segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Até que a morte nos separe

(história anterior)

Mónica saiu da piscina, ajeitando o seu fato de banho e cobrindo a sua masculinidade. Enquanto se dirigia para a espreguiçadeira colocada à beira de água, pensou em como tinha adorado ter sido comida dentro de água. Por vezes, a crossdresser achava Paula algo doida… mas o que é certo é que Mónica adorava tudo o que a namorada a “obrigava” a fazer. Ela deitou-se na espreguiçadeira e colocou os óculos de sol, olhando para o sítio onde Paula havia desaparecido, e interrogou-se sobre o que estaria a Dominadora a preparar. Uns momentos mais tarde, ela lá reapareceu, sempre bamboleando as ancas, com uma caixinha pequena na mão; Paula deteve-se à beira de Mónica e ajoelhou-se.


- Querida, esta deve ser a única vez que Me vais ver ajoelhar.
- Que se passa, amor? – perguntou Mónica, apoiando-se num cotovelo.
Paula não respondeu logo, parecendo hesitar.
- Sabes, durante muito tempo achei que nunca iria encontrar uma pessoa que aceitasse todos os Meus caprichos e se adaptasse aos Meus fétiches. Conheci pessoas ocasionais, submissos que davam para algum tempo, mas que depois não davam para Mim, ou Eu não Me adequava a eles. E depois conheci-te… e a Minha vida mudou. Sei que a tua também.
- Paula, eu… – começou Mónica.
- Deixa-Me acabar, não estragues o momento. – interrompeu-a Paula, levantando uma mão – Sei que para ti o choque foi ainda maior, pois obriguei-te a uma mudança radical, forcei-te a tirares os pêlos todos do corpo, a andares na rua com roupas femininas, a teres sexo comigo em público, a levares no cu em público… sei que isso ainda te deixa pouco à vontade, mas teres feito tudo isso por Mim realmente marcou-Me. E a verdade é que Eu não imagino a Minha vida futura sem ti a Meu lado. E Eu não quero que este momento acabe… quero ter-te na Minha vida até ao fim dos Meus dias.
Mónica sentiu um nó na garganta assim que a caixinha se abriu e ela pôde ver um anel dourado com um diamante engastado.
- Não quero procurar mais ninguém, encontrei o Meu príncipe. E a Minha princesa. Não quero ter de perguntar a duas pessoas, ao Marco e à Mónica, por isso pergunto-te só a ti… queres casar comigo?
Marco/Mónica ficou com um nó na garganta; tentou falar mas descobriu que a sua voz havia sumido. Sentindo lágrimas de emoção a surgirem-lhe nos olhos, a crossdresser acenou afirmativamente. Também com os olhos húmidos, Paula pegou no anel e colocou-o no anelar da mão esquerda da, agora, sua noiva. E beijaram-se ambas, abraçando-se fortemente durante um longo momento.
Assim que os seus lábios se separaram, Mónica pôde enfim responder:
- Quando começámos, eu não sabia o que me esperava, não sabia o que me ias obrigar a fazer. Fizeste-me criar a Mónica e adequar a minha vida para ser a Mónica quando Tu quisesses. Nunca pensei que viesse a adorar ser a Mónica… mas sinto-me mais feliz quando a sou. E não a quero ser com mais ninguém. Por isso, sim, Paula Henriques, eu quero casar contigo. Quero ser a Tua Mónica para sempre.
E voltaram a beijar-se.

O casamento aconteceu na semana seguinte. Foi um acontecimento simples, civil, passado na Conservatória do Registo Civil, na presença dos amigos e familiares mais chegados. Depois, houve direito a banquete para o resto da tarde e que se prolongou noite dentro, com os recém-casados a seguirem para um hotel perto do aeroporto onde, no dia seguinte apanhariam o avião para a sua lua-de-mel.
Quando voltaram, duas semanas depois, houve outro casamento…

Mónica passou as mãos pelas suas pernas, sentindo o nylon das suas meias brancas – meias essas que estavam presas ao corpete branco que trazia debaixo do vestido de noiva – o que lhe causava uma sensação de bem-estar, e foi puxando a liga pela perna acima. Sentia-se nervosa: tudo bem que ela e Paula já estavam casadas, mas… ela ia aparecer diante de todos vestida de noiva. O coração da crossdresser batia forte no seu peito.
Então, ouviu-se uma pancada na porta e uma voz a chamá-la:
- Está na hora, Mónica.
Respirando fundo, ela pegou no seu bouquet, colocou o véu à frente da cara e dirigiu-se para a porta, onde já a esperava um homem.
- Estás pronta, querida? – perguntou ele, um dos amigos do casal, assim que a viu, dando-lhe o braço.
- Completamente. – replicou Mónica, com um sorriso na cara.
Ele levou a noiva a descer um lanço de escadas e a sair da casa onde Mónica se havia vestido e maquilhado para aquela ocasião especial, sendo ambos fotografados por um dos fotógrafos que Paula havia contratado para registar aquele dia. Em passo lento, a crossdresser foi encaminhada para um carro de aspecto antigo, branco e decorado com fitas brancas, sentando-se no banco traseiro. O amigo fechou a porta após ela ter entrado e puxado o rabo do vestido para dentro, dirigiu-se para o banco do condutor e pôs-se em marcha.
A viagem até ao local da cerimónia demorou uns vinte minutos, com o carro a circular em marcha não muito rápida e sendo seguido por algumas outras viaturas, de convidados de Mónica. Era como se não houvesse pressa por parte do condutor em entregar a noiva ao seu par. Mónica, todavia, desesperava por isso, desesperava por chegar ao altar – ou onde quer que fosse aquela cerimónia – e ver Paula, ver como ela estava, reunir-se com ela…
O carro levou-a para uma espécie de herdade não muito longe da Quinta do Conde, entrando por um portão aberto e detendo-se num parque onde já se encontravam alguns carros parados. A viatura nupcial estacionou e, enquanto os restantes carros procuravam lugares, o condutor apeava-se e ajudava Mónica a sair. A noiva agarrou no bouquet com ambas as mãos e aceitou o braço do amigo, que a levou por uma passadeira vermelha que partia do parque de estacionamento.
Assim que Mónica começou a caminhar pela passadeira, que se prolongava por algumas dezenas de metros, começou a ouvir-se uma versão moderna da marcha nupcial. O homem que conduzira a crossdresser até ali levou-a pelo tapete vermelho, passando ao redor de umas barraquinhas com entradas para os convidados, até uma área cheia de cadeiras, perto de umas cinquenta, já todas ocupadas por convidados do casal que se “casava”, incluindo os recém-chegados.
Todavia, nada naquele “casamento” era normal, começando pelos convidados, que, em vez dos tradicionais vestidos de gala, vestiam cabedal, vinil, látex e borracha, haviam correntes, algemas, trelas e coleiras a rodos, e alguns dos convivas não estavam sentados, encontrando-se prostrados em frente de outros. Mónica passou por eles, sempre a sorrir… especialmente porque, à sua frente, à sua espera, estava Paula.
A Dominadora olhava para ela com um sorriso nos lábios pintados de vermelho-sangue. Como traje de casamento, ela havia escolhido um catsuit de vinil, preto, com um corpete da mesma cor a cobrir-lhe e a apertar-lhe a zona do peito; os braços estavam cobertos por luvas do mesmo material e as pernas por botas de salto-agulha azuis pelo meio da perna. Ela havia colocado na cabeça um chapéu preto, do género do dos motociclistas, também de vinil para não destoar do conjunto, e à cintura trazia preso um bullwhip.
Mónica sorriu enquanto se aproximava de Paula, observando-a, e esta teve a mesma reacção, vendo a crossdresser com um vestido de noiva até bastante simples de seda, que a cobria dos pés à cabeça: o vestido tinha mangas compridas, apenas deixando as mãos de Mónica livres, e gola alta, tapando o seu pescoço; o vestido terminava numa saia comprida e larga, que não deixava sequer ver os sapatos brancos de salto alto que Mónica trazia nos seus pés. Na cabeça, ela trazia um véu que não era muito grosso e deixava ver o seu rosto bem maquilhado, ou os brincos de mola com pérolas que ela trazia nas orelhas.
Depois de uma caminhada agonizantemente longa, Mónica lá chegou à beira de Paula, com ambas a sorrirem, e nesse instante deixou de se ouvir a música. À sua frente, com um balcão de entremeio, estava um outro homem, alto e forte, vestido com uma farda preta de vinil.
- Dominadores, submissos e demais convidados. Estamos aqui reunidos para celebrar a união de Lady Paula com a sua puta Mónica. – começou ele.
Ele continuou a falar durante um longo tempo, mas nem Paula nem Mónica prestaram atenção à sua retórica. Ambas entreolhavam-se, admiravam-se e sorriam, trocando piscares de olhos subtis. Então, uma outra crossdresser aproximou-se, vestida de cor-de-rosa, segurando um cestinho almofadado que continha uma coleira metálica, um cadeado e um molho de chaves. Mónica virou-se na direcção de Paula e ajoelhou-se a seus pés, olhando para baixo.
- Eu, Mónica, aceito ser a Sua esposa e submissa, Lady Paula, e prometo ser-Lhe fiel e nunca A abandonar, servindo-A sempre na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da minha inútil vida. – declarou a crossdresser, com uma lágrima no canto do olho.
Paula então pegou na coleira e no cadeado e, com delicadeza, colocou-a à volta do pescoço de Mónica, apertando o cadeado e guardando as chaves.
- Eu, Paula, aceito-te como Minha submissa, puta Mónica, e prometo ser-te fiel, cuidar de ti e dar-te o que mereces, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da Minha vida. – disse a Dominadora, tentando fazer-se forte e não ceder às emoções.
Pouco depois, a cerimónia terminou: Paula ajudou Mónica a levantar-se e, debaixo do aplauso geral, ambas se abraçaram e trocaram um longo e apaixonado beijo.

Durante a tarde, numa área interior da quinta, intercalaram-se os pratos de comida com os espectáculos temáticos de BDSM. Assim, os convidados tiveram direito a plays de flogging, trampling, shibari, wax play, pirotecnia e knife play, todos eles realizados por convidados daquela festa. Durante toda a tarde, Mónica e Paula assistiram a tudo de lugares de honra e ainda participaram em alguns, com Paula a caminhar por cima da crossdresser, espetando-lhe os saltos no corpo e pisando-lhe os genitais, e tendo ainda a Dominadora fustigado com os floggers as costas nuas de Mónica.
A tarde deu lugar à noite e, com o avançar das horas, os participantes naquela festa foram abalando, ficando só no final as duas recém-casadas. Depois de terem agradecido a todo o staff da quinta que ajudara na realização daquele evento, Paula e Mónica meteram-se no carro nupcial – o mesmo em que Mónica havia sido conduzida – e partiram rumo a casa.

Assim que a porta se fechou, Mónica olhou para Paula.
- E agora, querida, que vamos fazer?
Paula pegou na argola da coleira que a crossdresser trazia ao pescoço e fê-la caminhar até ao quarto de ambos.
- Despe-te.
Mónica tentou chegar ao fecho do vestido de noiva, que se encontrava nas costas, mas teve de ser Paula a ajudá-la com aquilo. A partir daí, esta sentou-se na beira da cama, cruzando as pernas e assistindo ao strip-tease da esposa. Assim que o vestido caiu no chão, Mónica ficou de corpete, fio dental, meias e sapatos de salto alto. Paula fez-lhe sinal para se aproximar de joelhos dela e começar a beijar-lhe as botas. Assim que chegou ao seu alcance, Mónica começou a lamber-lhe a biqueira, sentindo o sabor do vinil na boca. Paula depois enfiou-lhe o tacão na boca para ela o chupar com sofreguidão, indiferente à sujidade.
- Vira-te de barriga para cima. – comandou Paula.
Quando Mónica obedeceu, a Dominadora reparou logo no órgão daquela, a querer fugir à minúscula peça de lingerie que envergava no baixo-ventre.
- Sim senhora, bonito serviço… – comentou ela, com voz triste – Excitas-te logo assim? Se calhar tenho de tratar disto…
Enquanto falava, Paula colocou o outro pé em cima do baixo-ventre de Mónica, pisando-lhe o órgão com força e fazendo-a gemer.
- Aguenta! Firme e hirta! Não resmunga!
Mónica fez o melhor que pôde para aguentar aquele pé. Todavia, a Dominadora não estava a ser nada meiga… era quase como se quisesse demonstrar o seu poder e colocar a esposa no seu lugar. Apesar de ambos saberem já quem dominava aquela relação.
- Se calhar temos de colocar aqui um CB-6000, não é, querida Mónica? – sussurrou docemente Paula – E continua a lamber, oi! Não te disse para parares!
Mónica continuou a passar a língua pelo vinil das botas de Paula, sentindo o pé dela fincar-se em cima dos seus genitais, fazendo-a morder os lábios.
- Olha que giro, o meu fato tem um fecho aqui por cima da rata… – miou Paula, agarrando nele e puxando ligeiramente por ele, fazendo com que a sua vulva aparecesse à frente dos olhos de Mónica.
A Dominadora tirou o pé de cima dos genitais da sua submissa, não sem antes carregar uma última vez, e agachou-se em cima da cara da crossdresser, continuando a falar:
- Assim, podes lamber-Me a rata até Eu Me vir, que dizes?
Mónica não respondeu, optando antes por começar a passar a língua pela abertura do catsuit e tocando no clitóris da sua mulher, que logo imediatamente começou a gemer. Nessa altura, Paula agarrou na pila de Mónica e começou a tocar-lhe ao de leve com a sua língua, o que fez esta começar a soltar pequenos gemidos.
- Xiu, cabra, não refila! – e deu uma dentadinha no órgão, ao de leve, sem apertar muito os dentes.
Logo a seguir ela começou a beijar o órgão erecto de Mónica, vendo-o pulsar à medida que a circulação sanguínea ia irrigando aquela área. A noiva voltou a gemer e Paula voltou a dar mais uma trincadela naquela pila.
- Já te disse para ficares caladinha! E essa língua, está a dormir, é?! Se calhar sempre tenho de te foder a sério… com o 33/7!!
Mónica arregalou os olhos, amedrontada com aquela ameaça: ela não tinha elasticidade no ânus para aguentar aquele verdadeiro tronco! Ela esqueceu-se logo das trincadelas no pénis e passou a dar toda a atenção à vulva da Dominadora, passando a ponta da língua pelo clitóris dela, lambendo-o como se estivesse a saborear um gelado. E, como por magia, o rosto ameaçador de Paula transformou-se num esgar de prazer, com ela a fechar os olhos e a abrir a boca, lambendo os lábios.
- Sim… ai, foda-se… é isso… lambe, querida, lambe mais, não pares…
Como recompensa, Paula meteu a pila de Mónica na boca, começando a chupá-la, e enfiou dois dedos enluvados no ânus da crossdresser; ambos os toques a fizeram soltar um suspiro de prazer. A língua de Mónica então passou do clitóris para os lábios vaginais, lambendo-os demoradamente.
Paula penetrava furiosamente o rabo de Mónica com os dedos ao mesmo tempo que chupava no órgão dela, querendo deixar a sua companheira completamente louca e a implorar pelo orgasmo… mas estava numa luta para aguentar o efeito daquela língua nos seus lábios. Todavia, essa luta foi tornada inútil assim que Mónica a enfiou na sua vulva e a foi penetrando repetidamente: momentos depois, Paula começou a gemer sem parar, sentindo-se dominada pelas ondas de prazer que partiam de dentro de si e se espalhavam por todo o seu corpo, enquanto Mónica sentiu os seus lábios ficarem húmidos com os fluidos provenientes da ratinha da companheira. A mão livre da Dominadora tocou no seu seio, mesmo coberto pelo catsuit, e foi-se excitando ainda mais, prolongando o seu orgasmo mais um pouco. Ao mesmo tempo, Paula continuou a violar o rabo de Mónica e a chupar-lhe o pénis; pouco depois, era a vez da crossdresser começar a vir-se, libertando o seu sémen directamente para a boca de Paula, que os engoliu com sofreguidão.
Quando ambos se acalmaram, Paula retirou os dedos do rabo de Mónica e deitou-se ao lado dela, lambendo os lábios e retirando as últimas gotículas de sémen dos lábios, olhando para a noiva, que retribuía o olhar estando embevecida a admirar os traços do rosto da sua mulher – e Dona.
- Espero que tenhas gostado desta noite de núpcias, Mónica querida. – sussurrou Paula, afagando o rosto da crossdresser.
- Imenso, minha Dominadora impiedosa. – sorriu Mónica.
- Óptimo. Porque a partir de agora… só te vais vir quando Eu quiser. Quando Eu Me sentir agradada contigo.
A crossdresser sorriu.
- E alguma vez isso não foi a norma entre nós, querida?
Paula soltou uma gargalhada e abraçou Mónica.
- Ainda bem que percebeste o teu lugar, Mónica do Meu coração… puta Mónica.
- Sempre, Lady Paula.
E voltaram a beijar-se.

(história seguinte)

1 comentário:

  1. Lembra.me algo, alguem, algumas normas... sabes quais e quem??

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