segunda-feira, 18 de março de 2024

Quatro décadas, quatro festas (parte 3)

 

continuação...

O labirinto

O meu vôo, contudo, não me ia levar a Portugal: havia recebido uma mensagem de Amélia, a minha irmã mais velha, a dizer-me para aparecer por casa dela para festejamos o meu aniversário. Sorri com ironia: isso significava que a festa de família iria acontecer em territórios franceses; e como a minha irmã mais velha tinha acesso a mundos e fundos e meios, significava que a coisa iria ser em grande!

Assim que cheguei a Paris e depois de tratar das bagagens, saí para a rua e apanhei um táxi rumo a casa de Amélia. Assim que começámos a andar, agarrei no meu telemóvel, mandei mensagens a Lucy e ao meu marido, a avisar que havia chegado e que havia corrido tudo bem. Abri logo de seguida o Instagram, entretendo-me a ver as publicações mais recentes; recebi, entretanto, um vídeo no WhatsApp de Carlos, em que o mostrava a ele mais aos nossos meninos a fazerem salame de chocolate. Ri-me e mandei um “portem-se bem e continuem assim, a mamã não demora a voltar para junto de vocês”.

E foi então que comecei a sentir-me sonolenta. Era verdade que os dias anteriores haviam sido desgastantes e o sono nunca era de muitas horas, pois a paixão era mais forte… e só então reparei que havia uma separação de acrílico entre mim e o condutor – o que até era normal, por causa da pandemia – e que as portas do táxi estavam trancadas. “Pronto, assim começa a festa…” pensei, antes de tombar sobre o banco, sem sentidos.

Do que se passou a seguir, apenas tenho breves flashes. Lembro-me de uma sala branca, figuras brancas ou verde-cirúrgico à minha volta, ferramentas metálicas… e dor em certas partes do meu corpo. Não consigo recordar se ouvi vozes ou se houve conversas, pois não tenho certeza de nada… e apenas me recordo de acordar com uma enorme dor de cabeça, num espaço apertado e iluminado unicamente por uma lâmpada que pendia do tecto, que permitia ver que havia uma porta numa parede e um espelho na parede contrária. Passei a mão pela cara, tentando afastar a inconsciência, e achei estranho não sentir o toque na minha face; e quando olhei para os meus braços, vi-os cobertos de látex preto até à palma das minhas mãos, tendo os dedos livres – e munidos de unhas bicudas e encarnadas-sangue. Levantei-me, olhei para mim ao espelho à luz fraca de que dispunha e vi que tinha um mini-vestido de látex preto com as tais mangas compridas, que me envolvia o pescoço por completo e possuía uma abertura para os meus seios, que por sua vez estavam dentro de um soutien cinzento também de látex… e estavam com um tamanho bem superior ao que era suposto. As minhas pernas pareciam ter quase dois metros de comprimento (calculei que fosse ilusão de óptica causada pela mini-saia do vestido) e estavam com uma tonalidade esbranquiçada; toquei-lhes com a ponta de uma unha e não senti nada, era quase como se estivessem cobertas por uma camada de qualquer coisa. Tinha calçados uns sapatos de verniz pretos, de salto-agulha altíssimo (uns 15 cm, por aí) e com compensação jeitosa, o que sempre melhorava um pouco o conforto (apesar de continuar a ser difícil equilibrar-me e andar sobre eles, pois estava habituada a saltos mais baixos). O meu rosto parecia o de uma boneca, de pálpebras pintadas de branco e preto, sobrancelhas finíssimas, rouge rosa nas faces e lábios pintados da mesma tonalidade encarnada que tinha nas unhas – e estavam grossíssimos! Toquei neles e só então encontrei uma parte do meu corpo com sensibilidade. Para finalizar, tinha uma espécie de chapéu cilíndrico preto, de látex, pousado sobre o meu cabelo mas que parecia colado, pois por mais que agitasse a cabeça ele não se movia; e uns óculos de lentes azuladas e de forma triangular. E quando me levantei, senti algo movimentar-se dentro de mim, como se tivesse corpos estranhos na minha ratinha e cuzinho, mas a minha sensibilidade nessa zona ainda estava diminuída.

Sorri fracamente. Era realmente coisa de Amélia, embonecar-me e preparar-me para algo em grande… mas o que seria esse algo? Fosse o que fosse, só o poderia encontrar do outro lado da porta. Respirando fundo, levei a mão à maçaneta e rodei-a.

 A porta abriu-se para um corredor apertado e iluminado, tal como aquela salinha onde havia acordado, por lâmpadas fracas; o corredor terminava noutra porta em tudo semelhante àquela que havia acabado de atravessar. Fui avançando, tentando manter-me em cima daqueles saltos altíssimos, e após meia-dúzia de passos já me sentia confiante nas passadas. Assim que cheguei à porta, abri-a e entrei noutro corredor exactamente igual ao que havia acabado de abandonar. Franzi o sobrolho: seria caso que aquele espaço, o que quer que fosse, não passaria de um sem-fim de portas e corredores? Sentindo-me algo frustrada, percorria aquele corredor e abri mais aquela porta.

Desta feita, aquela porta abriu-se para uma sala quadrada, sensivelmente com uns 6 metros de lado, e iluminada com lâmpadas de LEDs. Encostada à parede do lado esquerdo estava uma mesinha com algo que parecia um despertador de mesa de cabeceira em cima, na parede do lado direito havia um buraco à altura da cintura de uma pessoa, cujos rebordos haviam sido cobertos com fita adesiva e que tinha setas desenhadas na parede a apontar para ele, tendo por cima as letras “GH1”. O que me preocupou foi não ver porta nenhuma por onde eu pudesse sair dali…

Dirigi-me à mesa e ao tal aparelho, que afinal não era um despertador: parecia ser uma caixa. Abri-a e fiquei a olhar para um ecrã de umas quatro polegadas de diagonal, com uns botões como os gravadores tinham. Carreguei naquele que tinha a seta que normalmente se associa ao “Play” e o ecrã ganhou vida, aparecendo a cara de Amélia.

“- Bem-vinda à Minha Escape Room, querida maninha! Vais ser a cobaia que vai experimentar o Meu mais recente projecto. Não sei se te apercebeste, mas estás num labirinto. Como todos os labirintos, existe uma saída, mas tens de a procurar bem. Há portas que só abrem depois de fazeres qualquer coisa…” e riu-se.

“- Mais ainda te informo que, a partir do momento que activaste esta gravação, tens três horas para saíres do labirinto. Não sei se já reparaste, mas estás dentro de um catsuit sem fecho para abrir – ou melhor, tem fecho, mas está trancado com um cadeado especial que só se abre quando cruzares a saída do labirinto. Ora, já deves ter notado que tens vibradores na tua cona e cu, mais uns mini-vibradores colados aos teus mamilos, tudo coisas que, em certos pontos do labirinto, vão activar-se e dar-te alguns bons momentos. Mas se ainda estiveres no labirinto quando as três horas acabarem, os vibradores vão ligar sem que seja possível desactivá-los… o que terá o resultado que podes imaginar.

“- Dou-te apenas uma ajuda, para a sala onde estás: para saíres daí, tens de fazer qualquer coisa junto do buraco do outro lado do quarto. A partir daqui, estás por tua conta. Tens menos de três horas para saíres do Meu labirinto. Boa sorte! Ah!, já me esquecia: esta gravação autodestrói-se dentro de cinco segundos.

Fiquei a olhar feita parva para o gravador e, de facto, assim que passaram os cinco segundos, o aparelho começou a fumegar e a arder, à là “Missão: Impossível”.

Engoli em seco, pensando nas palavras de Amélia; a primeira coisa que fiz foi apalpar as mamas e sentir, de facto, os tais corpos estranhos lá encostados; depois levantei a ponta do vestido e olhei para o baixo-ventre: efectivamente, este estava selado, ou por outras palavras, a camada que cobria as minhas pernas também envolvia as minhas partes íntimas. Toquei nelas e, de facto, senti algo movimentar-se dentro de mim… Tinha de me despachar!

Corri até à parede do outro lado, olhando para aquele buraco que, ao que tudo indica, seria a chave para eu sair daquela divisão. Olhei para ele mas não se via nada, parecendo haver algo a cobri-lo. Subitamente esse algo foi desviado… e fiquei pasmada a olhar para uma pila. Meio flácida ainda, tratava-se de um órgão que mal me cabia na mão. Só então caí no significado de “GH1”: gloryhole n.º 1! Soltei um gemido de incredulidade… para sair dali eu iria ter de dar prazer àquele órgão?!

Pois. Por isso um dos poucos sítios no qual eu tinha sensibilidade era a boca.

Suspirei, ajoelhei à beira do buraco e abocanhei aquele órgão, fechando os meus lábios em torno dele. Fui chupando, sentindo-o entesar-se e crescer, até ficar com um tamanho mais normal e apetitoso, e fui girando a cabeça, fazendo movimentos rotativos em torno daquele órgão e passando também a minha língua por ele. Não demorei muito até sentir o sabor da sua semente e ter a minha boca cheia, comigo a engolir aquele líquido esbranquiçado que eu conhecia tão bem. E assim que senti aquele orgasmo, ouvi um barulho surdo, como pedra a roçar em pedra. Todavia, estava demasiado envolvida na tarefa para olhar para lá, apenas o fazendo assim que chupei todas as gotículas de sémen daquele órgão; assim que o fiz, vi uma abertura na parede oposta à da porta. Lambendo os lábios, corri para a nova passagem.


O corredor que me surgiu após a porta secreta (que se fechou imediatamente depois de eu ter passado) era curto e terminava numa bifurcação, com portas à frente e à direita. Abri ambas as portas e vi que o corredor da frente terminava em mais uma porta, ao passo que o da direita fazia uma curva à esquerda. Acabei por arriscar seguir em frente.

A porta conduziu-me a mais um quarto de paredes lisas e dimensões semelhantes ao anterior. Olhei em volta, à procura de qualquer pista que me indicasse o que tivesse de fazer a seguir… quando um ruído surdo atrás de mim me fez virar para a porta por onde havia entrado e reparar que a mesma havia desaparecido, estando agora selada por uma laje! Na parede que agora estava à minha esquerda uma secção deslizou para o lado e apareceu mais um buraco, em tudo semelhante ao do primeiro quarto e com a sigla “GH2” por baixo… e já lá aparecia um outro pénis, este maior que o anterior e já mais teso. Suspirei, dirigi-me até lá, ajoelhei-me à beira do gloryhole e ia para o abocanhar quando, sem qualquer aviso, os vibradores que tinha dentro de mim começaram a vibrar no máximo, arrancando de mim um gemido prolongado. “Foda-se… assim não me consigo concentrar no que tenho para fazer…” Tentei distrair-me daquelas boas sensações e focar-me no que tinha entre os lábios, procurando dar prazer àquele órgão para que, presumivelmente, abrisse uma porta que me permitisse sair dali. Procurei ser o mais voraz possível, atacando aquela pila com a minha boca, lábios e mãos, masturbando-a ao mesmo tempo que a chupava; e pouco depois voltei a sentir o sabor pastoso do sémen a preencher-me a boca. Todavia, só quando aquele órgão parou mais de libertar aquele líquido esbranquiçado é que a porta se abriu – precisamente a porta por onde eu havia entrado. Ergui-me e, antes que aquela abertura resolvesse fechar-se, saí do quarto a correr. E pasme-se: assim que saí daquela divisão, os vibradores deixaram de funcionar, o que me permitiu respirar fundo e recompor-me.

Voltei a encontrar-me na bifurcação anterior e desta vez abri a porta que dava para a passagem que sobrava. O túnel onde me encontrei virou à esquerda, depois continuou em frente por uns trinta metros, voltou a virar à esquerda e logo a seguir à direita, terminando em mais uma porta. Sem perder tempo, abri-a e continuei pelo corredor fora, ouvindo o som dos tacões dos meus sapatos ecoando ao meu redor; passei por uma curva mais prolongada para a direita e dei de caras com mais uma porta, que me levou a entrar em mais um compartimento da mesma dimensão dos anteriores, com uma única porta na parede à minha frente. Dirigi-me a ela, agarrei na maçaneta com a mão… e caí de joelhos ao sentir as vibrações recomeçarem, mas desta vez com o acréscimo dos mamilos. Todo o meu corpo era percorrido por ondas de prazer que me impediram de raciocinar com clareza ou de fazer o que quer que fosse: instintivamente levei a mão ao baixo-ventre e outra ao seio, como se aqueles gestos tivessem alguma possibilidade de atenuar o efeito das vibrações… Soltei um gemido que mais se assemelhou a um grunhido gutural enquanto a mão esquerda, aquela que tentara acalmar os vibradores na ratinha, tentava girar a maçaneta da porta. Assim que consegui rodar o trinco e abrir a porta, atirei-me para o outro lado e fechei-a com violência – e as vibrações cessaram novamente. Deixei-me ficar caída no chão, arfando e pousando a mão na testa, enquanto procurava recuperar de mais aquela overdose de vibração. Daquela vez estivera muito perto de atingir o orgasmo, o que me iria deixar mais fragilizada para encarar o que restava daquele labirinto… e imaginei que Amélia ainda só estivesse a começar. Levantei-me, procurei ajeitar-me e voltei-me para o lado oposto de onde viera. Depois de uns dez metros, o corredor tinha uma bifurcação, com portas mais uma vez à frente e à direita. Como, na encruzilhada anterior, o caminho certo havia sido o direito, optei por seguir por esse.

Depois da porta, havia mais uma curva suave à direita e uma contracurva idêntica para a esquerda, terminando aquele corredor numa sala, com a mesma dimensão sensivelmente das outras. Assim que cheguei ao meio da sala, caiu uma grade sobre aquela entrada. Parecia que estava num beco sem saída… até que, na parede do lado direito, apareceu tal como antes um gloryhole; e logo a seguir um pénis negro e comprido surgiu por ele. Aproximei-me dele e medi-o: devia ter quase um palmo de comprimento – e estava murcho! Sem perder tempo abocanhei-o e engoli-o até onde consegui, enquanto com as mãos eu acariciava o resto daquele membro, pois era demasiado comprido para eu o conseguir ter todo na boca! Mal o comecei a estimular, aquele órgão foi enrijecendo e alongando, tomando uma dimensão que parecia fora do normal: passei a chupar só a cabeça enquanto com ambas as mãos masturbava a parte de baixo. Procurei fazer as coisas depressa e bem, uma vez que estaria numa corrida contra o tempo, e dessa maneira fui fazendo movimentos rotativos com os lábios em torno daquele “tronco” (quase parecia um, de facto!); e não demorou muito até sentir novamente um jacto de sémen morno e viscoso invadir-me a boca. Engoli o que pude daquela mistela enquanto, ainda a estimular o pénis, esperava que abrisse uma porta ou abertura por onde pudesse sair dali; e ainda escorria sémen da ponta daquela pila quando se abriu uma porta na parede contrária àquela por onde eu havia entrado. Sem perder tempo, precipitei-me pela abertura.

Encontrei-me em mais um corredor idêntico aos anteriores, que me levou a mais um quarto de dimensões semelhantes às dos anteriores. Aquele labirinto parecia bastante repetitivo… todavia a diferença daquela sala era que do outro lado, mesmo à minha frente, estava uma porta aberta. Estranhando tanta fartura, passei pela abertura e entrei em mais um corredor, que seguia em frente por umas dezenas de metros até terminar num beco sem saída; e, para não restar dúvidas que por ali não se saía, haviam desenhado o sinal de trânsito correspondente a estrada sem saída. Assim que toquei naquele desenho, ouvi um barulho surdo atrás de mim: voltei-me e vi que a porta havia fechado! Corri para lá, agarrei na maçaneta e tentei rodá-la mas sem sucesso. E foi então que olhei para a parede do lado esquerdo, onde já aparecia um buraco por onde espreitava uma pila murcha. Admito que por aquela altura já me começava a fartar de tantos gloryholes e tantas pilas; se o labirinto de Amélia fosse só aquilo, senti que ia acabar algo frustrada… Ainda assim, ajoelhei-me ao pé do buraco (com os dildos que tinha dentro de mim a agitarem-se) e abocanhei o órgão flácido, que ganhou vida assim que sentiu a humidade quente da minha boca e os meus lábios apertarem-se ao seu redor. Fui chupando aquela pila, que foi entesando até ficar com um tamanho bastante razoável – já dava gosto tê-la entre os meus lábios, senti-la pulsar e crescer e, finalmente, libertar a sua semente directamente dentro de mim, da minha boca. Confesso que ainda levei a mão ao meu peito e acariciei uma mama assim que aquele orgasmo me preencheu a boca. Todavia, o som da porta abrir-se despertou-me daqueles sentimentos: imediatamente levantei-me, abandonei aquele órgão e passei pela abertura, regressando ao quarto por onde havia passado nem cinco minutos antes; vendo que a porta do outro lado ainda estava aberta, corri para ela, ouvindo sempre o som dos saltos dos meus sapatos a ecoarem por todo o lado. Mal passei por aquela porta, ouvi-a fechar-se atrás de mim; continuei a minha corrida mas tive de parar no final daquele corredor, pois tinha mais uma laje a tapar-me o caminho e mais um gloryhole com um pénis comprido e pendurado à minha espera. Voltei a ajoelhar-me, abocanhei-o e engoli-o até não poder mais, agarrando no restante com as mãos para o estimular; dava ideias de aquele órgão ser o mesmo que eu já havia “ordenhado” antes! Mais uma vez, suspirei de enfado no meio de duas chupadelas: aquele labirinto tinha começado por prometer muito, mas estava a tornar-se em algo repetitivo, com um sem-fim de gloryholes… Não obstante, continuei o que tinha a fazer, procurando estimular aquele pénis enorme com as minhas mãos e a minha boca, chupando, lambendo e massajando aquele músculo até o mesmo ficar rijo como pedra e começar a largar a sua semente. Daquela vez, optei por não receber o orgasmo na boca, deixando aquela pila esguichar para o espaço que me rodeava, fazendo com que se formasse uma poça esbranquiçada no chão. Quando a porta se voltou a abrir, saí que nem um tiro rumo à bifurcação original.

Não perdi tempo e passei a porta da outra entrada, que me conduziu a mais uma sala; e imediatamente após a minha passagem, caiu mais uma laje sobre a abertura, deixando-me ali selada sem aparente meio de sair dali. Então uma portinhola abriu-se e fiquei a olhar para um mostrador de relógio digital, que marcava “1h25m34s” e continuava em contagem decrescente. Fiquei feita parva a olhar para ali: não era possível que eu tivesse gasto mais de hora e meia naqueles dois corredores! Só depois de alguns instantes recompus-me e fiquei a olhar para os dois gloryholes que haviam aparecido, na parede à direita daquela por onde eu havia entrado, e que estavam lado a lado. Ajoelhei-me novamente à frente deles (já me iam doendo os joelhos) e agarrei em cada uma das pilas que havia aparecido pelo buraco, começando a masturbá-las com vigor; alternadamente, ia dando beijos na cabeça de uma e de outra, esperando que daquela maneira elas se fossem excitando mais depressa. Não sabia se a porta de saída se desbloquearia se ambos se viessem ao mesmo tempo ou se bastava apenas o orgasmo de cada um; de qualquer maneira, recordando-me do tempo que ainda me restava, procurei estimular aqueles falos ao máximo e acabei por ir chupando um e de seguida o outro, intercalando a minha arte oral com as massagens dos meus dedos ao longo da cabeça e pescoço. O que é certo é que, pouco depois, ambos se estavam a vir nas minhas mãos – optei mais uma vez por não deixar que se viessem na minha boca – e a sujarem o chão da sala. Continuei a agarrar-lhes nos órgãos, à espera de que se abrisse qualquer coisa, que acontecesse algo… e só depois de um ou dois minutos é que, com um ruído surdo, se abriu uma porta mesmo ao lado dos gloryholes. Sem perder tempo, fugi pela nova abertura ao passo mais rápido que os meus sapatos permitiam.

O corredor onde me encontrei era curto e terminava em mais uma porta. Abri-a sem hesitar, contando encontrar mais uma sala com gloryholes; todavia quedei-me, surpresa, ao olhar para algo diferente. A sala onde me encontrava, apesar de ser da mesma dimensão de todas as outras, tinha as paredes laterais cobertas por espelhos que, em conjunto com as sempre presentes lâmpadas fracas, causava um efeito sórdido. Todavia, o elemento mais sórdido encontrava-se mesmo no meio da divisão: tratava-se de um ser – não o podia designar de outra maneira – colocado sobre uma espécie de móvel de forma a ficar de bruços. Estava dentro de um fato de borracha preta, com uma máscara de gás fechada a cobrir-lhe as feições; a única coisa que estava exposta era o seu cu, que em virtude de uma abertura no látex que o cobria exibia a base do plug que alguém lhe havia enfiado ali. Aproximei-me daquela pessoa, reparando que estava solidamente presa à estrutura de madeira com cavilhas e parafusos de ferro; toquei-lhe na zona do baixo-ventre e senti algo metálico naquela zona, possivelmente um cinto de castidade. E foi então que reparei que, numa reentrância do móvel, estava guardado um strap-on de borracha escura, de uns 25 cm de comprimento e uns 5 cm de diâmetro, agarrado a uma tanga de borracha da mesma cor. Sorri para mim mesma: Amélia sempre tinha uma ou duas surpresas na manga… Tratei de levantar a parte de baixo do vestido, vesti a tanga com a pila colada e agarrei nela: subitamente senti-me poderosa, capaz de rebentar com qualquer buraco que me aparecesse à frente! Aproximei-me novamente do ser, em passo lento, expectante.

- Então parece que tenho de te enrabar… – quase não reconheci a minha voz, com um tom tão petulante e altivo! – Espero que tenhas esse olhinho preparado, porque… Mamãe vai-lhe usar! – e terminei com uma pronúncia brasileira.

Agarrei na base do plug e retirei-o, lentamente e roscando o mesmo; e mal tirei aquele corpo estranho, ao som de suspiros de alívio (e vi que era um plug da grossura do meu braço), encostei a cabeça do meu falo àquele buraco recém-descoberto e cuspi para a sua superfície negra, de forma que a minha saliva deslizasse para o esfíncter anal do escravo e actuasse como lubrificante. Fiz um pouco de força para a frente e vi como o dildo deslizava para dentro daquele cu indefeso, ao mesmo tempo que ouvia um gemido proveniente da máscara de gás. Agarrei nas ancas cobertas por borracha do submisso e comecei a fazer movimentos de vaivém com o meu baixo-ventre, fazendo a minha pila entrar e sair daquele traseiro totalmente à minha mercê. O meu olhar calhou a cair sobre um dos espelhos: ver-me a enrabar aquela criatura fez-me ficar com ainda mais vontade de o penetrar! Acelerei os meus movimentos ainda mais, soltei uma gargalhada maquiavélica e espetei as minhas unhas nas ancas (provavelmente fazendo alguns buraquinhos naquele catsuit, mas eu naquela altura estava muito longe de me importar com questões menores); apenas tinha pena de aquele strap-on não me proporcionar prazer ou de me poder vir dentro daquele cu… Sentia-me completamente sob o controlo da minha faceta mais dominante e fazia questão de proporcionar o máximo de desconforto e de dor possíveis àquele ser que estava à minha mercê! Ouvi-a o grunhir e gemer e emitir sons, mas ignorei-o por completo, continuando a penetrar o seu cu sem qualquer dó nem piedade.

Só voltei a mim quando, casualmente, passei o meu olhar pela parede que estava à minha frente e vi que a porta se encontrava aberta!  Procurei acalmar-me e controlar-me, saindo do traseiro do submisso e baixando as abas do meu vestido (optei por deixar o strap-on colocado, não fosse necessitar dele lá mais adiante…); de seguida, e sem olhar para trás nem sequer para o escravo que fora o meu entretenimento nos últimos instantes, corri na direcção da porta.

Assim que a cruzei, a mesma fechou-se com estrondo, regressando eu aos corredores fracamente iluminados. Andei uns metros até chegar a mais uma bifurcação: o caminho em frente aparentava acabar num beco sem saída, ao passo que o da esquerda começava a curvar para a direita e tendo degraus para cima. Por um palpite, segui esta opção, subi uns degraus e dei uma volta de 360º, previsivelmente passando por cima do outro corredor (o que não tinha saída); depois de três curvas à esquerda, deparei-me com um lanço de escadas descendentes, e a seguir mais uma sala, cuja porta se trancou após a minha passagem. Esta divisão era menos espampanante que a anterior mas, à semelhança daquela, tinha um ocupante: na parede à minha frente, acorrentado à parede à minha frente, tinha um homem, careca (ou melhor dito: sem qualquer cabelo no corpo) mas com uma máscara de gás a ocultar-lhe a face; estava nu mas tinha uma espécie de jaula a cobrir-lhe os genitais. O mais curioso, porém, eram os fios eléctricos  que tinha presos com pinças à zona do coração e que estavam ligados à fechadura da porta. Aquela disposição fez-me supor que teria de fazer algo ao submisso para abrir aquela porta, mas o quê? Como lhe conseguiria aumentar o ritmo cardíaco, para ver se seria com base nisso que o trinco se abriria? Se ao menos ele não tivesse um cinto de castidade…

Foi então que os vibradores que tinha dentro de mim começaram a funcionar – e logo a um ritmo tremendo! Levei a mão lá abaixo, mesmo por baixo da tanga do strap-on, como se isso conseguisse acalmar fosse o que fosse, e caí de joelhos no chão, precisamente quando os meus mamilos também começaram a ser estimulados. Perante tal overdose de estímulos, não me aguentei sem cair redonda no chão, a gemer incessantemente enquanto os vibradores continuavam o seu malévolo trabalho. Não podia ser que se tivessem esgotado as tais três horas! Senti que, àquele ritmo, não iria demorar até atingir o meu primeiro orgasmo desde que aquela aventura havia começado…

… e da mesma maneira que se haviam ligado, os vibradores pararam de tremer, deixando-me a milímetros de atingir o clímax supremo. Soltei um grito de frustração: não era justo que me torturassem daquela maneira e não me deixassem gozar! Então, ouviu-se a voz inconfundível de Amélia:

- Só para avisar a participante que faltam exactamente 30 minutos para acabar o prazo. Se, após findo este tempo, a participante não tiver chegado ao final do labirinto, os vibradores irão voltar a actuar durante uma hora ininterrupta. Tic tac, tic tac!

Levantei-me com a celeridade possível (e que o vestido me permitia) e acerquei-me do escravo, olhando para ele de alto a baixo e tentando perceber como poderia eu usá-lo para desbloquear a porta da saída. Se ao menos eu conseguisse encontrar a chave para o seu cinto de castidade!…  Olhei para todos os lados possíveis e imagináveis, mas havia poucos locais ali onde se pudesse esconder uma chave. E foi então que o meu olhar caiu sobre a fechadura da porta, com uma chave metida no orifício. Dirigi-me para lá, pensando “Não… não pode ser assim tão fácil.” Tentei rodar a chave, mas esta não girou; tirei-a dali e procurei colocá-la no cadeado que mantinha o cinto de castidade seguro… e o meu coração começou a palpitar assim que o cadeado saltou e eu fiquei com aquela jaula metálica na mão! Sem pensar duas vezes, abocanhei-lhe o órgão flácido e comecei a dar-lhe prazer oral, procurando que ele se entesasse e se viesse o mais rapidamente possível, pois estava numa corrida contra o tempo. Chupei e lambi com sofreguidão, tentando que os meus lábios voltassem a fazer magia e eu conseguisse mais um orgasmo. O escravo começou a largar gemidos abafados de prazer, o que me motivou ainda mais a chupar-lhe a pila, sentindo que me estava a aproximar do meu objectivo. Num ápice, tal foi a minha voracidade, senti o sabor da sua semente à medida que esta me ia entrando e enchendo a boca. Fui engolindo à medida que a ia recebendo, de forma a não desperdiçar nada (porquê? Não sei), até que ouvi o som da porta abrir. Sem pensar duas vezes, abandonei o que estava a fazer e disparei pela porta fora, lambendo os lábios, limpando as últimas gotas de sémen.

Deparei-me com mais uma sala idêntica a todas as anteriores em termos de dimensão, mas esta tinha uma cama de ferro encostada à parede do outro lado da entrada, onde uma porta chapeada a ferro impedia a minha passagem. A cama de ferro tinha um estrado de madeira moída, e em cima dele contorcia-se um corpo feminino, de pulsos e tornozelos algemados a cada poste da cama. O meu olhar caiu de imediato sobre o rosto: era Ângela! A minha irmã mais nova estava com uma bola de borracha enorme e cheia de buracos que lhe preenchia por completo a boca e mantida no lugar por tiras de cabedal afiveladas atrás da cabeça, uma robusta coleira de cabedal à volta do pescoço, luvas de cabedal negras que lhe cobriam os braços por completo e ballet boots que lhe chegavam quase às coxas, também do mesmo material. E tal como o outro escravo, ela tinha fios eléctricos sobre o peito que a ligavam à fechadura da porta. Acerquei-me dela, subi para cima do estrado e ajoelhei-me sobre ela, tendo-a entre as minhas pernas: não sabia quanto tempo ainda me restava mas tinha que o rentabilizar! Levantei a parte de baixo do meu vestido e exibi o meu strap-on a Ângela, algo que a fez arregalar os olhos e abanar negativamente a cabeça.

- Ah, não, querida! – declarei, deitando-me sobre ela e encostando-lhe o dildo aos seus lábios vaginais – Vais mesmo levar com ele! E é já!

Sem hesitar, introduzi de uma só vez o meu falo na ratinha indefesa da minha irmã, algo que a fez largar um grito abafado pela mordaça e que me fez ficar algo excitada. Comecei os meus movimentos de vaivém pélvicos primeiro a um ritmo lento, para ir amolecendo a resistência de Ângela, mas fui acelerando gradualmente de forma que, pouco depois, já eu parecia um martelo pneumático a abusar da ratinha da minha irmã, que nada mais fazia senão gemer tresloucadamente e agitar-se na cama, tentando ter algum controlo sobre a situação – mas não lhe dei possibilidades disso. E quando ela começou a gemer de prazer por causa de um orgasmo, agarrei-lhe no cabelo e cuspi-lhe para a cara e para a boca, isto enquanto parava o que estava a fazer em baixo e me deixava ficar com o strap-on todo enfiado dentro dela, ao máximo.

- Isso, chia, maninha! Grita!

Ouvi um estalido proveniente da porta; e de seguida vi a mesma abrir-se de par em par. Com receio de que esta se voltasse a fechar, tirei o meu dildo de dentro de Ângela e abandonei-a, ouvindo os seus gemidos de protesto. Ignorando-a, enfiei pela abertura, rezando para que fosse ali o final do labirinto.

Não era.

Todavia, dava ideia de ser a sala que antecedia a saída. Apesar de ser do tamanho de todas aquelas por onde eu passara, a porta de saída era quase do tamanho de um portão, com um grande relógio por cima que tinha assinalava que tinha menos de 5 minutos! Havia dois corpos femininos acorrentados à parede, do lado esquerdo do portão; ambos tinham máscaras de cabedal negro a ocultarem-lhe as feições, todavia eu sabia que estavam ali Andreia e Helena – esta era inconfundível pela sua pila, que desta feita se encontrava fechada dentro de um cinto de castidade extremamente apertado. Tal como Ângela, tinham os braços e as pernas envolvidos em luvas e ballet boots, respectivamente, uma anilha de ferro à volta do pescoço, unida a uma corrente de elos enormes que estava presa a uma argola na parede, e os mesmos fios eléctricos a ligar-lhes o peito às duas fechaduras existentes na porta. Sem tempo a perder, ajoelhei-me aos pés daqueles dois corpos: enquanto a minha boca se ocupava do baixo-ventre da minha cunhada, com a mão direita comecei a estimular a ratinha da minha irmã. O cinto de castidade colocado em Helena tornava a sua pila absolutamente inútil, uma vez que a apertava entre dois discos de metal furados; todavia, a sua ratinha estava acessível, pelo que a minha mão esquerda ocupou-se dela enquanto eu dava beijinhos nos seus testículos e os metia na boca, um de cada vez – e não demorou muito até a minha cunhada começar a saltar gemidos dolorosos. Com dois dedos dentro de cada uma daquelas ratinhas, fui-as penetrando loucamente, como se não houvesse amanhã, e de vez em quando ia dando a Andreia beijinhos húmidos e prolongados no seu clitóris. A sofreguidão com que eu as estava a estimular deu resultados na minha irmã, pois não demorou muito tempo até eu sentir os meus dedos húmidos e ouvir os seus gritos de prazer; com Helena, todavia, o caso era mais complicado devido ao cinto de castidade. Assim que Andreia se começou a acalmar, ouvi um som seco oriundo da fechadura, como se um trinco tivesse sido aberto; rezei para que o segundo trinco abrisse independentemente do orgasmo da minha irmã enquanto eu me ficava unicamente em Helena, continuando a penetrar-lhe a ratinha enquanto os dedos da minha outra mão iam começando a entrar no seu cuzinho. Esta soltou um grito enorme que se foi metamorfoseando para um gemido de prazer à medida que as minhas mãos continuavam furiosamente a trabalhar. Não ousei sequer olhar para o mostrador do relógio para não me sentir ainda mais enervada e stressada, mas de qualquer maneira sabia que tinha mesmo muito pouco tempo: se eu acabasse por falhar o objectivo por meia-dúzia de segundos, a frustração iria ser enorme! Quando dei por mim, tinha ambos os punhos dentro de Helena, com a pobre rapariga a debater-se e a tentar ter as pernas abertas ao máximo…

Quando a minha cunhada hermafrodita soltou o primeiro gemido orgásmico, respirei de alívio mas continuei os meus estímulos, procurando que ela se viesse com força e activasse com isso o segundo trinco; senti a mão que tinha na ratinha ficar extremamente encharcada enquanto, nos furos do cinto de castidade, ia aparecendo algum líquido esbranquiçado. Num ápice, tirei os meus punhos de dentro de Helena (sem qualquer cuidado, o que lhe interrompeu os gemidos de prazer) e coloquei-me ao pé da porta, sacudindo a viscosidade que me escorria pela mão que estivera dentro da ratinha da hermafrodita; mas vi com preocupação que os números do relógio haviam desaparecido. Será que era tarde demais? Então, ouvi um estalido da fechadura, quando a pulsação de Helena fez com que o trinco corresse para dentro e a porta de saída ficasse aberta; num ápice abri-a e precipitei-me pela abertura…

O que aconteceu a seguir é uma névoa indistinta. Lembro-me de estar a flutuar num lugar desconhecido, sentindo o meu corpo mais leve que o ar e não conseguindo mexer um músculo que fosse. Não tinha ninguém à minha beira, todavia do nada comecei a sentir um enorme orgasmo, como poucas vezes sentira na vida; e logo a seguir outro, e depois mais outro… era como se a minha existência se tivesse transformado unicamente em algo que experiencia orgasmos em catadupa, apenas e só.

Após o quinto orgasmo (até me admira ter conseguido contar quantos foram, tal a dormência que eu sentia!), comecei a sentir uma leveza enorme na cabeça e o sentimento de flutuar a intensificar-se ainda mais. Devo ter desmaiado, pois a única coisa que me recordo é de acordar numa cama dum quarto de hotel, completamente nua e sozinha. Assim que me levantei, tentei colocar em ordem todos os acontecimentos que me recordava, esperando que aquilo não viesse a ser apenas um sonho – até nem tinha desgostado da experiência.

Saí da cama e vi uma muda de roupa dobrada em cima de um banco ao pé da cama, com botas de cabedal pelo joelho ao lado; por cima da roupa, havia um envelope com o meu nome. Abri-a e tirei de lá uma folha de papel escrita e um bilhete de avião para Portugal – em classe Executiva, claro.

“Querida maninha,

Muito obrigado por teres sido a cobaia do Meu labirinto. O teste foi um absoluto sucesso e prova de que o posso colocar em funcionamento – logicamente que com diferentes pessoas na parte final! As Nossas familiares já foram libertadas do seu cativeiro e ofereço-te uma muda de roupa como prémio. Assim que saíres do hotel, tens um táxi e um bilhete de avião à tua espera – desta vez, sem armadilhas, prometo.

Muitos parabéns, Aninhas!”

Sorri ao ler aquele texto: aquele escape room, se fosse preparado exactamente da mesma forma como me havia sido apresentado, seria um sucesso garantido por ser algo na moda e com uma variação bastante original, o que só provava que Amélia era um génio na arte de aproveitar os assuntos sexuais para fazer dinheiro…

Foi pensando nisso tudo que me vesti e abalei rumo a casa.

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