segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Dois meninos

(história anterior)

Não vou mentir: depois do meu primeiro encontro sexual com o Vasco, fiz dele a minha “bitch”, o meu escravo pessoal. Após o seu estágio ter terminado, arranjei-lhe trabalho como meu secretário e encarreguei-o de todas as tarefas menores que me aborrecia fazer. Desde o primeiro dia, nunca lhe vi nenhum indício de descontentamento, apesar de sentir que ele queria algo mais comigo do que o que tínhamos; todavia mantive-me irredutível: ele era apenas carne para eu montar e abusar, nada mais. E sempre que me apetecia, ia até casa dele, tirava-lhe o cinto de castidade, montava-o, brincava com o seu rabinho e voltava a trancar-lhe a pilinha. Pela primeira vez em anos, sentia-me satisfeita com a minha vida sexual – e feliz com o meu papel de Dominante.

Até que, uma tarde, depois de mais um dia de trabalho e enquanto esperava que o meu marido saísse do seu emprego, eu fui a um café duma rua contígua à Avenida da Liberdade para passar o tempo. Sentei-me a uma das poucas mesas livres e pedi uma meia de leite e um pastel de nata enquanto olhava ao telemóvel a ver se o Vasquinho já havia comunicado que tinha chegado a casa. Casualmente levantei o olhar para os restantes ocupantes do café, gente das mais diversas idades, estratos sociais, todos diferentes e todos iguais na sua individualidade. O meu olhar todavia prendeu-se num rapazinho novo que lanchava avidamente uma tosta mista, e sorri quando o reconheci: era Miguel, o miúdo que uma tarde ficara vidrado com as minhas botas de salto alto – e que acordara aquele meu bichinho por abusar sexualmente de rapazinhos. Ele ainda não me vira. Num ápice levantei-me do meu lugar e fui-me sentar na cadeira vazia que estava a seu lado.
- Olá, Miguel.
O rapaz levantou a cabeça, olhou para mim e ficou de todas as cores, parecendo ficar engasgado.
- D. Jo-Joana?
Sorri afirmativamente enquanto aproximava o rosto do dele e lhe dava um beijo nos lábios.
- Pensei que nunca mais a fosse ver. – comentou ele, ainda não acreditando que eu estava ali.
- O destino às vezes funciona em nosso favor. – sorri – Pena é hoje não ter as botas que tanto gostaste.
Naquele dia eu vestira um fato-casaco com calças em vez de saia e calçara umas botas pretas pelo joelho de salto alto e alguma compensação, cujo cano ficou por baixo das calças. Era uma variação ao meu estilo habitual, e houve quem estranhasse – todavia o que interessava era que eu me sentisse bem.
Miguel baixou o olhar para ver os meus pés, enquanto eu cruzava as pernas e levantava a perna das calças para lhe mostrar o que tinha calçado… e pude vê-lo a salivar.
- Pois não, mas também gosto do que tem calçado, admito.
Sorri, enquanto um dos empregados do café me trazia o que pedira. Então decidi “atacá-lo” enquanto comia.
- Diz-me lá uma coisa: e se te convidasse para uma noitada? A ver se sempre tens coragem de fazer o que disseste.
Miguel engasgou-se.
- Como disse?!
- Isso mesmo que ouviste.
- E… e o seu marido?
Soltei uma gargalhada.
- Não te preocupes com ele, preocupa-te antes com o que te vai acontecer. Isto se tiveres coragem de aparecer e de te submeteres a tudo o que eu quiser.
- Eu… Erm… – o miúdo engoliu em seco e pareceu pensar demoradamente na proposta. Entretanto acabei de comer e a meia de leite e fiz tenções de me levantar.
- Última hipótese, Miguel. Ou tornas as tuas fantasias realidade, ou não vão passar disso mesmo, de fantasias. E não te voltarei a fazer esta proposta pois tenho quem me satisfaça.
- S-sim, D. Joana.
- Sim o quê?
- Eu… eu quero estar consigo. – a sua voz era um murmúrio.
Sorri e entreguei-lhe um cartão onde estava a morada do Vasquinho.
- 21h neste local. Não te atrases nem te adiantes. Quero-te limpo e barbeado. Prepara-te para tudo, até para o inesperado.
Beijei-o mais uma vez nos lábios, levantei-me, fui até ao balcão, paguei a minha despesa e a de Miguel e saí do café.

Levei o meu marido a casa e saí logo, dizendo que tinha previsto um jantar de aniversário de uma amiga; pouco tempo depois, estava a entrar em casa do meu Vasquinho. Já o avisara que naquela noite ia haver sessão e que queria que me fizesse o jantar; e efectivamente, após o ter cumprimentado, o meu nariz foi invadido pela fragrância de comida acabada de fazer. Enquanto jantávamos, expliquei-lhe quais os meus planos para aquela noite, em traços gerais, e contei-lhe quem era o rapaz que ia aparecer ali mais tarde. Pareceu-me que o Vasco ficou algo desconfortável com a ideia mas escondeu-o bem, sorrindo e respondendo que não me iria decepcionar.
Faço um parênteses para explicar um pequeno detalhe. Desde o início da minha “relação” com o Vasco, havíamos acordado que a casa dele seria a nossa “sede”. Ele tinha um quarto que tinha pouco uso onde podíamos colocar as coisas que utilizávamos nas nossas brincadeiras; eu fiquei com a única chave daquela porta para além de cópias de chaves da casa e da entrada do prédio. Com o tempo, aquele quarto tornou-se também uma espécie de armazém para as minhas roupas mais ousadas e para grande parte da minha colecção de botas.
Às 21h em ponto, o som da campainha invadiu o apartamento. Enquanto acabava de me preparar, no quarto que havia ficado reservado para mim, sorri com a pontualidade de Miguel.
- Abre-lhe a porta e fá-lo estar à vontade! – gritei enquanto acabava de me maquilhar.
Levantei-me e olhei-me uma última vez ao espelho. Duvidava que ambos os meninos me conseguissem resistir, estando eu de botas de salto alto (claro!) de vinil pretas, pelo meio da perna, um vestidinho justo do mesmo estilo e cor e luvas compridas também a condizer. Peguei na chibata que estava em cima de uma das cadeiras e dei com ela na palma da mão.
- É hora da acção! – declarei, determinada.
Destranquei a porta e abri-a.
- Meninos, venham à mamã. – chamei-os como as sereias aos marinheiros da Antiguidade.
Primeiro Vasco, depois Miguel, entraram no quarto. Enquanto o primeiro ficou de braços atrás das costas e olhar fixo no chão, o segundo ficou vidrado em mim e nos meus pés, podendo vê-lo a salivar.
- Ai, D. Joana… – gemeu ele.
Dei-lhe com a chibata na perna, à laia de aviso.
- Silêncio. Aqui quem fala sou eu.
Ele calou-se mas os seus olhos continuaram fixos nas minhas botas.
- Dispam-se. Os dois. – ordenei.
O meu Vasquinho fê-lo quase imediatamente: já sabia que eu gosto de o ver nu. Miguel demorou mais tempo a reagir mas apesar disso também não demorou a ficar em pelota. Aproximei-me de ambos com um par de coleiras de cabedal preto cheias de argolas, que de seguida tratei de colocar ao pescoço daqueles meninos; depois virei-lhes costas e sentei-me no trono que estava encostado na parede mais longínqua.
- Venham até mim. De quatro. Mãozinhas e pezinhos no chão.
Eles obedeceram e vieram a gatinhar até aos meus pés, com Miguel a não conseguir resistir à tentação de começar a beijar-me a bota. Fiz questão de cuspir nela de forma que a saliva fosse escorrendo até ficar ao alcance da sua língua; após ele a ter lambido, esfreguei-lhe o peito da bota pela cara, como que a dizer-lhe para continuar o que estava a fazer. A seu lado, Vasco olhava para o que o seu colega estava a fazer. Dei-lhe um toque na cabeça com a chibata.
- Podes começar a imitá-lo! – atirei-lhe, dando-lhe desta feita uma chibatada nas costas – Deixas que um estranho desempenhe o teu papel melhor que tu?!
Vasco acusou o toque: num ápice estava a beijar-me a biqueira da bota tal como Miguel. Deixei que ambos se ocupassem com aquela tarefa durante um largo tempo; e quando achei que já chegava dei com a chibata nas costas de cada um.
- Chega.
Ambos pararam, ficando na mesma posição em que estiveram. Levantei os pés e olhei para as botas, simulando que as inspeccionava.
- Podiam ter-se empenhado um pouco mais, mas também não estão aqui para se excitarem com o que calço: o vosso objectivo é excitarem-me a mim! Virem-se de barriga para cima.
Após eles terem obedecido, coloquei um pé em cima da pila erecta do Miguel.
- Já viste a ferramenta do meu Vasquinho? Bem fechada a cadeado, para que não se ande a excitar com mais nenhuma menina. Tu também devias andar assim! – e fiz força no pé, tentando esmagar a picha que estava debaixo dela.
Miguel soltou um gemido de dor, seguido de outro quando lhe espetei o tacão da outra bota no músculo da perna.
- Aguenta!
Olhei para o seu rosto: Miguel mordia os lábios para não gritar. Ao seu lado Vasco olhava para ele com curiosidade. Continuei a fazer força no pé e simulei estar a apagar um cigarro em que a “beata” era aquela pilinha que estava debaixo da minha bota. Involuntariamente a minha mão avançou para debaixo do meu vestido e tocou nas minhas partes privadas…
Quando achei que já chegava, levantei-me do trono (fazendo mais uma vez força com o pé no órgão de Miguel) e fui a um armário buscar mais um cinto de castidade, semelhante ao do Vasquinho: não sei porquê, mas a ideia de ter duas pilinhas trancadas à minha mercê excitava-me… O meu fetichista por botas não reagiu assim que lhe comecei a mexer na picha, talvez pensando que eu lhe ia bater uma; só levantou o olhar quando sentiu a superfície em acrílico do cinto a apertar-lhe o músculo, mas aí já era tarde. Assim que coloquei o cadeado, soltei mais uma gargalhada.
- E pronto, Miguel, agora a tua pila já está fechada, como deve ser, também já me pertence. Agora também já és “o meu Miguelito”. – enquanto falava, prendia a chave do cadeado no fio que tinha ao pescoço e onde já se encontrava a chavinha que liberta a pilinha de Vasco – Sei que agora gostavas que eu te enfiasse os tacões das minhas botas no cu… mas eu tenho outra ideia. De quatro os dois, e de cu um para o outro.
Eles lá se viraram e colocaram-se na posição pretendida; enquanto isso eu ia buscar uma bisnaga de vaselina, dois rolos de corda e um dildo de duas pontas. Fiz os meus dois rapazes recuarem até ficarem quase com os rabos em contacto, depois atei-lhes as canelas de um às do outro. Assim que ficaram prontos, espremi um bocado de vaselina para as mãos e tratei de humedecer o ânus de Miguel, enfiando-lhe o dedo e fazendo-o largar um gemido.
- Nunca tiveste aqui nada, pois não?
- N-não, D. Joana…
- Pois, o Vasquinho também nunca tinha tido nada enfiado no cu antes de estar comigo; agora já quase dorme com falos entalados nele. Um dia o mesmo acontecerá contigo, Miguelito.
À medida que eu agitava o meu dedo enluvado dentro dele, Miguel ia soltando gemidos curtos. Parecia estar a gostar daquilo, o que me fez sorrir; olhei para a sua picha e de facto vi-a a encher a jaula transparente. Então passei para o posterior de Vasco, fazendo-lhe o mesmo.
- Não é verdade, meu menino? Não estás sempre com pilas metidas neste buraquito?
- Sim, senhora…
- E gostas?
- Eu… s-sim, D. Joana… eu adoro tudo o que me faz…
Quando acabei aquela preparação, limpei as mãos a uma toalhita, agarrei no dildo e tratei de enfiar uma ponta no cu de Miguel, o que o fez suspirar e soltar um longo gemido; fi-lo recuar um pouco até a outra ponta entrar no ânus escorregadio de Vasco.
- Isso mesmo, bebés! Lindos meninos! Agora agitem-se, façam essa pila entrar e sair de vocês, imaginem que é a pila da Mamã que vos está a foder!
Vê-los naquele preparo teve o condão de me deixar mais excitada. Agarrei-lhes nas coleiras e fi-los mexerem-se com mais vigor, com o dildo a entrar com mais velocidade dentro deles. Tanto Miguel como Vasco foram gemendo à medida que eu controlava como eles eram comidos.
Senti-me pronta: estava na altura de eu me satisfazer com eles. Disse-lhes para pararem, retirei-lhes o dildo e desamarrei-lhes as pernas, dizendo-lhes todavia para continuarem naquela posição. Levei aquelas coisas todas e regressei com dois plugs não muito grandes.
- Bom, já que os vossos cuzinhos já estão preparados, podemos abri-los mais um pouco! – e soltei mais uma gargalhada, ao mesmo tempo que enfiava um dos plugs no cu do meu Vasquinho, que não reagiu. Idêntico comportamento teve Miguel assim que lhe preenchi o ânus com aquele objecto – Pronto, agora que vocês já estão bem recheados, virem-se de barriga para cima.
Mal dei tempo para eles me obedecerem: assim que Vasco cumpriu mais aquela ordem, ajoelhei-me em cima do seu baixo-ventre, fazendo com que a sua pila e o seu cinto de castidade me entrassem na rata – eu não tinha cuecas debaixo do vestido. Soltei imediatamente um uivo de prazer e olhei para baixo, para Vasco, para a carinha de desilusão que apresentava. Não consegui evitar de me rir.
- Vocês já tiveram o vosso prazer, agora é a minha vez! – baixei as alças do meu vestido e exibi os meus seios – Miguelito, fofo, vem cá ver se as minhas mamocas dão leite…
O rapaz levantou-se, tentando com que o plug não se agitasse muito dentro dele, e acabou por se sentar da mesma maneira como eu, sobre o seu colega, tratando logo de me abocanhar os mamilos. Com a mão acariciei-lhe o cabelo enquanto eu fazia a pila trancada do meu Vasquinho entrar e sair de mim.
- É isso mesmo, hmm… os meus meninos a consolarem a Mamã… Ohhhh…
Com um a penetrar-me e outro a excitar-me, foi um instante até me vir. Mas eu queria mais, queria vir-me mais uma vez, queria que os meus meninos me excitassem novamente! Fiz Vasco sair de mim e, sem me levantar, fui avançando até ficar com a minha rata sobre a sua cara.
- Fofinho, altura de mostrares à Mamã quão boa é a tua língua… – gemi, olhando depois para Miguel – E tu, meu fetichista, vais-te deitar aqui à minha frente e exibir-me a tua pilinha.
O rapaz, parecendo algo confuso, deitou-se de barriga para cima e abriu as pernas, ao alcance daa minhas mãos, ao mesmo tempo que a língua do Vasquinho me penetrava a rata fazendo-me uivar. Sorrindo, agarrei numa das chaves que tinha presa no fio do pescoço e desapertei o cadeado do cinto de castidade do Miguel; e assim que a carapaça de plástico deixou de cobrir aquela pilinha dilatada, a minha mão esquerda enclavinhou-se nela, masturbando-a um bocadinho enquanto Vasco continuava a fazer-me gemer de prazer. Poucos instantes depois senti-me perder o controlo mais uma vez, atingindo mais um orgasmo, desta vez mais curto e menos satisfatório mas ainda assim o suficiente para ficar saciada. Mas…
Levantei-me de cima do meu Vasquinho e fui antes sentar-me numa cadeira ali ao pé, fazendo sinal a Miguel para vir comigo – queria tentar descobrir os limites da sua adoração pelas minhas botas. Assim que ele se abeirou de mim, enquanto Vasco nos olhava, desiludido por estar no mero papel de espectador, recomecei a masturbar Miguel, apontando a sua pilinha às minhas pernas. Assim que o seu orgasmo apareceu, fi-lo vir-se nas minhas botas, espalhando a sua essência leitosa pelo cano brilhante delas.
- Já viste a merda que fizeste, fetichista?! – gritei, fingindo-me irada – Cagaste-me as botas todas! É esta a minha paga por te querer dar um prémio pela tua obediência e bom-comportamento… – levantei-me, agarrei-lhe no cabelo e fi-lo ajoelhar-se até a sua cabeça ficar ao nível dos meus joelhos, sentando-me mais uma vez – Agora limpa-as. Com a língua!
Esperei que Miguel me mandasse à merda ou se recusasse a cumprir a minha ordem. E, no seu olhar, vi indícios de hesitação e dúvida, e nojo. Mas o rapaz acabou por fechar os olhos e começar a lamber-me as botas pela segunda vez naquele dia, desta feita limpando-as do seu próprio sémen. Enquanto isso, fiz sinal a Vasco para se aproximar de nós, deixando-o a observar o que ali se passava. Miguel acabou por lamber toda a superfície das minhas botas que fora tocada pelo seu esperma, deixando-as mais uma vez imaculadas.
- Hmm, muito bem, Miguelito. Mas não te livras do meu castigo principal. Vasco, volta a meter-lhe o cinto, se fizeres favor. E tu, Miguel, – fui falando enquanto o meu Vasquinho obedecia à minha ordem e Miguel empalidecia – vais, tal como ele, ficar debaixo do meu comando, percebes? Se te portares bem, terás todas as botas que desejares para fantasiares, calçares e servires a minha pessoa. Se não, ficarás para sempre com a tua pilinha trancada. Entendido?
- Uhm… Sim, D. Jo-Joana… – foi a resposta entrecortada.
- Óptimo! Então agora veste-te e vai-te embora. Voltarei a chamar-te quando precisar de ti. – e estalei os dedos, apontando na direcção da porta da rua.
Ele engoliu em seco, podendo ver nos seus olhos uma grande dose de humilhação; todavia ele foi para o canto do quarto onde estavam as suas roupas, vestiu-as e, antes de sair, olhou para mim uma última vez.
- Tchau, meu Miguelito fetichista. Voltarás a ver-me.
- Até à próxima, D. Joana. – murmurou ele à laia de despedida.
Virou costas e saiu do quarto e de casa.

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