segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Fickschnitzel

Os passos das duas mulheres ecoavam pelos degraus daquela escadaria húmida e fracamente iluminada por lâmpadas pendentes do tecto. À frente, seguia uma morena alta e de cabelo frisado, porte imperial e rosto amigável mas naquele momento fechado, com cara de poucos amigos, que vestia uma espécie de body de látex encarnado e preto e calçava um par de botas de salto alto pretas pelo joelho. Nas mãos enluvadas segurava uma corrente com que arrastava a segunda rapariga atrás de si, visto aquela corrente estar presa à coleira que aquela trazia ao pescoço. Era uma rapariga também morena mas que tinha o cabelo liso, pelos ombros. O seu corpo estava enfiado dentro de uma camisa-de-forças de látex, nas pernas tinha meias do mesmo material e, nos pés, trazia umas sandálias de salto altíssimo, que tornavam difícil a caminhada – e o descer degraus nem se fala. A sua boca estava firmemente selada com uma mordaça de cabedal com tiras do mesmo material em volta da cabeça; os seus olhos estavam cheios de lágrimas e ela parecia soluçar à medida que ia descendo aquelas escadas, pois sabia o que a esperava: um castigo cruel às mãos de Lady Jewel, a sua captora…

Lady Jewel, a chefe de um lucrativo negócio de tráfico humano, continuava em força na actividade de capturar homens e mulheres, torturá-los até perderem todo e qualquer indício de personalidade e depois treiná-los como empregados domésticos e escravos sexuais, para os vender a quem tivesse interesse e bolsos largos. Todavia, havia alguns cativos que demoravam a ceder, e a rapariga que ia com ela era um desses casos. O seu nome era irrelevante para a esclavagista, ela apenas a conhecia pelo número com que havia sido identificada no seu “registo de mercadoria”: 549. Fora raptada de madrugada perto de uma discoteca e enfiada dentro de uma cela no extenso complexo subterrâneo da moradia onde Lady Jewel habitava e tratava do seu negócio, mas depois de quase duas semanas a ser torturada e humilhada, a rapariga ainda não perdera o seu espírito combativo. Até aquele dia…
A caminhada de ambas as mulheres terminou no final daquelas escadas, onde se encontrava uma porta pesada de ferro. Lady Jewel sacou de um molho de chaves e abriu-a, entrando e puxando a cativa atrás de si mais uma vez.
A nova sala onde se encontravam estava bastante melhor iluminada que o corredor e estava construída à laia de uma prisão, com diversas portas feitas de grades que davam acesso a celas com pouco espaço. Aqui e ali, algumas delas estavam ocupadas por pessoas, homens e mulheres juntos indiscriminadamente, alguns nus, outros vestidos com farrapos. Ao verem-nas, todos os prisioneiros espremeram-se contra as grades e estenderam as mãos por entre as grades, tentando chegar até elas, alguns com um brilho de loucura no olhar.
- Sabes onde estamos? – perguntou Lady Jewel, olhando para a sua cativa, que abanou a cabeça – Aqui é o sítio para onde vão os Meus projectos falhados. Não Me posso arriscar a libertar pessoas, depois estas vão às autoridades e estragam-Me a vida… Nada disso. Assim, tranco-as nesta prisão e vão-Me servindo para uma ou outra coisa, como dar um correctivo a putas desobedientes como tu. E para te dar a mostrar o teu futuro, se não cederes.
À medida que falava, ia puxando pela trela da rapariga, aproximando-a de uma das celas onde dois prisioneiros seminus tentavam chegar a elas. Lady Jewel sorriu e fê-la ficar ao alcance deles, que imediatamente a apalparam, enquanto a cativa gemia de terror, querendo fugir dali.
- Sabes? – declarou a esclavagista, acercando-se da sua presa e começando a tirar-lhe as tiras de cabedal que mantinham a sua mordaça fixa – Acho que te vou deixar aqui um bocadinho, para pensares na vida e no teu futuro. Como acho que já estiveste muito tempo sozinha, deixo-te na companhia destes teus dois colegas de sorte. Chamo a isto a “Técnica Fickschnitzel1 de Submissão de Mercadoria". – tratando de libertar a rapariga da sua trela, Lady Jewel abriu a porta daquela cela e, sem pensar duas vezes, atirou-a lá para dentro, fechando a porta logo a seguir. – Volto daqui a bocadinho, para saber se já mudaste de ideias!
Voltou-se e saiu da prisão, a rir-se.

Mas a cativa n° 549 já não ouvira a frase de Lady Jewel. Ela caíra mesmo nos braços dos dois ocupantes da cela e estes pareciam autenticamente dois animais: ambos grunhiam, resfolegavam e rosnavam, quase como se a estadia sob o jugo da esclavagista os tivesse reduzido aos instintos mais primários. Sentindo-se ameaçada por aqueles dois seres, a rapariga começou logo a gritar, sendo calada à força por um deles, o Prisioneiro 1, que a esbofeteou com força, enquanto o outro, o Prisioneiro 2, tentava desapertar a parte inferior da camisa-de-forças, conseguindo-o depois de alguma luta. Então, ambos se depararam com o baixo-ventre da rapariga, com os pêlos púbicos cortados em forma triangular e um piercing no clitóris. Nenhum deles pareceu importar-se com isso: ambos baixaram os farrapos que lhes cobriam a zona púbica, revelando os seus pénis já bem erectos. Horrorizada, ela começou a gritar:
- Não! Por favor, não! Não me toquem, por favor! Ajudem-me!
Foi novamente esbofeteada e a sua boca acabou por ser invadida pelos farrapos que, instantes antes, haviam estado à cintura de um deles, estando impregnados de um forte odor corporal, urina e sémen. Ao sentir aquele gosto na boca, ela teve logo um vómito – todavia isso passou despercebido aos dois homens-bicho: o Prisioneiro 1 abraçou-a imediatamente e enfiou-lhe o seu pénis erecto na sua ratinha desprotegida, enquanto o Prisioneiro 2 fez o mesmo do lado de trás e penetrou-lhe o rabo. Assim que começou a sentir aqueles dois órgãos a entrar e sair dentro dela, a cativa deixou de ligar ao sabor nojento que sentia na boca, pois a dor que começou desde logo a sentir nas suas partes íntimas sobrepôs-se a tudo: os seus gemidos começaram a ecoar por aquela mini-prisão, com todos os seus ocupantes a observarem com inveja os dois sortudos que tinham recebido aquela “oferta de carne fresca”. Os dois prisioneiros, obviamente, rejubilavam por isso mesmo e não se fizeram rogados, abusando daquela rapariga sem qualquer piedade, violando-lhe a ratinha e o rabo e ignorando o seu choro e as suas lágrimas.
Os orgasmos dos prisioneiros não os fizeram acalmar, muito pelo contrário: assim que se sentiram a atingir o clímax, primeiro o Prisioneiro 1 e depois o Prisioneiro 2, ambos forçaram ainda mais os seus órgãos para dentro dela, querendo sentir ainda mais prazer com aquela presa. O Prisioneiro 1, todavia, acabou por sair da vulva da rapariga e, ainda a grunhir de satisfação, agarrou nela pelos cabelos, fazendo-a baixar a cabeça ao nível da sua cintura, e esfregou-lhe a pila ainda a escorrer sémen pela cara, boca e cabelo. O outro ocupante da cela acabou por repetir o gesto do companheiro mas optou por apenas passar a cabeça do seu órgão sexual pela boca amordaçada da rapariga, humedecendo e sujando ainda mais o trapo que a silenciava. Escusado será dizer que a rapariga estava um farrapo, chorando como uma madalena cheia de dores e totalmente humilhada.
Os padecimentos da cativa 549 ainda não haviam acabado, todavia. Ainda não totalmente satisfeito, o Prisioneiro 1 pegou nela e atirou-a com violência para o chão da cela, perante o olhar estupefacto do colega. A rapariga bateu no chão com a anca em primeiro lugar, magoando-se sobremaneira; todavia essa dor depressa passou para segundo plano, pois o Prisioneiro 1 atirou-se para cima dela, enfiando a sua pila no cu da rapariga sem qualquer cuidado nem delicadeza: ela sentiu-se ser rasgada ao meio, e o seu outro violador já não fora nada meigo… Para piorar ainda mais a situação, o seu corpo delicado, já de si apertado dentro daquela camisa-de-forças, estava a ser comprimido entre o corpo do seu violador e o chão, retirando-lhe toda qualquer réstia de conforto que a rapariga ainda pudesse ter.
De súbito, ela sentiu um líquido quente cair-lhe sobre a cabeça. Levantou os olhos e a cabeça e viu as pernas do Prisioneiro 2 à sua frente, estando ele a agarrar no seu pénis e a apontá-lo na direcção da cativa. Farto de estar quieto sem fazer nada, ele decidira urinar-lhe para cima da cabeça, cuspindo-lhe na cara e cabelo assim que esvaziou a bexiga. Mas foi tudo o que ela pôde ver antes de uma mão forte lhe empurrar a cabeça contra o chão, imobilizando-a por completo. Atrás de si ouviu novamente os grunhidos de prazer do seu violador de serviço enquanto ele se voltava a vir dentro dela.
O Prisioneiro 1 saiu dela com a delicadeza de um elefante numa loja de porcelanas e levantou-se, soltando grunhidos de contentamento, enquanto o Prisioneiro 2 se preparava para tomar o seu lugar. Então, ouviu-se uma voz nasalada e o som de uma chave na fechadura da porta
- Olá, olá! Tiveram saudades minhas?
A rapariga fechou os olhos: Lady Jewel havia regressado. Se aquilo podia significar o fim daquela violação, significaria que os seus tormentos não iriam terminar, apenas mudar de forma. Mas os prisioneiros não ligaram à voz da sua captora, continuando o que iam fazer.
- Não. – avisou-os a megera.
Foi mais uma vez ignorada, com o Prisioneiro 2 a abrir as pernas à rapariga e a entrar nela sem apelo nem agravo, com um grito de triunfo. Esse grito transformou-se num berro de dor assim que Lady Jewel lhe tocou com um ferro eléctrico, do género que se usa para controlar o gado.
- Eu disse ‘Não’, animais! Já chega! Vocês são sempre a mesma coisa, seus bichos! – exclamou a esclavagista, apontando o ferro na direcção do outro preso. Afastou o corpo do outro que se contorcia no chão do da rapariga com um pé, deu-lhe mais um choque para o deixar mais incapacitado, aproximou-se da rapariga e agachou-se à sua beira, virando-a de forma a olhá-la nos olhos – E então, Minha querida, que dizes? Já mudaste de ideias? Vais passar a ser uma menina bonita e obediente, pronta a aceitar o Meu treino… ou deixo-te aqui na companhia deles? E desta vez, se aqui ficares, é de vez, já não voltas a sair daqui. Nem sequer Me volto a interessar por ti. Como vai ser?
As dores dominavam a vontade da rapariga: ela faria tudo para sair dali, evitar ser magoada novamente por aqueles facínoras. Assim, ela fechou os olhos, cheios de lágrimas, e acenou afirmativamente. O rosto de Lady Jewel abriu-se num sorriso largo.
- Maravilhoso! Então vamos tirar-te daqui e levar-te para onde cuidem de ti.
A mulher pegou na cativa por baixo dos braços e fê-la levantar-se, voltando a prender-lhe a corrente à trela; tirou-lhe o pano que os prisioneiros lhe haviam enfiado na boca e substituiu-o pela mordaça de antes; e depois puxou pela corrente e voltou a arrastar aquela prisioneira titubeante para fora da cela, fechando a porta atrás de si e deixando os dois prisioneiros novamente sós.




1- Calão alemão que significa “carne para fornicar”

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