu pai, julguei que não conseguiria aguentar tanto tempo… talvez da mesma forma que tu sentes a falta da tua namorada. Mas eu sabia que, cinco dias depois, eu estaria reunida com o meu amor, e aquele sacrifício seria amplamente compensado, e foi assim que consegui aguentar. E sejamos honestas, são apenas cinco dias. Não é nenhuma eternidade…
- Eu sei, Mamá, eu sei… mas… fico triste só de não estar a seu lado, de não saber dela, de não a poder beijar…
- Eu também fiquei triste, querida. Mas lá está, não é nenhuma eternidade. Passas os teus últimos momentos como solteira com a tua família, fazes coisas connosco, libertas-te, celebras connosco…
Não sei porquê, mas a conversa de Mamá, a minha mão nas suas, acabaram por me acalmar um pouco. Tive alguma vontade de sair do quarto e ir ter com as minhas irmãs.
- Andrea, uma coisa que te queria perguntar… – ela aspirou uma golfada de oxigénio, como se estivesse a tentar ganhar confiança para o que vinha a seguir; o seu sorriso tinha desaparecido – Tens a certeza do que vais fazer? Casar com a Márcia? Não digo que ela não seja boa pessoa, porque eu sei que o é, mas… vais casar-te com uma rapariga…
- Mamá, tenho a certeza absoluta do que vou fazer. Não existe nada no mundo que eu mais queira fazer. Eu… Sei que há na família quem não goste, mas ela preenche-me por completo, ela é tudo o que eu sempre procurei na minha cara-metade… e quero lá saber que ela seja uma gaja também! Estou-me mesmo nas tintas, não vou deixar que isso me impeça de ser feliz… eu adoro-a, Mamá! Eu amo-a mais que qualquer coisa na vida…
Pude voltar a ver o sorriso regressar à cara dela.
- Então tens a minha bênção, agápi, e apenas desejo que tu e ela tenham uma vida maravilhosa e cheia de felicidade.
Abracei-a gentilmente e beijei-a na bochecha, sentindo-me segura nos seus braços – da mesma forma que me sentia quando era miúda e procurava aquele cantinho onde me sentia sempre protegida.
- Anda, agápi, vamos ter com o resto da malta. Eles já começaram a achar que estás adoentada, ou algo parecido. – Mamá levantou-se, agarrando-me na mão e conduzindo-me de regresso aos outros quartos.

O que é verdade é que as palavras de Mamá acabaram por surtir efeito. Animei-me um pouco, o suficiente para andar com a minha família de um lado para o outro, ir às compras com as minhas irmãs para comprar o meu vestido de noiva, ainda nos divertirmos um pouco, fizemos a despedida de solteira num clube de strip-tease (mas desta vez estive sob supervisão delas, para evitar que se repetisse a situação da semana anterior)… e, quando dei por ela, estávamos na noite de sexta para sábado.
Nessa noite, estive às voltas na cama durante imenso tempo, sem conseguir conciliar o sono. Estava tão próxima da minha reunião com Márcia, do nosso casamento, de poder matar saudades dos seus lábios, dos seus carinhos e das suas chapadas… Tenho de admitir que este último pensamento me provocou arrepios na espinha.
Não sei se foi ideia minha, ou se as minhas mãos ganharam vida naquele momento, mas elas começaram a viajar pelo meu corpo abaixo, chegando à minha rata e começando a brincar com os meus lábios. Recordei a declaração de Márcia (ou seria mais correcto chamar-lhe “imposição”?), enquanto ela me fodia o rabo e me masturbava a ratinha… os meus dedos entraram bem fundo em mim, enquanto eu soltei um gemido de prazer; a minha outra mão aproximou-se do meu rabo, e acabei a ter de morder os lábios quando o meu dedo médio me penetrou o ânus, ao lembrar-me que não estava sozinha no quarto – todas as minhas irmãs estavam ali também. Aquele strap-on grande de Márcia não me saía da cabeça enquanto o meu dedo viajava para a frente e para trás no meu cu, e não demorou muito até os dedos que tinha na rata ficarem todos pegajosos. Mas isso não me deteve, continuei a excitar os meus dois buracos, recordando todas as vezes que eu e Márcia fizéramos amor, ou quando ela me dominava e abusava de mim…
Não sei quantas vezes me vim, mas… corei ao tirar as mãos da ratinha e os limpei com a língua, mas depois senti-me triste por não ter Márcia ao meu lado para eu abraçar e beijar… Senti um vazio no peito, mas, dentro da minha cabeça, ouvi uma voz dizer “Tem calma, é só durante mais umas horas.”
E acabei por me acalmar, tentando novamente adormecer.

continua...

1 comentário:

  1. Mais um conto que fico à espera da continuação. É sempre uma surpresa ler os teus contos. Beijinhos

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