quinta-feira, 3 de abril de 2014

Apanhada sozinha

(história anterior)

Estava completamente sozinha em casa. Márcia havia ligado antes de jantar, avisando que ia fazer horas extra e não sabia a que horas iria chegar a casa. Assim, fui até à cozinha e aqueci qualquer coisa no micro-ondas. Lá fora estava a chover copiosamente, um tempo tenebroso. Sentei-me no sofá a ver o que passava na TV, mas a tentar não adormecer.
Então uma ideia atravessou-me a mente. Eu estava sozinha em casa, era ainda demasiado cedo para me ir deitar… porque não divertir-me um bocadinho a solo? Sabia que Márcia, se descobrisse, ficaria chateada… mas eu estava tão aborrecida, tão entediada – e talvez esperasse que ela, de facto, me descobrisse – que acabei por subir os degraus para o quarto.

 
Despi-me quase imediatamente e abri um dos armários que lá estavam, tentando decidir o que me apetecia fazer. O meu olhar caiu sobre um body preto, de cabedal, com ligas, que Márcia me havia oferecido seis meses após o nosso casamento, que expunha por completo os meus seios, e achei que me ficaria bem. De seguida vesti um par de meias de nylon, prendendo-as às ligas do body, para depois calçar os meus sapatos de salto alto, pretos. Olhei-me ao espelho e senti-me tão excitada… Fui até outra gaveta e tirei de lá as minhas luvas compridas de cabedal, vestindo-as – e tive logo uma vontade quase irresistível de acariciar os meus mamilos erectos. Quando lhes toquei, a minha ratinha começou a ficar tão húmida… Fui até às coisas de Márcia – “que se lixe!”, pensei eu – e fui lá buscar o seu vibrador, para o ligar e começar a passar pelo meu baixo-ventre. Tive de ir bastante devagarinho, porque já me sentia quase perto do clímax… Deitei-me na cama, de barriga para cima, um braço à volta dos joelhos, apertando-os juntos, a outra a segurar o vibrador, passando-o pela minha ratinha escudada por trás do cabedal do body… e, assim que levantei o cabedal com um dedo e toquei na minha pele com o brinquedo, comecei a vir-me. Senti-me ainda mais louca à medida que o orgasmo tomava conta de mim, empurrando o vibrador para dentro da minha rata… e gritei de prazer, mas um pouco desiludida comigo mesmo por me ter vindo tão cedo. Decidi punir-me por isso.
Após me ter acalmado, tirei o vibrador de dentro de mim e fui de novo aos nossos brinquedos, retirando alguns que me pareceram adequados, e depois peguei neles e trouxe-os para a nossa sala, onde o fogo ainda ardia com gosto na lareira, distribuindo por aquela divisão um calorzinho delicioso. Sentei-me no sofá e comecei a atar os meus tornozelos o mais apertado que consegui, fazendo o mesmo aos meus joelhos. Depois, atei uma outra corda à roda da cintura, enquanto a outra ponta – com alguns nós pelo meio – foi passada e apertada o mais que consegui pela zona do baixo-ventre. Prendi as pinças metálicas, ligadas por uma corrente uma à outra, aos mamilos, puxando-as assim que ficaram em posição e fazendo-me soltar um longo suspiro. Peguei numa coleira que Márcia adorava colocar-me ao pescoço, que me impedia de rodar a cabeça, e apertei-o à roda do pescoço, fechando o cadeado e escondendo a chave onde não lhe pudesse chegar. Sorrindo, agarrei num par de tampões para os ouvidos que havia adquirido uns meses antes para quando fosse para a piscina – queria estar imóvel e sem qualquer contacto com o mundo… As minhas mãos foram à procura de um rolo de fita adesiva para fechar os meus lábios, pressionando a tira de forma a colar bem à minha cara e boca. As algemas vieram a seguir, primeiro de roda de um pulso, mas antes de as fechar em redor do outro (o direito), coloquei o vibrador – ligado, obviamente – novamente dentro da minha ratinha, e coloquei uma venda de cabedal a cobrir-me os olhos, garantindo que não conseguia ver nada. Depois de tudo isso, coloquei os pulsos atrás das costas e algemei o outro pulso.
Não sei quanto tempo estive ali deitada – afinal de contas, não conseguia ver as horas, não conseguia ouvir o pêndulo do grande relógio de parede que estava na sala – ou quantos orgasmos eu tive, mas sei o quanto gostei de ali estar. Estar indefesa, rebolando pelo chão e debatendo-me contra as cordas e as algemas que me tolhiam os movimentos, gemendo por trás da fita adesiva a cada orgasmo, sentindo o vibrador de Márcia a tremer dentro da minha rata, era uma situação que me agradava sobremaneira. E apenas faltava ali uma coisa para eu me sentir realizada: a presença de Márcia… para brincar comigo. Afinal de contas, eu havia-me amarrado por não a ter ali, porque, secretamente, tinha a esperança de ela me encontrar naqueles preparos… e porque tinha saudades dela e a queria surpreender – ou pelo menos era o que eu me havia dito a mim própria. Todavia, apesar da longa espera, não me sentia aborrecida, nem sonolenta…
De súbito, quando sentia que estava à beira de outro orgasmo, senti uma mão agarrar-me no queixo e alguém a tirar-me, com brusquidão, a fita que me tapava a boca – nem tive tempo de gritar de dor, antes de abrir os lábios para perguntar “Márcia?”… mas aquela mão impediu-me de o fazer, cobrindo-me a boca; então, aquela pessoa tirou-me a venda e confirmei que, efectivamente, tratava-se de Márcia, num uniforme azul – “porquê um uniforme?”, pensei – olhando para mim, aparentemente zangada. Vi-a a falar comigo mas não percebi nada do que me dizia, por causa dos tampões nos ouvidos. Ela acabou por se perceber, pelo meu olhar, que eu não a estava a perceber, e, logo a seguir, tinha uma mão enluvada a inspeccionar-me os ouvidos, acabando por mos retirar. Imediatamente ouvi a sua voz estridente:
- O que raio tinhas tu na cabeça, Andi?! Sozinha em casa, e decides amarrar-te a ti mesma?! Sem mim?!
- Amor, eu… eu quis fazer-te uma surpresa, quis… Aaaaaah!! – a minha resposta foi interrompida pela minha ratinha e pelo orgasmo que dela se libertou, tomando mais uma vez conta do meu corpo. Quando me senti a acalmar, abri os olhos e vi Márcia a abanar a cabeça, descontente.
- Puta.
Márcia levantou-se, e apenas então pude observá-la como devia ser… e reparei que ela, realmente, havia mudado de roupa: ela parecia uma polícia… uma polícia extremamente sexy. Com um uniforme bastante curtinho e justo, azul-escuro, cinto de cabedal à cintura com umas algemas, pistola, cassetete e faca lá presas, um chapéu preto na cabeça, luvas pretas, collants de rede a cobrir-lhe as pernas e um par de botas pretas, pelo joelho.
Ela agarrou uma corda que eu havia deixado perto do sofá, e com ela começou a amarrar-me os cotovelos, provocando-me algum desconforto. Então, ela levantou-se, dando alguns passos para trás e olhando para mim, de mãos nos quadris, dizendo:
- O que raio vou eu fazer contigo, sua cabra debochada?
- Descul…
Não tive tempo de acabar: ela voltou a ajoelhar-se ao pé de mim e esbofeteou-me.
- Cala-te, puta. – e, enquanto os meus olhos se humedeciam (ela havia-me batido com força), ela colocou-me novamente a venda.
- O que…
Ela voltou a esbofetear-me, com mais força.
- Disse-te para estares calada, foda-se! Disse-te que podias falar, por acaso?! – e senti-a a puxar-me a corrente que unia as pinças que tinha nos mamilos, o que me fez gemer.
Não pude deixar de pensar que, de facto, Márcia estava chateada comigo: eu já a havia visto furiosa antes – não comigo – e eu diria que o seu tom de voz, os seus actos, a força com que me batera, tudo isso assemelhava-se a esses períodos. Senti-me gelar quando algo frio foi encostado ao meu baixo-ventre.
- Vamos lá ver o que temos nós aqui em baixo… – ela disse, em voz baixa. Aquele objecto tocou-me na pele a descoberto, para depois começar a ser pressionado contra as cordas que havia atado em redor do meu baixo-ventre… e cortando-as, para depois começar a dilacerar a parte inferior do meu body! Só então me apercebi que aquilo que ela tinha nas mãos era nem mais nem menos que a faca de Márcia! Sentindo suores frios, tentei afastar-me dela, mas Márcia segurou-me.
- Pára quieta, puta de merda! Queres que te esfaqueie?!
Obedeci, e o meu amor continuou a cortar o cabedal em volta da minha ratinha; quando ela acabou, cortou também as cordas que uniam os meus joelhos, para depois me abrir as pernas (mas ainda de tornozelos amarrados) e deixando o meu clitóris exposto… e totalmente à sua mercê.
- Ena, ena, ena… a nhanha toda que tu tens aqui… com o meu vibrador! – acrescentou, apenas então reparando no que eu tinha lá enfiado (e admirei-me um pouco de ela ainda não ter ouvido o barulhinho que aquilo fazia). Podia ter jurado que ela se rira, enquanto mo retirava de dentro de mim – Remexes nas minhas coisas assim, à vontade do freguês, hein, cabra? Agora é que vais ver… – e ela encostou a ponta do cabo aos meus lábios vaginais. Suspirei. 
- Adoravas que eu te enfiasse este cabo todo dentro de ti, não irias, cabrinha?
- Márcia, eu…
Mais uma vez ela deteve-me, desta feita agarrando-me com força no maxilar.
- Não irias?!
- Eu… eu… eu… sim, Márcia…
- Sim, eu sei que irias a-do-rar. Mas não vais levar com o cabo da minha faquinha, não. – pareceu-me ouvir algo restolhar no chão, talvez a faca, atirada por ela – Vais levar é com o meu cassetete pela tua cona dentro.
Engoli em seco.
- NÃO! Por favor, Márcia, não, não me faças isso, por favor, perdoa-me, por favor… – e a sua mão mais uma vez cobriu-me a boca.
- Cala-te.
Senti o cassetete ser pousado em cima da minha barriga. As suas mãos enluvadas deixaram-me e eu continuei a tentar apelar ao seu bom-senso.
- Por favor, querida, sentia-me tão sozinha, tinha saudades tuas, amarrei-me, esperando que, quando chegasses, quisesses brincar comigo… Princesa, amor, por favor… – comecei a soluçar.
Quase saltei quando senti algo ser-me empurrado nos lábios; sem outra alternativa, tive de abrir a boca e permitir que a bola de borracha ficasse em posição, amordaçando-me. De seguida, Márcia apertou-me, por trás da cabeça, as tiras de cabedal que manteriam aquela mordaça no seu lugar.
- Pronto, agora que lá te calaste, talvez possamos continuar sem mais choros… – e deixei de sentir o cassetete em cima da minha pele.
Momentos depois, senti aquele pau a passar-me pelos lábios vaginais e a entrar dentro de mim, suavemente. Gemi durante alguns cinco a dez segundos, à medida que aquilo ia entrando em mim, fazendo-me sentir ainda mais húmida…
- A minha cabra gosta de ser fodida não interessa pelo quê, não é verdade, puta?
Senti-me envergonhada naquele momento: ela tinha razão… fizesse-me ela o que quer que fosse, eu adorava e ficava sempre a pedir mais, e ter aquele cassetete dentro de mim a penetrar-me não era excepção. Assenti o melhor que consegui, a coleira que tinha ao pescoço a tolher-me os movimentos.
Enquanto ela me enfiava e retirava o cassetete da ratinha, senti subitamente o vibrador a ser-me enfiado, delicadamente, no rabo, sendo logo ligado.
- Ou por onde… – acrescentou ela, com um risinho.
Deixei cair a cabeça para trás e comecei a arfar, sentindo aqueles dois objectos estranhos, dentro de mim, a levarem-me novamente à beira da loucura. Aparentemente, a fúria de Márcia havia-se desvanecido – ou então fora apenas uma encenação – uma vez que ela estava a dar-me prazer como tão bem o sabia fazer. O cassetete entrava e saía da minha ratinha a uma velocidade cada vez maior; o vibrador estava imóvel, mas a sua vibração, por si só, já me deixava ainda mais excitada. Se não estivesse amordaçada, os meus gemidos eram capazes de se ouvir por toda a casa. Ainda assim, conseguia ouvir Márcia a gemer baixinho – não fazia a mais pálida ideia do que a “polícia” estaria a fazer a ela própria… Senti-me mais uma vez a ceder, a ser arrebatada por mais um orgasmo, este talvez mais forte que os anteriores, possivelmente por ter tido a companhia da minha amada…
Foi com alguma pena que senti o cassetete a ser-me retirado de dentro da ratinha.
- Olha… olha para isto, olha para o estado em que deixaste o meu cassetete! – disse ela, no seu tom mais petulante – E olha para o estado em que me deixaste. – entretanto, a minha mordaça foi retirada – Tempo de me limpares, puta.
Senti-a a posicionar-se por cima de mim, encostando a sua vulva quente à minha boca – pois ela não tinha cuecas ou algo do género por baixo – e mesmo a pedir acção por parte da minha boca. Não disse nada – nem podia falar, de qualquer forma: apenas meti a língua de fora e comecei a lamber-lhe os lábios vaginais, a sentir a sua humidade e a sua essência, enquanto ela me agarrava pelo cabelo e me apertava ainda mais a cabeça contra o seu baixo-ventre. Ela estava encharcadíssima… beijei-lhe o clitóris, ouvindo-a gemer ainda mais alto de prazer, puxando-me ainda mais o cabelo à medida que eu ia sentindo a minha boca ainda mais encharcada pela sua essência, do orgasmo que ela sentia naquele momento, mas eu não parei de a lamber ou de beijar. Nem mesmo quando a ouvi sussurrar:
- Oooh, amor, pára, pára, por favor…
Era tão curioso ouvi-la implorar, mas eu não lhe obedeci… e, de qualquer modo, eu suspeitava que ela não queria mesmo que eu parasse porque ela nunca me soltou o cabelo, forçou-me sempre a estar naquela posição, de barriga para o ar a lamber-lhe a ratinha. Continuei a sentir a sua essência a escorrer-me para a boca, para a cara, para a língua… e mesmo assim eu não parei de a lamber. Ela sabia tão bem, queria mantê-la ali o máximo de tempo possível – e até como uma vingançazinha pelos maus-tratos que aquela polícia armada em dura me havia infligido naquela noite…  Finalmente, Márcia largou-me os cabelos, mas isso não deteve a minha língua: cada movimento dela, cada fricção da minha língua pelos seus lábios vaginais, pelo seu clitóris, cada vez que a ponta da minha língua entrava na sua vulva, ela estremecia, gemia, gritava, e enchia-me ainda mais com a sua essência… e trazia-me cada vez mais próxima do meu próprio orgasmo (não esquecer que eu ainda tinha um vibrador a funcionar enfiado no meu cuzinho…). Dei-lhe mais um beijinho na ratinha, um beijo cheio de amor e de paixão, e este beijo durava quando fui, pela milésima vez naquela noite, mais uma vez dominada por um potente orgasmo.
Assim que os meus lábios, finalmente, abandonaram a sua ratinha, ela levantou-se, para no momento seguinte a sentir deitar-se sobre mim; desta vez, todavia, a sua cara estava perto do meu baixo-ventre, pois ouvi-a suspirar:
- Agora, puta, é a tua vez de implorar. – e comecei a sentir um sopro suave na direcção dos meus lábios.
Debati-me, mas sem efeito: afinal de contas, ela era mais forte que eu; e, assim que ela começou a passar a sua língua pela minha ratinha, eu realmente comecei a implorar:
- Márcia, não… por favor, estou tão molhada… foda-se…
E se já estava a gemer e a suplicar, pior fiquei quando senti que Márcia estava a mexer no vibrador que tinha no rabinho, a começar a penetrar-me com ele, enterrando-o mais um pouco e tirando-o a seguir. Uns centímetros mais acima, a língua de Márcia trabalhava furiosamente para me dar prazer ainda mais uma vez. Eu tentei retribuir-lhe a gracinha, mas a minha coleira impediu-me de conseguir chegar à sua ratinha. A sua língua desapareceu, e eu comecei a sentir novamente o seu sopro a tocar-me nas zonas delicadas… com resultados imediatos: ia, mais uma vez, implorar a Márcia para parar, mas o pedido que ia fazer nunca chegou a sair-me da garganta: a explosão que sentira dentro de mim fora repentina, as palavras transformaram-se em gritos, em gemidos… e gemi ainda mais quando senti o cassetete a ser-me enfiado na ratinha, mas desta vez com alguma brusquidão.
- Adoraste tê-lo dentro de ti, não adoraste, minha putazinha? – perguntou Márcia enquanto me penetrava com ele.
- Sim… querida, sim, por favor… por favor, fode-me com ele, fode-me outra vez, fode-me… dá-me uma foda das grandes…
Aquele pau grande estava a entrar e sair de dentro de mim com rapidez, indo tão fundo, mais fundo do que qualquer pila ou dildo alguma vez haviam ido… estava quase a tremer de êxtase, de excitação: finalmente ela tinha-se decidido a “violar-me” com o seu cassetete.
Obviamente não levou muito tempo até atingir o clímax novamente… e quando isso aconteceu, quando lá me consegui acalmar mais uma vez, quando o meu corpo colapsou, exausto, no chão, ela parou.
Márcia beijou a minha ratinha, da mesma maneira que eu o fizera minutos antes, e levantou-se, acariciando o meu baixo-ventre enquanto ela retirava o seu cassetete da minha vulva e o vibrador do meu ânus. Ouvi os seus passos ao meu redor, e a sua voz, ao aproximar-se de mim:
- Andi, Andi, Andi… abre a boquinha, tempo de limpezas.
Obedeci-lhe, e, enquanto ela, com uma mão, acariciava o meu peito – e me puxava as pinças dos mamilos, de quando em vez – o cassetete foi-me passado pelos lábios, enquanto eu limpava toda a minha essência daquele pedaço de madeira.
Assim que ela mo tirou da boca, ela retirou-me a venda, e reparei no seu rosto, aberto, sorridente, sem quaisquer traço da suposta fúria de antes.
- Olá, Andi, querida… espero não te ter magoado…
Limitei-me a olhar para ela, enquanto ela me ia soltando os braços e as pernas (depois de lhe apontar para o sítio onde estava a chave das algemas). Assim que os meus braços ficaram livres, e depois de alguns movimentos para reactivar a circulação nos meus membros, limitei-me a abraçá-la e a beijá-la, agarrando-a pelos cabelos e não a soltando. Apenas queria mostrar a Márcia que eu não estava nada magoada…
Quando os nossos lábios se despegaram, eu disse, imediatamente:
- Eu adoro quando me magoas, querida.
- Eu sei.
Levantei-me, tentando encontrar a chave do cadeado da coleira.
- Amor… estavas realmente assim tão zangada comigo por ter mexido nas tuas coisas, me ter algemado e amarrado, por…
- Shhh. – Márcia colocou-me um dedo sobre os lábios – Oh, totó, já me devias conhecer melhor que isso. Achas que me iria vestir assim se estivesse realmente chateada contigo? – e, para dar mais peso ao seu argumento, ela deu uma volta sobre si mesma, mostrando o seu uniforme de polícia – Para além disso, tu é que não sabes, mas ainda estive algum tempo a ver-te gemer no chão…
Fiquei chocada.
- Mas…
- Não há cá “mas” nem meios “mas”, amor. – ela olhou para o relógio de parede – Já viste que horas são, por acaso?
Abanei a cabeça.
- Tardíssimo, porra… e amanhã é dia de trabalho. Vá ver, menina Andrea, horas de xixi-cama. – e, com isto, ela agarrou-me pelo braço e levou-me para o nosso quarto. Márcia despiu o uniforme e deitou-se na cama completamente nua, enquanto eu a imitava.
E, assim que fechei a luz do candeeiro da mesa-de-cabeceira, senti os braços de Márcia enrolarem-se à minha volta; esfreguei a minha cara neles, sentindo a sua pele suave contra a minha, e pensando na sorte que eu tinha de ter uma mulher – ou seria… uma marida? – como ela.
Beijei o seu braço e depois fechei os olhos.

(história seguinte)

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