segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

A cadela (parte 4)


Quando chegámos a casa, fui guiada para o jardim, sendo presa do outro lado da casinha de Roscoe, perto de uma torneira de água. Brian atarraxou-lhe uma mangueira com uma pistola na ponta e abriu-a, apontando-a para mim.
- Altura de te limpares, porca! – e carregou no gatilho da pistola.


Fiquei sem saber se o objectivo de tudo aquilo era lavar-me ou magoar-me; é que o jacto de água que saiu disparado da mangueira embateu-me no corpo nu com uma força que quase dava para partir ossos! Soltei um urro de dor mas nada mais pude fazer para aliviar ou mesmo impedir aquela “lavagem” que se centrou no meu peito, baixo-ventre e cabeça.
O banho a mangueira durou apenas alguns cinco minutos, mas para mim pareceu uma eternidade. E assim que acabou, fui obrigada a sacudir-me “à cão”, para depois Brian me passar uma toalha pelo corpo e secar-me com ela – à bruta. E assim que ele achou que eu estava pronta, pegou-me na trela e levou-me pelas escadas acima, comigo a tentar não pensar nas dores horríveis que sentia nos punhos e nos joelhos. Fui levada para o quarto de dormir do casal, onde a minha trela voltou a ser presa a um dos postes, os meus pulsos voltaram a ser presos atrás das costas com um cadeado e a venda que eu tinha nos olhos foi tirada.
Recordava-me do estado de espírito que sentira na noite anterior, em que a ideia de ser usada como escrava sexual daquele casal me excitava e seduzia; naquele momento, pensar nisso dava-me vontade de vomitar. Só queria deixar-me dormir e acordar na minha cama em Portugal, livre de decidir o meu futuro… mas eu estava nas mãos de um casal que me queria utilizar para todos os mais diversos fins, fosse o da escravatura sexual, ou o de barriga de aluguer, humilhando-me e rebaixando-me a um grau muito inferior ao de um qualquer animal. E por muito que a ideia me pudesse seduzir (e, no fundo, até seduzia), as dores horríveis que tinha nos joelhos, nas mãos e nos braços, a forma como Tommy e Brian me haviam violado sem qualquer piedade… e, não vou negar, alguma saudade de casa, também, tudo junto fez-me reconsiderar algum possível desejo de alinhar no que eles queriam. Mas, claro está, naquele momento eu só deixaria de ser uma cadela se eles assim mo permitissem…
Depois de um enorme compasso de espera, a porta do quarto abriu-se e Tommy e Brian entraram. Não pude deixar de olhar para ela, para a minha agente, enfiada dentro de um catsuit de látex vermelho, sandálias pretas de salto-agulha e um strap-on quase do tamanho do meu braço preso à cintura! Brian, por seu lado, estava completamente nu mas, por estranho que parecesse, parecia ter algo enfiado no traseiro, para além de se ouvir um ligeiro zumbido… e o seu órgão estava ainda mais dilatado que o habitual.
- Ataca-a, meu amor. – sussurrou-lhe Tommy, encostando-se a ele – Ataca-a e emprenha-a e podes ter a certeza que te tiro o vibrador!
Brian parecia ele próprio um animal quando subiu para cima da cama, seguido da namorada, que segurava na mão um comando que estava ligado por um fio a qualquer coisa inserida no posterior dele. As suas mãos agarraram-me e deitaram-me de barriga para cima e pernas abertas, para logo depois a sua verga entrar na minha ratinha sem qualquer preparação nem aviso. Eu soltei um urro quando ele começou a entrar e sair de mim como se estivesse possuído; e Tommy deitou-se à minha beira, perto da minha cabeça, acariciando com a sua mão a minha fronte suada.
- Sabes, cadela? O Brian tem um segredo… ele é aquele homem macho e cheio de força, aparentemente todo independente… mas basta eu mexer-lhe no cu e ele transforma-se num bicho que eu controlo a meu bel-prazer. Basta isto. – e mostrou-me o comando que tinha na mão, com um botão e uma rodinha, que ela virou para a direita – Basta acelerarmos o vibrador… – e as investidas de Brian aumentaram de velocidade e de poder – … e ele enlouquece e torna-se numa fera. Mas se abrandarmos… – voltou a rodar a roda do comando, desta vez para o outro lado, o que fez com que os movimentos do namorado se tornassem mais lentos – … ele deixa-se dormir. E como não queremos que o Brianzinho durma… – Tommy voltou a rodar o controlo para a direita, até não dar mais; e Brian soltou um grito animalesco e voltou a penetrar-me sem piedade nem remorso – É que sabes, amor? Eu quero ser mãe… mas não quero abdicar do meu corpinho escultural para isso. Para além disso, levar com os banhos de hormonas que surgem na gravidez não me seduz minimamente. É aí que tu entras, cadelinha! – e deu-me um beijo nos lábios abertos – O Brian aqui vai-te foder até ficares prenha, tratamos de ti enquanto o bebé se desenvolve, e assim que for altura e ele sair, vamos registá-lo como se fôssemos os pais dele… o que não deixa de ser verdade, porque bem vistas as coisas tu já não és mulher mas uma cadela! Vamos ser muito felizes, todos nós! Nós três e o Roscoe, claro está!
Não queria acreditar no que estava a ouvir. Quem era aquela mulher e o que havia ela feito à Tommy que eu conhecera (e amara, posso dizê-lo)? Ou seria tudo aquilo conversa para se excitar? O olhar que ela me deitava e o tom de voz com que estava a falar indicariam que estava a falar do coração, mas…
- E é o que tu mereces, cadela burra. – continuou ela, agarrando-me no cabelo, puxando-me a cabeça na sua direcção e cuspindo-me na cara – Vocês brancas não passam de cadelas burras que só gostam de pau… e porque eu até gosto de ti quero dar-te o que gostas! Mas claro que no final é para meu proveito!
Nessa altura, Brian começou a berrar de prazer: imaginei que se estivesse a vir dentro de mim… Tommy riu-se.
- Isso, meu touro lindo! Vem-te na cadela! Emprenha-a! Agora sim, tens alguma utilidade na vida, puta! – e lambeu-me os lábios, por onde a baba escorria livremente, para depois se dedicar a lamber as lágrimas que me começavam a brotar dos olhos – Quando acabares, sai. Também quero arrombar a cona da nossa cadela!
Pouco depois, Brian saiu de mim, já Tommy havia desligado o vibrador; e enquanto ele esfregava a cabeça do órgão nas minhas coxas, limpando-a do sémen que ainda ia pingando, ela aproximou-se do traseiro dele e esteve ali a mexer durante algum tempo. Quando a mão dela saiu dali, segurava um vibrador da grossura de dois dedos e uns 10 cm de comprimento.
- Sai. – ordenou Tommy.
Assim que ficámos as duas sozinhas, Tommy ajoelhou-se entre as minhas pernas abertas e pude ver com mais detalhe o strap-on que ela tinha preso: aquilo parecia quase o pénis de um cavalo! Ela agarrou na ponta e encostou-a à minha ratinha.
- Adoro ver-te assim, amor… à minha mercê, toda abertinha e molhadinha, já lubrificada com o leite do meu touro…
Assim que aquele dildo começou a entrar em mim, não consegui evitar de soltar um grito: aquilo era duro, para além de comprido… e ela estava a querer enfiar-mo todo! À medida que os centímetros aumentavam, o diâmetro do strap-on também aumentava, de tal forma que houve uma altura que julguei que aquilo me ia rasgar os lábios!
Todavia, o que eu estava a estranhar era o tom de voz de Tommy. Era como se a impiedosa e diabólica mulher que me havia atormentado até então tivesse desaparecido e tivesse sido substituída pela Tommy que me havia seduzido e por quem eu ainda sentia um fraquinho…
- Não, não te quero magoar… muito. – comentou, parando de enfiar aquela “pila de cavalo” e fazendo-a sair lentamente – Adorava foder-te com esta pila mas não quero rebentar-te. Mas como o Brian ouviu-me dizer que te ia dar um correctivo esta manhã…
Assim que o dildo saiu por completo, Tommy levantou-se da cama, perante o meu ar de confusão. Não percebia nada do que estava a passar… e ainda percebi menos quando ela desapertou as fivelas que mantinham aquela “pila de cavalo” em posição, deixando-a cair no chão. Fiquei a olhar para Tommy, vendo os seus movimentos, tentando perceber qual a sua intenção… Quando a minha agente regressou à beira da cama, segurava umas cuecas de borracha semelhantes às que ela usara de véspera mas com a diferença de que estas tinham três dildos, dois do lado de dentro e um do lado de fora – este o maior dos três, mas ainda assim nada de monstruoso – abriu o fecho do catsuit por baixo e expôs a sua ratinha e cuzinho, para de seguida as vestir, puxando-as ao máximo para cima e fazendo uma careta de prazer quando os dildos entraram nela.
- Achavas mesmo que te ia rebentar com aquele mostrengo? Nem penses… amo-te demais para isso. Mas quero foder-te até clamares por piedade. Quero enfiar-te este dildo tanta vez que a nhanha que o Brian te largou aí dentro escorra e saia de dentro de ti!
E, mal acabou de falar, a minha agente atirou-se para cima de mim, abrindo-me as pernas à força, ajoelhando-se entre elas e encostando aquele dildo à minha ratinha. Os seus olhos negros ardiam de luxúria: naquele momento não havia nada nem ninguém que a pudesse impedir de me devorar… mas durante alguns momentos parecia que Tommy apenas me queria provocar, pois não se mexeu, não fez o movimento final, ficando ali expectante, como que à espera de algo.
Quando o strap-on entrou em mim, soltei um gemido, pois Tommy fora algo brusca… e, tal como Brian antes dela, ela foi entrando e saindo da minha ratinha com rapidez e força. Mas, ao contrário do namorado, Tommy não me estava a aleijar-me por aí além, nada mais do que ela me costumava fazer quando nos enrolávamos. Fechei os olhos e encostei a cabeça para trás, à medida que o dildo me ia fazendo sentir bem e excitada; abri-os quando a sua língua me passou pelos lábios já algo secos (havia já muitas horas que os arames me haviam sido colocados na boca, e desde então eu já me babara incessantemente).
- Sabes… se calhar devia mesmo manter-te connosco para eu te poder devorar todos os dias. Não imaginas a tesão que me dás… a vontade que tenho de te escravizar e humilhar todos os dias. Como fiz nestes dois dias… mas para sempre! Consegues dizer-me que não querias… puta?
Mas eu já não lhe consegui responder, uma vez que as viagens do seu strap-on na minha ratinha estavam a deixar-me cada vez mais próxima do clímax. E pior fiquei quando Tommy me agarrou no plug que tinha no rabinho e mo agitou… até que toda a tensão (ou tesão?) sexual que acumulara naqueles dois dias (e que ficara algo adormecida quando comecei a pensar que estava condenada a uma vida de escravidão) se libertou e eu me senti a atingir o prazer supremo, urrando como se não houvesse amanhã. E a minha agente nem por um momento parou de me penetrar freneticamente, para logo de seguida começar a gritar de prazer também, cravando os dentes no meu ombro e mordendo-me com força. E ela ainda gemia quando saiu de dentro de mim e me fez rolar na cama, ficando deitada de barriga para baixo.
- Nem penses que te safas hoje sem seres enrabada por mim, cadela…
Apesar de o meu orgasmo já se ter de certo modo acalmado, voltei a ficar em brasa assim que o plug que tinha no rabinho me foi retirado; soltei alguns ganidos assim que o meu esfíncter ficou totalmente à sua mercê…
- Queres piedade? Vai-te foder, puta de merda, burra do caralho, amostra de lixo branco! – gritou Tommy, encostando o seu baixo-ventre ao meu e enfiando o seu órgão falso no meu cuzinho.
Mais uma vez a minha agente voltou a não ter piedade de mim, penetrando o meu posterior com a mesma sofreguidão com que havia devorado a minha ratinha; todavia aquela sessão anal custou-me mais e foi ligeiramente dolorosa, pois tinha o rabo assado do tempo que andara com aquele plug lá enfiado. Todavia, quem me conhece bem sabe que isso não me impediu por aí além de me sentir novamente excitada; e logicamente que Tommy ainda mais excitada ficou, não só porque me estava a enrabar mas principalmente pela acção dos dildos que ela tinha dentro dela…
Acabámos por nos vir mais uma vez em simultâneo.

Com o regresso da Tommy apaixonada, pensei que ela me fosse libertar e deixar-me dormir como um ser humano; todavia aquilo foi Sol de pouca dura. Assim que ela se levantou da cama, retirou as suas cuecas de borracha com brindes, guardou-as e voltou à minha beira com um comprimido na mão, que colocou na minha boca aberta, cuspindo nela logo de seguida.
- Engole, cadela. – ordenou.
Sem qualquer outra opção, obedeci, o que a pareceu deixar aliviada. Depois, ela abriu a porta do quarto e chamou o namorado; Brian apareceu pouco depois, ainda nu.
- E então, já abusaste da cadela? – perguntou ele, sorrindo.
- Acabei com o resto que tu deixaste. Podes prendê-la aos pés da cama. – comentou Tommy enquanto se despia.
Brian agarrou-me na trela e soltou-me daquele poste, prendendo-me ao outro da outra ponta, para depois abrir o cadeado que me juntava os pulsos. E fui ignorada depois disso, com Tommy e Brian a meterem-se na cama e a apagarem a luz; pouco depois, ouvi-os a fazerem amor. Como não podia fazer mais nada, tentei dormir enquanto me esforçava por não lhes ligar nem pensar muito no que se passara naquele dia.

Naquela noite, talvez por causa do cansaço, deixei-me dormir com mais facilidade e acordei já eram umas 10h, já Brian e Tommy se haviam levantado. Ao contrário do que havia feito na manhã anterior, não chamei a atenção de ninguém e deixei-me ficar deitada na mesma posição fetal em que adormecera. Apesar disso, Tommy não demorou a aparecer.
- Bom dia, criaturinha adorável! Dormiste bem?
Gemi, enquanto Tommy se deitava a meu lado e me ajudava a erguer, deixando-me sentar na cama, para de seguida as suas mãos começarem a tirar-me os arames que aguentavam a minha boca aberta.
- Queria falar contigo, boneca. Eu vou ter de me ausentar uns dias porque a minha avó está mal de saúde e o Brian, logicamente, vai ter de vir comigo. Agora… queres ficar como nosso “animal de estimação” mesmo a sério e ficares a viver connosco? Não te preocupes que tratamos de ti como deve ser, estes dois dias foram só uma amostra… – e sorriu maliciosamente.
- Estás a falar a sério? – perguntei, a medo.
- Basta eu falar nisso ao Brian e ele trata das coisas… ele é bom nisso. Arranja-se um cadáver parecido contigo, és dada como morta… e entretanto tu ficas aqui connosco para seres a nossa escrava para toda a vida.
Soarei muito maluca se assumir que hesitei perante a ideia? OK, era verdade que as minhas mãos e joelhos doíam-me horrivelmente e que eu no dia anterior tivera momentos em que me sentira arrependida de estar ali; mas… a questão era essa mesma: no fundo, aquilo fazia parte de uma submissão 24/7/365 e eu sentia que, debaixo do controlo daquele casal, eu me sentiria feliz e completa no meu papel de cadela. Até porque eu estava completamente sozinha no mundo naquele momento (não esquecer que eu continuava chateada com Andreia) e ninguém choraria muito se eu “morresse”…
O que me impediu de o fazer? Pensar que em Portugal havia um rapaz sozinho que eu adorava e que me adorava e que também estava a passar um mau bocado; e perceber que, afinal de contas, tudo aquilo era apenas uma fantasia, que durante alguns dias eu iria andar satisfeita mas depois disso arrepender-me-ia para o resto da vida.
Assim, respondi:
- O convite é interessantíssimo, mas… tenho de ir para casa. Tenho de ir cuidar do Carlos a ver se ele não se tenta suicidar outra vez…
Tommy não pareceu muito desiludida.
- É pena. Mas respeito e percebo. – e agarrou-me num pulso, começando a retirar a fita-cola que o transformara até então numa espécie de pata. Quando fiquei com as mãos descobertas, foi precisa uma sessão intensiva de massagens nelas para reactivar a circulação sanguínea em cada uma, pois dois dias naquele preparo havia-as deixado totalmente dormentes.

E foi assim aquele fim-de-semana em que a minha vida quase mudou por completo. Ainda almoçámos juntos, eu e o casal, e depois Tommy levou-me ao aeroporto (na viagem ela confessou-me que o comprimido que me dera era uma pílula do dia seguinte para que eu não engravidasse de Brian) para eu apanhar um voo que me levasse a Portugal, onde continuaria a ser o ombro amigo de Carlos e ele o meu… até que nos envolvemos definitivamente. E não me arrependo nada da minha escolha.
Mas às vezes… ainda penso como seria a minha vida se me tivesse tornado cadela daquele casal. E confesso que recordar alguns momentos daquele fim-de-semana ainda me causa alguma humidade nas cuecas…

(história seguinte)

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