sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Recapturada

Os elementos estavam à solta naquela noite: o vento soprava furiosamente com rajadas fortes e as bátegas de chuva precipitavam-se sumo às janelas do hospital psiquiátrico; todavia, dentro das instalações, o silêncio reinava. O corredor principal estava vazio, para além de pouco iluminado. Apenas um ou outro carrinho podiam ser avistados.
Então, dois médicos surgiram por uma porta e começaram a percorrer o corredor, lentamente, dando uma última ronda antes de irem para casa e deixarem o edifício entregue unicamente ao segurança. Verificando se os pacientes dentro dos quartos estavam adormecidos, chegaram ao compartimento onde estava a recém-chegada, e suspiraram. Ela ainda estava acordada, de joelhos, aparentemente gritando apesar da mordaça que tinha na boca. Os médicos olharam pelo vidro reforçado.

 
- Uma pena. – um deles começou.
- Sim… – o outro respondeu, abanando a cabeça – Desgraçada. Ainda gostava de saber o que a deixou naquele estado.
Por as paredes serem à prova de som, eles apenas se podiam perguntar se os seus gritos ainda seriam tão fortes como quando a haviam encontrado. Ou, melhor, quando alguém a encontrara nas proximidades, deambulando sem destino, o seu cabelo encarnado totalmente desgrenhado, envergando uma camisa-de-forças de cabedal rasgada, de olhos esbugalhados e gritando como se estivesse possuída por um demónio. Quando foi descoberta, julgou-se ser uma paciente do hospital, capturando-a, mas depois verificaram que nenhum dos seus pacientes estava em falta – para além de não terem nenhuma com aquela descrição. E, enquanto os doutores não descobriam as suas origens e como ela não deixava – ou não conseguia deixar – de gritar, ela foi amordaçada, limpa e vestida com uma nova camisa-de-forças e colocada num dos quartos vazios, tendo-lhe sido também amarrados os pés. Até então, nenhuma clínica havia dado notícias de a paciente lhes pertencer.
- Na minha opinião, ela é um caso perdido. Os seus olhos… ela parece estar completamente perdida. 
- Pois. Talvez tenha perdido alguém querido, ou visto alguém morrer… quem sabe? Acho que ela nunca no-lo dirá.
- Infelizmente. – ele olhou ao seu relógio – Bem, vamos.
O outro assentiu, e ambos retomaram a marcha, continuando a sua ronda.

Eu não estou maluca. A sério, não estou! Juro!
Tenho de sair daqui. Tenho de fugir antes que Ela me encontre.
Ela vai vir à minha procura. Ela vai trazer-me de volta para o Hospital. Eu sinto-o. Eu conheço-A. Eu sei que Ela vai chegar aqui dentro de pouco tempo.
Porque é que vocês não acreditam em mim???
Eu sei que vocês me estão a ver. Consigo ver-vos. Por favor, vocês têm de acreditar em mim!!
Eu não estou maluca! Por favor, deixem-me ir antes d’Ela me encontrar! Por favor!!
Não se vão embora!! Por favor, vocês têm de me ajudar!! Eu não posso voltar para o Hospital!!!
Ajudem-me!!!

O segurança havia acabado de completar a sua ronda da meia-noite e havia regressado ao seu gabinete, tentando manter-se acordado. A chuva lá fora estava ainda bastante forte, e de vez enquanto ouvia-se o ribombar de um trovão. Toda a vida dentro daquele edifício parecia ter cessado.
Então, ouviu-se o som de uma porta a abrir-se, o mais silenciosamente possível, sendo fechada da mesma forma. De seguida, um som estranho começou a ecoar pelo corredor – uma espécie de click click click. Uma figura misteriosa apareceu, movendo-se sub-repticiamente, cada um dos seus passos soltando um dos misteriosos clicks, e parou defronte da porta onde a rapariga estava. Aparentemente do nada, na sua mão apareceu um cartão, que foi prontamente passado pela fechadura electrónica que mantinha a porta fechada e que a destrancou.
Ainda gritando, a rapariga foi sobressaltada pelo ruído da porta a abrir-se, virando a cabeça naquela direcção e olhando aterrorizada para a pessoa que havia acabado de ali entrar; pela primeira vez, deixou de gritar. O seu olhar, todavia, permaneceu arregalado.
- Bem, bem, bem… – a figura recém-chegada declarou, com um tom arrogante – Não foste mesmo nada fácil de encontrar. 
A rapariga começou a tremer, o terror estampado na sua cara; ela gemeu, tentando recuar para um dos cantos do quarto e colocar o máximo de distância possível entre ela e aquela pessoa.
- Não tens para onde fugir, Paciente 781. – a mulher deu alguns passos nos seus saltos e agarrou-a pela camisa-de-forças – Desta vez, tu não vais fugir… aliás, vamos garantir que tu nunca mais o vais poder fazer.
Então, um relâmpago iluminou o quarto por breves instantes, os suficientes para aquela figura deixar de ser desconhecida: tratava-se de uma mulher, alta e loura, de cabelo comprido apanhado numa longa trança; tinha o corpo coberto de borracha do pescoço para baixo, com luvas compridas pretas, um vestido curto transparente, e um avental branco com uma cruz vermelha no meio; as suas pernas estavam também envoltas em látex transparente, com o conjunto a acabar nuns sapatos de plataforma pretos. Parecia ter algo na mão, um saco de qualquer espécie. Ela atirou-o para o chão e aproximou-se de Tatiana, ou Paciente 781 como era conhecida no Hospital, tirando-lhe a mordaça da boca.
- En-Enfermeira M…
- Então, pensaste que te conseguias escapar de nós? – a mulher riu-se – Devias ser mais esperta… ninguém escapa do Hospital.
- SOCORRO!!! – gritou Tatiana.
- Oh, cala-te, ninguém te vai ouvir. O guarda-nocturno não nos vai chatear, e ele poderia ser o único a poder dar-te algum auxílio… mais vale estares caladinha.
- SOCOOOOOOORO!!!
A resposta da Enfermeira M foi terrível. Sem aviso, ela esbofeteou a rapariga quatro vezes.
- Eu disse-te para estares calada, puta!
Mas Tatiana não a conseguia entender: ela estava demasiado aterrorizada. Os seus olhos estavam cheios de lágrimas.
- P-por favor, En-Enfermeira M… poupe-me… não…
- Tenho de ser sincera contigo, Paciente 781: eu A-DO-RO quando alguma de vocês tenta fugir… porque depois dá muito mais gozo caçar-vos e trazer-vos de volta. – e agarrou novamente na camisa-de-forças da rapariga – Vá, está na hora de regressarmos a casa.
- NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOO!! POR FAVOR!!!!
Subitamente, a Enfermeira M parou, sorrindo maliciosamente; atirando-a bruscamente para o chão, optou antes por pegar naquilo que havia atirado previamente para lá, retirando um strap-on de dois dildos.
- Eu persegui-te durante tanto tempo que acho que tenho direito a uma pequena recompensa. E acho que não vou esperar até chegarmos a casa. – enquanto falava, ela foi apertando aquilo à cintura, colocando o dildo interior dentro da sua rata, enquanto Tatiana, horrorizada, olhava para ela – Eu vou violar-te aqui e agora.
- Enfermeira M, por favor, eu… eu não volto a tentar escapar, prometo! – Tatiana estava a tremer como varas verdes, as memórias dos abusos sofridos pelas mãos daquela cabra loira a regressarem-lhe à ideia. – Eu faço qualquer coisa!! – continuou a suplicar.
- Oh, relaxa, puta. – a Enfermeira M disse, aproximando-se de Tatiana, agarrando-lhe no cabelo encarnado e enfiando-lhe a pila artificial na boca – Tu farás tudo o que Eu quiser. Agora, abre a boca e diz ‘aaah’.
Tatiana sabia perfeitamente que era inútil resistir àquela sádica que tinha à sua frente; assim, limitou-se a fechar os olhos e a engolir, como havia feito tantas vezes nos meses anteriores, a ela e outros como ela.
- Isso mesmo chupa-me bem o vergalho, sua puta. – a Enfermeira M sorria, controlando a velocidade a que o seu prémio ia chupando o dildo de plástico. As lágrimas de Tatiana não paravam de correr: o pensamento de regressar ao Hospital, à rotina diária de não ser nada mais que um brinquedo sexual, usada e abusada pelas Enfermeiras e Doutores sem qualquer motivo, destruiu por completo qualquer esperança que ainda tinha de poder regressar à sua vida anterior ao rapto.
Surpreendentemente, a Enfermeira M não perdeu muito tempo a penetrar-lhe a boca: um par de minutos depois, e após soltar alguns gemidos, a Dominadora loira desapertou e tirou o seu brinquedo, ainda agarrando na cabeça da rapariga.
- Apetece-Me antes fazer outra coisa contigo, cabra. Imagino que tenhas sede. – disse a Enfermeira M, esfregando os seus lábios vaginais.
Tatiana começou a abanar a cabeça, gemendo, mas foi detida pela mão da mulher, ainda agarrando com força na sua cabeça.
- Oh, não, Minha querida Paciente 781, tenho a certeza que estás… afinal de contas, foste aqui enfiada sem comida nem bebida… – a sua outra mão agarrou-lhe no queixo e forçou a pobre rapariga a abrir a boca – Agora, sua putéfia, Eu quero cuidar de ti e não quero que tenhas necessidades… portanto abre a boca e toma o que tenho para te dar!
E, apesar de Tatiana se debater e tentar evitar o que se ia seguir, a Enfermeira M começou a urinar para cima da cara e da boca da rapariga. Ela tentou cuspir o líquido amarelado, mas as mãos da Enfermeira evitavam-no. Tatiana não se poderia sentir mais humilhada…
- Não faço isto para te punir ou castigar-te, sua puta. Eu faço isto… porque o mereces. – a Enfermeira M sorria, à medida que a sua bexiga se ia esvaziando na cara da sua cativa – O lixo deve ser tratado como lixo.
Tatiana começou a entrar em pânico, quase perdendo o controlo novamente, com a cara coberta de urina – misturada com algumas das suas lágrimas.
- Pronto, já está. – a mulher loira anunciou – Agora, acho que devias limpar-Me a cona.
- P-por favor… – Tatiana suplicou, roucamente – pare, eu… leve-me para o Hospital, por favor…
A Enfermeira M soltou uma gargalhada.
- Vamos, vamos, só estás a dificultar as coisas… a Minha rata não se vai limpar sozinha! – e, agarrando novamente Tatiana pelo cabelo, ela puxou a cabeça da rapariga na direcção das suas partes baixas enquanto a sua mão enluvada lhe apertava o nariz, forçando-a a escolher entre sufocar ou abrir a boca. Sem qualquer outra opção, ela começou a lamber a rata da Enfermeira M.
- Hmm, é isso mesmo… lambe-a bem, ouviste? – ela sorriu, sentindo a língua de Tatiana a navegar pela sua vulva, penetrando-a, enquanto ia obedecendo aos seus comandos – És mesmo uma puta obediente. Agora percebes porque te queremos de volta.
Tatiana sentiu mais uma lágrima pela cara abaixo. Tudo havia sido em vão… ela ia regressar à sua vida antiga.
Quando a rata da Enfermeira M pareceu estar limpa, a rapariga deixou de lamber; todavia a mulher não deixou de a agarrar.
- O quê, achas que o teu trabalho já acabou? Ainda tens de provar os Meus fluidos, puta… relembrares o que tens perdido desde que fugiste.
- Enfermeira M, senhora… por favor… tenha piedade… – Tatiana continuava a implorar, de olhos fechados, quase como se estivesse a rezar por perdão – E-eu prometo, eu… eu não volto a tentar fugir, mas por favor… não aguento mais…
- Oh, estás enganada, Paciente 781. Eu conheço bem as cabras do Hospital, e tu aguentas com muito mais disto. Isto, para ti, é uma brincadeira de crianças, sua ninfomaníaca. – a sua mão puxou ainda mais o cabelo de Tatiana – Agora cala-te e lambe-Me a cona, e despacha-te, não tenho a noite toda!
E, mais uma vez, Tatiana obedeceu. A sua memória regressou novamente aos dias no Hospital, onde ela tinha de dar prazer oral a todas as pessoas que a Enfermeira M quisesse. Homens, mulheres, novos, velhos, sozinhos, grupos… ela chupava tudo o que lhe aparecia à frente. Era habitual ela deixar-se dormir com a cara e o corpo cheios de esperma e fluidos corporais; quando escapara, ela pensou que aquilo ficaria definitivamente no passado… mas aquela vida iria voltar a ser o seu futuro.
Pouco tempo depois, a Enfermeira M deu um suspiro longo:
- Oh, siiiiiim…
No instante seguinte, a boca da rapariga começou a humidificar-se com os fluidos que escorriam da vulva da Dominadora.
- Isso mesmo, puta, engole tudo! Suga-Me toda!
Tatiana fez o seu melhor, chupou e engoliu tanto quanto conseguiu, mas era demasiado para ela: acabou por cuspir alguns dos fluidos, que agora escorriam-lhe pela cara abaixo, juntamente às lágrimas que não pareciam querer deixar de emanar dos seus olhos, com aquela mistura a escorrer-lhe para a camisa-de-forças. Para piorar ainda mais a situação, o sabor das secreções da Enfermeira M tiveram um sabor tão amargo, tão repulsivo para a rapariga – lembrando-lhe a quantidade de pilas e ratas que ela havia chupado durante a sua “estadia” no Hospital – que ela teve um vómito; no momento a seguir, ela contorcia-se no chão almofadado, vomitando tudo o que havia engolido até então. A Enfermeira M olhou para ela com desdém.
- Sua puta de merda! – uma das suas mãos agarrou-lhe pela parte da frente da camisa-de-forças, erguendo-a do chão, com a outra a esbofetear Tatiana. A pobre rapariga perdeu a conta às vezes que sentiu aquela mão contra a sua face…
- Perco o Meu tempo precioso para te encontrar, sacio-te a sede, alimento-te… e é este o agradecimento que recebo?! Não vales mesmo nada, sua vaca de merda! – e voltou a esbofetear Tatiana, atirando-a de seguida para o chão.
A rapariga caiu no chão, perto da poça de vómito, sentindo sangue a subir-lhe à boca. Ela fechou os olhos, rezando para que a dor que sentia naquele momento fosse suficiente para ficar inconsciente e acordar noutro sítio qualquer… mas até esse pequeníssimo conforto lhe foi negado. Quando Tatiana voltou a olhar para a Enfermeira M, ela já tinha o strap-on de novo à cintura, enquanto ela tinha uma penis gag na mão. Sem perder tempo, ela cobriu os lábios ensanguentados de Tatiana com a mordaça, apertando-lhe as tiras de cabedal à volta da cabeça.
- Faz-Me perder tempo, é isso? Eu mostro-te o que faço às princesinhas que tentam gozar comigo…
A mulher forçou Tatiana a ajoelhar-se, para de seguida a fazer debruçar-se para a frente, de rabo bem espetado no ar. De seguida, a Enfermeira M desapertou a cinta da camisa-de-forças que passava pelo baixo-ventre, revelando as cuecas velhas que a rapariga tinha. Sem perder tempo, a mulher rasgou aquela peça de lingerie, relevando-lhe a rata e o ânus.
- Tempo de te tirar a temperatura, puta! – exclamou a Enfermeira M, empurrando a cintura para a frente com força e violando o rabo de Tatiana. Todavia, ao invés das outras vezes onde, apesar de alguma brusquidão, a pseudo-enfermeira fazia os possíveis por não a magoar muito, daquela altura ela estava a penetrar a rapariga com toda a força.
Tatiana chorava como uma madalena. Ela estava a ser violada – não: “destruída” era o termo mais correcto – sem qualquer espécie de piedade ou consideração pela sua condição física… e aquilo era apenas um aperitivo do que a esperava assim que ela chegasse ao Hospital. Os gritos abafados que ela soltava eram, ao invés, música para os ouvidos da Enfermeira M, e faziam-na violar o rabo da sua presa ainda com mais força.
A Dominadora inclinou-se para a frente e sussurrou ao ouvido da sua cativa:
- Quando chegarmos, vou fazer com que trates de todos os membros do staff. Tenho a certeza que vais adorar. – e riu-se, enquanto Tatiana empalidecia. A sua vida ir-se-ia tornar um inferno bem pior que antes…
Então, a pseudo-enfermeira suspirou e mordeu o pescoço de Tatiana, enquanto gemia de prazer.
- Olha… olha-Me para isto, puta… o teu cu fez-Me vir… oh, foda-se, que delícia!...
Enquanto os seus fluidos escorriam pelas suas pernas abaixo, Tatiana não parava de gritar, sentindo o seu ânus sendo martelado por aquela cabra loira.
- Talvez… – a Enfermeira M continuava, a sua voz sobrepondo-se aos gemidos amordaçados da rapariga – Talvez devêssemos dar aos rapazes a oportunidade de usarem o teu cagueiro, também… o que dizes, puta?
A rapariga não reagiu – ela não conseguia reagir. A única coisa que lhe aflorava à mente era a dor atroz que se havia apoderado do seu posterior. E, apesar de haver atingido o clímax, a Enfermeira M não parava de a violar violentamente.
Subitamente, da mesma forma que havia entrado, a Enfermeira M retirou o dildo de dentro do rabo de Tatiana; ela passou os dedos pelo ânus massacrado da rapariga, para de seguida começar a fustigar-lhe as nádegas.
- Que isto te sirva de lição, cabra. Da próxima vez que PENSES sequer em fugir, Eu vou fazer-te muito pior que isto… – declarou, tocando novamente no ânus de Tatiana novamente, penetrando-o com três dedos – Percebeste?
Tatiana não respondeu: ela apenas olhava para o chão, gritando e chorando incessantemente.
- Fiz-te uma pergunta, filha da puta!! – gritou a Enfermeira M, enfiando todo o punho no rabo da rapariga.
O grito que Tatiana emitiu foi quase inumano. Mesmo estando ela bem amordaçada, o urro que a rapariga soltou poderia bastante bem ser ouvido à distância; decerto todos os pacientes naquela ala o teriam ouvido. Todavia, a mulher loira não se importou nem um bocadinho.
- Ainda não Me estás a responder… será que vou ter de te enfiar ambos os punhos no cu até conseguir que Me respondas?!
Fracamente, quase à beira da consciência, Tatiana conseguiu acenar afirmativamente.
- Ah, assim já nos entendemos… bom, altura de deixar o resto do teu castigo para quando regressarmos.
Então, a Enfermeira M levantou-se, deixando Tatiana no chão, a chorar inconsolavelmente. Ela trocou as amarras que a rapariga tinha nos tornozelos por um par de algemas, menos restritivo, atou uma corda à volta do pescoço da rapariga e forçou-a a levantar-se.
- Vá ver, Paciente 781, altura de irmos para casa.
Tatiana não se conseguia mexer. A ideia de regressar a uma vida de tortura e escravidão finalmente assentou na sua ideia. Todavia, ela não tinha outra solução… e foi arrastada para fora do quarto.
Ao passarem pelo corredor, ambas as mulheres viam, pelas janelas, os pacientes a olharem para elas como se fossem fantasmas. A Enfermeira M não se ralou: quem se importaria com a conversa de meia-dúzia de malucos? Afinal de contas, estavam num hospital psiquiátrico, e ela havia adormecido o guarda-nocturno antes de procurar Tatiana… riu-se e continuou a arrastar a sua presa pelo corredor e em direcção à porta de entrada.
No exterior, a chuva havia parado, assim como a trovoada. O luar, que aparecia uma ou outra vez por entre as aberturas das nuvens, Tatiana viu, por entre as lágrimas, um carro desportivo vermelho parado perto da entrada. A Enfermeira M continuou a arrastá-la rumo à frente do carro – com Tatiana a gemer sempre que os seus pés nus pisavam uma pedra, ou uma poça de água, ou um pau – abriu o porta-bagagens e, sem cerimónia, atirou lá para dentro a rapariga, fechando a porta de seguida sem uma palavra. A Enfermeira M sentou-se atrás do volante, pensativamente; a sua mão agarrou o seu telemóvel e fez uma chamada.
- Sim? – ouviu do outro lado.
- Apanhei a Paciente 781. Vou trazê-la de volta.
- Óptimo! Espero que não a tenhas danificado muito…
A mulher riu-se.
- Digamos que ela está viva. Devo chegar dentro de um quarto de hora.
- OK, vamos estar à vossa espera. – e a ligação foi terminada.
Não ligando ao ruído que provinha do porta-bagagens – raios, mas aquela cabra não havia modo de se calar? – a pseudo-enfermeira ligou o carro e acelerou pela estrada fora.

(história seguinte)

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